Manuel Alegre critica António Costa por colocar PS na “dependência do PAN”

Histórico socialista assina opinião no Público onde critica António Costa por colocar o PS "na eventual dependência do PAN". "Quem vota PS não o faz para que 2 ou 3 deputados acabem com a pecuária."

Manuel Alegre, militante socialista.OCTÁVIO PASSOS/LUSA

O histórico socialista Manuel Alegre assina um artigo de opinião no Público desta terça-feira onde critica o secretário-geral do PS e primeiro-ministro incumbente, António Costa, por se colocar “na eventual dependência do PAN”.

“Apoio a posição do PS no sentido da obtenção de uma maioria que liberte o Governo de novos constrangimentos e dependências. E (…) não compreendo como é possível o PS colocar-se na eventual dependência do PAN, partido que subverte o primado da pessoa humana e os fundamentos humanistas da nossa sociedade”, escreve Manuel Alegre.

Titulando o artigo de “Voto PS, não voto PAN”, o militante do PS continua, referindo: “Se tal acontecesse, votar PS seria como votar contra mim mesmo, contra o que gosto de fazer, como caçar e pescar. (…) Não é só para mim como para muitos milhares de pessoas que se reconhecem no PS.”

Não compreendo como é possível o PS colocar-se na eventual dependência do PAN.

Manuel Alegre

Manuel Alegre indica também que, quando António Costa “declarou que o seu Governo acabaria no dia em que tivesse de negociar um orçamento com o PSD”, o PS “passou a estar dependente da posição de cada um dos seus parceiros de esquerda”. “Foi aí que começou a crise que levou à absurda posição de dois partidos de esquerda juntarem os seus votos à direita para chumbarem um Orçamento progressista”, diz.

“Acresce que a hipótese de dois ou três deputados poderem impor por decreto um programa baseado em cortes e proibições, não por força própria, mas com os votos dos partidos, PS ou PSD, a que o PAN se oferece para viabilizar governos, constitui algo que põe em causa a verdade da representação democrática”, defende Alegre.

O socialista conclui, afirmando que “quem vota no PS não o faz para que dois ou três deputados acabem com a pecuária, a caça e a pesca desportiva e outros seculares costumes e tradições do povo português”. “A esquerda tinha uma maioria. Não soube cuidar dela”, finaliza.

No debate entre António Costa e o líder da oposição, Rui Rio (PSD) — tidos como os dois candidatos a primeiro-ministro nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro –, o dirigente socialista admitiu a possibilidade de uma “maioria entre o PS e o PAN”, dependente da “representação” que este último vier a conseguir. Mas Costa, o que quer, é a “maioria absoluta”, disse esta segunda-feira no debate com todos, e também já admitiu a hipótese de governar “à Gueterres”, negociando os diplomas numa lógica de caso a caso.

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Um quinto das vagas para estágios na Função Pública ficou por preencher em 2021

  • ECO
  • 18 Janeiro 2022

500 vagas que foram abertas com o programa EstágiAP XXI receberam 440 candidaturas, mas apenas 260 quiseram celebrar um acordo de estágio. Há 110 lugares por preencher que transitam para nova edição.

Um quinto das 500 vagas para estágios que foram abertas no ano passado através do programa EstágiAP XXI ficaram por preencher. De acordo com o Público (acesso condicionado), que cita dados do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, as vagas que ficaram livres vão somar-se às 1.100 previstas para a nova edição do programa, destinada a jovens licenciados até aos 30 anos.

Ficaram, assim, por preencher, 110 oportunidades para estagiar nos serviços do Estado, aproximadamente um quinto do total. A primeira edição contou com 440 candidatos, que acabaram colocados, mas apenas 260 celebraram um contrato de estágio, “não tendo o mesmo acontecido com os restantes candidatos que obtiveram colocação, devido a perda de interesse por parte destes”, adianta fonte oficial daquele Ministério. Os 240 lugares por preencher foram novamente disponibilizados e “obtiveram colocação cerca de 130 candidatos”.

No ano passado, 25% das 500 vagas disponíveis destinavam-se a organismos dos Ministérios da Saúde e da Administração Interna, seguindo-se o Ambiente, Economia, Cultura, Coesão, Agricultura e Educação. Os ministérios com menos vagas foram os do Planeamento, Infraestruturas e Defesa.

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Horta Osório, Djokovic, David Frost. Quem já “caiu” por causa da Covid-19?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 18 Janeiro 2022

António Horta Osório e Novak Djokovic são os exemplos mais recentes de personalidades que "caíram" por incumprimento das regras da Covid-19. Que outros casos existem desde o início da pandemia?

O incumprimento de restrições, a discórdia sobre qual a melhor estratégia a seguir ou a não vacinação contra a Covid-19 têm levado a que várias personalidades, nacionais e internacionais, com responsabilidades políticas e financeiras, do mundo do desporto e até mesmo do universo dos profissionais de saúde, se demitam, sejam exonerados de cargos ou impedidos de participar em competições desportivas. António Horta Osório e Novak Djokovic são os exemplos mais recentes. Desde o início da pandemia, quem é que já “caiu” por causa da Covid-19?

António Horta Osório é o mais recente desses casos. O gestor português era o presidente não-executivo (chairman) do Credit Suisse desde abril de 2021, mas demitiu-se esta segunda-feira do cargo, na sequência de uma investigação solicitada pela administração da instituição financeira ao facto de Horta Osório ter violado as restrições relativas à pandemia de Covid-19.

O primeiro incumprimento terá ocorrido em julho do ano passado, quando o gestor desrespeitou o período de isolamento de dez dias à chegada a Londres para assistir à final do torneio de ténis de Wimbledon. Meses mais tarde, Horta Osório terá quebrado as regras de isolamento suíças ao voar de Londres para Zurique a 28 de novembro, abandonando o país três dias depois, numa altura em que estava estipulado o cumprimento de dez dias de quarentena à chegada.

