EUA querem reavaliar cooperação militar com a Arábia Saudita

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

Biden “deixou muito claro que temos de continuar a reavaliar essa relação, que temos de estar preparados para a reconsiderar", disse o porta-voz John Kirby, após a OPEP+ anunciar um corte do petróleo.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, quer reavaliar a cooperação militar do seu país com a Arábia Saudita, informou esta terça-feira a Casa Branca, depois de os sauditas se aliarem à Rússia no controlo de produção de petróleo. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, explicou que Biden “deixou muito claro que temos de continuar a reavaliar essa relação, que temos de estar preparados para a reconsiderar”.

“O Presidente está pronto para trabalhar com o Congresso, para ponderar sobre como esse relacionamento deve ser no futuro”, disse Kirby, durante uma entrevista televisiva.

A OPEP+ – organização de 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderado pela Arábia Saudita e por 10 outros membros, incluindo a Rússia – decidiu na semana passada reduzir a suas cotas de produção, num gesto que foi considerado uma afronta diplomática a Joe Biden.

O Presidente norte-americano viajou até à Arábia Saudita, em julho, para se encontrar com o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, apesar dos problemas diplomáticos causados pelo assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, atribuído à família real saudita. Perante a decisão da OPEP+, o líder da comissão de Relações Internacionais do Senado dos EUA, Bob Menendez, ameaçou bloquear qualquer venda futura de armas à Arábia Saudita.

Dois outros democratas, o senador Richard Blumenthal e o membro da Câmara de Representantes Ro Khanna, escreveram um artigo no jornal Politico na mesma linha, argumentando que “a América não deve entregar o controlo de sistemas estratégicos de defesa a um país aparentemente aliado do nosso maior inimigo”, referindo-se às relações entre a Arábia Saudita e a Rússia.

Em agosto, Washington anunciou que venderia 300 mísseis Patriot à Arábia Saudita, por 3,05 mil milhões de dólares (valor idêntico em euros). A parceria entre os EUA e a Arábia Saudita foi assinada após o fim da Segunda Guerra Mundial, proporcionando ao reino proteção militar como contrapartida do acesso ao petróleo por parte dos norte-americanos.

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Costa Silva critica os portugueses que hostilizam empresas, lucros e grande capital

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

O ministro disse que o que o preocupa não é o desempenho deste ano, mas sim o que se vai passar em 2023, fruto de um contexto de conflitos geopolíticos que “não auguram nada de bom”.

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, criticou esta terça-feira, em Barcelos, os portugueses que hostilizam as empresas e os empresários, tratam o lucro “como um pecado” e atacam o grande capital. “Infelizmente, vivemos num país que, por motivos ideológicos, hostiliza as empresas, hostiliza os empresários, muitas vezes trata o lucro como um pecado (…). E, sobretudo, há também um ataque sistemático contras as grandes empresas e contra aquilo que muitos chamam o grande capital”, referiu.

Falando durante um Fórum Regional da Indústria, Costa Silva disse que aqueles ataques subvertem completamente “tudo aquilo que deve ser uma economia de um país avançado”.

“Oxalá o país tivesse grande capital, o capital é exatamente uma das coisas que mais falta faz para capitalizar as empresas e desenvolver um percurso para o futuro”, acrescentou. Na sua intervenção, criticou ainda a lentidão da máquina do Estado, sublinhando que quase o leva à “exasperação”.

“Todos os dias quase que chego à exasperação, temos ainda uma máquina lenta, uma fraca ligação ao que é o tecido industrial”, afirmou, defendendo que é preciso reformar métodos de trabalho e digitalizar processos, para agilizar procedimentos. Em relação ao futuro, o ministro disse que o que o preocupa não é o desempenho deste ano, mas sim o que se vai passar em 2023, fruto de um contexto de conflitos geopolíticos que “não auguram nada de bom”.

“É uma conjuntura extremamente difícil, temos de nos preparar para um mundo novo”, alertou. Para o governante, as chaves para o sucesso das empresas portuguesas serão a capitalização e a cooperação.

Antes de Costa Silva falou o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, que aludiu à “brutal carga fiscal” que impende sobre as empresas e cidadãos e defendeu a necessidade de uma reforma que alivie aquela carga. No entanto, na sua intervenção, o ministro da Economia não se pronunciou sobre a questão fiscal.

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Volatilidade das ações aumenta 20% e arrasta bolsas para o vermelho

A volatilidade das ações tem estado a aumentar com a instabilidade que se tem sentido no mercado obrigacionista. Para os investidores, a gestão do risco é hoje uma missão quase impossível.

