Gás dos EUA poderá não ser suficiente para o próximo inverno. UE estuda fornecimento da Argentina

Com as reservas de gás cheias , surgem preocupações em relação ao próximo inverno, com a BloombergNEF alertar que fornecimento dos EUA não será suficiente. UE estuda gás argentino.

Embora a União Europeia (UE) tenha conseguido assegurar reservas de gás natural liquefeito (GNL) suficientes para o próximo inverno, numa altura em que a Rússia já não envia gás para a Europa, não existem garantias de que isso vá ser possível em 2023.

Segundo uma análise publicada esta sexta-feira pela BloombergNEF, o abastecimento de gás enviado pelos Estados Unidos, e que atualmente já representa 40% do total de gás importado na UE, será capaz de compensar apenas uma fração do défice da Rússia no próximo verão. De acordo com os dados da entidade, o défice do gás russo deverá chegar aos 20 mil milhões de metros cúbicos no próximo ano.

Face a esta realidade, e à dificuldade da Europa encontrar outros fornecedores que cubram a falta de gás russo, a BloombergNEF acredita que será mais difícil para os 27 Estados-membros reabastecerem os stocks de gás a partir da próxima primavera, e alerta que será necessário uma “destruição persistente da procura”.

Segundo a consultora norueguesa Rystad Energy, os Estados Unidos estão atualmente a enviar cerca de 60% do seu fornecimento para a Europa, o dobro da participação do ano passado e a intenção, segundo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, será de aumentar ainda mais essa oferta numa altura em que o país se tornou no principal fornecedor de GNL para a União Europeia e o Reino Unido este ano.

Da parte do Qatar já ficou sublinhado que, embora o país esteja a aumentar a capacidade de extração, não serão enviadas remessas adicionais de gás natural para além daquelas já contratualizadas. E por cá, a União Europeia já colocou em cima da mesa a hipótese de os 27 Estados-membros avançarem com compras conjuntas de gás a partir da próxima primavera, à semelhança do que aconteceu com as vacinas anti-Covid.

Mas enquanto essa proposta não está fechada, o executivo comunitário continua a negociar a aquisição de gás junto de outros fornecedores, tal como já o fez com a Argélia e Israel. Segundo uma notícia avançada pela Reuters, esta sexta-feira, a Comissão Europeia está em discussões com a Argentina e espera assinar um memorando de entendimento “em breve”.

De acordo com Josep Borrel, Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, um acordo com a Argentina é um fator chave, uma vez que o país está a tornar-se numa “potência energética emergente”. O país possui uma das maiores reservas mundiais de gás não convencional e está à procura de novos investimentos para reforçar a capacidade de exportação que atualmente não existe. “Estamos a falar de vários investimentos. Existe um claro interesse mútuo”, referiu à agência.

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