Pedidos de adesão ao mercado regulado do gás já superam os 60 mil

A Adene revela ao ECO/Capital Verde que desde o dia 7 de setembro, dia em que foi publicado o decreto-lei, os CUR receberam mais de 60 mil pedidos para regressar ao mercado regulado do gás.

Os comercializadores do mercado regulado – designados como comercializadores de último recurso (CUR) – receberam, até esta quarta-feira, mais de 60 mil pedidos pedidos de contratação.

“Desde 7/9/2022 os pedidos de contratação colocados pelos Comercializadores de Último Recurso (CUR) do Sistema Nacional de Gás (SNG) [ascendem] a 63.288“, informa a Agência para a Energia (ADENE), em resposta ao ECO/Capital Verde.

A mudança para o mercado regulado do gás voltou a ser uma possibilidade para os consumidores em Portugal com consumos anuais inferiores ou iguais a 10.000 metros cúbicos (m3) no passado dia 7 de setembro. A medida anunciada pelo Governo, em agosto, vai vigorar durante 12 meses, abranger até 1,5 milhões de consumidores domésticos e vai ter um custo orçamental de 60 milhões de euros, em 2023, devido à perda de receita de IVA potencial, segundo a proposta de Orçamento do Estado, apresentada esta segunda-feira.

A medida foi tomada para fazer face aos aumentos das tarifas por comercializadores no mercado livre, que entraram em vigor em 1 de outubro, já que o mercado regulado pratica preços mais baixos. Desde o início do mês, os preços do gás na EDP Comercial subiram, em média, 30 euros, aos quais acrescem taxas e impostos, enquanto a Galp confirmou uma subida, em média, de 8 euros e a Goldenergy encareceu a fatura mensal dos seus clientes em 10 euros.

No caso do mercado regulado, o gás subiu 3,9% a partir de 1 de outubro, face ao mês anterior. Contudo, tendo presente as atualizações da tarifa ao longo de 2022, e face ao preço médio do ano anterior, os consumidores neste regime registarão em outubro um acréscimo médio de 8,2% no preço de venda final.

Para os clientes saberem qual o comercializador do mercado regulado que serve a sua área de residência, podem consultar a página da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos para o efeito. Depois, resta contactar o CUR, online, através das lojas físicas ou por correio eletrónico, e o comercializador tratará da mudança sem quaisquer custos para o consumidor – a não ser que este tenha algum tipo de fidelização – e sem a interrupção do fornecimento de gás.

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Quer recrutar talento migrante? TESE explica-lhe como no evento “Mercado de Trabalho INclusivo”

O evento "Mercado de Trabalho INclusivo" decorre a 24 de outubro, das 14h00 às 17h40, em Lisboa. As inscrições estão abertas.

A TESE – Associação para o Desenvolvimento está a organizar um evento com o foco na diversidade étnico-cultural no mercado de trabalho. O evento “Mercado de Trabalho INclusivo” decorre a 24 de outubro, das 14h00 às 17h40, em Lisboa. As inscrições estão abertas.

“É essencial uma mobilização sistémica, num trabalho de articulação entre as entidades empregadoras e as organizações da sociedade civil que trabalham este tema, em prol de uma sociedade inclusiva, do trabalho digno e do crescimento económico”, afirma Joana Guimarães, gestora de projetos de empregabilidade da TESE, citada em comunicado.

Destinado a todas as entidades empregadoras (empresas e organizações), o evento vai abordar pistas concretas sobre como as companhias podem aceder mais facilmente às competências e talentos das pessoas migrantes.

Além dos vários testemunhos de pessoas migrantes, Sofia Appelgren, da Mitt Liv (Suécia), e Margarida Couto, da associação empresarial Grace, um representante da APPDI (Associação Portuguesa para a Diversidade e Inclusão), são alguns dos convidados especialistas que vão estar presentes.

O programa está organizado em três partes facilitadoras de partilha e de identificação de soluções: “Conhecer… os desafios e as necessidades”, “Inspirar… com exemplos de práticas” e, finalmente, “Agir… para continuar a construir soluções”.

Os interessados devem efetuar o seu registo aqui.

A TESE é uma organização não-governamental para o desenvolvimento (ONGD) que desenha e implementa soluções inovadoras e replicáveis com vista a melhorar a qualidade de vida de pessoas e comunidades

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Bloco, PSD, IL e Chega votam contra OE2023. PAN e Livre recusam voto favorável

Partidos com assento parlamentar foram recebidos esta quarta-feira por Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém, deixando críticas ao diploma apresentado por Fernando Medina.

A proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2023 entregue pelo Governo na Assembleia da República não deve ter o voto favorável do PAN nem do Livre, que no último OE se abstiveram. Rui Tavares aponta que “a estratégia do Livre não é a do Governo para este OE”, enquanto Inês Sousa Real destaca que é fundamental ter “apoios mais diretos para as famílias e empresas”. Já o Bloco de Esquerda (BE), Iniciativa Liberal, Chega e PSD revelam que deverão votar contra o documento. O PCP não se comprometeu com o voto mas diz que este OE “não responde aos problemas do país”.

O Livre foi o primeiro partido a ser recebido pelo Presidente da República esta quarta-feira, num conjunto de audiências sobre o OE. Rui Tavares saiu da reunião a sinalizar as diferenças entre a estratégia do partido e do Governo, que impedem “à partida o voto favorável”, em declarações transmitidas pelas televisões.