Os níveis de volatilidade dos principais índices acionistas estão, atualmente, 20% acima dos seus valores médios de longo prazo. É o caso do PSI 20 que nas últimas 10 sessões de bolsa regista uma intensidade das oscilações das cotações dos títulos 20% acima da média registada no último ano.

Na carteira dos investidores, o aumento de volatilidade das bolsas (encarado como uma medida de risco) está a provocar avolumar de perdas. Este ano, entre os principais índices acionistas, apenas o brasileiro Bovespa se mantém em terreno positivo. Os restantes afundam, em média, 18%. O PSI 20, que esta terça-feira desvaloriza 1% acumula perdas de 5,8% desde o início do ano. Entre os principais índices europeus é o menos penalizado.

Uma das maiores forças de pressão sobre o desempenho das ações tem estado o mercado obrigacionista que, um pouco por todo o mundo, tem enfrentado episódios como há muito não se via, com alguns bancos centrais a mostrarem-se bastante ativos no mercado para segurarem as suas obrigações soberanas.

O caso mais emblemático é o Banco de Inglaterra que anunciou o segundo pacote de resgate dos seus títulos de dívida em poucos dias, introduzindo a possibilidade de aumentar a compra diária das suas obrigações do Tesouro (Gilts) e forçar a compra de obrigações indexadas à inflação, depois de ontem a yield das Gilts a 10 anos terem disparado 64 pontos base, que se traduziu numa queda de 5,5% sobre o preço dos títulos.

O comportamento das obrigações britânicas está a gerar réplicas por todo o mercado de dívida, colocando em cima da mesa de muitas salas de mercados o receio de que possa estar a caminho uma onda de venda forçada por parte de alguns grandes investidores, como são os fundos de pensões, que têm de desfazer-se dos títulos para cobrirem as suas garantias.

O comportamento das obrigações britânicas está a gerar réplicas por todo o mercado de dívida, colocando em cima da mesa de muitas salas de mercados o receio de que possa estar a caminho uma onda de venda forçada por parte de alguns grandes investidores, como são os fundos de pensões, que têm de desfazer-se dos títulos para cobrirem as suas garantias.

As obrigações do Tesouro a 10 anos de Portugal também não têm passado despercebidas do radar dos investidores. Desde 4 de outubro acumulam um incremento de 49 pontos base, estando atualmente a negociar com uma yield média de 3,4%. A última vez que esteve nestes valores foi em abril de 2017.

A instabilidade do mercado de dívida ganha ainda maior dimensão nas contas da República, dado que esta quarta-feira o IGCP tem agendado dois leilões de obrigações do Tesouro, a 3 e 9 anos, onde pretende financiar-se até 1.000 milhões de euros.

A obrigação a 3 anos está atualmente a negociar com uma yield média de 2,17%, quando até meados de agosto apresentava uma taxa abaixo de 1%. A obrigação a 9 anos está a ser negociada com uma yield de 3,26% e até 18 de agosto estava abaixo dos 2%. Isto significa que, no espaço de dois meses, o Estado viu o custo de se financiar a três anos mais do que duplicar e a 9 anos o preço cobrado pelos credores aumentou 1,6 vezes.

A correlação negativa entre ações e obrigações está ameaçada?

Para os investidores, também não passa despercebido a elevada correlação que existe atualmente entre as obrigações soberanas de países visto como “refúgio”, como os EUA, Japão, Alemanha e Reino Unido. De acordo com dados da MSCI publicados pela Reuters, os níveis de correlação destes títulos de dívida está ao valor mais elevado dos últimos sete anos.

Isto faz com que a gestão do risco nas carteiras dos investidores seja eliminada porque, se antes as perdas registadas pelos títulos de uma obrigação eram mitigadas pelos ganhos de outras obrigações, hoje essa relação é, em alguns casos, homogénea.

“Os bancos centrais de todo o mundo estão a combater um inimigo comum e estão a utilizar os mesmos instrumentos. Como resultado, estamos a ver correlações significativamente elevadas entre os mercados obrigacionistas“, referiu Andy Sparks, chefe da investigação de gestão de carteiras no MSCI, citado pela Reuters.

Correlação entre obrigações e ações desde 1926

Fonte: CFA Institute. Datastrea, Refinitiv e Schroders.

 

O tema da correlação de ativos é hoje um dos temas centrais na gestão do risco, porque algumas das máximas que se tinha sobre esta matéria estão drasticamente a mudar.

