Fusões e aquisições aceleram 30% em 2021 e movimentam 19,2 mil milhões

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

Setores da tecnologia e imobiliário foram os setores mais ativos, com 109 e 62 operações, de acordo com a plataforma TTR. Sonae MC protagonizou um dos negócios do ano.

O mercado de fusões e aquisições português registou 553 transações no valor de 19.200 milhões de euros em 2021, mais 31% das operações e 2% do capital mobilizado que em 2020, anunciou a plataforma Transactional Track Record (TTR).

Num comunicado divulgado esta terça-feira, a plataforma tecnológico-financeira TTR precisa que os setores da tecnologia e imobiliário foram os setores mais ativos, com 109 e 62 operações, respetivamente, e que no quarto trimestre foram registadas 142 fusões e aquisições, entre anunciadas e encerradas, no valor total de 3.200 milhões de euros.

O capital mobilizado por empresas norte-americanas em Portugal aumentou para 1.500 milhões de euros em 2021, mais 193% do que no ano anterior, adianta a TTR.

Em relação ao número de transações, Espanha foi o país que mais investiu em Portugal, com 63 operações, seguido pelos EUA, com 47 operações, e pela França, com 28 transações.

As empresas portuguesas escolheram Espanha como principal destino de investimento, com 31 transações, que foi seguida pelo Brasil, com oito operações, e pelo Reino Unido, com sete transações.

As aquisições estrangeiras no setor de tecnologia e internet aumentaram 165% em 2021 face a 2020, indica a TTR, adiantando que em relação aos fundos estrangeiros de private equity e venture capital, que investem em empresas portuguesas, houve uma diminuição de 4% no período em análise.

Até dezembro de 2021, foram contabilizadas 51 transações de private equity, no valor total de 2.300 milhões de euros, com o número de operações a subir 30% face a 2020.

Em venture capital, foram realizadas 113 operações de investimentos no valor de 1.500 milhões de euros, com o número de transações a subir 85%.

No segmento de asset acquisitions, o capital mobilizado atingiu 4.200 milhões de euros e foram registadas 115 transações, mais 30% do número de operações que em 2020.

A TTR refere ainda que a transação destacada em 2021 foi a venda, pelo Grupo Sonae, da participação de 24,99% na Sonae MC à Camoens Investments, entidade detida indiretamente por fundos geridos pela CVC Capital Partners, no valor de 528 milhões de euros.

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EDP e Endesa apresentam propostas à reconversão da Central do Pego

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

A EDP e a Endesa confirmaram que estão na corrida à reconversão da central do Pego, Abrantes, cuja produção termoelétrica a carvão encerrou oficialmente em 30 de novembro.

A EDP e a Endesa confirmaram que estão na corrida à reconversão da central do Pego, Abrantes, cuja produção termoelétrica a carvão encerrou oficialmente em 30 de novembro, sem avançar detalhes sobre os projetos submetidos a concurso público.

A EDP confirma que apresentou candidatura à reconversão da Central do Pego”, disse a elétrica, em resposta escrita à Lusa, acrescentando que, neste momento, não está a adiantar mais informação sobre o tema.

Contactada pela Lusa, também a Endesa confirmou ter apresentado um projeto ao concurso público, sem avançar mais detalhes.

O prazo do concurso público promovido pelo Governo para a atribuição do ponto de ligação à rede elétrica da Central Termoelétrica do Pego, em Abrantes, terminou na segunda-feira às 23:59, após quase quatro meses aberto para receção de candidaturas.

O fim da produção de energia a carvão da central termoelétrica da Tejo Energia estava oficialmente marcado para 30 de novembro de 2021, mas com o esgotamento dos ‘stocks’ de carvão na empresa, no dia 19 de novembro, a central já não foi reativada.

O Governo iniciou um processo de concurso público para a atribuição do ponto de ligação à rede elétrica, que abriu o prazo para receção de candidaturas em 20 de setembro.

De acordo com o calendário publicado, segue-se agora o período para que o júri do concurso solicite o suprimento de irregularidades por falta de “formalidades não essenciais, caso existam, e para os concorrentes as regularizarem.

O relatório preliminar do júri deverá ser publicado na página na internet da Direção-Geral de Energia e Geologia, (DGEG), no dia 07 de fevereiro, e o final no dia 21 do mesmo mês.

O adjudicatário do direito de reserva de capacidade de injeção na Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) deverá ser notificado pela DGEG em 23 de fevereiro, dois dias úteis após o encerramento da fase de avaliação.

No final de novembro, o presidente executivo (CEO) da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, disse que a empresa estava a avaliar concorrer à reconversão da central a carvão do Pego e que avançaria se conseguisse uma proposta competitiva.

A informação foi avançada aos jornalistas pelo líder do grupo EDP, à margem da cerimónia de inauguração do primeiro parque eólico da elétrica na Grécia.

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Dupla vacina para gripe e Covid chega até final de 2023

Dupla vacina para a gripe deverá chegar, no “melhor caso possível”, pelo outono de 2023, a tempo das infeções de inverno, mas tal não acontecerá em todos países, avisa presidente executivo da Moderna.

