Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta: Investimento em mobilidade sustentável no OE 2023 é “completa deceção”

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta considera que o OE 2023 “é uma deceção” ao manter em um milhão de euros o investimento para a mobilidade sustentável.

A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) considera que o Orçamento do Estado (OE) para 2023 “é uma deceçãoao manter em um milhão de euros o investimento para a mobilidade sustentável, comprometendo as metas até 2025.

Esta proposta de OE é uma completa deceção. Quando se esperava que a mobilidade ativa (…) finalmente tivesse um lugar de destaque na política orçamental, fica praticamente esquecida e pior tratada do que em anos anteriores”, disse Rui Igreja, dirigente da MUBi, citado em nota de imprensa divulgada esta terça-feira.

O investimento previsto é igual ao que o OE2022 alocou para a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030 e que, de acordo com a Mubi, “já era largamente insuficiente para dar resposta às necessidades e metas desta estratégia”. Além disso, o montante passa, no OE para 2023, a ser dividido com a Estratégia Pedonal 2030.

Para a associação, “começa a ser evidente que o Governo falhará largamente as metas intercalares para 2025”, considerando que as verbas são insuficientes para execução das 51 medidas da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030, depois de a área da mobilidade ter sido “excluída” do Plano de Recuperação e Resiliência e do Programa para a Ação Climática e Sustentabilidade, do Portugal 2030.

“Esperamos que haja bom senso e responsabilidade nas discussões do OE2023 para trazer os modos ativos para o centro das políticas de combate às alterações climáticas e como principal instrumento orçamental para a alteração das políticas de mobilidade à escala nacional”, alertou Rui Igreja.

No âmbito da discussão do OE2023, a Mubi pediu que a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030 seja “dotada de recursos para acelerar a sua implementação” e que haja um plano de contratação e formação de técnicos das câmaras e do Estado nas áreas da mobilidade ativa e sustentável.

A associação defendeu a existência de programas nacionais de apoio à implementação dos Planos de Mobilidade Urbana Sustentável e de alteração do espaço público para a criação de condições de segurança e conforto para os aderentes dos modos de deslocação sustentáveis pelos municípios.

Propôs ainda um programa de incentivos às deslocações pendulares casa-trabalho em bicicleta e a redução do IVA para 6% para aquisição de bicicletas e respetivos componentes.

A Mubi lembrou as estimativas das estratégias, segundo as quais os modos de deslocação sustentáveis deverão ser principal opção de quase metade dos portugueses, 4% das deslocações nas cidades em 2025 deverão ser feitas em bicicleta, aumentando para 10% até 2030, e as deslocações a pé deverão aumentar para os 35% até 2030.

O Governo entregou na segunda-feira, na Assembleia da República, a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê que a economia portuguesa cresça 1,9% em 2023 e registe um défice orçamental de 0,9% do Produto Interno Bruto.

A proposta vai ser debatida na generalidade no parlamento nos próximos dias 26 e 27, estando a votação final global do diploma marcada para 25 de novembro.

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Porcelanosa antecipa aumento de 18% da faturação em 2022

Grupo espanhol Porcelanosa calcula fechar 2022 com 21 milhões de euros faturação, o que representa um aumento de 18% em relação ao ano anterior.

“O crescimento [da multinacional Porcelanosa] em Portugal tem sido muito positivo. Prevemos fechar o ano com 21 milhões de faturação, o que representa um aumento de 18% relativamente a 2021”, avança ao ECO Pedro Neiva, responsável pela loja do Porto do Grupo que é considerado “um dos fabricantes mais importantes do mundo da cerâmica, mobiliário de cozinha, equipamento de casa de banho e de soluções construtivas para a arquitetura contemporânea”.

Recentemente a Porcelanosa inaugurou uma nova loja em Loulé, a quarta da marca em Portugal, que se junta às do Porto, Viseu e Lisboa, no âmbito da política de expansão do grupo no país.

Entre os pilares da marca estão a promoção do consumo responsável dos recursos naturais e economia circular, assim como o aconselhamento personalizado e o acompanhamento exaustivo de cada projeto.

Já é tradição da marca realizar “os dias Porcelanosa”, que têm data marcada de 14 a 29 de outubro, com preços especiais nas diversas gamas de produtos. “Os Dias Porcelanosa” já fazem parte do “calendário anual da marca e são um sucesso entre os vários intervenientes, desde o cliente final às grandes empresas ligadas à construção residencial, hoteleira e comercial”, adianta o responsável.

“Pelas experiências que temos tido de anos anteriores, prevemos que haja uma procura superior a 140% durante este período”, afirma, por sua vez, Hugo Teixeira, responsável pela loja de Lisboa.

A Porcelanosa é considerada “uma das fabricantes mais importantes do mundo da cerâmica, mobiliário de cozinha e para o equipamento da casa de banho”, tendo mais de 970 lojas em 150 países.