Nas últimas duas décadas, a correlação entre ações e obrigações tem sido consistentemente negativa. Isto significa que, em média, numa carteira distribuída homogeneamente pelos dois títulos, as perdas momentâneas das ações eram eliminadas pelos ganhos gerados pelas obrigações. Mas, acima de tudo, as obrigações permitiam reduzir a volatilidade da carteira, pois revelam-se, tradicionalmente, ativos menos voláteis.

Esta dualidade comportamental é explicada por um simples comportamento: quando o apetite pelo risco é baixo, os investidores tendem a vender ações e a comprar obrigações, para precaverem uma queda do mercado; e quando o apetite pelo risco é elevado, os investidores tendem a comprar ações e a vender obrigações.

Mas todas estas máximas, que constam nos manuais de economia e finanças, está drasticamente a mudar e alguns especialistas temem que as mudanças macroeconómicas que existem e persistirão no próximo ano – como a incerteza em relação à inflação – podem levar a um reaparecimento da correlação positiva entre ações e obrigações que se verificou nas décadas de 1970, 1980 e 1990.

No centro da inversão desta realidade está a inflação que desempenha um papel de maior relevo no desempenho das obrigações. De acordo com cálculos de Sean Markowiz do Barclays Wealth, desde 1926, sempre que a taxa de inflação superou a barreira dos 3%, em 98% das ocasiões a correlação entre ações e obrigações foi positiva.

Tomando em consideração que a taxa de inflação está a níveis recorde de muitos anos em vários países e as expectativas em relação à sua evolução são ainda nebulosos, é muito provável que a volatilidade da cotação das ações e das yields das obrigações se mantenha, à medida que os bancos centrais retiram estímulos para arrefecer a economia.

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Fundo de Resolução lembra Nobel da Economia para defender os 8 mil milhões injetados no Novobanco

Fundo de Resolução defende que a sua atuação ajudou a minimizar em 551 milhões os pagamentos que já foram feitos ao Novobanco. Lone Star ainda sem "vontade concreta" de vender banco.

O Fundo de Resolução lembrou a investigação do recém-laureado com o Prémio Nobel da Economia Ben Bernanke, sobre a necessidade de apoiar o sistema financeiro sob stress para evitar uma crise maior, para defender a intervenção no BES e Novobanco que já consumiu mais de oito mil milhões de euros de recursos públicos desde 2014.

“Não há qualquer dúvida que o apoio ao Novobanco é gigantesco, é muitíssimo elevado”, começou por dizer Luís Máximo dos Santos esta terça-feira no Parlamento. Mas “a defesa da estabilidade financeira tem bastantes custos e o custo de não fazê-lo é pior”, acrescentou logo a seguir, para lembrar o trabalho do antigo presidente da Reserva Federal americana e agora Nobel da Economia.

Bernanke demonstrou de forma muito clara o impacto devastador que o colapso dos bancos pode ter, gerando uma crise mais difícil” de gerir, afirmou Máximo dos Santos.

João Freitas, diretor-geral do Fundo de Resolução, acrescentou dados: se o BES não tivesse sido resgatado em 2014, o custo teria sido de mais de 14 mil milhões de euros. Além disso, também mostrou que, “em termos relativos, o apoio público foi menor” no BES/Novobanco — que recebeu 40% dos apoios públicos à banca desde 2008, segundo o Tribunal de Contas — do que nos casos do BPN (nacionalizado em 2008) e Banif (resolvido em 2015).

Não se trata de salvar banqueiros, estamos a salvar poupanças, depósitos e a regularidade do financiamento da economia”, explicou depois presidente do fundo.

“O Novobanco está vivo, goaz de razovel saude, tenho mantido a segurança dos depositos e continuado a contribuir para a economia portuguesa”, rematou Máximo dos Santos.

Atuação do FdR poupou 551 milhões

Ambos os responsáveis rejeitaram as críticas do Tribunal de Contas de que o Fundo de Resolução não salvaguardou o interesse público, não minimizou a utilização de recursos públicos e não fez um controlo eficaz dos contratos.

João Freitas adiantou aos deputados da comissão de orçamento e finanças que, devido à atuação do Fundo de Resolução, foi possível minimizar os pagamentos ao Novobanco em 551 milhões de euros.

“Se tivéssemos pago tudo o que o Novobanco pediu, já tínhamos ultrapassado o valor do acordo de capital contingente” de 3,89 mil milhões de euros, acrescentou o diretor do Fundo de Resolução. Até hoje, ao abrigo daquele acordo criado em 2017, o Fundo de Resolução já injetou 3,4 mil milhões de euros na instituição financeira detida pelo Lone Star (75%).