“O Governo decidiu dar prioridade à consolidação orçamental, à diminuição do défice e da dívida, achando que a economia ainda está em expansão e não há risco de recessão”, diz, mas “já se enganou no ano passado, quando disse que inflação era temporária”. “Se o Governo se estiver a enganar na leitura do ciclo económico, travar a fundo em plena curva pode significar o descontrolo do carro”, reitera.

Assim, o Livre defende que a estratégia “devia ser responsabilidade social”, nomeadamente “ajudar pessoas a mitigar efeitos da inflação”, com medidas como um passe ferroviário nacional ou o inventário dos edifícios que o Estado tem no centro da cidade “que podem ser transformados em residências universitárias”.

Para Rui Tavares, um “OE que tivesse prioridade a responsabilidade social teria mais responsabilidade orçamental”, sendo que – e continuou com a metáfora do carro numa curva –, “em vez de travar a fundo, a economia precisava de um cheirinho do acelerador ou, pelo menos, abrandar no tipo de consolidação orçamental”.

Já Inês Sousa Real apontou insuficiências nas medidas, defendendo que “não basta atribuir agora os 125 euros, é fundamental que haja acompanhamento do que é o mínimo de existência para as famílias no contexto de crise e apoios mais diretos para famílias e empresas”.

“Não podemos ter um Governo que continua a dar com uma mão às empresas que mais poluem e mais lucram à conta do que é hoje a asfixia fiscal para as famílias e empresas no país”, salientou a deputada do PAN, à saída da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionada sobre o sentido de voto, Inês Sousa Real adianta que a proposta está a ser analisada com a comissão política nacional do partido, que não se irá “demitir de fazer o papel na especialidade e de apresentar propostas”. Mesmo assim, aponta que “está tudo em aberto”, apesar de assegurar já que o partido não irá “acompanhar do ponto de vista favorável este OE”.

Ninguém fica espantado se a proposta que levar [à comissão política] for de voto contra, uma vez que o que está em causa é um OE que está a empobrecer a generalidade dos trabalhadores.

Catarina Martins

Coordenadora do BE

Mais taxativa foi Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, que reunirá ainda a comissão política para formalizar a decisão de votar contra o diploma. “Ninguém fica espantado se a proposta que levar for de voto contra, uma vez que o que está em causa é um OE que está a empobrecer a generalidade dos trabalhadores, ao mesmo tempo que continua a premiar o aspeto especulativo, tanto na habitação, como na energia ou nos bens alimentares, contribuindo para esse empobrecimento generalizado do nosso país”, resumiu.

Seguiu-se Jerónimo de Sousa, que defendeu que “estamos perante um OE que não dá resposta aos problemas, num quadro em que se acentuam as dificuldades para muitos portugueses”. O secretário-geral do PCP reitera assim que as medidas em matéria de salários e pensões são “claramente insuficientes”.

O líder comunista não se compromete ainda com o sentido de voto mas sinaliza as várias críticas feitas à proposta do Governo, apontando que este OE “não é justo na medida em que privilegia não as PME mas sim os grandes grupos económicos e multinacionais”. O Executivo “fez uma opção, ficou do lado dos grupos económicos, não está a responder ao que era possível responder com medidas como a taxação dos lucros excessivos ou apoios sociais”.

Para João Cotrim de Figueiredo, este OE fará com que Portugal continue a “divergir dos países com os quais devia estar a competir, e com os quais se pode efetivamente comparar”. O líder liberal considera que o “crescimento económico não é uma mera questão de números”, mas sim uma questão de criar condições para suportar os serviços públicos, e tornar o país mais atrativo.

Neste sentido, a Iniciativa Liberal defendeu que este OE “manifesta as facetas menos agradáveis do PS”, pelo que irá votar contra o OE na generalidade, e “previsivelmente também na especialidade”.

A par do BE e do IL, também o Chega anunciou que deverá votar contra a proposta de OE2023. “Na nossa perspetiva não é com este orçamento, por isso a proposta que vamos levar quer à direção nacional do partido quer à ao grupo parlamentar é de votar contra o Orçamento do Estado para 2023”, disse André Ventura, em declarações citadas pela Lusa. O líder do Chega justifica a decisão, referindo que “este este não é um Orçamento do Estado de reforma nem de fortalecimento da economia”, mas “um orçamento de operações cirúrgicas”. “Portugal precisava de um orçamento que robustecesse a economia e que fosse uma ajuda às famílias e às empresas”.

Por outro lado, também o PSD sinaliza que já teve oportunidade de analisar o documento com mais detalhe e que apesar de admitir que o partido vai apresentar propostas de alteração, Luís Montenegro revela que os sociais-democratas vão votar contra o documento. “Não temos naturalmente esperança que este orçamento possa ter remendo no sentido de poder configurar como instrumento positivo de politicas públicas no próximo ano e portanto tivemos ocasião de dizer ao senhor Presidente da República que nós rejeitaremos no Parlamento este Orçamento”, sinalizou.

Posição diferente tem o PS, que sinaliza que “a mensagem essencial” transmitida ao Presidente da República foi a de “satisfação” por ter sido alcançado um acordo com os parceiros sociais, dado que isso “demonstra humildade de Governo de maioria absoluta”, mas que, por outro lado manifesta “a falta de humildade dos outros partidos”. “O esforço que fizemos é um esforço que remunera a democracia, que nos traz estabilidade no país, e que será essencial para prosseguirmos objetivos”, afirmou Carlos César.

(Notícia atualizada às 18h27 com as declarações do presidente do PS)

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Esta é a “última oportunidade” para recuperar a TAP e “não podemos falhar”, diz CEO

A discursar em português, Christine Ourmières-Widener afirmou que a companhia tem de "melhorar a forma de comunicar com os trabalhadores, com os clientes e com os contribuintes".

