Microsoft quer maior aliança entre tecnologias “verdes” e digitalização para combater crise climática

Para o presidente da gigante tecnológica, a guerra na Ucrânia não deve distrair os países da prioridade que é o crise climática e por isso pede uma maior cooperação entre tecnológicas e digitalização.

A Microsoft comprometeu-se a continuar a fornecer apoio tecnológico à Ucrânia até 2023. De acordo com Brad Smith, as ajudas da gigante tecnológica serão reforçadas em 100 milhões de dólares, tal como foi anunciado esta manhã pelo próprio juntamente com o vice-primeiro-ministro e ministro para a Transformação Digital da Ucrânia, Mykhalio Fedoro. No entanto, para o presidente da gigante tecnológica, apesar da guerra na Ucrânia, os países “não podem perder o foco” na crise climática. Para tal, defende, será necessário reforçar a aliança entre tecnologia climática e digitalização.

“Atravessamos a pior pandemia em 100 anos, e agora estamos a atravessar a pior guerra em 70 anos na Europa” começou por referir o presidente da Microsoft, esta quinta-feira, na Web Summit, acrescentando que as economias mundiais estão também a enfrentar os desafios macro económicos mais exigentes dos últimos 12 anos ao mesmo tempo que lidam “com a maior alteração climática dos últimos 100 mil anos, altura em que terminou a ultima idade do gelo”, explicou. “Tudo isto tem estado a acontecer em simultâneo nos últimos dois anos. Se acordarem ansiosos de manhã, é tudo justificado”, atirou.

Apesar de defendermos a Ucrânia, enquanto recuperamos da pandemia da covid-19, não podemos perder o foco“, apelou, relembrando que a crise climática vai ultrapassar “qualquer crise que se avizinhe”.

Segundo Brad Smith, só este ano foram emitidas 51 mil milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2) e de acordo com o último relatório das Organizações das Nações Unidas, “só podemos emitir mais 400 mil milhões de toneladas até ‘esgotarmos o nosso orçamento’. A este ritmo, faremos isso em apenas 11 anos“, alertou. “Precisamos de encontrar formas de encontrar soluções inovadoras que nos permitam sair desta confusão”.

Parte da solução, considera, passa pelo casamento entre o digital e as tecnologias viradas para a proteção do clima. Até ao momento, mais de 3900 empresas já apresentaram compromissos climáticos e segundo Brad Smith “esse número tem aumentado todos os dias”.

E, para garantir que o ritmo não abranda, o líder da Microsoft defende que deve ser investido capital em inovação e tecnologia climática, um trabalho que a própria gigante tecnológica tem feito nos últimos anos. A título de exemplo, no início do ano, a Microsoft investiu 50 milhões de dólares na Lanzajet, uma startup que produz jetfuel sustentável. “Estamos a entrar numa nova era, de revolução climática”, sublinhou. “O futuro, será marcado por uma nova geração de pessoas, tecnologias e empresas”.

Brad Smith diz que vai ser preciso uma “nova convenção do clima”

O presidente da Microsoft afirmou esta quinta-feira que, no futuro, os governos do mundo vão juntar-se para criar “uma nova convenção do clima”, a qual vai exigir que os países ricos gastem dinheiro para remover carbono da atmosfera.

“Sempre teremos emissões de carbono”, por mais esforços em reduzir as mesmas, “então, o que temos de fazer” para atingir zero é retirar o carbono do ar recorrendo à tecnologia, prosseguiu. “Haverá um dia no futuro em que os governos do mundo irão juntar-se” para “criar uma nova convenção do clima”, considerou Brad Smith.

Uma convenção do clima “exige que os países ricos gastem dinheiro para remover o carbono da atmosfera de uma forma que irá beneficiar o planeta como um todo”, sublinhou.

Isto “será difícil, será a coisa mais difícil que a Humanidade alguma vez fez”, considerou o presidente da multinacional norte-americana.

“Temos de olhar para o futuro e reconhecer que temos de fazer mais em menos tempo, algo que nenhuma geração fez antes”, alerto, embora tenha reconhecido que tem esperança nessa mudança.

“Mas quando vos vejo e as companhias que estão a criar, quando vejo as tecnologias” que estão a desenvolver, surgem quatro palavras que “devemos lembrar todos os dias quando nos levantamos: Isto pode ser feito. Cabe a nós, cabe a ti que isso aconteça”, rematou.

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