Máximo dos Santos admitiu que pode ter de injetar mais dinheiro no banco. “É evidente que se o Fundo de Resolução perder os litígios no Tribunal Arbitral, os montantes vão ter de ser honrados”, disse. Lembrou, contudo, que o fundo já ganhou um processo ao Novobanco naquela sede, “um terreno desfavorável para entidades públicas”, o que “já é um indício da correção da nossa ação”.

Americanos ainda sem intenção de venda

Máximo dos Santos disse ser prematuro fazer qualquer antecipação em relação ao futuro do Novobanco, nomeadamente quanto à estratégia para a participação do Fundo de Resolução no banco, revelando que o acionista americano ainda não mostrou “vontade concreta” de venda.

“Já somos três acionistas: Lone Star, Fundo de Resolução e Estado. Há regras no contrato para o funcionamento da venda. Mas não estou em condições de dizer mais do que isto. Tanto mais que a própria Lone Star não manifestou nenhuma vontade concreta e específica para a venda da sua parte do capital”, adiantou.

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Marcelo vai pedir ao Parlamento para reapreciar lei das incompatibilidades

"A decisão final é do Parlamento e o que há a fazer é ponderar a aprovação de uma nova lei", disse o Presidente da República. 

Perante os vários casos que têm vindo a público ligados a familiares de governantes, o Presidente da República diz que vai enviar uma mensagem ao Parlamento “a pedir para reapreciar” a lei das incompatibilidades. “A decisão final é do Parlamento e o que há a fazer é ponderar a aprovação de uma nova lei”, sinaliza.

A responder a questões sobre a incompatibilidade, Marcelo Rebelo de Sousa salienta que o Parlamento “está muito a vontade para poder apreciar, porque praticamente todos os partidos já tiveram ou tem responsabilidade de Governo e sabem o que e estar na área de poder”, sendo que até a “IL e o Chega porque estão pelo menos nos Açores numa certa área de Governo, direta ou indireta”.

Nesse quadro é mais fácil “ponderar os prós e contras e aí a palavra é do Parlamento, deve ser o Parlamento a fazer o afinamento e dizer se alargamos mais ou menos”, defendeu o Presidente, acrescentando que pode não estar em causa apenas o grau de parentesco mas também a “relação entre entidades públicas”.

O Presidente admite ainda que com os “governos últimos tem havido muita dúvida quer no comentário político como uma parte da opinião pública questão de estar ou não a haver transparência e nepotismo“. Assim, “cabe à lei estabelecer limites”, reitera, ressalvando ainda assim que “a Administração Pública em Portugal, como em todos estados contemporâneos, tem um âmbito de intervenção brutal na nossa vida”.

Esta questão surge depois do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ser acusado de violar a lei que estabelece o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos. Em causa está um contrato público por ajuste direto, de junho deste ano, feito com a Tecmacal, que é detida em conjunto pelo governante e pelo pai, e que, segundo o Observador, colide com o novo regime, que data de 2019. Pedro Nuno Santos, por sua vez, nega qualquer incompatibilidade, e o primeiro-ministro já veio em sua defesa.

Além disso, houve também outro caso recente que envolveu a ministra da Coesão Territorial, por duas empresas do seu marido terem recebido fundos europeus.

(Notícia atualizada às 17h10)

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Matosinhos gasta menos 50% na fatura energética das iluminações de Natal

Matosinhos vai poupar cerca de 50% na fatura da eletricidade das iluminações de Natal com redução dos horários e utilização de iluminação 100% LED, indo ao encontro das recomendações do Governo.

A Câmara Municipal de Matosinhos prevê poupar, este ano, cerca de 50% na fatura da eletricidade das iluminações de Natal em relação a 2021. “A poupança energética é uma preocupação, há já alguns anos, e temos tomado medidas no sentido de diminuir a nossa pegada energética, como por exemplo, a substituição por LED de 90% da iluminação pública“, começa por afirmar a vereadora do Turismo e das Atividades Económicas, Marta Pontes.

A autarquia reduz, assim, o consumo energético em cerca de 50% relativamente a 2021. O concelho mantém a iluminação nas principais artérias comerciais, mas optou, contudo, pelo recurso a “iluminação 100% LED de alta eficiência e de muito baixo consumo energético“. Para além disso, acrescenta a vereadora, “o número de estruturas com iluminação vai ser reduzido em 25%, em relação a 2021, e serão utilizados dispositivos eletrónicos que permitem poupança de energia”.

A poupança energética é uma preocupação, há já alguns anos, e temos tomado medidas no sentido de diminuir a nossa pegada energética, como por exemplo, a substituição por LED de 90% da iluminação pública.