“Há muitos anos que a TAP não é uma empresa lucrativa. Na verdade, nunca foi. Os anos de 2017 e 2019 foram uma exceção”, afirmou a CEO da companhia esta quarta-feira, numa intervenção na Portugal Air Summit, em Ponte de Sor. O atual plano de reestruturação é a “última oportunidade” tornar a empresa sustentável, defendeu Christine Ourmières-Widener, que discursou, pela segunda vez, em português.

“Encontrei uma situação muito difícil na empresa, não só económica e financeiramente, mas também humana”, afirmou a presidente executiva, que chegou à TAP há pouco mais de um ano. “A preocupação com o futuro, os cortes salariais, a saída de pessoas. Foi dolorosa para todos. Continua a ser. Mas encontrei também pessoas empenhadas” em construir um futuro melhor, acrescentou.

Christine Ourmières-Widener reconheceu que a intervenção do Estado, com a injeção de até 3,2 mil milhões de euros, teve “um preço alto para os contribuintes”, mas disse que “tudo será feito para tornar a companhia sustentável no longo prazo”.

“Temos a oportunidade de criar uma TAP mais forte, recuperar o orgulho do país na sua companhia de bandeira”, afirmou, salientando que se trata da “última oportunidade”, porque, durante dez anos, a companhia não poderá receber mais apoios”. “Não podemos falhar”, sublinhou.

Segundo a CEO, os últimos resultados financeiros mostram que a empresa está “a cumprir o plano de restruturação e até com algum avanço”. “Temos os mesmos níveis de receita, com frota mais pequena e menos trabalhadores”, disse. Mas, “há ainda muito por fazer. Temos de otimizar os nossos custos. Temos de reduzir os custos com a frota. Queremos renegociar todos os Acordos de Empresa, porque a TAP não vai parar depois de terminado o Plano de Reestruturação e os acordos de emergência. E, muito importante: temos de criar o nosso futuro, também melhorando a relação com as nossas pessoas”, acrescentou.

Depois dos vários conflitos com sindicatos, do aumento de queixas dos consumidores e a recente polémica relacionada com o contrato para a renovação da frota com 50 BMW, a presidente executiva da TAP disse que é necessário “melhorar a forma de comunicar com os trabalhadores e com os contribuintes”. A responsável afirmou que a empresa está a conseguir melhorar a capacidade do call center, aumentando a performance de 80% em julho, agosto e setembro e para 85% na primeira semana de outubro.

No próximo verão, a empresa espera aumentar a capacidade trocando quatro aviões ATR por aviões Airbus A330 e A320, contornando dessa forma o limite de 99 aviões imposto por Bruxelas e a redução dos slots no aeroporto de Lisboa. “A inflação galopante, o disparar do preço do combustível, bem como as incertezas em relação à procura no próximo ano, são preocupações presentes e de futuro”, afirmou.

A responsável garantiu ainda que a companhia está “concentrada em aumentar a fiabilidade da frota para que possamos evitar que as operações sejam penalizadas pela indisponibilidade de aeronaves e por questões técnicas desnecessárias”. “Este ano assinalámos 77 anos. Vamos trabalhar para celebrar mais 77”, disse Christine Ourmières-Widener, a fechar a sua intervenção.

À margem da conferência, a CEO da TAP comentou ainda a notícia do Público que dá conta do potencial interesse do fundo de investimentos norte-americano Certares, acionista da Douro Azul, na privatização da TAP. Citada pela Lusa, Christine Ourmières-Widener considerou que a competição é “sempre boa”, mas negou saber algo “específico” sobre um eventual interesse do fundo.

(notícia atualizada às 15h15 com comentário da CEO da TAP ao interesse do fundo Certares na companhia)

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Finlandeses esgotam stocks de comprimidos de iodo

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Farmácias da Finlândia estão “temporariamente” sem pastilhas de iodo, depois de Governo ter pedido para que a população as comprasse como prevenção de risco de radiação nuclear.

As farmácias da Finlândia esgotaram em poucas horas os stocks de pastilhas de iodo, depois de o Governo ter pedido esta quarta-feira de manhã para que a população as comprasse como prevenção de risco de radiação nuclear.

A Associação Finlandesa de Farmacêuticos confirmou esta quarta-feira em comunicado que os comprimidos de iodo de potássio se esgotaram “temporariamente” em todas as farmácias do país, mas que vão estar disponíveis “em breve”. A associação adiantou que, apesar da sugestão das autoridades, “não há necessidade urgente” de adquirir pastilhas de iodo.

A aquisição deste produto, para a qual é necessária receita médica, foi tão grande que chegou a colapsar temporariamente a venda em linha da maior cadeia de farmácias do país, a Yliopiston Apteekki.

Durante a manhã de esta quarta-feira, o Ministério dos Assuntos Sociais e da Saúde da Finlândia tinha sugerido à população menor de 40 anos que comprasse pastilhas de iodo de potássio como medida de prevenção de risco de radiação nuclear.

O Ministério explicou esta quarta-feira em comunicado que agora não há pastilhas de iodo para menores de três anos à venda na Finlândia, pelo que os centros de saúde devem importá-las e distribuí-las pelos pais e pelas mulheres grávidas.

O iodeto de potássio previne a absorção de iodo radioativo através das tiroides, que pode causar cancro ou lesões nesta glândula quanto o corpo está exposto à radiação nuclear. A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso destes comprimidos em caso de nuclear às pessoas de até 40 anos e às mulheres grávidas, neste caso para proteger o feto.