A Moderna pretende lançar uma vacina única de reforço para a gripe e Covid-19 até 2023, anunciou esta terça-feira o presidente executivo da farmacêutica, avançou o The Guardian (acesso gratuito, e conteúdo em inglês).

“O nosso objetivo é ter um único reforço anual para que não tenhamos problemas de conformidade em que as pessoas não queiram tomar duas ou três doses por inverno”, disse Stéphane Bancel. No “melhor caso possível” a vacina combinada estará disponível no outono de 2023, embora Bancel considere que tal “não acontecerá em todos os países”, acrescentou o presidente executivo no encontro anual do Fórum Económico Mundial, através de uma intervenção via streaming.

O anúncio da nova vacina única combinada foi feito em par com a divulgação da nova vacina contra a variante Ómicron. Bancel referiu que o desenvolvimento desta nova vacina está quase terminado, entrando em breve para testagem clínica. A farmacêutica norte-americana está a projetar para março a data em que poderá partilhar os seus dados com as entidades reguladoras.

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Cifial despede 41 trabalhadores devido a “insustentável” aumento no custo do gás

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

"Insustentável” aumento de 400% no custo do gás levou o grupo Cifial, dedicado ao fabrico de cerâmicas, torneiras, fechaduras e acessórios sanitários, a avançar com o despedimento de 40 trabalhadores.

O Grupo Cifial, dedicado ao fabrico de cerâmicas, torneiras, fechaduras e acessórios sanitários, iniciou esta semana o despedimento de 41 trabalhadores da sua unidade de Santa Comba Dão devido ao “insustentável” aumento de 400% no custo do gás.

Empregando um total de 300 pessoas nas suas três fábricas portuguesas, o grupo com sede em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, informa esta terça-feira que a reestruturação reporta apenas à Cifial – Indústria Cerâmica S.A., instalada em santa Comba Dão, no distrito de Viseu.

A medida é “consequência do exponencial aumento dos custos do gás natural”, e, segundo a administração, reflete uma situação “transversal a todo o setor”.

O diretor-geral da Cifial, Luís Rodrigues, admite que a reestruturação já vinha sendo equacionada há alguns anos. “Foi sucessivamente adiada pela administração, mas, apesar de todos os esforços, não se torna possível manter a atividade na indústria cerâmica nos moldes atuais”, disse.

Para o responsável, “o descontrolado aumento dos custos da energia – designadamente do gás natural, a rondar os 400% – torna a atividade insustentável”, tendo em conta que a matéria-prima em causa representa “entre 30% a 40% dos custos de produção”.

Ainda assim, “a Cifial – Indústria Cerâmica S.A. manter-se-á viva e em atividade no polo de Santa Comba Dão”, sendo que a administração do grupo se compromete a salvaguardar “todos os direitos que assistem aos colaboradores abrangidos pelo processo de restruturação”.

O mesmo se aplica a entidades externas, embora o prazo possa não ser imediato: “Com clientes, fornecedores e demais parceiros, a Cifial honrará todos os seus compromissos, sem prejuízo de um necessário tempo de adaptação à nova realidade”, acrescentou.

Na perspetiva de Luís Rodrigues, a reestruturação em que se enquadra o presente despedimento permitirá “robustecer o grupo, dotando-o da capacidade necessária para retomar a liderança do mercado português e solidificar a sua posição de marca nacional de referência”.

Com 117 anos de atividade, a Cifial reparte a atividade das suas três unidades em Portugal e de uma sucursal no Reino Unido pela produção cerâmica e metalomecânica.

Em 2019, passou a integrar o grupo multinacional que, sendo líder no mercado de equipamento para construção, é encabeçado pela Kinlong Hardware Products. Esse grupo integra atualmente cerca de 13 mil colaboradores, cujos postos de trabalho se distribuem por mais de 100 países e ocupam uma área industrial na ordem dos 600 mil metros quadrados.

O despedimento coletivo agora anunciado pela Cifial sucede-se ao que em outubro de 2021 afetou 13 funcionários de um dos seus polos industriais de Rio Meão, na Feira.

Do plano de requalificação atual faz parte “o fortalecimento do setor de fabrico de torneiras, válvulas e acessórios, por via da concentração das unidades industriais de Santa Maria da Feira, que hoje reúnem uma área superior a 100.000 metros quadrados”.

A administração realça, contudo, que “a situação ímpar” que o grupo vem vivendo em resultado da pandemia não tem impedido o investimento em novos produtos. Nesse contexto, vem apostando em “novas coleções de produtos, nomeadamente introduzindo melhorias nas suas conhecidas linhas sanitárias, com o objetivo de dar resposta às atuais e mais exigentes necessidades e tendências do mercado”.

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Das tardes livres à revisão salarial semestral. O que mudou com a nova CEO do Portal da Queixa

Três meses depois de assumir o cargo de CEO, Sónia Lage Lourenço já começou a estabelecer novas medidas. Deu as tardes de sexta-feira, a possibilidade de trabalho 100% remoto e quer rever salários.