Marta Pontes

Vereadora do Turismo e das Atividades Económicas da Câmara Municipal de Matosinhos

A vereadora da autarquia liderada pela socialista Luísa Salgueiro acrescenta ainda que o município apenas vai ligar as iluminações de Natal entre as 18h00 e as 24h00, entre 25 de novembro e 8 de janeiro, indo, deste modo, ao encontro das recomendações do Governo. “Este ano, a questão da redução do consumo de energia é mais premente face à conjuntura internacional e, por isso, adotámos medidas extraordinárias”, arremeta Marta Pontes.

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Rússia inclui dona do Facebook na lista de organizações “terroristas e extremistas”

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

A empresa, que detém o Facebook e o instagram, foi classificada entre as organizações “terroristas e extremistas” do serviço russo de supervisão financeira.

A Rússia colocou oficialmente a gigante norte-americana Meta, detentora das redes sociais Facebook e Instagram, na lista de organizações “terroristas e extremistas”, abrindo a possibilidade de processos judiciais reforçados contra os utilizadores no país.

A Meta foi classificada entre as organizações “terroristas e extremistas” do serviço russo de supervisão financeira, constatou esta terça-feira a agência noticiosa France-Presse (AFP) no portal deste órgão do Governo russo. Em março, a Meta foi declarada uma organização “extremista” por um tribunal russo e as suas duas principais redes sociais, Instagram e Facebook, foram bloqueadas na Rússia.

A ilegalização de atividades de organizações com o “estatuto” de “extremista e terrorista” estendeu-se também o movimento Vesná (‘Primavera’), que organizou vários protestos contra a mobilização parcial de reservistas russos para combater na Ucrânia. O Vesná, um movimento fundado em 2013, em São Petersburgo, com base em vários partidos da oposição, foi incluído nessa lista pelo supervisor financeiro russo, Rosfinmonitoring.

Dessa forma, o movimento não pode ter dinheiro para o movimentar e para financiar as atividades. O Vesná foi incluído na lista antes de os tribunais o declararem uma organização extremista, algo que o Ministério Público de São Petersburgo exigiu no final de setembro.

O Ministério Público acusou o movimento de realizar atividades destinadas a perturbar a ordem pública e a “inverter a ordem constitucional da Federação Russa”, alem de organizar ações “ilegais” para desestabilizar a situação política e tentar criar uma “opinião pública sobre a necessidade de mudança de poder”.

Além de se opor à “operação militar especial” russa na Ucrânia, o Vesná também defende a alternância de poder no Kremlin. Após o Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado, a 21 de setembro, o decreto de mobilização parcial para o conflito ucraniano, o movimento Vesná convocou ações de protesto em Moscovo e nas principais cidades do país, em que milhares de pessoas foram presas.

A mobilização parcial de 300.000 reservistas provocou um êxodo de homens em idade militar para o exterior. O líder da oposição russa, Alexei Navalny, detido, acusou Putin de tentar matar centenas de milhares de pessoas, enviando-as “para a trituradora da guerra”.

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Espanha aprova plano para reduzir em até 13,5% consumo de gás

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

Houve um "grande incremento" de consumo de gás em Espanha este verão para "assegurar o consumo" de eletricidade em Espanha e Portugal, admitiu a ministra espanhola.

O Governo espanhol aprovou esta terça-feira um plano de poupança e eficiência energética com o qual pretende diminuir de 5,1% a 13,5% o consumo de gás até março de 2023, como acordado no seio da União Europeia.

Boa parte das medidas integradas neste plano, que vai ser enviado a Bruxelas, já estão em vigor, algumas desde agosto, como limites de temperatura para aparelhos de ar condicionado e aquecimento, a obrigatoriedade de desligar, a partir das 22:00, a iluminação das montras comerciais e de edifícios públicos que não estejam a ser usados a essa hora ou a redução para 5% do imposto sobre o consumo (IVA) do gás e da eletricidade.

Além disso, há meses que Espanha tem em vigor um plano de poupança na Administração Central. Apesar das medidas já em vigor, houve um “grande incremento” de consumo de gás em Espanha este verão, para “assegurar o consumo” de eletricidade em Espanha e Portugal, afirmou a ministra espanhola com a pasta da energia, Teresa Ribera.

A ministra reiterou que Espanha é já uma “importante porta de entrada” de gás natural liquefeito e que este verão dispararam as exportações de energia para Portugal e França, por causa da seca, que pararem centrais hidroelétricas (no caso português) e nucleares (no território francês). Sem as exportações, houve redução de entre 4,6% no consumo de energia em agosto em Espanha, garantiu Teresa Ribera, que falava em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros espanhol.