A opção de não ser vacinado contra a Covid-19 está a custar a Novak Djokovic a possibilidade de conquistar novos títulos. O número 1 do ténis mundial não vai poder competir no Open da Austrália após o Governo cancelar o seu visto, o que impede a sua permanência naquele país. Assim, Djokovic foi deportado no domingo, depois de o Tribunal Federal ter confirmado a decisão do Governo australiano, que alegou que a decisão do desportista em permanecer não vacinado representava um risco para a população.

Esta segunda-feira, o Governo francês já veio avisar que, caso o tenista sérvio deseje participar no torneio de Roland Garros, terá de ter vacinação completa contra a Covid-19. Ao contrário da Austrália, é possível entrar em França sem estar vacinado, mas uma nova lei, aprovada pelo Parlamento francês no domingo, introduz o passe vacinal, que impõe grandes restrições sociais às pessoas que não querem ser imunizadas contra o SARS-CoV-2, incluindo atletas.

Outro destes exemplos é Luiz Henrique Mandetta. Logo no início da pandemia, em abril de 2020, o médico e ex-deputado federal deixou o cargo de ministro da Saúde do Governo brasileiro, após divergências públicas com o Presidente Jair Bolsonaro quanto às estratégias a seguir para conter os contágios pelo vírus da Covid-19. Desde que Mandetta foi demitido, já outras três pessoas assumiram o cargo de ministro da Saúde no Governo de Bolsonaro.

Também David Frost, o “arquiteto” britânico da saída do Reino Unido da União Europeia foi vítima das divergências com o chefe de Governo. Em dezembro, o secretário de Estado para as relações europeias e responsável pela pasta do “Brexit” apresentou a sua demissão do Governo britânico por discordar do reforço das restrições contra a pandemia de Covid-19, numa altura em que o país enfrentava um aumento do número de contágios devido à variante Ómicron.

Frost decidiu afastar-se do Executivo por se opor ao chamado “Plano B”, que determinou a introdução de passes sanitários para entrada em discotecas e grandes eventos, a obrigatoriedade de vacinas para profissionais de saúde e o uso de máscaras em espaços públicos fechados. Na carta de demissão enviada a Boris Johnson, o responsável terá escrito que o Reino Unido precisa de “aprender a viver com a Covid“.

Boris Johnson ainda não “caiu”, mas pode estar perto disso, face às críticas que tem enfrentado naquilo que está a ser denominado de “partygate”. Em maio de 2020, quando o Reino Unido estava sob confinamento, Downing Street promoveu festas para cerca de uma centena de pessoas, convidadas por e-mail a trazer “a sua bebida”, e com a presença do primeiro-ministro britânico, que, na semana passada, frente ao Parlamento do país, pediu desculpas e resumiu o episódio a um “evento de trabalho”.

Esse episódio não terá sido isolado e até no período de luto pela morte do príncipe Filipe, em abril de 2021, foram violadas as regras que o próprio Johnson impôs aos cidadãos britânicos. O líder do partido trabalhista, Keir Starmer, rejeitou o pedido de desculpas e exigiu a demissão, mas Boris Johnson rejeitou a proposta e pediu para que se aguarde pela conclusão de uma investigação interna.

Além do primeiro-ministro britânico, também o Presidente da Argentina foi apanhado numa festa quando vigorava uma proibição de ajuntamentos no país. Numa fotografia que veio a público em agosto de 2021, mas que remonta a 14 de julho de 2020, vê-se Alberto Fernández a festejar o aniversário da primeira-dama, sem serem cumpridas medidas de proteção, o que o expôs a um processo penal e a uma eventual demissão – que não se veio a verificar. “Fabiola (Yanez) convocou uma reunião com os amigos que não devia ter feito. Definitivamente percebo que não devia ter feito”, afirmou o chefe de Estado, garantindo que tal “não vai voltar a acontecer”.

O mundo do futebol também não escapou e, em novembro do ano passado, o treinador da equipa alemã do Werder Bremen, Markus Anfang, abandonou o cargo, depois de as autoridades fiscais da Alemanha iniciarem uma investigação por suspeita de falsificação de um certificado de vacinação contra a Covid-19. Anfang negou as acusações, mas justificou a sua decisão para que a pressão não recaísse sobre o clube.

No final de março de 2021, Igor Matovic, na altura primeiro-ministro da Eslováquia, cedeu o lugar ao ministro das Finanças, Eduard Heger. Foi forçado a abdicar da chefia do Governo após uma crise política que durou quase um mês, causada por um acordo secreto para a compra de dois milhões de doses da vacina russa (Sputnik V) contra a Covid-19, que não recebeu autorização da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês). Matovic ainda se manteve no Executivo, com a pasta das Finanças.

Mas a pandemia não provocou “baixas” apenas a nível internacional. Nem dois meses passados do começo da campanha de vacinação contra a Covid-19 em Portugal e Francisco Ramos, o primeiro coordenador da taskforce, demitiu-se do cargo, em 2 de fevereiro de 2021. A decisão, segundo o próprio afirmou em comunicado, foi motivada por “irregularidades no processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde do Hospital da Cruz Vermelha”, a cuja comissão executiva presidia na altura. Foi então que o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo tomou as rédeas da taskforce.

Pouco tempo depois, também em fevereiro, foi Carlos Castro a demitir-se do posto de vereador da Proteção Civil da Câmara de Lisboa, na sequência de ter sido vacinado contra a Covid-19 dentro do seu gabinete com sobras de vacinas dos lares da cidade. Além de Carlos Castro, também a diretora do departamento de Higiene Urbana, Filipa Penedos, e os comandantes da Polícia Municipal e dos Sapadores de Bombeiros se vacinaram indevidamente, mas o município de Lisboa reiterou a confiança nestes.