Bastaram três meses e as mudanças que Sónia Lage Lourenço colocou em marcha no Portal da Queixa são já notórias. Tardes de sexta-feira livres, a possibilidade de trabalho 100% remoto e revisões salariais a cada seis meses são algumas medidas que a, desde outubro, CEO do Portal da Queixa implementou na empresa beneficiando quase duas dezenas de trabalhadores. O objetivo é oferecer maior “liberdade de ação” aos colaboradores e, com isso, influenciar positivamente o negócio.

“Enquanto gestores, temos de saber olhar para os colaboradores como uma extensão de nós próprios. Por conseguinte, é fundamental equilibrar entre aquilo que é possível fazer e o que gostaríamos que fizessem por nós, enquanto colaboradores de uma empresa”, começa por afirmar Sónia Lage Lourenço, à Pessoas.

Já os resultados deste tipo de medidas têm sido positivos, nomeadamente ao nível da produtividade. “O feedback tem sido extraordinário. Esta liberdade de ação trouxe um maior comprometimento e temos sentido uma evolução muito substancial da produtividade no final de cada período de trabalho.”

Esta liberdade de ação trouxe um maior comprometimento e temos sentido uma evolução muito substancial da produtividade no final de cada período de trabalho.

Sónia Lage Lourenço

CEO do Portal da Queixa

“A vontade de cumprir com os objetivos depende muito da motivação que conseguimos incutir nos colaboradores, e esta nem sempre é a consequência do valor monetário que cada um de nós leva para casa todos os meses. É necessária uma estabilidade psicológica, quase que maternal, que transmita segurança, estabilidade e confiança todos os dias, mesmo nos mais difíceis”, explica.

Trabalho remoto

Oferecer flexibilidade de horário e de modelo de trabalho é precisamente uma das formas de potenciar esse equilíbrio entre vida pessoal e profissional, capaz de fidelizar colaboradores e mantê-los motivados e produtivos. Com um modelo de trabalho remoto a 100% desde março de 2020, momento em que a pandemia da Covid-19 surgiu nas nossas vidas, quando o teletrabalho passou apenas a ser recomendado e não obrigatório, o Portal da Queixa decidiu continuar a permitir que as suas equipas trabalhassem a partir de casa.

“Claro que nesse momento colocámos as nossas instalações à disposição de todos os colaboradores, contudo, aproveitámos o momentum para mudar a dinâmica de trabalho a que estávamos habituados, criando novas formas de comunicar internamente”, detalha. Aproveitando essa flexibilidade, e olhando para a pool de talento sem barreiras geográficas, a empresa começou também a contratar fora da área geográfica do grande Porto, e até fora de Portugal. Neste momento conta com 18 pessoas a colaborar diretamente em território nacional e no estrangeiro.

Apesar de ter sido uma decisão impulsionado pela pandemia, a rede social de consumidores de Portugal já não tenciona revertê-la. “Depois do choque inicial da pandemia, percebemos que tudo pode mudar radicalmente de um dia para o outro. Por isso, iremos continuar com modelo híbrido, no qual as equipas podem escolher trabalhar remotamente e/ou no escritório.”

Revisão salarial a cada seis meses

Já para fomentar o desenvolvimento e progressão da carreiras das suas pessoas, o líder do Portal da Queixa decidiu implementar uma revisão salarial semestral, ou seja, a cada seis meses, os colaboradores veem avaliados os seus resultados individuais, bem como o seu contributo em equipa.

“O objetivo desta medida é não permitir a estagnação de nenhum elemento na equipa, por isso, se o colaborador estiver enquadrado com o nosso propósito, iremos a cada seis meses rever as suas condições, no sentido que a sua evolução seja o reflexo da nossa”, explica.

Tardes de sexta-feira livres

Outras das mudanças implementadas por Sónia Lage Lourenço, e muito bem recebida por todas as equipas, foram as tardes livres à sexta-feira. Estas horas extra permitem que os colaboradores tenham mais tempo livre por semana e que o aproveitem “para estarem com a família” e para se “divertirem em momentos de lazer”. A CEO do Portal da Queixa acredita que estas tardes livres podem melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas.

“Está na génese do Portal da Queixa by Consumers Trust o reconhecimento de quem trabalha connosco. Temos plena consciência que só conseguiremos alcançar os nossos objetivos com uma equipa forte e unida. Isso, certamente só é possível se os nossos colaboradores estiverem satisfeitos, tanto a nível profissional como pessoal. Por isso, temos sempre uma grande preocupação em implementar medidas que melhorem a qualidade de vida dos nossos colaboradores.”

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Nem todos os pobres são desempregados. Trabalhar não garante estar livre da pobreza

Em alguns casos, trabalhar não é suficiente para fugir à pobreza. Em Portugal, pelo menos uma em cada dez pessoas empregadas são pobres.

