Estado paga 3,2% a nove anos e 2,1% a três anos por 1.000 milhões de euros

O leilão da obrigação do Tesouro a nove anos contou com um preço 3,2 vezes acima do preço que o Estado pagou em fevereiro por uma emissão com as mesmas caraterísticas.

O Estado financiou-se esta quarta-feira no mercado obrigacionista em 1.000 milhões de euros através de duas linhas obrigacionistas, a três e nove anos. Na emissão mais curta, com maturidade em outubro de 2025 (OT 2,875% 15out 2025), o Estado pagou 2,087% para angariar 349 milhões de euros.

Na maturidade mais longa, em outubro de 2031 (OT 0,3% 17out 2031), pagou 3,23% para colocar 651 milhões de euros. Trata-se de um valor 222 pontos base acima da emissão a nove anos que realizou a 9 de fevereiro deste ano para colocar 706 milhões de euros. Significa que no espaço de nove meses o custo de financiamento da República a nove anos mais do que triplicou.

O leilão da linha a três anos contou com uma procura três vezes superior à oferta e a emissão a nove anos registou uma procura 1,8 vezes acima da oferta.

“A subida que temos assistido nas yields nacionais são um reflexo do movimento global que se verifica no mercado de dívida”, refere Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa. No entanto, destaca que “apesar da subida do custo do serviço da dívida e com o impacto que o mesmo tem na economia nacional, o spread da mesma versus à Alemanha tem-se mantido estável.”

Os leilões foram realizados pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) e marcam as primeiras emissões de obrigações do Tesouro realizados desde que Miguel Martín assumiu a presidência do IGCP a 1 de setembro.

A última vez que o Estado realizou uma emissão obrigacionista a três anos remonta a 8 de março de 2017, quando colocou 500 milhões de euros pelo preço de 1,216%. Mais recentemente, o leilão com uma data de maturidade mais próxima (a quatro anos) foi realizado a 14 de setembro deste ano e resultou na emissão de 470 milhões de euros pelo preço de 1,777%.

Minutos antes de concluir o leilão, a obrigação a três anos estava a negociar no mercado com uma yield de 2,13% e a obrigação a nove anos a cotar nos 3,25%.

Este ano, o IGCP já realizou seis leilões de obrigações do Tesouro, metade do número registado em 2020. Para a próxima semana, no dia 17 de outubro, está agendado o reembolso de 8,4 mil milhões de euros de uma obrigação do Tesouro emitida há 7 anos (OT 2,20% Out 2022).

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