As metas inscritas no plano visam a poupança de até 13,5% no gás consumido em Espanha entre agosto passado e março de 2023 em comparação com a média dos últimos cinco anos. A amplitude entre a meta mínima e a máxima de poupança é explicada por parte da aplicação das medidas – ou da intensidade da aplicação – depender da forma como forem ou não seguidas pelas administrações regionais e locais, pelas empresas e pelas famílias.

O plano tem 73 medidas de poupança e eficiência de consumo de eletricidade e gás, de ajudas aos consumidores ou de apoio à transição para novas formas de abastecimento e fontes de energia, com recurso a fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O documento procurar ter “uma visão estratégica” para o país ser “mais seguro, como garantir maior acessibilidade ao preço da energia e uma maior solidariedade com os restantes europeus”, afirmou Teresa Ribera.

A nível da proteção dos consumidores, além das reduções no IVA, o plano prevê a instalação de contadores de gás digitais, mais ajudas para as tarifas sociais de energia e apoios para quem tem aquecimentos dependentes de caldeiras centrais de condomínios, não sujeitas a tarifas reguladas, uma medida que abrange 1,6 milhões de famílias. Por outro lado, as faturas vão passar a incluir uma comparação de consumo com clientes do mesmo código postal, que permitirá analisar diversas ofertas de fornecedores, assim como conselhos para consumo inteligente e eficiente.

As faturas incluirão também claramente o valor pago pelos consumidores relativo ao designado “mecanismo ibérico”, que impõe limite máximo ao preço do gás comprado no mercado grossista para produzir eletricidade, mas depois obriga a uma compensação às elétricas. Com vista à transição para outras fontes de energia, o plano prevê verbas e benefícios fiscais para projetos de, por exemplo, painéis solares e outros de substituição dos combustíveis fósseis.

O governo espanhol disponibiliza também verbas e linhas de crédito para a renovação e mudança da iluminação pública, para a tornar mais eficiente e diminuir o gasto de energia, o que cabe às administrações locais e regionais, que têm até 01 de dezembro para publicar os respetivos planos de poupança e eficiência. O executivo incentiva as “grandes empresas” a desenvolverem também planos de poupança de energia e prevê apoios para pequenas e médias empresas para projetos de eficiência e transição energética.

Já a nível da “solidariedade” com o resto da Europa, mais dependente do gás russo do que a Península Ibérica, o plano espanhol insiste na reforço e construção de infraestruturas que permitam exportar gás e hidrogénio para outros países da UE. Em concreto, o plano refere o futuro “corredor ibérico do hidrogénio”, o novo gasoduto nos Pirenéus e o fornecimento a Itália através de barcos.

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Ranking internacional de sistemas de pensões coloca Portugal a meio da tabela

O Índice Mundial de Pensões 2022 contou pela primeira vez com Portugal, em 24.º lugar na lista de 44 países. Portugal destaca-se em Adequação, mas perde em Sustentabilidade.

Portugal surgiu pela primeira vez no Índice Mundial de Pensões, um estudo que avalia os sistemas de pensões de 44 países, e no qual ocupa o 24.º lugar. Islândia, Países Baixos e Dinamarca lideram o ranking global dos países com os melhores sistemas de pensões.

“Muitos indivíduos não vão poder contar mais com um apoio financeiro relevante por parte dos seus antigos empregadores e/ou do governo durante os anos de reforma”, conclui o estudo elaborado pela gestora de ativos, Mercer, e a organização sem fins lucrativos, CFA Institute, sublinhando a importância de diversificar as economias para a reforma, bem como das diferentes fontes de apoio financeiro.

Pela primeira vez, em 14 edições, Portugal figura no ranking, surgindo em 24.º lugar com uma pontuação global de 62,8, valor ligeiramente abaixo do valor médio de 63,03. Ao comparar apenas os países da União Europeia, com a inclusão do Reino Unido, Portugal figura em 13.º lugar numa lista de 17 países.

O Índice avalia cada sistema de pensões com base na média ponderada de indicadores como Adequação, Sustentabilidade e Integridade, face a mais de 50 indicadores. Em termos de Adequação, Portugal obteve 84,9 pontos, enquanto no indicador Integridade, a prestação fixou-se nos 73,9 pontos. No entanto, no que toca ao indicador Sustentabilidade, Portugal pontuou 29,7 pontos, tornando-se no 6.º país com a pontuação mais baixa.