Ter um emprego não é suficiente para afastar uma pessoa da situação de pobreza. Em 2020, mais de uma em cada dez pessoas (11,2%) empregadas em Portugal eram pobres, uma subida em relação aos 9,6% registados no ano anterior. A crise sanitária também aumentou em 2,2 pontos percentuais (p.p.) a taxa de risco de pobreza, que passou para 18,4% em 2020, atingindo particularmente as mulheres, pessoas acima dos 65 anos e famílias monoparentais, revela o relatório anual “Portugal, Balanço Social 2021. Um retrato do país e de um ano de pandemia”, elaborado pela Nova SBE Economics for Policy, divulgado esta terça-feira. Em 2020 havia mais 228 mil pessoas em situação de pobreza.

“O risco de pobreza não atinge da mesma forma todos os grupos da população. Os desempregados são os mais afetados. Entre 2020, a taxa de risco de pobreza dos desempregados atingiu 46,5%, uma subida de 5,8 pontos percentuais face a 2019“, começa por dizer Mariana Esteves, uma das investigadoras envolvidas neste projeto, juntamente com Bruno P. Carvalho e Susana Peralta, à Pessoas.

Mas trabalhar também não garante estar livre da pobreza”, alerta. Em 2020, 11,2% dos trabalhadores portugueses eram pobres, o que representa um aumento de 1,6 pontos percentuais quando comparado com a taxa de pobreza verificada em 2019.

Mariana Esteves aponta a “precariedade laboral” e os “salários baixos” que não conseguem suportar “custos de vida elevados” como explicação para esta situação. Como se não bastasse, a pandemia embateu diretamente contra este desafio social, agigantando-o e tornando-a ainda mais evidente, nomeadamente para determinados grupos sociais.

De acordo com os dados do “ICOR 2021”, a taxa de pobreza aumentou em 2020 para 18,4%, 2,2 pontos percentuais acima do valor apurado em 2019, interrompendo a tendência de descida que se observava desde 2015. “Isto significa mais 228 mil pessoas em situação de pobreza, face a 2019″, refere a investigadora.

A investigadora Susana Peralta, na apresentação do relatório anual, salienta que as políticas públicas desenhadas pelo Governo durante o início da pandemia “não foram suficientes” para evitar este aumento de pessoas em situação de pobreza.

“É muita gente que vai parar à pobreza. Obviamente que os apoios sociais não foram capazes de neutralizar o suficiente os efeitos da crise”, refere. E reforça a desigualdade existente no país: “Temos políticas sociais que deixam franjas da população desprotegidas. A nossa manta social está um bocado esburacada.”

Os mais em risco de pobreza

O crescimento da taxa de risco de pobreza foi mais intenso entre as mulheres (com um crescimento de 2,5 pontos percentuais de 2019 para 2020) e também entre as pessoas com mais de 65 anos (2,6 pontos percentuais de aumento).

Quando nasce uma criança, o mesmo rendimento familiar passa a financiar as necessidades de mais uma pessoa. Portanto, é possível que uma família que não seja pobre antes de nascer uma criança passe a sê-lo após o nascimento da filha ou filho.

Mariana Esteves

Investigadora da Nova SBE Economics for Policy

A taxa de risco de pobreza subiu também para todos os tipos de famílias, sobretudo para as que têm crianças, que sofreram um aumento de 2,7 pontos percentuais. “No caso de famílias com crianças, a situação agrava-se. Há duas razões que explicam isto. A primeira é que, quando nasce uma criança, o mesmo rendimento familiar passa a financiar as necessidades de mais uma pessoa. Portanto, é possível que uma família que não seja pobre antes de nascer uma criança passe a sê-lo após o nascimento da filha ou filho“, começa por explicar.

A segunda razão que aponta tem a ver com a participação no mercado de trabalho, “que pode ficar dificultada pela presença de menores nas famílias”. “Facilmente se percebe que quando se trata de famílias numerosas ou monoparentais esta realidade é ainda mais evidente”, salienta. As famílias monoparentais foram, de facto, as mais sacrificadas, com um aumento da taxa de risco de pobreza na ordem dos 4,7 p.p.

Em termos regionais, a taxa de pobreza cresceu sobretudo na região do Algarve (um aumento de 3,9 pontos percentuais face a 2019). Também os indicadores de desigualdade pioraram entre 2019 e 2020, com especial destaque para a região centro do país, que foi aquela que viu a desigualdade acentuar-se mais significativamente.

“Os mais vulneráveis, com menos rendimentos, com menor nível de escolaridade ou em situações laborais mais precárias foram os mais afetados pela pandemia. As inscrições nos centros de emprego do IEFP aumentaram, sobretudo na região do Algarve, caracterizada por uma grande atividade turística. Perderam-se 260 mil contratos de trabalhadores com escolaridade até ao ensino secundário só em maio de 2020 (pico desde o início da pandemia) e os jovens adultos (entre 25 e 34 anos) registaram-se nos centros de emprego três vezes mais em agosto de 2021 do que em agosto 2019”, comenta a investigadora.