As autoridades finlandesas recordaram que a forma mais eficaz de reduzir a exposição é procurar refúgio em espaços interiores, enquanto o consumo de iodo é uma “medida de proteção complementar”.

Solicitou ainda aos cidadãos para que não tomem os comprimidos por sua iniciativa e esperarem que as autoridades de proteção civil lançam um aviso de emergência, se for necessário.

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Engenharia Social: a arte do saber enganar

  • ECO + EY
  • 12 Outubro 2022

As comunicações entre colaboradores, em que são transmitidas informações confidenciais, tornaram-se o veículo perfeito para que agentes mal-intencionados tentem obter acesso a esta informação.

A pandemia da Covid-19 veio alterar o paradigma laboral ao permitir que muitas das funções que seriam tradicionalmente realizadas a partir do escritório passassem a ser realizadas remotamente. Esta alteração trouxe um aumento significativo da utilização de ferramentas de colaboração que permitem a comunicação e cooperação entre colaboradores, como a utilização do correio eletrónico. Estas comunicações entre colaboradores, onde muitas vezes são transmitidas informações confidenciais, tornaram-se o veículo perfeito para que agentes mal-intencionados tentem obter acesso a esta informação.

Através da exploração das vulnerabilidades do ser humano, como as suas emoções, o seu instinto natural para ajudar o próximo e até mesmo a forma como este reage e responde a comunicações de aparente carácter urgente evidenciam a crescente necessidade de existir um esforço por parte das organizações para assegurar que os seus colaboradores estão capacitados para corretamente identificar ataques desta tipologia.

Dentro de uma enorme variedade de ataques de Engenharia Social, é de destacar o Phishing. Os ataques de Phishing consistem na receção de emails que podem conter uma hiperligação para um website não confiável, onde se requer a inserção de informação como credenciais corporativas, um anexo, como um ficheiro Microsoft Excel em que foi incluído código malicioso, ou, até mesmo, a mera requisição de informação através do texto no corpo do email.

João Guita Almeida, Senior Associate, EY Portugal, Cybersecurity, Consulting Services

Estes emails apelam a um sentimento de urgência na vítima para que esta não tenha tempo para efetivamente processar a informação que recebeu, e forçá-la a atuar rapidamente sobre o mesmo. Essa é uma das características que permitem detetar emails maliciosos. Existem ainda outras características que podem ser utilizadas para a deteção de potenciais emails de Phishing, como o domínio do email ou da ligação, que poderá não corresponder a uma entidade confiável (embora possa ser muito semelhante ao de uma tal entidade), erros ortográficos ou ainda alguma referência institucional descontextualizada. Em situações limite, estes emails poderão ser enviados a partir de uma conta de email confiável, de um colega de trabalho ou amigo, que tenha sido comprometida e que esteja a ser utilizada como ferramenta de ataque. É importante pensar sempre antes de atuar sobre o conteúdo de um email recebido.

Ao contrário do Phishing, onde geralmente o ataque acontece em massa, o Spear Phishing, permite realizar ataques direcionados a um indivíduo ou grupo de indivíduos. Estes ataques são, normalmente, mais eficazes, no sentido que permitem utilizar contexto específico do indivíduo ou da organização com o propósito de aumentar a credibilidade potencial do ataque. Ainda relativamente a variantes de ataques de Engenharia Social, existe o Whale Phishing, cujo objetivo é alcançar indivíduos com influência ou em posições de poder. Quando estes ataques são direcionados a organizações, as vítimas costumam fazer parte da gestão de topo. Desta forma, é possível ao atacante obter informação sensível ou confidencial acerca da organização vítima do ataque.

Existe uma outra variante de ataques de Engenharia Social, o Vishing, onde através de chamadas telefónicas, os atacantes tentam extrair informação privilegiada. Mais uma vez, recorrendo ao poder da persuasão e de urgência para posicionar a sua vítima num estado emotivo para a cedência destes dados. É ainda de realçar o Smishing, que de igual forma recorre a dispositivos móveis para atuar, mas onde o ataque é realizado através do envio de SMS fraudulentos.

Os ataques elencados neste artigo são, nos dias de hoje, dos ataques mais eficazes, pois permitem explorar, acima de tudo, as pessoas. E como uma organização não se faz sem pessoas, é importante garantir que estas se encontram preparadas para uma rápida e correta identificação e resposta a este tipo de ataques. A execução de simulações de ataques de Engenharia Social e a realização da respetiva sensibilização tornam-se elementos críticos que permitem distinguir um incidente de segurança de apenas mais uma tentativa falhada de um atacante. Desta forma, torna-se vital a implementação de um plano de sensibilização para a Cibersegurança que seja robusto e que permita capacitar as organizações e respetivos colaboradores com as ferramentas necessárias para lidar corretamente com ataques de Engenharia Social.

Texto por João Guita Almeida, Senior Associate, EY Portugal, Cybersecurity, Consulting Services

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Autarca de Braga estima aumento de 2 milhões de euros na conta da eletricidade

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Presidente da Câmara de Braga estima um aumento dos custos municipais com eletricidade em cerca de dois milhões. Reivindica, por isso, apoio às autarquias e ainda a redução do IVA da eletricidade.

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, estimou, esta quarta-feira, em cerca de dois milhões de euros o aumento dos custos municipais com eletricidade, considerando que as autarquias não estão a ser devidamente apoiadas face à subida. Ricardo Rio antecipou que, dos três milhões de euros normalmente gastos, a fatura poderá passar “para quatro ou cinco, rapidamente, a manter-se esta tendência“.