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FMI pressiona bancos centrais a endurecerem subida dos juros

O FMI defende uma resposta mais célere dos bancos centrais para conter a subida da inflação, mas lembra que também os governos têm um papel a desempenhar para retirar incerteza à economia.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda que os bancos centrais atuem com firmeza para trazer a inflação de volta ao seu objetivo o mais depressa possível. Segundo a instituição liderada por Kristalina Georgieva, só dessa forma será possível “evitar que as pressões inflacionistas se enraízem” e se evite que as expectativas em relação à inflação não acabem por prejudicar a credibilidade dos próprios bancos centrais, lê-se no Global Financial Stability Report publicado esta terça-feira.

A política seguida pelos bancos centrais para conter a subida dos preços tem sido marcada por um incremento generalizado das taxas de juro. Na Zona Euro, depois de 11 anos sem aumentar as taxas, o Banco Central Europeu iniciou uma nova política monetária em julho deste ano que já se traduziu em dois aumentos da taxa de referência do euro para os atuais 1,2%. Nos EUA, a Reserva Federal norte-americana (Fed) também tem seguido esta doutrina, mas de uma forma mais incisiva, realizando, até ao momento, cinco subidas da taxa de juro do dólar, colocando-a atualmente no intervalo entre 3% e 3,25%.

Apesar de os analistas do FMI considerarem que a resposta dos bancos centrais tem sido menos célere do que seria recomendável, reconhecem que isso se sucede pela elevada incerteza que existe no momento em relação ao desempenho das economias para os próximos anos.

Para contornar este problema, o Fundo sugere que os decisores da política monetária adotem um comportamento de maior proximidade com os agentes económicos, seguindo uma comunicação mais clara sobre as suas funções e políticas, e sobre os seus objetivos. Dessa forma, o FMI acredita que será possível “preservar a sua credibilidade e evitar volatilidade injustificada do mercado”.

Para Portugal e restantes países desenvolvidos, o FMI recomenda que os governos intensifiquem “esforços para conter os riscos associados às suas elevadas vulnerabilidades de endividamento”, lembrando que “a adoção de planos credíveis de consolidação fiscal a médio prazo poderia ajudar a conter os custos de contração [da economia], de refinanciamento de empréstimos e aliviar as preocupações com a sustentabilidade da dívida.”

É notório que a economia mundial enfrenta um ambiente financeiro e económico invulgarmente desafiante. No entanto, o FMI sublinha que embora nenhum evento sistémico global se tenha materializado até agora, bancos centrais e governos “devem conter a acumulação de vulnerabilidades, ajustando políticas macroprudenciais para enfrentar quaisquer bolsas de risco.”

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Clubes de futebol reduzem prémios de seguros em 9 milhões

  • ECO Seguros
  • 11 Outubro 2022

Projeto da nova legislação prevê que o valor dos prémios de acidentes de trabalho dos futebolistas profissionais se reduzam em 40% diz a Liga Portugal.

A Liga Portugal, entidade que organiza as competições profissionais de futebol, foi a primeira entidade a reagir positivamente ao Projeto de Lei n.º 348/XV que altera o regime específico relativo à reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais.

Segundo a Liga Portugal, “o atual contexto legal fez, ao longo dos últimos anos, elevar a taxa de cobertura deste risco para cerca de 20% do valor do vencimento dos atletas, cerca de quatro vezes mais do que a média dos encargos dos seguros com acidentes de trabalho nos restantes setores de atividade”, afirmando que as Sociedades Desportivas alocam atualmente, em conjunto, 23 milhões de euros por época no cumprimento desta obrigação.

Ainda segundo a Liga, a alteração legislativa agora proposta “permitirá um ajustamento, por temporada, de cerca de 40 por cento no valor pago pelas Sociedades Desportivas, permitindo uma poupança superior a 9 milhões de euros, garantindo a manutenção das coberturas justas e adequadas aos jogadores profissionais”.

A poupança de 9 milhões de euros anuais contribuirá, continua a Liga, para a competitividade financeira dos Clubes que competem nas duas provas profissionais eliminando uma distorção que representa uma clara desvantagem competitiva face a outras Ligas e Clubes europeus”, conclui.

A entidade organiza três provas: a Liga Portugal bwin, escalão máximo do futebol profissional que reúne 18 equipas, tantas quanto a Liga Portugal SABSEG, segunda competição profissional. A Allianz Cup, também conhecida por Taça da Liga, é a competição profissional mais recente com lugar para 32 sociedades desportivas da Liga Bwin e da Liga Sabseg.

Em Portugal são as seguradoras que respondem pelas lesões dos futebolistas, confirmou a ECOseguros a Sabseg , corretora com forte presença em riscos desportivos. Fonte da empresa afirmou a ECOseguros que “o seguro Obrigatório dos futebolistas é Acidentes de Trabalho em que o tomador é a entidade patronal e a pessoa segura o atleta”.

