Fruta, vinho, energia e mobiliário agravam inflação em maio

Entre abril e maio, os maiores contributos para a aceleração da inflação vieram da fruta, vinho, energia e mobiliário, de acordo com o INE.

Como já deve ter reparado, comprar fruta está mais caro. Este é apenas um dos muitos exemplos de bens e serviços cujo preço ficou mais elevado nos últimos meses.

Entre abril e maio, a eletricidade, gás natural, fruta fresca, vinho e mobiliário foram os itens do cabaz de inflação vigiado pelo gabinete de estatísticas que mais contribuíram para a aceleração da taxa de inflação, atingindo o valor mais elevado desde 1993: 8%.

Segundo a desagregação feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que divulgou a segunda estimativa da inflação de maio, a eletricidade foi o item que deu o maior contributo para a aceleração dos preços entre abril e maio.

Segue-se o gás natural, a fruta fresca ou frigorificada, o vinho e o mobiliário para o lar, como se vê nesta tabela do gabinete de estatísticas.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Por outro lado, houve itens a contribuir negativamente para a taxa de inflação, ou seja, contribuíram para desacelerar a subida dos preços.

O gasóleo foi o principal, assim como a gasolina, principalmente por causa da descida do ISP equivalente a uma queda do IVA de 23% para 13% decretada pelo Governo no início de maio.

Seguem-se os produtos hortícolas frescos e frigorificados, exceto batatas e outros tubérculos, assim como os voos internacionais e as férias organizadas fora do território nacional.

Esta tabela do INE mostra como a subida dos preços está a alargar-se cada vez mais a outros bens e serviços, em vez de se focar apenas na energia e nos bens alimentares. Esta situação leva a uma subida da inflação subjacente (“core”), a qual exclui exatamente essas duas componentes.

O Índice de Preços no Consumidor subjacente (“core”) a doze meses superou os 2%, o objetivo do Banco Central Europeu (BCE). “Excluindo do IPC os produtos alimentares não transformados e energéticos, a taxa de variação média foi 2,3 (1,8% no mês anterior)”, nota o INE.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

Numa ótica homóloga, ou seja, comparando maio de 2022 com maio de 2021, os números do INE confirmam que as maiores contribuições positivas foram nas classes de bens alimentares e bebidas não alcoólicas (classe 1), dos transportes (classe 7) e da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (classe 4).

“Em maio de 2022 não se registaram contribuições negativas para a variação homóloga do IPC”, assinala o gabinete de estatísticas. Isto é, todas as 12 classes em que se divide o cabaz de inflação do INE registaram aumentos.

O Governo mantém uma previsão de 3,7% (IPC) e 4% (IHPC) para a taxa de inflação deste ano, contando com uma desaceleração dos preços no segundo semestre. Porém, a tendência das organizações internacionais tem sido de revisões em alta. Ainda na semana passada a OCDE colocou a taxa de inflação em Portugal nos 6,3% (IHPC).

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