FMI defende que Europa passe custos da energia para consumidores

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Agosto 2022

A instituição financeira apela aos governos europeus que mudem para uma política que encoraje os consumidores a poupar energia, apoiando ao mesmo tempo as famílias mais pobres face aos preços altos.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apelou esta quarta-feira aos governos europeus para que passem os custos da energia aos consumidores, de modo a encorajá-los a poupar e a mudar para uma energia mais verde e sustentável, protegendo ao mesmo tempo as famílias mais pobres.

Numa altura em que vários países da Europa se desdobram em esforços para tentar proteger as famílias e as empresas dos elevados preços da eletricidade, através de medidas como cortes nos impostos, limites aos preços ou apoios ao pagamento das faturas, a instituição defende que os governos “deveriam permitir que o aumento total dos custos dos combustíveis passasse para os utilizadores finais para encorajar a poupança de energia e a mudança dos combustíveis fósseis”.

A mensagem foi transmitida esta quarta-feira pela diretora adjunta no departamento europeu do FMI, Oya Celasun, numa publicação no blogue da instituição intitulada “Como a Europa pode proteger os pobres do aumento dos preços da energia”. A responsável aponta também como “prioridade” a aplicação de medidas para apoiar as famílias de baixos rendimentos, que são as menos capazes de lidar com o aumento dos preços da energia.

O FMI estima que uma família europeia média sentirá um aumento do custo de vida na ordem dos 7% face ao que a instituição esperava no início de 2021 – seja via o efeito direto de preços energéticos mais caros, seja através do efeito indireto da alta da energia em outros bens e serviços.

Assim, a instituição liderada por Kristalina Georgieva insta os governos a “deixar os preços de retalho subir” para evitar desperdício de energia, já que é provável que os combustíveis fósseis permaneçam caros durante algum tempo.

As medidas de apoio, criadas nos vários países, não só atrasam o ajustamento necessário ao choque energético, como também mantêm a procura global de energia e os preços mais altos do que seriam de outra forma, advertiu ainda o FMI, que estima que, em muitos países, o custo do combate ao aumento dos preços da energia excederá este ano 1,5% do PIB.

Os preços da energia no consumidor estão a aumentar a uma taxa anual de quase 40% na Zona Euro e de 57% no Reino Unido, refletindo a subida dos preços do gás e do petróleo no mercado grossista desde a invasão russa da Ucrânia, o que afeta drasticamente o rendimento disponível das famílias, sobretudo das mais pobres.

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