Os mais vulneráveis, com menos rendimentos, com menor nível de escolaridade ou em situações laborais mais precárias foram os mais afetados pela pandemia. As inscrições nos centros de emprego do IEFP aumentaram, sobretudo na região do Algarve, caracterizada por uma grande atividade turística.

Mariana Esteves

Investigadora da Nova SBE Economics for Policy

a média de horas semanais trabalhadas diminuiu, principalmente para trabalhadores com salários baixos, jovens e famílias com crianças (mais uma vez, especialmente famílias monoparentais). “Todos estes fatores agravaram a situação já de si vulnerável destas pessoas”, acrescenta Mariana Esteves.

Estado social do país

Já no que toca à taxa de privação material, a evolução foi positiva. Em 2020, 13,5% das pessoas encontravam-se em situação de privação material e 4,6% em situação material severa, menos 1,6 e 1 pontos percentuais face a 2019, respetivamente.

“A situação de privação deve-se sobretudo à dificuldade em usufruir de pelo menos uma semana de férias fora de casa (38%), à dificuldade em fazer face a despesas inesperadas (30,7%), ou a não conseguir manter a casa adequadamente aquecida (17,4%)”, lê-se no relatório desenvolvido no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE.

No entanto, as famílias pobres têm piores condições habitacionais, uma saúde pior e mais dificuldade em aceder a cuidados médicos. Em 2020, 14,3% das famílias pobres viviam em alojamentos sobrelotados, face a 9% da população total. Além disso, 22,9% das famílias pobres classificam o seu estado de saúde como “mau” ou “muito mau”. E 18,9% indica ainda que, pelo menos numa ocasião, não conseguiu aceder a uma consulta ou tratamento de medicina dentária.

No caso das pessoas com mais de 65 anos, mais de 17% estava em situação de privação material: 26% vivia em casas com telhado, paredes, janelas e/ou chão permeáveis a água ou apodrecidos e 24% em casas sem aquecimento adequado. Entre as pessoas pobres, mais de 43% não consegue manter a casa aquecida, o que evidencia a situação de pobreza energética vivida no país.

 

(Notícia atualizada às 13h03 com declarações da investigadora Susana Peralta durante a apresentação do relatório anual)

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João Ferreira afasta-se da campanha do PCP após testar positivo à Covid-19

  • Joana Abrantes Gomes
  • 18 Janeiro 2022

O dirigente comunista João Ferreira testou esta manhã positivo à Covid-19 e fica afastado da campanha eleitoral da CDU. João Oliveira será o substituto nas ações desta semana.

João Ferreira testou esta terça-feira positivo à Covid-19 e vai ficar afastado da campanha da CDU, sendo substituído por João Oliveira nas ações desta semana, confirmou ao ECO fonte oficial do PCP.

Já esta manhã, João Ferreira foi substituído por Bernardino Soares numa iniciativa da CDU em Loures, para realizar teste PCR à Covid-19 após ter passado a noite com problemas gástricos, segundo a mesma fonte.

A par com João Oliveira, João Ferreira tem substituído Jerónimo de Sousa nas ações da campanha comunista desde a última quarta-feira, face à operação de urgência a uma estenose na carótida interna esquerda da qual o secretário-geral do PCP está a recuperar, pelo menos até ao fim de semana.

A agenda nacional da CDU previa que João Ferreira se encontrasse pelas 11h com um empresário da restauração, num estabelecimento de São João da Talha, no concelho de Loures. Foi substituído esta manhã por Bernardino Soares, ex-presidente da Câmara Municipal de Loures e antigo líder parlamentar do PCP, que já iria estar presente na ação, sendo mandatário da CDU por Lisboa. Mas durante as ações desta semana e até à recuperação de Jerónimo de Sousa, será João Oliveira a liderar as hostes.

(Notícia atualizada às 12h28 com a informação de João Ferreira infetado com Covid-19)

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Pipedrive reforça liderança com contratação de CMO e COO

Heidrun Luyt junta-se à equipa enquanto chief marketing officer e Peter Harris será o novo chief operating officer.

A Pipedrive anunciou a contratação de dois executivos de topo que vão ajudar a tecnológica a impulsionar a rentabilidade da empresa e garantindo o seu crescimento enquanto plataforma inteligente de receitas para as PME. Heidrun Luyt junta-se à equipa enquanto chief marketing officer (CMO) e Peter Harris será o novo chief operating officer (COO).

“A Pipedrive tem uma oferta de produtos inigualável e a sua visão vai ao encontro das minhas próprias motivações de crescimento e criação de valor. Ao juntar-me à Pipedrive, é evidente a experiência e habilidade que todos trazem para a mesa. Estou ansiosa por libertar o poder do marketing enquanto uma alavanca adicional para criar sucesso para os nossos clientes”, afirma Heidrun Luyt, a nova CMO, citada em comunicado.

Heidrun Luyt, CMO da Pipedrive.