Para cada indicador, os sistemas com a pontuação mais elevada em Adequação e Sustentabilidade foram registados na Islândia (85,8 e 83,8 respetivamente), e no que toca a Integridade, a pontuação mais elevada foi verificada na Finlândia (93,3).

No top 3 dos países com o melhor sistema de pensões encontramos a Islândia, que voltou a liderar com o maior valor global do Índice (84,7). Em segundo lugar ficam os Países Baixos com apenas uma décima de diferença (84,6) face à Islândia, e em terceiro lugar encontramos a Dinamarca (82). Por sua vez, os países com as pontuações mais baixas do índice foram a Argentina (43,3), as Filipinas (42), e a Tailândia (41,7).

 

O índice classifica cada país de A a E, sendo que A representa a melhor nota.
Fonte: Índice Mundial de Pensões 2022 (Mercer CFA Institute)

 

“O mercado dos fundos de pensões tem enfrentado significativos desafios nos anos recentes, destacando-se, em particular, o período de taxas de juro atipicamente baixas que marcou a última década. Depois de um período tão longo é normal que o novo regime económico de elevada inflação e taxas de juro em rápido crescimento tenha o seu impacto na indústria, um impacto que chega tanto por via das responsabilidades, como por via dos ativos”, comenta Marcos Soares Ribeiro, presidente e CEO na CFA Society Portugal, citado em comunicado.

Do lado do aforrador ou beneficiário, destaca-se o evidente desequilíbrio dos sistemas de segurança social como o português perante a expectável evolução demográfica. Num país com baixo nível de poupança para a reforma, a redução da taxa de substituição deverá representar um desafio muito relevante a enfrentar nas próximas décadas”, refere.

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OE2023: PCP disponível para “encontrar soluções” com o Governo

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

“O PCP não pode deixar de considerar lamentável que o Governo PS insista na farsa da revalorização salarial e do trabalho digno quando é uma evidência a desvalorização salarial", disse Paula Santos.

O PCP manifestou esta terça-feira disponibilidade para “encontrar soluções” com o Governo para resolver os problemas do país, mas acusou o PS de não querer dialogar e insistir na “farsa da revalorização salarial”. “Não foi o PCP que não quis encontrar soluções para resolver os problemas […] são o PS e o Governo que não querem encontrar essas soluções”, advogou a líder parlamentar comunista, Paula Santos, em conferência de imprensa na Assembleia da República.

A deputada comunista disse que há poucos meses o PS também demonstrou indisponibilidade para dialogar, aquando da discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2022, quando os socialistas já tinham alcançado a maioria absoluta. Ladeada pelo deputado Bruno Dias, a líder da bancada do PCP insistiu que o país está confrontado com “problemas gigantescos” praticamente em todas as áreas.

“O PCP não pode deixar de considerar lamentável que o Governo PS insista na farsa da revalorização salarial e do trabalho digno quando é uma evidência a desvalorização salarial, no privado e no público, continuando inclusive a negar aos trabalhadores a contratação coletiva”, completou Paula Santos.

O mesmo Governo, continuou, insiste “na fraude de fazer contas a partir de uma previsão de taxa de inflação de 4% em 2023 e 2% em 2024”. Questionada sobre a possibilidade de haver reuniões com o Governo para alterar a proposta de Orçamento do Estado apresentada na segunda-feira pelo ministro das Finanças, Paula Santos respondeu que “não está nada marcado” e reforçou a ideia inicial: o PS não está disponível.

Interpelada sobre a eventualidade de um voto contra a proposta na generalidade, em 27 de outubro, a líder parlamentar comunista foi esquiva e disse apenas que “oposição é oposição”. E essa oposição também vai ser feita através de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Ao longo da conferência de imprensa, Paula Santos repetiu várias vezes aquela que é a avaliação do partido em relação ao documento que Fernando Medina apresentou na tarde de terça-feira: vai “agravar desigualdades e injustiças” enquanto “abre a posta a escandalosos benefícios fiscais” dos grandes grupos económicos.

A habitação é outro flagelo que carece de resposta concreta, na opinião do PCP, já que os “valores de renda estão em completa roda livre”. A falta de profissionais de saúde para o Serviço Nacional de Saúde e a carência de professores na escola pública são dois fatores prementes para os comunistas, completou a deputada.

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Sines tem condições para produzir “dois gigawatts” de energia renovável no mar

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

O Secretário de Estado do Mar considera que Sines poderá desempenhar um papel importante na transição energética por ter capacidade de produzir até 2GW de de energias renováveis oceânicas.

O secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, disse esta terça-feira que Sines tem condições para vir a produzir “cerca de dois Gigawatts (GW)” de energias renováveis oceânicas, contribuindo para a transição energética em curso.

“Sines poderá almejar vir a ter nos próximos tempos cerca de dois GW de energias renováveis oceânicas que é também um fator muito importante de desenvolvimento daquilo que são as alterações climáticas e da transição que estamos a fazer em termos energéticos”, disse.

O secretário de Estado do Mar falava aos jornalistas à margem da 5.ª edição da Feira do Mar, evento organizado pelo Sines Tecnopolo e pela Câmara Municipal de Sines sobre empreendedorismo, turismo, portos e logística, formação e inovação.

Questionado sobre possíveis investimentos, na área das energias renováveis oceânicas, neste território, José Maria Costa, explicou que se trata de “projetos ligados a parques eólicos ‘offshore’ que poderão ter, inclusivamente, a produção de hidrogénio verde”.

De acordo com o governante, o grupo de trabalho interministerial, que envolve as secretarias de Estado do Mar, do Ambiente e da Energia e das Infraestruturas, “começou a funcionar”, esta segunda-feira, com o objetivo de “dimensionar o potencial eólico disponível” na nossa costa. “Estamos a falar de 10 GW a nível nacional, [sendo que] o potencial existente no mar de Sines é de dois gigawatts”, precisou.

O trabalho do grupo engloba também a adaptação das “infraestruturas portuárias” aos “novos desafios”, assim como a “renovação e qualificação das infraestruturas elétricas de transporte”.

“E tudo aquilo que vai ser uma fileira industrial que se vai constituir em torno da construção destas infraestruturas e do potencial tecnológico e da transferência de conhecimento que estão associados”, acrescentou.

O governante referiu ainda que, em Sines, “há uma forte visão estratégica de todos os atores e um forte alinhamento com aquilo que são os desígnios nacionais” que permitirão “transformar o Alentejo” e “criar condições” para “ter mais emprego, mais qualificação e qualidade de vida”.

O Governo assumiu a ambição de atingir uma capacidade instalada de eólico ‘offshore’ de 10 GW em 2030, que será atribuída através de leilões.

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FMI aponta “custos catastróficos” de travar a transição verde

“Uma transição atempada e credível, além de ser crítica para o futuro do planeta, também ajuda à estabilidade macroeconómica”, defende o FMI.

As políticas para evitar as alterações climáticas terão algumas “modestas implicações adversas para a atividade [económica] e para a inflação no curto-prazo” mas comparam com “custos catastróficos de não fazer nada”, escreve o Fundo Monetário Internacional (FMI), para depois sublinhar: “estes custos aumentam acentuadamente à medida que se adia a transição verde”.

Neste sentido, o fundo monetário deixa uma mensagem no relatório publicado esta terça-feira com as previsões mundiais: “uma transição atempada e credível, além de ser crítica para o futuro do planeta, também ajuda à estabilidade macroeconómica”.

Estas mensagens surgem num contexto de crise energética que, em particular na Europa, “não é um choque transitório”, avisa o FMI. O “realinhamento” do fornecimento de energia na sequência da guerra na Ucrânia é “alargado e permanente”, e se o inverno de 2022 vai ser desafiante, o de 2023 deverá ser pior, vaticina o organismo.

A energia verde é um dos meios para tornar as economias mais resilientes para enfrentarem futuras crises, defende a entidade liderada por Kristalina Georgieva. “Políticas para atuar rapidamente na transição energética verde terão retornos de longo-prazo para a segurança energética e para os custos das alterações climáticas” e aplicar as “medidas certas” nos próximos oito anos (até 2030) fará com que os custos macroeconómicos sejam “geríveis”.

Como já tinha sido comunicado anteriormente, para se atingirem as metas climáticas a nível global, é necessário um corte de 25% nas emissões até ao fim da década. Os custos da descarbonização podem pesar entre 0,15 e 0,25 pontos percentuais no crescimento do Produto Interno Bruto a nível global. Cumulativamente, acrescentariam entre 0,1 e 0,4 pontos percentuais, anualmente, à inflação.

Para acelerar a transição, o FMI deixa duas sugestões. Por um lado, definir um preço mínimo para o carbono e promover alternativas limpas, mais precisamente subsidiando energias renováveis e investindo em infraestrutura como redes inteligentes, ao mesmo tempo que devem eliminar-se os subsídios para os combustíveis fósseis ou para a agricultura intensiva em carbono. Em paralelo, políticas que permitam compensar os mais afetados no decorrer da transição são necessárias.

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