Acordo entre França e a Península Ibérica? “É um embaraço”, critica Moreira da Silva

  • Lusa
  • 20 Outubro 2022

O acordo "limitou-se a trocar o projeto MidCat pelo projeto BarMar.Com esta troca não só vamos ter de começar do zero (...), como existe uma total omissão quanto ao seu modelo de financiamento", diz.

O antigo ministro do Ambiente e Energia do PSD Jorge Moreira da Silva classificou como “um embaraço” o acordo alcançado entre os governos de Portugal, França e Espanha para acelerar as interconexões, criticando a parte relativa à eletricidade.

“Como não há memória apresenta-se como vitória histórica aquilo que é um embaraço”, escreveu na rede social Twitter o ex-candidato à liderança do PSD em maio deste ano, e que desempenhou o cargo de ministro de Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal entre julho de 2013 e novembro de 2015 nos executivos PSD/CDS-PP liderados por Pedro Passos Coelho.

Moreira da Silva apelou à comparação do comunicado conjunto divulgado com “os acordos de 2014 e 2015”, nas áreas do gás e da eletricidade. “No gás, a decisão de hoje, sendo positiva, limitou-se a trocar o projeto MidCat pelo projeto BarMar. Com esta troca não só vamos ter de começar do zero (perdendo tempo), como existe uma total omissão quanto ao seu modelo de financiamento (o MidCat pressupunha o financiamento da União Europeia)”, realça.

Por outro lado, o professor universitário, que já desempenhou vários cargos de direção em organizações internacionais na área da energia e do ambiente, diz ter ficado espantado com o que foi anunciado ao nível das interligações elétricas. “Deixaram cair duas das três interligações que estavam previstas entre Espanha e França. Manteve-se Golfo da Biscaia e desapareceu o compromisso de construção das duas interligações nos Pirenéus”, salienta.

O antigo dirigente social-democrata refere que, com o atual compromisso, “Espanha e França deixaram de ter de construir as duas interligações elétricas nos Pirenéus, ficando os consumidores portugueses impedidos de aceder aos benefícios do mercado europeu e os consumidores europeus impedidos de beneficiar da eletricidade renovável de Portugal”.

 

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