Segundo a Sabseg “este regime de seguro Obrigatório de Acidentes de Trabalho só vigora em Portugal e somente a Bélgica tem algumas semelhanças”, acrescentando que “nos restantes países europeus está genericamente englobada no sistema de segurança social ou saúde, mas depende muito da legislação de cada pais e tipo de vínculo que o atleta tem com o respetivo clube”.

O regime relativo à reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais de seguro desportivo obrigatório está atualmente regulado pela Lei n.º 27/2011 de 16 de junho, mas o grupo parlamentar do PS refere que “a experiência entretanto colhida, em mais de uma década de vigência da lei, veio demonstrar que nem sempre o regime tem permitido uma avaliação rigorosa e transparente do risco, o que impacta negativamente nos custos da contratação dos seguros com prejuízos para todas as partes, e um acréscimo de conflitualidade na mediação dos interesses em jogo”.

Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, comentou que esta iniciativa “levou tempo, implicou muito trabalho, ações de sensibilização, diálogo com representantes de atletas e seguradoras em sede de Grupo de Trabalho e diligências junto das entidades governamentais e legislativas”, conclui.

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UTAO alerta para riscos descendentes no cenário macroeconómico no 2.º semestre

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

O excedente orçamental obtido no primeiro semestre "reflete espaço orçamental que possibilita ao Governo a adoção, no segundo semestre, de medidas com impacto orçamental em 2022".

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) alertou esta segunda-feira para a possibilidade de “riscos descendentes” no cenário macroeconómico durante o segundo semestre, mas não exclui um resultado orçamental no final de 2022 superior à meta prevista no OE2022.

“O excedente orçamental obtido no primeiro semestre, largamente superior ao referencial anual do OE2022 [Orçamento do Estado de 2022], reflete espaço orçamental que possibilita ao Governo a adoção, no segundo semestre, de medidas com impacto orçamental em 2022, de apoio às famílias e empresas e de antecipação de despesas, sem comprometer a meta anual”, lê-se no relatório sobre as contas das administrações públicas, reportado ao período entre janeiro a junho de 2022.

A UTAO ressalvou que, para o segundo semestre, a atual situação “apresenta riscos descendentes no cenário macroeconómico”, nomeadamente uma “desaceleração acentuada” no último trimestre deste ano.

No entanto, referiu que, sem a adoção de novas medidas, para além das já anunciadas, e caso a receita fiscal continue a ser beneficiada pela evolução “das suas bases macroeconómicas”, não e possível excluir, um resultado orçamental, no final do ano, superior à meta prevista no OE2022, ou seja, -1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

No documento, os técnicos da UTAO destacaram que, entre janeiro e junho, o saldo das administrações públicas registou um excedente que corresponde a 0,8% do PIB, ascendendo a 894,1 milhões de euros. “Dá-se nota que, neste século, o registo de um excedente orçamental no primeiro semestre de um ano é inédito”, assinalou. Este resultado ficou acima da previsão do Ministério das Finanças para o conjunto do ano.

No que se refere à melhoria de 6,2 pontos percentuais no saldo orçamental, a UTAO disse que teve origem no aumento da receita fiscal e na quebra do esforço financeiro com as medidas de política covid-19.

A melhoria da pandemia em Portugal permitiu assim diminuir o esforço financeiro com as medidas, o que se traduziu num impacto positivo de 1,6 pontos percentuais do PIB no saldo orçamental. Porém, notou que “o impacto desta tipologia de medidas de política já ultrapassou no final do primeiro semestre o valor previsto para o conjunto do ano”.

Por sua vez, as medidas para mitigar o impacto da inflação “são ainda pouco expressivas” e a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não teve impacto no saldo. “A despesa ascendeu a 406 milhões de euros, inteiramente financiada pelas subvenções do mecanismo NextGenerationEU”, apontou.

Para a melhoria do saldo orçamental contribuiu sobretudo a receita fiscal, fruto da recuperação económica e do aumento dos preços, “com impacto positivo nas bases de tributação indireta”. Na primeira metade do ano, o aumento da receita fiscal foi superior ao previsto na OE2022 para o conjunto do ano.

Do outro lado, a UTAO referiu que a despesa primária de medidas de emergência, onde se incluem as ligadas à covid-19, guerra na Ucrânia e à inflação, foi agravada em 1,2 pontos percentuais do PIB (1.393 milhões de euros).

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Aumento de capital vai tirar Pedrosa e trabalhadores da TAP SGPS

A TAP SGPS vai realizar uma operação harmónio seguida de um aumento de capital, que será subscrito apenas pelo Tesouro. O empresário dos transportes e os trabalhadores deixam de ser acionistas.

A TAP SGPS convocou os acionistas para uma assembleia geral no dia 11 de novembro, onde será deliberada uma operação harmónio, seguida de um aumento de capital, que só poderá ser subscrito pelo Tesouro e a Parpública. Humberto Pedrosa, que tem atualmente 22,5% do capital, ficará fora da holding, que já não tem qualquer participação na TAP SA, dona do negócio de aviação. O mesmo acontece com os 5% vendidos a trabalhadores em 2017. Nenhum deles receberá qualquer valor pelo investimento.