“Pode ser cerca de 1% ou 2% do orçamento a mais que temos que despender com os custos energéticos, do orçamento total da câmara. Estamos a falar de mais dois milhões de euros, no caso de Braga“, disse aos jornalistas em Bruxelas, à margem da Semana Europeia das Regiões e Cidades, que ocorre até quinta-feira.

O autarca do PSD recordou que a autarquia bracarense paga “quase três milhões de euros em iluminação pública todos os anos”, revelando ainda que estão a existir “vários pedidos de renegociação dos fornecedores” face a assuntos como o custo dos combustíveis. “Hoje em dia, a questão energética até é pior. Por exemplo, o Theatro Circo duplicou a fatura energética de um ano para o outro”, frisou.

Questionado acerca da iluminação de Natal na cidade, disse que “vai haver luzes” comemorativas.

Pode ser cerca de 1% ou 2% do orçamento a mais que temos que despender com os custos energéticos, do orçamento total da câmara. Estamos a falar de mais dois milhões de euros, no caso de Braga.

Ricardo Rio

Presidente da Câmara Municipal de Braga

O autarca, que também é presidente da comunidade intermunicipal (CIM) do Cávado, lembrou ainda a proposta daquela entidade, no sentido de reduzir o IVA da eletricidade. “É uma opção nacional. Aliás, é uma reivindicação antiga da Associação Nacional de Municípios, das poucas que foi fazendo de forma sustentada, e que ainda não aparece neste orçamento [do Estado] mas que me parece que, no atual contexto particular, em que vemos um agravamento dos custos da energia, mais se justificaria que fosse adotada“, defendeu.

Ricardo Rio classificou ainda como “muito curiosa” a atual situação vivida pelas autarquias face a outros setores da sociedade. “Nós vemos medidas a serem canalizadas para os cidadãos, para as empresas, mas não vemos recursos a serem canalizados para os poderes públicos“, afirmou.

O autarca de Braga afirmou ainda que “o Estado está a arrecadar receita extraordinária com os aumentos dos custos das autarquias e também dos outros cidadãos“, pelo que defende a redução do imposto.

Ricardo Rio participa, esta quarta-feira, num “painel de alto nível”, no âmbito da Semana das Regiões, com o título “O empoderamento jovem não pode esperar pelo futuro”, que contará também com a comissária europeia Mariya Gabriel, responsável pela Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude.

“As políticas da juventude têm um papel predominante. Eu partilharei algumas das que nos temos desenvolvido, e também não apenas das políticas e dos resultados, mas sobretudo do processo, da maneira como temos conseguido envolver os próprios jovens na formatação dessas mesmas políticas”, frisou o autarca social-democrata.

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Presidente da República pede “clarificação” da lei das incompatibilidades ao Parlamento

Numa carta enviada à AR, o Chefe de Estado justifica o pedido, referindo que a atual legislação "tem suscitado ampla controvérsia na sociedade portuguesa" e que objetivo é eliminar "obscuridades".

O Presidente da República pediu à Assembleia da República (AR) que reaprecie a lei das incompatibilidades, caso “considere relevante e necessária tal reflexão”. O objetivo é eliminar “as dúvidas interpretativas ou obscuridades que ainda subsistam”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa.

“O Presidente da República solicitou hoje [quarta-feira, dia 12 de outubro] à Assembleia da República, caso esta considere relevante e necessária tal reflexão, que proceda à revisão da legislação em vigor referente à matéria do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, suas obrigações declarativas e respetivo regime sancionatório, traduzindo-a num corpo único e claro que regule, nomeadamente, o exercício dos cargos, respetivos processos decisórios, suas relações familiares e outras, assim eliminado as dúvidas interpretativas ou obscuridades que ainda subsistam“, lê-se numa nota divulgada no site da Presidência da República.

Numa carta endereçada ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, o Chefe de Estado justifica o pedido em oito pontos, referindo que a atual legislação “tem suscitado ampla controvérsia na sociedade portuguesa” e que “as dúvidas interpretativas subjacentes aos regimes em causa” foram expressas “inclusivamente pelo Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República” em “dois momentos”.

Nesse sentido, Marcelo Rebelo de Sousa faz referência aos pareceres nº. 25/2019 e n.º 6/2021 para sinalizar que “não se afigura conveniente que, nesta matéria, o intérprete tenha de se socorrer de métodos como a redução teleológica ou que admita a existência de obscuridades”.

Costa não tem dúvidas sobre “probidade” dos membros do Governo

Confrontado com o pedido feito pelo Presidente da República, o primeiro-ministro sinaliza que “o Governo não se intromete no diálogo entre o Presidente da República e a Assembleia da República”, realçando que este “é um direito previsto na Constituição.

Não obstante, numa referência às alegadas incompatibilidades que envolvem Pedro Nuno Santos e Ana Abrunhosa, António Costa reitera que estes “não são casos nenhum nem suscitam duvidas nenhumas”, dado que “a lei é absolutamente claras sobre eles”. ” (…) Da minha parte não tenho dúvidas nenhumas sobre a probidade da forma como os membros do meu Governo têm exercido as suas funções”, garantiu em declarações transmitidas pelas televisões.

Já o presidente do PS, lembrou que “a legislação em vigor é recente” e que “foi aprovada praticamente por unanimidade”, bem como ” existem dois pareceres da PGR que cobrem as situações que têm sido denunciadas”. Nesse sentido, o Carlos César garante que não existe “qualquer ilegalidade no procedimento, na conduta e nos atos de diversos membros do governo” que têm vindo a ser envolvidos em polémica”, disse à saída da reunião com o Presidente da República sobre o OE2023.