Ainda antes, no final de janeiro, outro caso a nível nacional foi o responsável pela delegação Norte do INEM, António Rui Barbosa, que apresentou a demissão depois de ter sido noticiado que o instituto tinha vacinado contra a Covid-19 os proprietários e funcionários de uma pastelaria no Porto. O médico responsável pela delegação explicou, na altura, que só tinha duas opções: vacinar cidadãos não prioritários – decorria a primeira fase do plano de vacinação – ou “deitar ao lixo” as 11 doses da vacina.

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Mais de metade das casas em Portugal vale menos de 50 mil euros

  • ECO
  • 18 Janeiro 2022

Há quase 6,5 milhões de habitações registadas nas Finanças, das quais quase 3,4 milhões valem menos de 50 mil euros. Contam-se ainda 2.937 avaliadas em mais de um milhão.

Mais de metade das casas registadas nas Finanças em Portugal estão avaliadas em menos de 50 mil euros, sendo que a maioria desse universo está localizada em territórios do Interior, avança o Jornal de Notícias (acesso pago), citando dados do Ministério das Finanças. Os registos dão ainda conta de 2.937 imóveis a valerem mais de um milhão de euros.

Os números mostram que há mais de 6,5 milhões de habitações registadas em todo o país, das quais quase 3,4 milhões (51,8%) têm um valor patrimonial tributável abaixo dos 50 mil euros. A maioria destas casas com baixa avaliação está localizada em territórios do interior, com destaque para os concelhos de Alcoutim, Corvo e Mértola, que concentram 96% do total.

No lado oposto, Cascais e Albufeira — ambos com uma fatia de 23% de casas a valerem menos de 50 mil euros –, são os concelhos onde há menor proporção entre casas “caras” e “mais baratas”. Os registos dão ainda conta de 2.937 casas a valerem mais de um milhão de euros, distribuídas por 132 dos 308 concelhos do país. A maioria está localizada nos concelhos de Lisboa (714), Cascais (395) e Loulé (326).

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Pico da quinta vaga pode já ter chegado ou chegar em breve

  • ECO
  • 18 Janeiro 2022

O número de infeções diário pode chegar aos 50 mil casos de Covid e 40 mortes, segundo as previsões da Ordem dos Médicos e do Instituto Superior Técnico. Quinta vaga prestes a chegar ao pico.

Portugal deverá atingir o pico da quinta vaga da pandemia entre quinta e segunda-feira. O número de infeções diário pode chegar em breve aos 50 mil casos, de acordo com as previsões da Ordem dos Médicos (OM) e do Instituto Superior Técnico (IST), avançadas pelo Público (acesso condicionado).

A perspetiva da OM é que a letalidade continue a aumentar durante este mês, “mas não ultrapassará os 35 a 40 óbitos, a sete dias”.

O bastonário da OM perspetiva também que, no fim deste mês, toda a população residente em Portugal já terá algum tipo de imunidade, seja ela natural ou devido à vacinação.

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Hoje nas notícias: Quinta vaga, casas e Rendeiro

  • ECO
  • 18 Janeiro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Portugal deverá atingir o pico da pandemia entre quinta e segunda-feira. Metade das casas em Portugal vale menos de 50 mil euros. Um quinto das vagas para estágios na função pública está por preencher. Estas e outras notícias estão a marcar a atualidade nacional.

Pico da quinta vaga pode já ter chegado

Portugal deverá atingir o pico da pandemia de Covid-19 entre quinta e segunda-feira, sendo que o número de infeções diário deverá chegar aos 50 mil casos, de acordo com as previsões da Ordem dos Médicos (OM) e do Instituto Superior Técnico (IST). A perspetiva da OM é que a letalidade continue a aumentar durante este mês, “mas não ultrapassará os 35 a 40 óbitos, a sete dias”.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Metade das casas em Portugal vale menos de 50 mil euros

Mais de metade das casas registadas nas Finanças em Portugal vale menos de 50 mil euros. De acordo com dados do Ministério das Finanças, há imóveis abaixo deste valor nos 308 concelhos, com destaque para as regiões do Interior, onde são dominantes. Contam-se ainda 2.937 casas avaliadas em mais de um milhão de euros, sobretudo nos concelhos de Lisboa, Cascais e Loulé.

Leia as notícias completas no Jornal de Notícias (acesso pago).

Contingência da Efacec no Brasil baixa para 30 milhões de euros

A sentença parcial do processo que opõe a Efacec à Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM) determinou a revisão em baixa do pedido indemnizatório formulado pela empresa brasileira, que ascendia a 340 milhões de reais (53,8 milhões de euros). O processo arbitral foi reduzido “a cerca de 187 milhões de reais, que correspondem a cerca de 29,8 milhões de euros ao câmbio atual. Este é o montante que consideramos contingente à data de hoje”, revelou fonte oficial da empresa.

Leia as notícias completas no Jornal de Negócios (acesso pago).

Um quinto das vagas para estágios na função pública por preencher

As 500 vagas disponibilizadas na edição de 2021 do programa EstágiAP XXI não foram totalmente preenchidas, havendo, pelo menos, 110 lugares que transitam para 2022. As vagas não preenchidas correspondem a um quinto do total e vão somar-se às 1.000 previstas na nova edição do programa de estágios da função pública destinado a jovens licenciados, perfazendo um total de 1.110 lugares. Na primeira edição (que disponibilizava 500 vagas) houve 440 candidatos que conseguiram colocação nos serviços e organismos públicos. Destes, só 260 celebraram contrato de estágio.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Defesa de Rendeiro acusa Interpol de divulgar foto do momento da detenção

A defesa de João Rendeiro alega que há várias inconstitucionalidades em todo o processo, sobretudo nos mandados e na detenção do ex-banqueiro. A advogada escreveu na semana passada uma carta ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e ao Governo, onde refere que os direitos de Rendeiro não foram respeitados e que a sua privacidade foi violada no momento em que foi preso pelos agentes da Interpol e da polícia sul-africana. June Marks suspeita que foi a Interpol a tirar a fotografia no momento da detenção, quando Rendeiro estava de pijama. A imagem foi divulgada pouco tempo depois.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

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7 dias? 10 dias? Estes são os períodos de isolamento da Covid

Atualmente, quem ficar infetado por Covid-19 ou coabitar com um caso positivo tem mais liberdade para fazer a autogestão da doença. Quais são os períodos de isolamento em vigor?