A convocação, divulgada através do Portal da Justiça, informa que os acionistas serão chamados a aprovar um aumento de capital dos atuais 15.000.000 euros para os 239.093.530 euros, por entrada em espécie, com a conversão das prestações acessórias na TAP SGPS de que é titular a República Portuguesa, representada pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

A esta operação segue-se uma redução de capital (daí tratar-se de uma operação harmónio) de 239.093.530, que coloca o capital a zero. Finalmente, é realizado um novo aumento de capital, de 10 milhões de euros, que só poderá ser subscrito pelo Estado, que ficará com 99% do capital, e pela Parpública, que terá 1%.

Na atual estrutura acionista da holding, o Estado tem 72,5% do capital, 22,5% diretamente através da República Portuguesa e 50% através da Parpública. Humberto Pedrosa, dono da empresa de transportes Barraqueiro e que está associado ao projeto do aeroporto em Santarém, tem 22,5% do capital.

Os restantes 5% correspondem às ações vendidas a trabalhadores do grupo no âmbito da oferta pública de venda lançada em abril de 2017, no âmbito do processo de reprivatização. Segundo o último relatório e contas da TAP SGPS, referente ao exercício de 2020, “parte dessas ações” foi já “alienada a favor de terceiros”.

Com esta operação de aumento e redução de capital, e posterior reforço reservado ao Estado, Humberto Pedrosa e os pequenos investidores deixaram de ter qualquer participação, nada recebendo pelas suas ações. No final do exercício de 2020, a TAP SGPS tinha capitais próprios negativos de 1.546,9 milhões, devido aos prejuízos históricos acumulados, ampliados pela crise provocada pela pandemia.

Desde o final do ano passado que a TAP SGPS não tinha nenhuma participação no capital da TAP SA, dona do negócio da aviação, na sequência também de um aumento significativo de capital do Estado. Depois dessa operação, ficou apenas com as participações da TAP Manutenção e Engenharia Brasil, entretanto liquidada, 100% da Portugália, que será integrada na TAP SA, 43,5% da Groundforce e 100% da TAPGER, que por sua vez detém 51% da Caterimpor e 100% da UCS (serviços de saúde dos trabalhadores da TAP).

(notícia atualizada às 15h34)

 

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Comissão de acompanhamento do PRR alerta para atrasos nas metas contratualizadas

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

"Começam a existir algumas zonas de risco onde, sobretudo em dezembro de 2022, podem existir algumas metas que terão dificuldade de execução”, alertou Pedro Dominguinhos.

A Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) alertou esta terça-feira para a existência de “riscos” devido a atrasos no apoio do Estado à capitalização de empresas e alertou para atrasos nas metas contratualizadas.

Recebido esta terça-feira em audição pela Subcomissão para o Acompanhamento dos Fundos Europeus e do PRR, da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, o presidente da CNA do PRR, Pedro Dominguinhos, defendeu que “é fundamental uma aceleração” da execução do PRR e alertou para “algum atraso” na execução das metas contratualizadas e dos impactos desejados.

Começam a existir algumas zonas de risco onde, sobretudo em dezembro de 2022, podem existir algumas metas que terão dificuldade de execução”, disse, adiantando ainda que “há um risco elevado” com a capitalização empresarial, designadamente através das medidas que são geridas pelo Banco do Fomento”, afirmou, reforçando que ser “muito crítico por não estar a chegar o dinheiro”.

Há um risco elevado” com a capitalização empresarial, designadamente através das medidas que são geridas pelo Banco do Fomento.

Pedro Dominguinhos

Presidente da CNA

O presidente disse que a CNA já questionou o Banco do Fomento “sobre o porquê de não haver decisão”, mas não conseguiu compreender o porquê, e lembrou que só foram anunciadas 26 candidaturas na segunda fase, um número que considera “manifestamente muito reduzido” de candidaturas para os 1.300 milhões disponíveis para a capitalização estratégica.

“O Banco do Fomento tem de ir ao terreno. Tem de perceber quais são as necessidades das empresas…É o programa que está mal desenhado? É a falta de informação? Foi a pandemia? É fundamental perceber-se isso”, disse.

Pedro Dominguinhos fez ainda um balanço da execução do PRR, adiantando que há neste momento a contratualização dos 16.444 milhões de euros, que foram aprovados para beneficiários diretos e intermediários cerca de 8.577 milhões de euros e pagos 843 milhões de euros.

Mas o presidente da CNA do PRR defendeu junto dos deputados que, atualmente, já só é possível acelerar a execução do PRR, porque estamos num processo onde, até agora, a grande massa do trabalho efetuado foi o lançamento de concursos públicos e a contratualização.

