Allianz alerta para riscos associados ao transporte de baterias de iões de lítio

  • ECO Seguros
  • 7 Setembro 2022

Allianz aponta que o transporte de baterias de iões de lítio altamente inflamáveis, componente chave nos veículos elétricos, tem cada vez mais impacto na segurança dos transportes marítimos.

De acordo com o boletim de riscos publicado pela Allianz Global Corporate & Specialty, as baterias de iões de lítio aumentaram o risco de incêndio nos transportes marítimos e são razão principal de perdas avultadas.

O Capitão Rahul Khanna, Chefe Global da Consultoria de Risco Marinho da AGCS destacou que “as perdas na navegação podem ter diminuído mais de metade durante a última década, mas os incêndios a bordo de navios continuam a estar os maiores desafios de segurança para a indústria”.

Randall Lund, consultor de risco marítimo sénior da AGCS, declarou que a combinação de factores como o tamanho dos navios (cada vez maiores) e o transporte de cargas mais perigosas resulta em perdas “astronómicas” para as seguradoras. Os incêndios foram a causa de perdas mais avultadas em relação aos sinistros marítimos em 2021, representando 18% das perdas totais, de 9,2 mil milhões de dólares, de acordo com uma análise de 240 mil sinistros associadas a seguros marítimos ao longo dos últimos cinco anos.

As baterias de iões de lítio danificadas ou defeituosas podem sofrer reações químicas – fugas térmicas – que geram calor e podem incendiar as substâncias circundantes.

O tamanho das embarcações dos contentores e dos porta-aviões torna a deteção e o combate aos incêndios mais complicados. A AGCS lembra que a capacidade dos contentores aumentou cerca de 1.500% desde 1968 e quase duplicou durante a última década.

Segundo o relatório da Allianz, “os incêndios em veículos elétricos com baterias de iões de lítio ardem mais, são mais difíceis de apagar e podem reacender-se espontaneamente horas ou mesmo dias depois de terem sido resolvidos”.

Randall Lund disse que a AGCS emitiu, pela primeira vez, um boletim sobre os riscos colocados pelas baterias de iões de lítio em 2017. A transportadora decidiu dar seguimento ao relatório este mês devido à crescente frequência de sinistros e às perdas registadas.

Atualmente, não existe legislação em vigor para o armazenamento seguro das baterias de iões de lítio. Além disso, os testes de incêndio têm sido limitados porque a tecnologia está em contínua evolução.

O consultor acredita “que as medidas de controlo de perdas irão melhorar com o tempo e que a sensibilização para o risco de incêndios irá aumentar”. As transportadoras de automóveis estão a experimentar “cobertores de incêndio” que podem ser colocados sobre os veículos elétricos com baterias em risco de fuga térmica.

A Allianz aconselha proprietários e gestores a assegurar que o pessoal e a tripulação dos transportes recebam formação adequada e tenham acesso a equipamento de combate a incêndios apropriado. As empresas devem também procurar melhorar os sistemas de deteção precoce e desenvolver planos de controlo de riscos e de emergência.

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