Gaps de proteção: Insurance Europe quer ação conjunta e coordenada em 3 áreas

  • ECO Seguros
  • 7 Junho 2022

Pensões de reforma, catástrofes naturais e ciber-risco são áreas com importantes lacunas de proteção, apontou a 12ª Conferência Internacional da federação europeia de seguros, exigindo ação coordenada

Andreas Brandstetter, presidente da Insurance Europe: É necessário que os quadros regulatórios sejam adequados aos objetivos e que as regras não resultem em obstáculos ao desenvolvimento de soluções oferecidas pelos seguros.

Em todo o mundo, as sociedades e a economia registam significativo gap de proteção em áreas comuns, cuja abordagem requer uma ação conjunta envolvendo a indústria seguradora, o público e os legisladores (governos), defende Andreas Bandstetter, presidente da Insurance Europe. Em Praga, sob auspício da Czech Insurance Association e com proposta de discussão fechar lacunas de proteção existentes (Closing the Gaps-Protection for All), a comunicação de Brandstetter à 12ª Conferência Internacional da federação europeia de associações de seguros, focou:

  • Falta de financiamento dos sistemas públicos de pensões: Em todo o mundo, os governos enfrentam um enorme desafio na provisão de fundos para assegurar o rendimento dos cidadãos reformados, uma vez que a proporção de trabalhadores em relação aos reformados [rácio de dependência] está a diminuir na maioria dos países, tendência que, como se sabe, tem impacto na sustentabilidade dos sistemas de pensões baseados na repartição.

Neste cenário, Brandsteter afirmou que o desenvolvimento dos designados sistemas multi-pilar, em que as seguradoras desempenham um papel fundamental como fornecedores de planos de pensões do segundo e terceiro pilares (1º pilar corresponde ao sistema público de previdência), contribuirá para tornar os sistemas nacionais de pensões (Segurança Social) mais sustentáveis. Para que isso aconteça, “os decisores políticos devem ser claros quanto à necessidade de o público poupar mais para a reforma, e depois encorajá-los a fazê-lo através de incentivos fiscais” ou, por exemplo, planos voluntários.

  • Falta de cobertura para catástrofes naturais: Embora a situação varie significativamente consoante a geografia, os gaps de proteção contra catástrofes naturais agravam-se com eventos de escala cada vez mais chocante, podendo ser particularmente graves para as economias emergentes.

Esperando que os decisores políticos façam o seu melhor para limitar as alterações climáticas, “é vital que sejam tomadas medidas urgentes para adaptar as sociedades a um clima já em mudança.” Embora a responsabilidade seja principalmente das autoridades públicas, “as seguradoras podem também ajudar aos esforços de adaptação através da sua ampla capacidade de modelação e, sempre que possível, o público deve tomar medidas para tornar as suas casas mais resistentes a eventos de catástrofes naturais”.

  • Gap de cobertura face ao risco cibernético: Os ciberataques têm mostrado como as sociedades e economias estão expostas aos ciber criminosos. “Existe, portanto, uma clara necessidade de aumentar a resiliência cibernética,” referiu o também o Presidente e CEO da seguradora austríaca UNIQA, admitindo que se assiste a uma consciencialização crescente sobre a necessidade de proteção contra riscos cibernéticos tanto nas empresas como por parte do público.

Mas “é necessário fazer mais”, afirmou, lembrando que um número crescente de seguradoras está a disponibilizar produtos. Mas, Brandstetter também aponta a existência de barreiras, em particular, a falta de dados disponíveis para modelação e tarifação dos riscos, uma realidade que está a limitar o desenvolvimento do mercado, pelo que os decisores políticos podem ajudar a resolver esta questão permitindo às seguradoras o acesso a dados de incidentes cibernéticos num formato agregado e anónimo. Isto ajudaria as seguradoras a aumentar a sua capacidade de modelização e, por conseguinte, a proteção que podem oferecer.

Finalmente, o responsável da Insurance Europe sublinhou a necessidade de os legisladores (governos e supervisores) assegurarem que os quadros regulamentares são adequados ao objetivo e que as regras não resultem em obstáculos ao desenvolvimento de soluções de proteção oferecidas pelas seguradoras, nem para a sua capacidade de investir na economia. Além disso, as regras não devem desencorajar as seguradoras na utilização de ferramentas, como inteligência artificial e um maior volume de dados disponíveis, o que pode ajudar a reduzir ainda mais as lacunas de proteção, reforçou.

 

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