Desde o início de janeiro que se ficar infetado por Covid-19 ou contactar com um caso positivo que viva na mesma casa tem mais liberdade para fazer a autogestão da doença, isto é, se não tiver um agravamento dos sintomas. Sete, dez e até 20 dias. Quais são, afinal, os períodos de isolamento atualmente em vigor?

Em qualquer um dos casos, o período de isolamento é definido tendo por base dia em que o teste deu positivo no caso dos assintomáticos ou quando começaram a surgir os sintomas, sendo que prevalece o que aconteceu primeiro. Já para os casos de risco que coabitem com uma pessoa infetada, o isolamento começa no dia seguinte ao início de isolamento da pessoa que testou positivo.

  • Sete dias de isolamento:

O período de isolamento para pessoas que tenham testado positivo ao Sars-Cov-2 e que não tenham sintomas ou que tenham doença ligeira é atualmente de sete dias. Para o efeito, segundo a norma 004/2020 da DGS, o doente com doença ligeira deve ter registado uma melhoria clínica, não tendo registado um estado febril (apirexia) durante três dias consecutivos, bem como ter registado uma “melhoria significativa de sintomas” durante três dias consecutivos. Contudo, importa sublinhar que para esta avaliação não devem ser considerados os seguintes sintomas, dado que estes podem prolongar-se durante mais tempo: anosmia (perda parcial ou total do olfato), disgeusia (perturbação ou diminuição do paladar), fadiga ou mialgias (dores nos músculos).

Findo este período, e a verificar-se uma melhoria clínica, ao oitavo dia de isolamento os doentes são livres de retomarem a sua atividade, sem necessidade de receberem algum contacto. Não obstante, à semelhança de todos os outros devem manter as habituais medidas de prevenção, como o uso de máscara em espaços fechados e o distanciamento físico.

Atualmente, apenas as pessoas que coabitem na mesma casa que um caso confirmado de Covid-19 são consideradas contactos de “alto risco”, estando apenas excluídas as pessoas com a dose de reforço contra a Covid. Neste caso o período de isolamento é também de sete dias, contudo, neste caso as pessoas terão de fazer dois testes à Covid: um primeiro até ao terceiro dia e um segundo ao sétimo dia de isolamento. Contudo, se tiverem a dose de reforço, deve apenas ser feito um teste de despiste até ao terceiro dia, sendo que se for negativo não precisa de isolamento, de acordo com a norma nº 015/2020 da DGS.

  • Dez dias de isolamento:

Já para os infetados por Covid-19 com doença moderada o período de isolamento é de dez dias. Para o efeito, a DGS considera os seguintes sintomas: “pneumonia (febre, tosse, dificuldade em respirar, taquipneia), mas com saturação periférica de oxigénio ≥ 90% em ar ambiente, e sem instabilidade hemodinâmica”.

  • 20 dias de isolamento:

Por fim, as pessoas infetadas por Covid-19 e que tiveram doença grave, isto é, que foram internados na sequência do agravamento de sintomas, bem como as pessoas que sofrem de imunodepressão (pessoas com o sistema imunitário enfraquecido, como, por exemplo, as pessoas que tenham HIV) “independentemente da gravidade da evolução clínica”, devem estar isoladas durante 20 dias. Contudo, a DGS sublinha que “a antecipação do fim do isolamento a partir do décimo dia, deve sempre decorrer de discussão multidisciplinar, incluindo a discussão relativamente à realização de teste laboratorial para SARS-CoV-2”.

Neste contexto, a DGS define a “doença grave” tendo em conta o desenvolvimento de uma pneumonia, bem como um dos seguintes critérios:

  • Taquipneia superior a 30 ciclos por minuto;
  • Dificuldade respiratória;
  • SpO2 inferior a 90% em ar ambiente;
  • Instabilidade hemodinâmica.

Com o aumento de casos de infeção por Covid-19, as autoridades de saúde têm feito um esforço para automatizar os procedimentos da linha SNS 24. Nesse sentido, foi criado um novo algoritmo para tornar automática a emissão de declarações de isolamento profilático e as baixas, sendo que só na passada terça-feira, 18 de janeiro, foram emitidas “mais de 75 mil declarações provisórias de isolamento” através desta linha.

Além disso, a linha SNS24 vai passar a funcionar também através da internet. O objetivo é que os infetados que não precisem de observação médica possam responder a um formulário de triagem online, para acederem depois aos documentos de baixa de isolamento ou de doença. A medida deverá arrancar já esta semana, segundo a CNN Portugal.

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Eurodeputados elegem novo presidente do Parlamento Europeu esta terça-feira

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

O Parlamento Europeu vai eleger o novo presidente da instituição até 2024, que irá suceder a David Sassoli, que morreu há uma semana. Maltesa Roberta Metsola é a favorita à sucessão.

O Parlamento Europeu vai eleger esta terça-feira o novo presidente da instituição até 2024, que irá suceder a David Sassoli, que morreu há uma semana, na segunda metade da legislatura, sendo a maltesa Roberta Metsola a grande favorita à sucessão.

Nesta que é a primeira sessão plenária do ano, realizada na cidade francesa de Estrasburgo, os eurodeputados elegem durante a manhã o novo presidente da assembleia europeia, procedimento que já estava previsto a meio da atual legislatura e não relacionado com a morte de David Sassoli.

A maltesa Roberta Metsola, do Partido Popular Europeu (PPE), é a favorita para suceder ao dirigente socialista italiano, que assumiu o cargo no verão de 2019.