“É normal que a execução seja mais reduzida porque há outra tramitação legal que tem de ser feita de acordo com a legislação”, explicou.

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Dinheiro para a descentralização chega aos municípios até dia 20 de cada mês

Publicado diploma que regulamenta distribuição dos 843 milhões de euros do Fundo de Financiamento da descentralização, de 1 de abril a 31 de dezembro. Municípios recebem verbas até dia 20 de cada mês.

As autarquias passam a receber até ao dia 20 de cada mês as verbas respeitantes à descentralização de competências, de acordo com um diploma publicado esta terça-feira em Diário da República. O documento regulamenta a distribuição dos 843 milhões de euros do Fundo de Financiamento da Descentralização (FFD) entre 1 de abril e 31 de dezembro deste ano.

“A Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) [que gere o FFD] transfere, para os municípios, os valores apurados até ao dia 20 de cada mês”, lê-se no decreto do Governo. “A DGAL fica autorizada a transferir mensalmente para os municípios do território continental e entidades intermunicipais, através do FFD, as dotações correspondentes às competências transferidas, deduzidas dos montantes correspondentes ao período compreendido entre 1 de janeiro de 2022 e a data de entrada em vigor da aludida lei, mediante comunicação de cada área governativa, até ao limite previsto na distribuição por município e domínio de competência”.

O diploma refere ainda que “as entidades e serviços das áreas governativas, cujas competências sejam descentralizadas, remetem à DGAL, até cinco dias após a entrada em vigor do presente decreto regulamentar, o mapa financeiro que deu origem ao FFD para o ano corrente, desagregado por município e classificação económica da despesa, incluindo os valores mensais a transferir”.

Avança também o decreto que “o valor a transferir pelas áreas governativas cujas competências sejam descentralizadas para o FFD” corresponde ao que foi “comunicado nos termos do artigo anterior até perfazer a dotação do FFD para o ano em curso”. Esse valor é transferido até ao quinto dia útil do primeiro mês do último trimestre.

Entretanto, é criada uma comissão de acompanhamento do FFD para “analisar as transferências efetuadas para os municípios e os encargos reportados”, que dizem respeito ao exercício das competências transferidas. Entre os elementos desta comissão estão três representantes da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

Esta comissão tem de realizar um relatório da execução do FFD, que depois é enviado aos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da cultura, da educação, do trabalho, solidariedade e segurança social, da saúde e da coesão territorial.

As entidades governativas com competências descentralizadas para os municípios incluem a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC); as Direções Regionais de Cultura (DRC); o Instituto da Segurança Social (ISS); o Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE); e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

A 19 de julho o Conselho de Ministros aprovou o acordo entre o Governo e a ANMP. Na ocasião a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, considerou tratar-se da “maior reforma administrativa dos últimos 50 anos”. Entre as grandes novidades anunciadas foi o aumento de 20 mil euros para 31 mil para obras de manutenção por escola que, em 2023, e, em 2023, sobem para 37 mil, assim como 128 milhões de euros do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) para a construção e “requalificação profunda” de centros de saúde.

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Fundão e Covilhã em projeto europeu para a neutralidade climática

  • Lusa
  • 11 Outubro 2022

Fundão e a Covilhã integram projeto europeu que promove transição para a neutralidade climática, recebendo apoio para testar e partilhar modelos de transformação urbana.

O Fundão e a Covilhã, no distrito de Castelo Branco, vão integrar um projeto, que abrange 60 cidades europeias, e visa promover a transição para a neutralidade climática, anunciou, esta terça-feira, a Câmara Municipal do Fundão. A integração destes dois concelhos resulta de uma candidatura conjunta apresentada ao projeto CrAFt (Creating Actionable Futures), lançado em maio de 2022 e que tem duração prevista de três anos.

As duas cidades recebem, assim, apoio para testar e partilhar modelos de transformação urbana no sentido da neutralidade climática, “tornando-se dessa forma modelos de referência para outras cidades na Europa”.

“O projeto CrAFt pretende colocar a transição para a neutralidade climática no centro da vida de todos os atores relevantes dos centros urbanos e, para o efeito, conta com oito parceiros principais em toda a Europa: Universidade de Ciência e Tecnologia Norueguesa, Universidade de Bolonha, Liga Europeia de Institutos das Artes, Universidade Técnica Checa em Praga, Universidade de Ciências Aplicadas de Amesterdão, Fundação Cultural Europeia (ECF), União Internacional de Proprietários de Propriedades e Localidade Europa”. Arranca a 8 e 9 de novembro, em Praga, na República Checa.

O projeto CrAFt faz parte do Novo Bauhaus Europeu (NEB) da União Europeia, que se assume como promotor de sustentabilidade, beleza e inclusão e uma peça-chave na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos europeus.

Financiado pelo Horizonte Europa, ao abrigo da Missão Cidades da União Europeia, o projeto pretende apoiar a implementação da Missão Cidades, da plataforma NetZeroCities e do Novo Bauhaus Europeu, com base no conhecimento e experiência de três cidades “sandbox”, nomeadamente Bolonha, Praga e Amesterdão, bem como de 60 cidades de referência.