Antes de juntar-se à empresa estónia, a profissional esteve sete anos no IG Group, uma organização global FTSE250 fintech, onde transformou o marketing num ativo empresarial altamente eficaz e estratégico, impulsionando o crescimento da companhia.

A executiva foi igualmente responsável por programas de transformação nos setores do retalho, bens de consumo, saúde e lazer, incluindo a digitalização do marketing no operador de saúde e fitness David Lloyd Leisure, e o desenvolvimento da estratégia de comércio eletrónico para o fabricante e retalhista de panelas Le Creuset.

Juntando-se ao escritório de Londres da Pipedrive, Peter Harris trabalhou durante mais de uma década com pequenas e médias empresas para as ajudar a crescer. Durante os últimos quatro anos, foi responsável pela construção e crescimento da função de desenvolvimento comercial global e parcerias globais da Intuit Quickbooks. Passou 13 anos na Deloitte em strategy consulting e, mais recentemente, foi COO da Propel.

“É um momento emocionante para me juntar à equipa, uma vez que a Pipedrive acaba de anunciar a sua nova visão global de se tornar uma plataforma de CRM e de gestão inteligente de receitas para as PME. Usando a minha experiência anterior, estou empenhado em ajudar a empresa a escalar e a alcançar a sua próxima fase de crescimento”, diz Peter Harris, agora responsável por desenvolver e executar a estratégia global da Pipedrive.

Peter Harris, COO da Pipedrive.

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Preços na produção industrial disparam 20% em dezembro com energia e materiais mais caros

Os preços na produção industrial subiram quase 20% em dezembro, em termos homólogos, à boleia da energia e do preços das matérias-primas. Preços da produção industrial subiram 8,8% no conjunto do ano.

Os preços na produção industrial aumentaram 19,9% em dezembro, em termos homólogos, refletindo principalmente o aumento dos preços das matérias-primas e da energia, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Face ao mês anterior, a variação foi de 1,1%.

No quatro trimestre do ano passado, o índice total apresentou uma variação homóloga de 18,2%, contra 11,5% no trimestre anterior). Excluindo a componente da energia, o índice aumentou 9,7%, contra 7,1% no trimestre anterior. A variação mensal do índice agregado foi de 1,1%, contra 0,1% no mesmo mês de 2020.

Para o conjunto do ano 2021, a variação média do índice fixou-se em 8,8% (-4,2% no ano de 2020), tendo os índices para o mercado interno e externo registado variações de 10,9% e 5,1% respetivamente (-3,4% e -5,4% no ano anterior, pela mesma ordem). Excluindo do índice total o agrupamento de Energia, a variação média foi 5,5% (-1,1% em 2020).

Fonte: Índices de Preços na Produção Industrial (INE)INE

O índice das Indústrias Transformadoras apresentou uma variação homóloga de 13,9%, contra 14,4% no mês precedente, resultando num contributo de 12,5 pontos percentuais para a variação do índice total. Já a secção da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio registou uma forte aceleração, aumentando 91,2%, contra 69,7% no mês precedente e um contributo de 7,1 p.p.

Excluindo esta secção, a variação dos preços na produção industrial abrandou para 13,9%, contra 14,3% no mês anterior.

Os preços na produção industrial têm vindo a disparar desde março de 2021.

(Notícia atualizada às 11h35 com mais informação)

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OCDE prevê que robôs vão ajudar professores nas escolas até 2040

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

Relatório da organização avança como poderá ser a educação em 2040 e vê escolas com professores apoiados por robôs ou mesmo a extinção destes profissionais.

A OCDE traçou cenários para o futuro da educação que vão desde escolas com professores apoiados por robôs até ao desaparecimento dos profissionais de ensino, num mundo altamente tecnológico com parques infantis inteligentes para cuidar das crianças.

O relatório “De volta ao futuro da Educação – quatro cenários da OCDE” fornece pistas de como poderá ser a educação até 2040, mostrando que não existe “um único caminho para o futuro, mas muitos”, segundo o diretor na área da educação da OCDE, Andreas Schleicher.

O relatório apresenta então quatro cenários possíveis: Prolongamento da escola (“Schooling extended”), Educação subcontratada (“Education Outsourced”), Escolas como espaços de aprendizagem (“Learning hubs”) e Aprender à medida que se avança (“Learn as you go”).

Os investigadores que imaginaram um cenário de “prolongamento da escola” acreditam que as escolas irão continuar a funcionar no modelo de sala de aula com um adulto presente, mas com horários mais flexíveis, métodos de ensino variados e fronteiras entre disciplinas esbatidas.

As escolas passam a ter um corpo docente reduzido, mas distinto e bem treinado, que continua encarregue de conceber conteúdos e atividades de aprendizagem, que podem ser depois implementados e monitorizados por robôs educativos, juntamente com outros funcionários”, lê-se no relatório.

Já não será “preciso parar e testar”, predizem os investigadores, acrescentando que os alunos terão mais hipóteses de escolher os conteúdos da sua aprendizagem, mas os tradicionais certificados de habilitações vão continuar a ser o principal passaporte para o sucesso económico e social.