A eleição do presidente do Parlamento Europeu realiza-se por escrutínio secreto, sendo que, para ser eleito, um candidato deve obter a maioria absoluta dos votos expressos válidos, ou seja, 50% mais um. Devido à pandemia, a votação será realizada por via remota, já que alguns eurodeputados não participam presencialmente na sessão.

Foram anunciadas quatro candidaturas à presidência da assembleia europeia: da maltesa Roberta Metsola (PPE), da sueca Alice Bah Kuhnke (Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia), do polaco Kosma Zlotowski (Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus) e da espanhola Sira Rego (Grupo da Esquerda). O anúncio oficial das candidaturas foi feito na segunda-feira (no prazo previsto) em plenário pelo vice-presidente do Parlamento Europeu (PE), Pedro Silva Pereira.

Os candidatos irão começar por fazer uma breve apresentação e depois realiza-se a primeira volta do escrutínio, cujo resultado é anunciado pelas 11h00 (hora local, menos uma em Lisboa).

De seguida, os eurodeputados vão também eleger os 14 vice-presidentes e os cinco questores, que compõem a Mesa do Parlamento Europeu, escolha que determinará a composição deste órgão nos próximos dois anos e meio, ou seja, até 2024.

Todos os cargos eleitos do Parlamento Europeu (presidente, vice-presidente, questor, presidente e vice-presidente de comissão e presidente e vice-presidente de delegação) são renovados a cada dois anos e meio.

Na segunda-feira, o Parlamento Europeu prestou homenagem a David Sassoli, numa cerimónia em Estrasburgo, durante a qual vários dirigentes europeus destacaram o legado que deixa na Europa, marcado pela defesa dos mais vulneráveis.

Sassoli morreu em 11 de janeiro, aos 65 anos, em Aviano (Itália), onde se encontrava hospitalizado desde 26 de dezembro, sendo o primeiro presidente do Parlamento Europeu a morrer em exercício de funções nas quais estava prestes a ser substituído, no cumprimento de um acordo de partilha do mandato de cinco anos.

David Sassoli contraiu uma pneumonia em setembro de 2021, que o obrigou a receber tratamento hospitalar em Estrasburgo e, embora tenha recebido alta hospitalar uma semana depois, prosseguiu a recuperação em Itália e esteve mais de dois meses ausente das sessões plenárias do parlamento, regressando no final do ano. O funeral do político italiano, com honras de Estado, teve lugar na passada sexta-feira, em Roma.

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5 coisas que vão marcar o dia

Será escolhido o próximo presidente do Parlamento Europeu, num dia em que serão também conhecidos dados sobre o transporte aéreo em Portugal.

Será escolhido o próximo presidente do Parlamento Europeu, no dia em que os ministros das Finanças dos Estados-membros da União Europeia vão reunir para discutir temas como a tributação das empresas. Vão também ser publicados dados sobre o transporte aéreo em Portugal, bem como sobre a taxa de desemprego na OCDE.

Eleições para a presidência do Parlamento Europeu

Na sessão plenária em Estrasburgo, esta terça-feira, será escolhido o próximo presidente do Parlamento Europeu. O cargo era ocupado por David Sassoli, que morreu repentinamente na semana passada, já no final do mandato de dois anos e meio, pelo que o processo para a eleição de um novo líder já estava previsto.

INE publica estatísticas dos transportes

O Instituto Nacional de Estatística divulga esta terça-feira dados sobre a atividade dos transportes, nomeadamente as estatísticas rápidas do transporte aéreo durante o mês de novembro de 2021. Em outubro, os aeroportos nacionais receberam cerca de quatro milhões de passageiros, naquele que foi o mês mais próximo dos níveis pré-pandemia.

Como evoluiu o desemprego na OCDE?

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publica esta terça-feira os dados referentes às taxas de desemprego nos países que a compõem. Em outubro, a taxa de desemprego baixou pelo sexto mês consecutivo, no conjunto da OCDE, mas manteve-se acima do período antes da pandemia.

Começa voto antecipado para deslocados no estrangeiro

Arranca esta terça-feira o período de voto antecipado nas eleições legislativas para os eleitores recenseados em território nacional que se encontrem temporariamente deslocados no estrangeiro. Este período vai decorrer ao longo de três dias, terminando a 20 de janeiro, nas embaixadas e postos consulares.

Ecofin discute tributação das empresas

O Conselho de Assuntos Económicos e Financeiros da União Europeia (UE) vai reunir esta terça-feira. Os ministros dos Estados-membros da UE responsáveis pelas Finanças vão discutir temas como a tributação mínima das empresas, o Mecanismo de Recuperação e Resiliência e o Semestre Europeu em 2022, para além de preparar as próximas reuniões.

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PPP no Hospital Beatriz Ângelo chega ao fim

A partir de 19 de janeiro, o Hospital de Loures deixa de ser gerido em regime de Parceria Público-Privada, passando para a esfera do Estado.

As Parcerias Público-Privadas (PPP) na saúde têm vindo a terminar sem serem renovadas, e chegou a vez de isso acontecer no hospital de Loures. É o último dia da PPP em vigor no Hospital Beatriz Ângelo, sobrando agora apenas a parceria no Hospital de Cascais, que tem um concurso a decorrer para uma nova PPP.

A parceria no Hospital Beatriz Ângelo, entre o Estado e a Luz Saúde, começou a 19 de janeiro de 2012 e produz efeitos até esta terça-feira. Estava previsto um concurso para uma nova PPP neste hospital, mas este acabou por não avançar.

O Governo tinha anunciado em janeiro de 2020, quando tinha de se pronunciar sobre a continuação da parceria, que não iria renovar o contrato com a Luz Saúde no Hospital Beatriz Ângelo por mais dez anos. Dois meses mais tarde, aprovou o estudo e preparação do lançamento e adjudicação de uma nova PPP para a gestão e prestação de cuidados de saúde no Hospital de Loures. No entanto, o concurso não se materializou.