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Economia mundial trava a fundo com crescimento abaixo de 3% em 2023, prevê FMI

A economia mundial vai crescer menos de 3% no próximo ano, o que, excluindo a crise financeira e a pandemia, já não acontecia há 20 anos. O FMI diz que o pior está por vir.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) traçou esta terça-feira um cenário muito sombrio para a economia mundial no próximo ano, admitindo recessão numa parte considerável dos países e um risco considerável de o PIB global crescer menos de 2% em 2023.

No World Economic Outlook (WEO), onde revê em baixa as projeções para a economia mundial, o FMI enumera uma série de alertas e riscos para a evolução da economia global, avisando que estas novas estimativas correm o risco de voltar a ser revistas em baixa.

Depois do crescimento de 6% em 2021, o FMI vê a expansão do PIB mundial ficar-se pelos 3,2% este ano e 2,7% em 2023, o que representa uma revisão em baixa de duas décimas face ao previsto em julho e 9 décimas face ao antecipado em abril. A entidade liderada pela búlgara Kristalina Georgieva assinala que, excluindo a crise financeira de 2008 e o pico da pandemia em 2020, este é o “perfil de crescimento mais fraco desde 2001”, ano em que o PIB cresceu 2,5%.

Segundo o FMI, nestes dois anos a economia global deverá crescer substancialmente abaixo da média histórica de 3,6%, quer se analise este século (2000-2021), ou os últimos 50 anos (1970-2021). O crescimento fraco é mais evidente nas economias avançadas (1,1% em 2023), enquanto nas economias emergentes e em desenvolvimento (3,7% em 2023), o crescimento também ficará abaixo do habitual.

Numa altura em que o mundo enfrenta “desafios turbulentos”, tenta “combater a crise do aumento do custo de vida” e o “equilíbrio de riscos é claramente negativo”, o FMI atribui uma probabilidade de 25% ao cenário de o crescimento da economia global ficar abaixo dos 2% em 2023, o que poucas vezes aconteceu nos últimos 50 anos.

“Resumindo, o pior ainda está por vir. Para muitas pessoas, 2023 vai parecer uma recessão”, resume o FMI.

"O futuro da economia global depende de forma crítica do sucesso da calibração da política monetária, curso da guerra na Ucrânia e possibilidade de mais disrupções nas cadeias de abastecimento, por exemplo, na China.”

FMI, no World Economic Outlook de outubro

Nas mãos dos bancos centrais

O FMI atribui a culpa desta travagem a fundo da economia mundial a vários fatores: inflação mais elevada em várias décadas, aperto das condições financeiras na maioria das regiões, invasão da Ucrânia por parte da Rússia e a persistência da pandemia da Covid-19.

Neste contexto, o FMI destaca que a evolução da economia global depende de forma crítica do “sucesso da calibração da política monetária, o curso da guerra na Ucrânia e possibilidade de mais disrupções nas cadeias de abastecimento, por exemplo, na China”.

No que diz respeito à política monetária, o FMI valida a estratégia que está a ser seguida pelos bancos centrais, mas também alerta para um potencial “erro de cálculo” e “políticas erradas” no combate à inflação.

“O aperto célere e agressivo da política monetária é crítico para impedir uma alteração nas expectativas de inflação das famílias e empresas tendo em conta a atual experiência” de subida de preços, refere o FMI, acrescentando que “a política orçamental é prioritária para proteger os mais vulneráveis através de apoios de curto prazo para aliviar o fardo do aumento do custo de vida que está a ser sentido em todo o globo”.

O FMI mostra ainda preocupação com o facto de o rumo da política monetária continuar a divergir entre as maiores economias, o que “conduzirá a uma maior apreciação do dólar e tensões entre países”. Acrescenta que choques adicionais nos preços da energia e alimentos pode levar a inflação a persistir em níveis elevados por mais tempo. O FMI projeta que a inflação mundial vai disparar para 8,8% este ano, aliviando para 6,5% em 2023 e 4,1% em 2024.

A Reserva Federal dos Estados Unidos deverá aumentar os juros acima dos 4% até ao final do ano, enquanto na Zona Euro a taxa de juro está ainda abaixo de 1%. No Japão a taxa de juro continuam em terreno negativo e as autoridades chinesas pretendem aliviar a política monetária para impulsionar a economia.

Zona Euro cresce apenas 0,5%, Alemanha em recessão e China recupera

Para ilustrar como a tendência de abrandamento da economia é global, o FMI assinala que reviu em baixa as projeções para 143 economias, que são responsáveis por 92% do PIB mundial.

Acrescenta que em algum ponto do período 2023-2023, cerca de 41% das economias com valores trimestrais para o PIB (31 em 72) vão passar por uma recessão técnica (dois trimestres consecutivos de queda em cadeia do PIB). Ou seja, um terço da economia mundial estará em recessão até ao final do próximo ano.