Um outro cenário – intitulado “Educação subcontratada” – prevê o gradual desaparecimento dos sistemas escolares tal como se conhecem atualmente: “Desmoronam-se à medida que a sociedade se torna mais diretamente empenhada na educação dos seus cidadãos”, refere o relatório.

A aprendizagem dá-se então através de formas mais diversificadas, podendo haver uma mistura de ensino doméstico, tutoria, aprendizagem ‘online’, mas também o ensino e aprendizagem baseados na comunidade.

Haverá um maior envolvimento dos pais, que podem recorrer a serviços de cuidados públicos ou participar em redes comunitárias auto-organizadas.

Em alguns países, a oferta pública passa a ser uma “solução corretiva”, proporcionando aos pais um serviço gratuito ou de baixo custo de creches e oferecendo às crianças acesso a oportunidades e atividades de aprendizagem para estruturarem o seu dia.

Também este cenário prevê que os alunos tenham uma maior flexibilidade para avançarem ao seu ritmo, podendo combinar a aprendizagem formal com outras atividades.

Apesar das mudanças, “os aspetos culturais da organização de ensino tradicional podem muito bem sobreviver neste cenário, como o professor e o papel dos alunos”, concluem os investigadores.

Uma outra equipa imaginou um outro cenário, em que as “escolas são espaços de aprendizagem”, mantendo a maioria das funções tal como as conhecemos atualmente, mas onde a diversidade e a experimentação se tornam norma.

Hábitos enraizados como dar notas aos alunos desaparece e aprender passa a ser uma atividade de todo o dia orientada por profissionais da educação, mas nem sempre dentro dos limites das salas de aula e das escolas.

As escolas estão abertas à participação de profissionais não docentes no ensino: Atores locais ou parentes são bem-vindos à escola, assim como parcerias com instituições, como museus ou bibliotecas.

No entanto, “os professores atuam como engenheiros de atividades de aprendizagem em constante evolução, e a confiança no profissionalismo dos professores é elevada”, refere o relatório, sublinhando que “os professores com forte conhecimento pedagógico e ligações próximas a múltiplas redes são cruciais”.

Por outro lado, no quarto cenário – “Aprender à medida que se avança” (“Learn as you go”) – “o profissional de ensino desaparece”.

Este cenário baseia-se no rápido avanço da inteligência artificial (IA), da realidade virtual e da internet, que os investigadores acreditam que irá mudar completamente a nossa perceção de educação e aprendizagem, permitindo que a educação possa acontecer em todos os lugares e a qualquer hora.

As oportunidades de aprendizagem são gratuitas e levam ao “declínio das estruturas curriculares e ao desmantelamento do sistema escolar”.

Este cenário desenha um mundo onde todas as fontes de aprendizagem são “legitimas”, onde há oportunidades de aprender em todo o lado e os indivíduos são consumidores profissionais da sua própria aprendizagem.

Apesar de desaparecerem os “profissionais de ensino”, há aulas, palestras e várias formas de tutoria que podem ser assistidas ‘offline’ como ‘on-line’, sendo algumas articuladas por humanos, outras criadas pela máquina.

Com o desaparecimento das escolas físicas, os Governo teriam de garantir o acolhimento de algumas crianças: “Com base em sistemas de vigilância, infraestruturas interativas conectadas digitalmente, como parques infantis inteligentes, podem agora cuidar das crianças, propondo-as com atividades de aprendizagem e fomentando comportamentos para a satisfação de determinados objetivos” como por exemplo, estilos de vida saudáveis, refere o relatório.

O relatório da OCDE apresenta uma visão geral das principais tendências, lembrando que a educação é cada vez mais universal mas “a desigualdade – entre países e entre indivíduos – está a aumentar, e o fosso entre ricos e pobres está no seu nível mais elevado em 30 anos”.

Os investigadores reconhecem que tentar prever o futuro tem um “benefício limitado”, mas entendem ser “muito valioso” para identificar diferentes cenários plausíveis, explorar impactos e identificar potenciais implicações para as políticas.

Indivíduos altamente educados mostram maior envolvimento com o processo democrático, são mais propensos a relatar que têm uma palavra a dizer em governo, para se voluntariar e para confiar nos outros. Também são mais propensos a ter melhor saúde física e mental, uma vez que níveis mais elevados de educação estão associados a um comportamento reduzido de risco e estilos de vida mais saudáveis”, recorda o relatório da OCDE.

Nota do editor: Cerca de três horas depois de divulgar este artigo, a agência Lusa, autora do mesmo, “anulou” a notícia “por ter sido baseada num relatório anterior da OCDE”. O ECO já tinha publicado esta peça e decidiu mantê-la por não estar em causa a veracidade da informação, mas somente a temporalidade do relatório que é citado. O artigo foi expurgado das referências temporais e atualizado.

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Movimento nos aeroportos nacionais 20% abaixo dos níveis pré-pandemia

Aeroportos nacionais receberam cerca de três milhões de passageiros em novembro, número 20% abaixo dos níveis pré-Covid. Ainda assim, há uma melhoria quando comparado com outubro.