O hospital vai assim passar para a esfera pública, sendo que o Governo criou uma empresa pública para esse efeito, em novembro do ano passado. A entidade pública empresarial é “responsável por assegurar a gestão pública do estabelecimento hospitalar a partir do dia 19 de janeiro de 2022, estabelecendo as tarefas necessárias à transição da gestão do estabelecimento hospitalar, até ao dia 18 de janeiro de 2022, perante a iminência da reversão da gestão clínica do Hospital de Loures da esfera privada para a esfera pública”, lia-se no comunicado do Conselho de Ministros, de 11 de novembro.

Nesse mês, foi também aprovada a classificação do Hospital de Loures no Serviço Nacional de Saúde, “para efeitos da determinação do vencimento dos respetivos gestores”. Este passo foi dado para assegurar que “os membros do conselho de administração a designar possam prosseguir de imediato com os trabalhos que se impõem, designadamente de preparação da transmissão da gestão do estabelecimento hospitalar”, explicaram, na altura.

Maria do Rosário Corrêa de Sepúlveda, diretora do Serviço de Planeamento Análise e Controle de Gestão, no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, será presidente do conselho de administração. Já Rui Manuel Viegas Moreira, que era diretor do Serviço de Gestão Logística do Hospital Garcia de Orta, vai assumir o cargo de vogal executivo.

Com o fim desta PPP, já só resta uma, no Hospital de Cascais. O contrato de gestão terminava no ano passado, depois de já ter sido prolongado, mas acabou por ser prorrogado por mais um ano para dar tempo para a conclusão do concurso. A despesa correspondente a este prolongamento do contrato poderá ir até 80 milhões de euros.

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Patrões rejeitam semana de quatro dias de trabalho proposta por Costa

Com o país ainda a recuperar do impacto da crise pandémica, não é prioridade discutir agora a semana de trabalho de quatro dias como quer o PS, defendem as confederações patronais.

Caso saia vitorioso da ida às urnas de 30 de janeiro, o PS quer promover um “amplo debate nacional e na Concertação Social” sobre a possível aplicação em Portugal da semana de trabalho de quatro dias. As confederações patronais não o rejeitam à partida, mas entendem que não é prioridade e avisam que os baixos níveis de produtividade do país impedem a implementação desse modelo, pelo menos, nos próximos anos.

A ideia de uma semana de trabalho reduzido não é nova, uma vez que surgiu há mais de três séculos, mas a pandemia veio dar-lhe um novo fôlego. Ainda no ano passado, Espanha ponderou experimentar um período de trabalho semanal de 32 horas para favorecer a criação de emprego, numa altura em que o mercado laboral estava abalado pela Covid-19.

Por razões diferentes, o PS quer agora que essa discussão também seja feita em Portugal. No programa eleitoral para a ida às urnas de 30 de janeiro, o partido liderado por António Costa promete promover um “amplo debate nacional e na Concertação Social sobre as novas formas de gestão e equilíbrio dos tempos de trabalho“, o que inclui a “ponderação da aplicabilidade de experiências como a semana de quatro dias em diferentes setores“.

Ou seja, os socialistas entendem que a redução do período semanal de trabalho deve ser avaliada enquanto possível caminho para melhorar a conciliação da vida profissional, familiar e pessoal dos trabalhadores, tema a que, de resto, ambos os Governos de António Costa prestaram particular atenção, no âmbito da Concertação Social.

As confederações patronais não rejeitam à partida esse debate proposto pelo PS, mas avisam que nem é prioridade, uma vez que o país ainda está a recuperar do impacto da pandemia, nem esse modelo é aplicável a curto prazo em Portugal, tendo em conta os baixos níveis de produtividade de que padece o país.

Em Portugal, não é previsível que os baixos níveis de produtividade consigam absorver um cenário desses nos próximos anos.

João Vieira Lopes

Confederação do Comércio e Serviços de Portugal

“Em Portugal, não é previsível que os baixos níveis de produtividade consigam absorver um cenário desses nos próximos anos, tendo em conta a estrutura empresarial portuguesa”, sublinha João Vieira Lopes, líder da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), em declarações ao ECO.

O responsável avisa mesmo que, nas atuais circunstâncias, a redução da semana de trabalho teria “consequências desastrosas na maioria dos setores“. “Sem aumentos expressivos de produtividade, as empresas teriam de contratar mais trabalhadores para o mesmo nível de produção, o que representa um aumento de custos laborais e maiores dificuldades na organização de horários, e isto num contexto de escassez de mão-de-obra“, detalha João Vieira Lopes.

Ainda assim, nos setores de “alta tecnologia” e “nalgumas tipologias de empresas”, o caminho para a semana de trabalho de quatro dias poderá ser feito, admite o líder da CCP, deixando, contudo, um alerta: “Seria sempre com base na negociação individual entre as empresas e os trabalhadores ou nos acordos coletivos de trabalho“. Deste modo, João Vieira Lopes rejeita uma redução geral e uniforme do período de trabalho semanal, mas admite a sua aplicação pontualmente.

Isto no que diz respeito aos próximos anos. A médio e longo prazo, o líder da CCP tem uma visão diferente: “Acreditamos que se possa caminhar para um cenário de semana de trabalho de quatro dias a médio e longo prazo“.

Já a Confederação Empresarial de Portugal atira a seguinte pergunta, quando confrontada com a promessa eleitoral do PS: “Qual o sentido de discutir esta mudança estrutural numa altura em que há milhares de empresas em dificuldades, milhares de empresas a tentar a sobreviver aos efeitos da pandemia, entre eles o aumento do custo das matérias-primas e da energia, a que se junta a necessidade de perceber e absorver as mudanças de hábitos dos consumidores?

A Concertação Social pode ajudar a iniciar esta discussão – mas não agora. Por vezes, quando se lançam os assuntos assim, cria-se apenas agitação, indefinição e mais imprevisibilidade.