Ainda assim, os socialistas sublinham que “existindo um consenso razoável” sobre o assunto, o partido tem “toda a disponibilidade para revisitar a legislação em vigor”, e contribuir para uma “maior clareza” e para “limpar qualquer obscuridade existente”.

Por outro lado, à saída de uma reunião com o Presidente da República sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), a líder do Bloco de Esquerda disse ainda não ter lido a nota emitida por Marcelo, mas lembra que “existe uma lei que está em vigor e as leis são para ser cumpridas”. E realça a importância de criar a entidade da transparência, aprovada pela Assembleia da República, mas ainda não em funcionamento. “É uma entidade muito importante”, referiu.

Ao mesmo tempo, o líder do PSD sinaliza que a lei das incompatibilidades “como qualquer outra lei são sempre suscetíveis de merecer ponderação”, mas realça a importância “até para beneficio dos visados” que se faça “uma investigação profunda” para se “concluir se houve ou não violação da lei”.

Nos últimos dias, a lei das incompatibilidades tem vindo ao debate público depois de o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, ter sido acusado de violar a lei que estabelece o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos. Em causa está um contrato público por ajuste direto, de junho deste ano, feito com a Tecmacal, que é detida em conjunto pelo governante e pelo pai, e que, segundo o Observador, colide com o novo regime, que data de 2019. Pedro Nuno Santos, por sua vez, nega qualquer incompatibilidade, e o primeiro-ministro já veio em sua defesa.

Dias antes também a ministra da Coesão Territorial se viu envolvida em polémica, por duas empresas do marido terem recebido fundos europeus. Além disso, houve também outro caso recentemente que envolveu o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, por este ser sócio-gerente de uma empresa de consultoria ligada à área que tutela. Entretanto, o governante já anunciou a dissolução da empresa.

(Notícia atualizada às 17h35 com as declarações do presidente do PS)

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Micro segmentação e hiperpersonalização da oferta de seguros

  • ECOseguros + EY
  • 12 Outubro 2022

Como devem as seguradoras responder a novas necessidades dos consumidores? Que oferta e capacidades devem ser desenvolvidas? No segmento privado e pequenos negócios podemos estar perante 9 categorias.

Assistimos a uma confluência de tendências determinantes para a reconfiguração do setor segurador, tendências estas que são especialmente desafiantes para as seguradoras mais tradicionais, mas que podem revelar-se determinantes para assegurar um futuro sustentável do setor.

No que ao segmento de particulares e pequenos negócios respeita, as tendências mais marcantes são as seguintes:

  • Revolução no consumo: assistimos a uma intensificação e evolução da procura por produtos hiperpersonalizados e por proteções que permitam fazer face a situações únicas, colocando assim o consumidor no centro da oferta desenhada pelas companhias;
  • Necessidade de proteção ao risco em tempo real: a inteligência artificial, o machine learning, a automação, as plataformas digitais e a análise de dados permitem às companhias de seguros desenvolver produtos e serviços personalizados, de forma instantânea e à escala;
  • Importância dos ecossistemas: à medida que as fronteiras entre os vários segmentos de seguros se desvanecem e que as barreiras à entrada desaparecem, os seguros tornam-se omnipresentes em todo o tipo de transações/eventos — as companhias criam assim os seus próprios ecossistemas, participando também noutros criados por diversas entidades;
  • Novos riscos implicam a criação de novos produtos: a forma como as normas sociais e culturais evoluem — desde a relevância dos valores ESG até aos temas associados a dados pessoais e ao mundo virtual — leva à existência de novos riscos e, consequentemente, à inovação em termos da criação de produtos e à procura da liderança no mercado por parte das companhias.
Assistimos a uma confluência de tendências determinantes para a reconfiguração do setor segurador, tendências estas que são especialmente desafiantes para as seguradoras mais tradicionais

Estas mudanças profundas a que assistimos têm subjacentes disrupções por todos conhecidas, e que vão desde a evolução tecnológica à proliferação de dados, aos novos competidores e às alterações regulatórias. Deste modo, torna-se determinante conseguir navegar nestas tendências. Este exercício, num ambiente hipercompetitivo, exige que as companhias consigam satisfazer novas necessidades e expectativas por parte dos consumidores através do desenvolvimento de uma micro segmentação e de uma hiperpersonalização da oferta.

Nos últimos anos, este foco nos consumidores tem-se intensificado, reconhecendo-se que os inputs dos mesmos conduzem à definição de melhores produtos, serviços e experiências, traduzindo-se, assim, num incentivo à inovação e à definição de programas de transformação. É sabido que os consumidores procuram proteções mais flexíveis, personalizadas e acessíveis, tendo em consideração a forma como vivemos e trabalhamos atualmente.

Com efeito, as InsurTechs e as startups têm ganho alguma dinâmica no que respeita a coberturas “a pedido” e de nicho, o que prova que os consumidores estão disponíveis para contratar coberturas não tradicionais, concluindo-se que existe um mercado por explorar para este segmento.

Para satisfazer este gap em termos de proteção, o qual representa, naturalmente, uma oportunidade muito interessante de crescimento, é necessário que se estabeleçam relações com novos consumidores e se satisfaçam as suas necessidades. Para este efeito, bem como para manter os clientes atuais, as companhias têm que conseguir operacionalizar este foco no consumidor.