Será o caso de vários países da Zona Euro, com destaque para a Alemanha, que deverá sofrer uma contração de 0,3% no PIB de 2023, uma previsão já partilhada por outras entidades e admitida pelo governo alemão e que reflete a grave crise energética que afeta o país depois do corte do gás russo. Em julho, o FMI via a economia alemã a crescer 0,8% em 2023.

O FMI cortou sete décimas à previsão de crescimento da Zona Euro no próximo ano, para 0,5%, o traduz uma travagem forte face ao estimado para este ano (3,1%). O mesmo se passa com outras grandes economias da Zona Euro, que também deverão ficar próximas da estagnação. O crescimento da França passa de 2,5% este ano para 0,7% em 2023, enquanto Espanha também abranda fortemente (de 4,3% em 2022 para 1,2% em 2023).

Tal como a Alemanha, Itália também é apanhada pelo comboio da recessão, com uma contração de 0,2% em 2023. O Reino Unido também não deverá escapar, com o PIB a crescer apenas 0,3% no próximo ano.

No que diz respeito à economia portuguesa, o FMI aponta para um crescimento de 0,7% em 2023, substancialmente abaixo da meta que o Governo português inscreveu na proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano (1,3%).

O FMI mostra uma visão menos pessimista para os Estados Unidos, mantendo a previsão de crescimento de 1% em 2023. No que diz respeito à segunda maior economia do mundo, aponta para uma recuperação devido ao alívio das restrições relacionadas com a pandemia. O PIB da China deverá crescer 4,4% em 2023, recuperando da expansão anémica de 3,2%, que ficará muito aquém das previsões de Pequim.

Destaque ainda para a Rússia, que deverá registar uma contração menos pronunciada em 2023 (-2,3%), face ao que é estimado para este ano (-3,4%). Ainda assim, o FMI melhorou as previsões para o país em mais de 1 ponto percentual para cada ano.

Assinalando a sua visão pessimista para a evolução da economia mundial, o FMI alerta que o corte no fornecimento de gás russo pode pressionar ainda mais a economia europeia; o ressurgimento da Covid-19 pode “atrapalhar ainda mais crescimento”; a crise no setor imobiliário na China pode contagiar o setor bancário e; a fragmentação geopolítica pode impedir o normal funcionamento do comércio e fluxo de capitais, ameaçando ainda mais a cooperação no combate às alterações climáticas.

Fonte: FMI

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FMI mais pessimista que o Governo vê Portugal a crescer 0,7% em 2023, com inflação de 4,7%

Economia vai abrandar de 6,2% em 2022 para 0,7% no ano seguinte, recuperando para 1,9% em 2024. "O pior ainda está para vir", alerta o FMI. Inflação vai desacelerar para 4,7%.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista do que o Governo português quanto à evolução da economia nacional. Se António Costa antecipa, na proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) entregue esta segunda-feira, que Portugal vai crescer 1,3% no próximo ano, a instituição liderada por Kristalina Georgieva aponta para um crescimento de 0,7% — ainda assim, um desempenho superior aos 0,5% esperados pelo FMI para a Zona Euro.

No relatório publicado esta terça-feira com as previsões mundiais — que apontam para um crescimento de 3,2% este ano, que abranda para 2,7% no próximo, com 25% de probabilidade de ser mesmo inferior a 2% — o FMI considera que “o pior ainda está para vir e, para muitas pessoas, 2023 vai parecer uma recessão”.

Para Portugal, a afirmação encaixa como uma luva, porque a economia vai abrandar de 6,2% em 2022 para 0,7% no ano seguinte, recuperando para 1,9% em 2024. Por comparação, o OE2023 aponta para um crescimento de 6,5% este ano e 1,3% no próximo. E o Conselho das Finanças Públicas (CFP) para 6,7% este ano, 1,2% em 2023 e 2% em 2024, numa base de políticas invariantes, ou seja, que não tem em conta as medidas que o Governo vai tomar, nomeadamente no Orçamento.

O FMI é ainda mais pessimista relativamente aos principais parceiros comerciais de Portugal. Alemanha, o principal motor da economia europeia, vai mesmo sofrer uma contração de 0,3%, tal como Itália, que cairá 0,2%. Já França crescerá 0,7% como Portugal, e Espanha deverá abrandar para 1,2% no próximo ano. O Reino Unido deverá crescer apenas 0,3% e os Estados Unidos 1%. O Fundo considera que as principais economias mundiais vão “estagnar”.