António Saraiva

Confederação Empresarial de Portugal

Em declarações ao ECO, a confederação liderada por António Saraiva afirma que está “naturalmente interessada em iniciar todos os debates que que ajudem o país a ser mais competitivo e sustentável”, mas salienta que este não é o momento para se iniciar a discussão sobre a semana de trabalho reduzida como querem os socialistas.

“Por vezes, quando se lançam os assuntos assim, cria-se apenas agitação, indefinição e mais imprevisibilidade. Numa altura em que escasseiam trabalhadores em vários setores da economia, o que aconteceria às empresas de mão-de-obra intensiva que tivessem de contratar mais pessoas para preencher os horários? E havendo, por milagre, pessoas disponíveis… Como seria suportado esse sobrecusto?

A confederação de António Saraiva salienta, por outro lado, que “seria certamente importante para as famílias terem mais tempo“, sendo até a “qualidade de vida um fator que influencia a produtividade”. A CIP reconhece, portanto, que este é um tema “seguramente importante”, mas alerta que tal implicaria uma mudança estrutural, merecendo, assim, uma avaliação “com rigor, sem urgência, sem precipitações e sem vestígios de demagogia partidária“, defende.

Na mesma linha, Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), salienta que este é um tema que “requer uma reflexão cuidada“, na medida em que acarreta uma “alteração profunda na forma como a economia e a sociedade estão organizadas”. Por isso, é “necessário medir com seriedade todos os impactos potencialmente positivos e negativos e fazer um benchmarking com outros países”, defende o responsável, em declarações ao ECO.

O foco da discussão e das preocupações deve ser outro: o de recuperar rapidamente a economia.

Luís Miguel Ribeiro

Associação Empresarial de Portugal

De todo o modo, o líder da AEP assegura que este não é o momento para fazer sequer esta discussão. Pelo menos, “não para já”. “No momento em que ainda não nos livramos da pandemia e em que, do ponto de vista económico, ainda não conseguimos alcançar o nível de atividade pré pandemia, o foco da discussão e das preocupações deve ser outro: o de recuperar rapidamente a economia.”

Convém notar que o economista João Cerejeira já tinha defendido, em conversa com o ECO, que os níveis de produtividade nacionais — “muito inferiores à média da União Europeia” — retiram de cima da mesa qualquer possibilidade de uma semana de trabalho de quatro dias em Portugal, pelo menos a curto prazo. “No curto prazo, Portugal não tem margem para essa mudança“, assegurou o professor na Universidade do Minho, referindo, além disso, que, se se decidisse não reduzir os salários a par desta semana mais curta, aumentaria o custo do trabalho, o que poderia ser sinónimo da redução do emprego.

Há empresas e países que já testaram semana de quatro dias

A ideia de uma semana de trabalho mais reduzida tem raízes antigas, de Benjamin Franklin a Karl Marx, passando por John Maynard Keynes. E já foi testada por vários países e mesmo por diversas empresas portuguesas.

Por exemplo, entre 2015 e 2019, a Islândia testou a semana de trabalho de quatro dias, sem qualquer redução salarial, com um “sucesso esmagador“. Na maioria dos locais de trabalho a produtividade foi mantida, ou até mesmo melhorada, viriam a concluir os estudos. Mais, o bem-estar dos trabalhadores abrangidos melhorou em vários indicadores, nomeadamente com uma redução do risco de burnout.

Essa experiência contou com cerca de 2.500 trabalhadores da capital islandesa, Reiquiavique, o equivalente a cerca de 1% da força de trabalho do país. Em resultado, os sindicatos decidiram começar a negociar a redução do período normal de trabalho.

Também na Escócia, a semana de 32 horas foi experimentada, na sequência dos resultados positivos obtidos por outros países e dos testemunhos favoráveis das várias empresas escocesas que já tinham adotado este modelo.

E em Portugal? Por cá, cresce também o número de adeptos. Por exemplo, na Feedzai e no Doutor Finanças, agosto de 2021 ficou marcado pela redução das semanas de trabalho e a experiência poderá repetir-se. “A ideia é voltarmos a repetir a medida, num mês com outras características”, explicou recentemente à PESSOAS a diretora de recursos humanos do Doutor Finanças.

Conforme já tinha explicado ao ECO o advogado André Pestana Nascimento, o Código do Trabalho português dá margem para haver múltiplas tipologias de horários e até já permite que se reduza a semana de trabalhador, mediante acordo entre o trabalhador e o empregador.

Esse decréscimo das horas trabalhadas levanta, no entanto, destacou o especialista em Direito do Trabalho, uma série de questões. Por exemplo, o salário mínimo nacional está hoje determinado com base numa semana de trabalho de 40 horas. Reduzir para 32 horas semanas significaria um decréscimo desse valor? Esta pergunta é particularmente relevante tendo em que conta que o PS, no mesmo programa eleitoral em que propõe a discussão sobre a semana de trabalho de quatro dias, defende a atualização do salário mínimo para 900 euros até 2026, ou seja, mais 195 euros do que o valor hoje em vigor.

Além disso, os socialistas querem aumentar o rendimento médio dos trabalhadores em 20%, de modo a fazer subir em três pontos percentuais até 2026 o peso das remunerações no Produto Interno Bruto (PIB). Ora, salienta a CIP, reduzir em 20% o horário de trabalho (das atuais 40 horas para as 32 horas correspondentes a quatro dias) e manter os salários significaria já aumentar o salário em 20%, faltando, portanto, ao PS esclarecer como pretende conjugar essas duas promessas.

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Cyber e catástrofes naturais são principais riscos para Portugal em 2022

  • ECO Seguros
  • 17 Janeiro 2022

Nas maiores economias da UE, o risco cibernético é o que mais preocupa as empresas. Também apontam novos riscos como escassez de talento, revela barómetro anual da Allianz.