Os aeroportos nacionais receberam cerca de três milhões de viajantes em novembro, o equivalente a uma subida de 180,6% face ao mesmo mês do ano passado, marcado pelas restrições da pandemia. Os dados publicados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o setor do transporte aéreo continua cerca de 20% abaixo dos níveis pré-Covid, o que representa uma melhoria quando comparado com outubro.

Em novembro, aterraram nos aeroportos nacionais 13,4 mil aeronaves em voos comerciais, que transportaram cerca de três milhões de pessoas. No que diz respeito ao movimento de carga e correio, foram transportadas 192 mil toneladas, mais 35,2% do que em novembro do ano passado.

Aeronaves aterradas e passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais até dezembro.

Entre janeiro e novembro de 2021, comparando com o mesmo período de 2020, foram movimentados 22,9 milhões de passageiros, o equivalente a uma subida de 31,8%. O aeroporto de Lisboa movimentou 46,5% do total de passageiros (10,7 milhões) e registou um aumento de 22,1%. Seguiu-se o aeroporto do Porto com 5,2 milhões de passageiros e Faro com cerca de três milhões.

Considerando o volume de passageiros desembarcados e embarcados em voos internacionais entre janeiro e novembro de 2021, França continuou a ser o principal país de origem e de destino dos voos (cerca de 1,68 milhões de passageiros), seguida do Reino Unido e da Alemanha. O INE destaca que, desde janeiro, a Suíça registou o maior crescimento no número de passageiros embarcados e desembarcados (+34,7% e +31,6%, respetivamente).

(Notícia atualizada às 11h45 com mais informação)

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Sonae transforma Campus da Maia em laboratório de inovação sustentável

O projeto orçamentado em 25 milhões envolve 47 parceiros de 15 países e pretende fomentar espaços sustentáveis de referência para o futuro. Em Portugal, o consórcio integra a Sonae.

O Sonae Campus, localizado na Maia, vai transformar-se num laboratório de inovação na área da sustentabilidade e da eficiência de edifícios e comunidades. O projeto arranca já este mês e terá a duração de cinco anos.

Intitulado de Probono, foi já aprovado pela União Europeia e prevê um investimento superior a 25 milhões de euros de 47 parceiros em 15 países. Em Portugal, esse consórcio integra a Sonae e as participadas Sonae MC, Elergone e Sonae FS, bem como a Capwatt, empresa da Sonae Capital.

O projeto Probono tem como missão fornecer soluções validadas para o design, construção e operação, tanto de edifícios novos como de adaptados, com emissões reduzidas e energia positiva, contribuindo para comunidades mais sustentáveis.

Para Miguel Gil Mata, CEO da Sonae Capital, “a participação ativa no living lab do Sonae Campus vem reforçar ainda mais o compromisso da Sonae Capital com a sustentabilidade”. “O projeto Probono, no qual participamos através da Capwatt, está alinhado com o seu propósito de implementar soluções integradas de energia, eficientes e sustentáveis, para promover e facilitar a transição energética e a descarbonização das empresas e dos países”, acrescentou, citado em comunicado.

No Sonae Campus, como resultado da colaboração entre as empresas do grupo ao abrigo do projeto Probono, serão investidos cerca de 1,37 milhões de euros, para teste de novas soluções em áreas como a biodiversidade, energia e sustentabilidade.

As soluções serão testadas através dos laboratórios vivos estabelecidos em seis países europeus: Sonae Campus, na Maia (Portugal); e Madrid (Espanha), Dublin (Irlanda), Bruxelas (Bélgica), Aarhus (Dinamarca) e Praga (República Checa).

O projeto Probono, no qual participamos através da Capwatt, está alinhado com o seu propósito de implementar soluções integradas de energia, eficientes e sustentáveis, para promover e facilitar a transição energética e a descarbonização das empresas e dos países.

Miguel Gil Mata

CEO da Sonae Capital

“O projeto Probono enquadra-se neste nosso esforço de tornar o grupo cada vez mais sustentável. (…) Através do estímulo à inovação e à experimentação, bem como através do desenvolvimento de novo conhecimento na área da sustentabilidade, abriremos caminhos para que toda comunidade possa conhecer e adotar práticas e soluções mais amigas do planeta”, realça João Günther Amaral, membro da comissão executiva da Sonae.

O projeto prevê a testagem das mais recentes tecnologias de energia verde e utilização da sede da Sonae para experimentações por terceiros na área da energia e biodiversidade, estando também previsto o teste de ferramentas de gestão e controlo para redução de emissões.

De acordo com o grupo, o Sonae Campus integra edifícios que “são uma referência em termos de ecoeficiência”, como o caso do Sonae Maia Business Center e do Sonae Tech Hub, que está entre os 100 edifícios no mundo com a maior pontuação pelo United States Green Building Council no âmbito da certificação Leadership in Energy and Environmental Design.

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