Este abrandamento do crescimento vai ser acompanhado de um aumento de quatro décimas na taxa de desemprego — que se deverá fixar em 6,5% em 2023 (o Executivo aponta para 5,6%), ainda assim abaixo da média da Zona Euro (7%) –, num ambiente de inflação elevada. É claro que em todos os países para os quais existem previsões haverá um abrandamento dos preços face a 2022, mas os valores estão muito acima da meta de 2% defendida, por exemplo, pelo Banco Central Europeu: o FMI aponta para uma taxa de inflação de 7,9% este ano, que desacelerará para 4,7% em 2023. Só em 2027 é que o Fundo vê a fasquia novamente nos 2% em Portugal.

Na proposta de OE2023, o Governo antecipa uma inflação de 7,4% este ano, que deverá abrandar para 4% em 2023. Uma previsão mais otimista do que a dos economistas do FMI, e que o próprio CFP considera estar sujeita “a um risco de natureza ascendente” tendo em conta o facto de Portugal ser “uma pequena economia aberta”.

Fonte: FMI

Sugestivamente intitulado “Combatendo a crise do custo de vida”, o relatório do FMI alerta que “a pressão dos preços se tem revelado bastante teimosa e uma grande fonte de preocupação para os legisladores”. “As crescentes pressões dos preços continuam a ser a principal ameaça imediata à prosperidade atual e futura ao reduzir os rendimentos reais e comprometendo a estabilidade macroeconómica”, pode ler-se no relatório, que destaca ainda o foco dos bancos centrais em restabelecer a estabilidade dos preços, sendo que existe risco de “apertarem demais ou de menos” as condições de mercado.

Mas os desafios não são apenas para os bancos centrais. O FMI diz que “definir a política orçamental apropriada tendo em conta a justaposição da crise energética, de custo de vida e alimentar tornou-se um desafio premente para muitos países”. Para os países onde a pandemia está a recuar, claramente é tempo de “reconstruir as almofadas orçamentais”, porque, “tal como a pandemia o demonstrou, ter margem orçamental é fundamental para lidar com as crises”.

Enquanto isso, “a política orçamental não deve contrariar os esforços das autoridades monetárias para reprimir a inflação”. Fazê-lo só vai prolongar ainda mais a luta para travar a escalada dos preços, alerta a instituição.

Num relatório que não deixa de sublinhar as “significativas disrupções geopolítica” geradas pela guerra na Ucrânia — economia que, este ano, deverá sofrer uma contração de 35% — o FMI prevê ainda para Portugal um desagravar do défice das contas externas para 0,4%, contra os 1,1% de défice deste ano, um saldo que está em terreno negativo desde 2020. As previsões relativas ao défice orçamental e à dívida pública serão divulgados mais tarde, no chamado Fiscal Monitor.

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Reby cresce em Itália ao ganhar concursos em cinco cidades

  • Servimedia
  • 11 Outubro 2022

A Reby, empresa de mobilidade elétrica, reforçou a sua posição em Itália depois de ter ganho concursos em cinco cidades - Génova, Bari, Busto Arsizio, Balestrate e Terrassini.

A empresa de mobilidade pessoal elétrica e partilhada – Reby – ganhou concursos em cinco cidade italianas, que lhe concederam licenças para começar a operar nelas, nomeadamente em Génova, Bari, Busto Arsizio, Balestrate e Terrassini, onde pretende iniciar as suas operações este Outono, noticia a Servimedia.

Com estas adições, a Reby posicionou-se como o operador líder no sul da Europa com a sua oferta intermodal. “A confiança das câmaras municipais italianas no nosso trabalho, ganhando concursos à frente de outros operadores internacionais, reforça a nossa imagem internacional e demonstra que com um trabalho bem feito, com I&D desenvolvido a partir daqui e com crescimento, pode tornar-se um líder“, referiu Pep Gómez, presidente da Reby.

Desta forma, os conselhos municipais “sabem que a qualidade e segurança que lhes oferecemos os ajudará a que o serviço que implementam, que para muitos é novo, se encaixe na sua cidade“, acrescentou.

Em Génova e Bari, e no seguimento do seu compromisso com a segurança e a inovação, a Reby implantará um total de 300 veículos do seu modelo de motocicleta anti-vandalismo, que devem ser estacionados em locais autorizados. Assim, o veículo é especialmente concebido para uma utilização partilhada, com o objetivo de melhorar a coexistência com os diferentes agentes da cidade.

Em Busto Arsizio (Lombardia) e Balestrate e Terrassini (Sicília), mais de 500 unidades da versão V2 das scooters, concebidas pela Reby e destinadas à partilha, com luzes intermitentes, bateria intercambiável e um ciclo de vida de mais de 24 meses e totalmente recicláveis, estarão à disposição. Significará também a instalação do serviço pela primeira vez na ilha da Sicília.

A Reby opera em mais de 18 cidades no sul da Europa e, desde a sua fundação, já realizou mais de dois milhões de viagens, gerou mais de 120 empregos diretamente, incluindo pessoas em risco de exclusão social, e tem mais de 1,5 milhões de utilizadores. Além disso, a empresa estima que os 6 milhões de quilómetros percorridos em veículos elétricos Reby pouparam 8,6 toneladas de CO2.

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