O risco cibernético ascendeu de nº3 (em 2021) para posição #1, como o mais preocupante para as empresas portuguesas em 2022, o mesmo acontecendo a nível mundial, apontam consultores de risco e especialistas do segmento de linhas comerciais de seguros participantes num estudo anual a que ECOseguros teve acesso. De acordo com 11º Barómetro de Risco produzido pela AGCS (Allianz Global Corporate & Specialty), 47% dos inquiridos em Portugal apontam os incidentes cibernéticos como principal preocupação, após ter sido 3º em 2021, apontado por 44% do universo abrangido.

Fonte: 11th annual Allianz Risk Barometer (Allianz Global Corporate & Specialty). A soma pode não corresponder a 100% dado que os inquiridos escolhem até 3 riscos.

Com o aumento dos incidentes cibernéticos, muitas empresas portuguesas precisam estar atentas às tendências de risco para este ano e nos seguintes, como campanhas de phishing mais agressivas e tentativas de ransomware. O trabalho remoto e a digitalização de muitos sistemas e atividades diárias continuam a ser uma vulnerabilidade para empresas de todas as dimensões,” explica Giuliano Maisto, Diretor de Linhas Financeiras na AGCS Iberia.

Interrupção de atividade (BIBusiness Interruption na aceção anglo-saxónica e que inclui a disrupção das cadeias de abastecimento) foi 2º risco mais percecionado em 2021 (50% das respostas) e este ano desce para a posição #3 (apontado por 30% da amostra), enquanto as catástrofes naturais, que foi risco #4 em 2021 (25% das respostas) sobe para 2º risco mais preocupante em 2022, obtendo 37% das respostas recolhidas em Portugal, junto de 30 participantes neste Barómetro anual de riscos do grupo Allianz SE.

Cyber é risco transversal, alvos podem ser grandes empresas ou PME

De acordo com o relatório que apresenta os resultados de inquérito realizado entre outubro e novembro de 2021 junto de 2 650 especialistas de gestão de risco de 89 países e territórios, o risco Cyber é também nº1 a nível global, sendo o mais receado entre as grandes empresas (organizações com receita anual superior a 500 milhões de dólares e que no estudo pesam 46% das respostas, num total de 1 208 participantes), o 2º mais crítico para as médias empresas (250 milhões a 500 milhões USD de receita, representando 20% do universo inquirido), igualmente o mais preocupante para 924 respostas de empresas que faturam menos de 250 milhões anuais (“pequenas empresas” na ótica do estudo).

Subindo no ranking desde 2017, quando foi 3º risco global, o ciber-risco foi nº1 em 2020, 3º em 2021 e volta à primeira posição em 2022, com o ransomware a representar 57% das respostas que elegem o cyber como principal preocupação. Hoje em dia, qualquer criminoso com conhecimentos básicos de tecnologia pode, através de uma simples subscrição online de 40 dólares por mês, desencadear um ransomware, usando criptomoedas como meio de evasão para não ser detetado, nota o relatório que desenvolve conclusões do barómetro. O comércio do cibercrime “tornou mais fácil para os criminosos explorar vulnerabilidades a uma escala maciça”, explica Scott Sayce, Global Head de Cyber na AGCS.

Globalmente, e por setores económicos, as ameaças à cibersegurança são também o maior receio na indústria financeira, aviação e Defesa, tecnologias, serviços profissionais a empresas e setor público (incluído setor de Saúde).

Após um ano marcado por disrupção generalizada, “a fragilidade das cadeias de abastecimento e produção tornou-se mais evidente do que nunca,” nota o documento. De acordo com a pesquisa, a causa mais preocupante do BI são os incidentes cibernéticos. A pandemia destacou questões como a interconectividade das cadeias de abastecimento atuais, onde “eventos não relacionados criam disrupção generalizada. Ciberataques, problemas logísticos, mudanças nos hábitos de consumo, mudanças climáticas, são fatores que tornam qualquer empresa mais suscetível de sofrer interrupção nas suas operações”, comenta José Pedro Gutierrez, Diretor Regional de Property AGCS IberoLatam.

existe clara tendência das empresas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas operações ou explorar oportunidades de negócios para tecnologias climate-friendly e produtos sustentáveis

Line Hestvik, Diretora de Sustentabilidade da Allianz SE

11th Allianz Risk Barometer

A Europa contou com cerca de 1160 participantes no Allianz Risk Barometer 2022. Entre as maiores economias da UE (Alemanha, França, Espanha e Italia, todos com risco cibernético em nº 1) o número de respostas que coloca o risco Cyber como o mais sério de 2022 é superior a 50%. Na Suécia, onde também é risco #1, é apontado por mais de 70% dos inquiridos.

Catástrofes naturais e novos riscos

Por outro lado, a mudança climática acrescenta pressão sobre as empresas. Line Hestvik, Diretora de Sustentabilidade da Allianz SE, vê “clara tendência das empresas de reduzir as emissões de gases de efeito estufa nas operações ou explorar oportunidades de negócios para tecnologias climate-friendly e produtos sustentáveis.”

Frequentemente correlacionado com as alterações climáticas, o risco de desastres naturais (tempestades e inundações, sismos e incêndios florestais) subiu ao top3 no barómetro global, impulsionado por 25% das respostas, depois de ter sido 6º, com 17% das respostas, em 2021.

O Risk Barometer, conduzido e com contributo de especialistas da AGCS, também destaca novos riscos – que entram pela primeira vez no ranking dos que mais preocupam os executivos empresariais (em Portugal realçam a escassez de mão de obra qualificada e adoção de novas tecnologias, como IA IoT e 5G, entre outros) -, sendo que a crise de talentos (pessoas qualificadas) figura, globalmente, como #1 nos transportes, e entre os principais riscos de 2022 nos setores de engenharia, construção, imobiliário, setor público e saúde.

Fonte: 11th annual Allianz Risk Barometer (Allianz Global Corporate & Specialty).

 

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