Tendo presente este segmento, identificam-se nove tipos de consumidores-chave, cujas características refletem os desafios que se colocam às companhias de seguros, mas também as oportunidades únicas que este mercado dinâmico pode oferecer. Claro que nem todas as companhias irão focar-se nos nove tipos de consumidores, mas existem temas comuns, sendo de salientar o desejo de coberturas feitas à medida, a obtenção de um serviço personalizado e a exposição a experiências digitais mais enriquecedoras, ou seja, a procura por maior valor acrescentado. Identificam-se, em seguida, as referidas categorias de consumidores-chave:

Particulares

  1. Compradores no ponto de venda: Compradores frequentes que procuram proteção imediata para as suas aquisições;
  2. Devotos dos valores ESG: Consumidores informados e sensíveis aos valores ESG e que procuram que as suas ações e despesas sejam coerentes com esses mesmos valores;
  3. Capitalistas de dados: Consumidores muito conhecedores em termos tecnológicos e que conhecem o valor dos seus dados, esperando receber valor pelo facto de os partilharem com a companhia;
  4. Vanguardistas virtuais: Procuram proteção para os seus ativos digitais e para as suas identidades virtuais;
  5. Protetores: Consumidores com património considerável, bem como afluentes que procuram uma proteção conjunta para os seus ativos através de uma relação ou plataforma únicas;
  6. Minimalistas: Consumidores sensíveis ao orçamento, procurando gastar o mínimo para obter apenas uma cobertura básica;Pequenos negócios
  7. Integradores: Trabalhadores e empresários que procuram apólices flexíveis para os seus projetos, bem como para a sua vida pessoal;
  8. Empresários eficientes: Empresários que procuram contratar uma cobertura básica, mas também ajuda no que respeita a grandes riscos;
  9. Proprietários conscientes: Proprietários de negócios em crescimento que pretendem tornar as suas operações mais “verdes” e melhorar o seu impacto social.

O foco em satisfazer as necessidades dos consumidores deste segmento poderá ter em consideração o alinhamento com estes perfis.

Texto por Inês Cabral, Partner EY, Tax Financial Services

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Os adiamentos da defesa de Rui Pinto versus as críticas ao Ministério Público por arrastar investigação

O advogado Teixeira da Mota chamou o Ministério Público de "perverso" por constituir o hacker como arguido, em mais um processo, no dia em que este falou em julgamento no processo Football Leaks.

O advogado de defesa de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota, já sabia desde setembro que o hacker português era arguido e estava a ser investigado em outro processo, autónomo ao Football Leaks.

Em causa o facto do advogado do arguido ter acusado o Ministério Público (MP) de estar a ser “perverso” ao ter constituído Rui Pinto como arguido nas vésperas de este falar, pela primeira vez, em julgamento, no âmbito do Football Leaks.

Rui Pinto, de 33 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

No início da sessão, na segunda-feira, o advogado Francisco Teixeira da Mota afirmou que o seu cliente é arguido em mais um processo o que “o impede de ter uma vida normal”. Em causa estão factos entre 2015 e 2018 e que segundo a defesa estão relacionados também com o processo em que Rui Pinto está a ser julgado. “Queria comunicar que na sexta-feira Rui Pinto foi constituído de novo arguido relativamente a factos que estão aqui em julgamento. O processo tem três anos, mas o MP só nesta sexta-feira constituiu Rui Pinto como arguido”, afirmou o advogado, logo a abrir a sessão no Juízo Central Criminal de Lisboa. Segundo Francisco Teixeira da Mota, os factos relativos a esse processo terão sido praticados entre 2015 e 2018, sendo que o MP terá conhecimento dessas informações desde 2019. “Esta é uma estratégia perversa, prolongando artificialmente o estatuto de arguido”, sublinhou.

Mas o timing do MP, criticado pela advogado, só foi este porque o próprio advogado adiou essa mesma diligência para o dia 7 de outubro. Segundo o que o ECO/Advocatus apurou, junto de fonte do MP, o primeiro agendamento feito pelo Ministério Público estava marcado para inícios de setembro. Mais: a data de 7 de outubro foi proposta por Francisco Teixeira da Mota e, posteriormente, aceite pelos magistrados. O ECO/Advocatus tentou obter uma explicação da parte do advogado, mas sem sucesso.

Julgamento sucessivamente interrompido por pedido da defesa

Desde janeiro que o julgamento tem vindo a ser adiado sucessivamente. Em causa o facto de Rui Pinto ter ido às instalações consultar a prova do apenso F e e disco rígido RP3, que contém alguns dos emails pirateados pelo próprio.

O arguido Rui Pinto pediu o acesso aos mails que terá pirateado por considerar “indispensável para se poder defender em tribunal”. Os e-mails que alegadamente roubou encontram-se no chamado apenso F — uma parte do processo do caso Football Leaks onde a PJ guardou as caixas de correio eletrónico integrais encontradas nos discos apreendidos e que pertencem a responsáveis de clubes de futebol, a alguns dos mais importantes escritórios de advogados portugueses, como a PLMJ.

O objetivo do pedido de cópia do apenso, alegou a defesa de Pinto, seria o de “analisar os ficheiros informáticos constantes no Apenso F, exclusivamente, do ponto de vista técnico, através de pesquisa forense, procedendo à análise de metadados e estruturas de dados, com recurso a ferramentas forenses que lhe permitam ter um conhecimento diferenciado da prova.”

“Todos os elementos acedidos ilicitamente por Rui Pinto, que constam do apenso F, apenas podem ser relevantes para a defesa se forem para a acusação, pelo que o arguido não precisa de ir procurá-los, o Ministério Público já o fez e disponibilizou-os aos sujeitos processuais. Permitir ao arguido que consulte e armazene tudo o que obteve ilicitamente e que, por isso, se encontra a ser julgado, apenas com base no jargão intimidatório de ser necessário à defesa é grave e inadmissível, além de ridículo”, alegaram os assistentes, no pedido de recurso que fizeram para a Relação.

