Sindicatos reclamam aumento salarial “imediato” de 150 euros no grupo EDP

  • Lusa
  • 13 Outubro 2022

O valor é "realista" e está "ao alcance da situação económica" da empresa, defendem os sindicatos.

Os sindicatos reclamam um aumento “imediato” de 150 euros para todos os trabalhadores do grupo EDP, defendendo que os 14 milhões de euros que esta medida representa é um valor “realista” e “ao alcance da situação económica” da empresa.

“Para valorizar os salários e recuperar o poder de compra, uma delegação da Fiequimetal e da Comissão Intersindical da EDP entregou na sede, em Lisboa, uma proposta de revisão imediata das tabelas salariais e matérias de expressão pecuniária, reivindicando 150 euros de aumento para todos os trabalhadores das empresas do grupo”, avança a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal) em comunicado.

Numa declaração gravada momentos antes da entrega da proposta, na passada quarta-feira, o coordenador da Fiequimetal, Rogério Silva, destacou as perdas salariais dos trabalhadores da EDP, estimadas em 5,9%, face a uma inflação estimada de 7,4% este ano, salientando que estas contrastam com os lucros obtidos e os dividendos distribuídos pela EDP em 2021.

Na fundamentação económica da proposta, a Fiequimetal sustenta que “esta é realista e a sua aceitação está ao alcance da situação económica do grupo EDP”, que em 2021 obteve 1.104 milhões de euros de lucro líquido, distribuiu 750 milhões de euros de dividendos aos acionistas e pagou “quase 11 milhões de euros aos 10 membros do Conselho de Administração”.

“Nos últimos seis anos (2016-2021), a EDP acumulou lucros no montante de 6.682 milhões de euros”, argumenta ainda a federação sindical, acrescentando que, “no primeiro semestre de 2022, os lucros depois de impostos já aumentaram 22,7% em relação a igual período de 2021”.

Em contrapartida, sustenta, “a proposta de 150 euros de aumento salarial representa pouco mais de 14 milhões de euros”.

“Os excelentes resultados financeiros dos últimos anos não se têm refletido na situação dos trabalhadores, que assumem cada vez mais tarefas em excesso, mas não são valorizados, seja nos salários, seja nas carreiras profissionais”, afirma a Fiequimetal.

Considerando que “é ainda mais injusta a falta de valorização dos trabalhadores mais jovens”, a federação diz que “a EDP ocupa o pódio no recurso à prestação de serviços, no atendimento aos clientes e em outras áreas, o que faz dela uma campeã também na promoção da precariedade”.

Garantindo que “todos estes problemas continuarão a ser colocados à administração”, a federação sindical avisa que “a prolongada falta de resposta positiva representará mais um fator de descontentamento e de mobilização para a luta, em unidade, dos trabalhadores das empresas do grupo EDP”.

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