A Relação veio decidir que “em caso algum serão entregues as duas pen drives que constituem o apenso F ao arguido para que este pura e simplesmente as consulte”, dizem os desembargadores, no recurso a que o ECO/Advocatus teve acesso, à data. Mas aceita que Rui Pinto tenha acesso aos ditos e-mails, mas nas instalações da PJ, sob a supervisão da mesma. “A cópia do apenso F apenas é possível ser consultada pelo arguido e a sua defesa, não se permitindo que, realizada a consulta, a cópia fique na posse dos mesmos”, diz a decisão.

Para os assistentes e para o Ministério Público, o facto de Rui Pinto ter acesso às caixas de correio eletrónico — que no fundo é a razão pela qual está a ser julgado — seria uma duplicação do crime e de penalização das vítimas.

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Governo promete alívio de até 31% na eletricidade e 42% no gás para as empresas

A injeção de 3.000 milhões no sistema elétrico e de gás vai permitir reduções nos preços da energia em 2023, garante o ministro do Ambiente e da Ação Climática.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, prometeu esta quarta-feira um alívio para as empresas de até 30% nos preços da eletricidade e de até 42% nos preços do gás natural em 2023, face aos preços que eram esperados para esse ano.

Estes alívios resultam da injeção de 3.000 milhões de euros que já tinha sido avançada pelo Governo, e que vai dividir-se em 2.000 milhões de euros para a eletricidade e 1.000 milhões de euros para o gás natural.

Para cumprir metas de redução de consumo de gás, o desconto será aplicável a 80% do consumo médio registado nos últimos anos, de cada empresa, e vai ser criado um programa para implementar esta ajuda. No caso da eletricidade, o regulador vai a 15 de outubro estruturar a distribuição destes investimentos naquilo que é a política tarifária do próximo ano.

Do bolo dos 3000 milhões, metade refere a medidas políticas e a outra metade a medidas regulatórias. A intervenção na eletricidade conta com 1.500 milhões de euros de medidas regulatórias, que contabilizam por exemplo a diferença dos contratos de take or pay com o preço de mercado. Os restantes 500 milhões decorrem de medidas políticas, isto é, uma soma da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético e o resultado dos leilões de carbono. Os mil milhões que cabem ao gás provêm de uma transferência extraordinária do Orçamento de Estado de 2022.

“Ao interferirmos na eletricidade e gás estamos a interferir no pão, leite… em todos os domínios de produtos da nossa sociedade”, sublinhou o ministro, ao mesmo tempo que indica estar perante a “maior intervenção alguma vez feita no mercado energético em Portugal”.

Em resposta às questões dos jornalistas, o ministro esclareceu ainda que estas medidas são dirigidas a setores económicos “tendo por principio que o mercado domestico não teria aumentos significativos na eletricidade“, um pressuposto que decorre do diálogo com o regulador, que irá apresentar a proposta de tarifas para 2023 este sábado.

Duarte Cordeiro explicou que os cálculos das poupanças na eletricidade têm por base a previsão de que o preço do megawatt-hora em 2023 vai situar-se nos 258 euros por megawatt-hora, mais 276% face a 2021. No gás natural, assume-se que o preço para os grandes clientes vai aumentar 145% no segundo trimestre de 2022 face ao segundo trimestre de 2021, para os 46,1 euros por MWh, no caso dos grandes clientes, e atinge os 67,3 euros por MWh, um incremento de 212%, face ao segundo trimestre de 2021, no caso das restantes empresas de média e baixa pressão. Se os preços não subirem tanto, as poupanças que resultam da intervenção que está agora a avançar serão maiores do que os cerca de 30% previstos.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h02)

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Ana Patrícia Carvalho é a nova general counsel & compliance officer da Nestlé Europa

A profissional assumia o cargo de general counsel R&D, na Suíça, onde liderou o processo de transformação da equipa jurídica de R&D. 

Ana Patrícia Carvalho é, desde 1 de outubro, a nova general counsel & compliance officer da Nestlé para a zona da Europa. Após três anos a trabalhar na Suíça, como general counsel for R&D, a advogada portuguesa aceita, agora, este novo desafio na companhia.

“Tive o prazer de liderar nos últimos Três anos a equipa de legal R&D do grupo, onde procurei reforçar uma visão estratégica e pragmática de utilização da propriedade intelectual direcionada aos negócios. É com muito entusiasmo que assumo a posição de general counsel & compliance officer da Nestlé na Europa”, diz a profissional.

“Embarco neste novo desafio orgulhosa da sólida herança deixada pelo meu antecessor, Trevor Brown, e pelas equipas jurídicas dos diversos países que integram a zona Europa. Estou confiante que detemos uma base de excelência para responder de forma eficaz aos desafios da atualidade e contribuir forma ativa, inovadora e pragmática para o crescimento sustentável do grupo na Europa”, continua Ana Patrícia Carvalho, em comunicado.

A responsável iniciou a sua carreira profissional em 1998 na sociedade de advogados PLMJ, em Lisboa, e em 2003 juntou-se ao Grupo Nestlé, como senior counsel na Nestlé Portugal. Paralelamente, foi professora assistente na Universidade Moderna de Lisboa, entre 1999 e 2007. Em 2010, foi promovida a general counsel & compliance officer da Nestlé Portugal e, nove anos mais tarde, embarcou num novo desafio além-fronteiras, na Suíça, onde assumiu o cargo de general counsel R&D, tendo liderado o processo de transformação da equipa jurídica de R&D.

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