Conversas com Energia. Preservação do ambiente também passa pelos rios

  • Capital Verde
  • 14 Novembro 2022

Jose Sá Fernandes, ex-vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Lisboa, recordou o papel fundamental que os rios tiveram para o desenvolvimento da sociedade no Conversas com Energia.

Não existe preservação do ambiente, sem que a água seja, também, protegida. Esse foi o principal apelo do ex-vereador do Ambiente, Clima e Energia da Câmara Municipal de Lisboa durante a sua intervenção na última sessão do Conversas com Energia. Segundo, José Sá Fernandes, “o aspeto mais importante no ambiente, é a água”, não só pelos recursos que fornece à vida humana e animal, mas por ser, também, um “elemento que nos une”.

Perante a exposição “Retroactivar” na Central Tejo, uma coprodução do MAAT e da Trienal de Arquitetura de Lisboa 2022, o ex-autarca referiu aos cerca de 40 estudantes da Escola Básica e Secundária de Ermesinde que, apesar de existir uma distância superior a 300 quilómetros entre e freguesia de Valongo e Lisboa, existe um “elemento que nos une: os rios”, neste caso, o rio Tejo e o rio Leça. “Ambos os lugares existem por causa do rio”, afirmou diante os alunos do 11º e 12º anos, presentes na sessão organizada pela Fundação EDP e da qual o ECO/Capital Verde é media partner.

“E qual é a importância do rio?” questionou, recontando que outrora “o rio fornecia água para bebermos. Era algo básico porque nenhum de nós vive sem água”, e, ainda peixes que serviam como alimento “Há sete séculos, diziam que o rio Tejo era um sítio maravilhoso. Dois terços são peixe e um terço é água“, recontou o ex-vereador.

Mas essa realidade deixou de existir, devido aos elevados níveis de poluição provocados pelas sociedades que se foram desenvolvendo nas margens. “O homem, ao longo de sete séculos, foi estragando o rio. Chegámos a um ponto, há cerca de 20 anos, em que não existia peixe”, alertou, acrescentando que o mesmo fenómeno aconteceu com o rio Leça, que começou por ser uma fonte de alimento, mas que acabou por ficar, também, poluído.

Para contrariar essa degradação, José Sá Fernandes recordou que as entidades públicas tomaram ação, nomeadamente a Câmara Municipal de Lisboa. “As entidades públicas perceberam que não podiam continuar a tratar mal o rio, desde a nascente até à foz”, explicou, frisando que as águas dos esgotos passaram a ser tratadas nas Estações de Tratamento de Água antes de serem novamente devolvidas ao meio ambiente. “Para salvar o nosso rio temos que fazer qualquer coisa para não o prejudicar. Esse comportamento foi adotado noutras regiões, como Almada, Amora e Seixal, e hoje já aparecem golfinhos [no rio Tejo]”, contou.

O Conversas com Energia faz parte da segunda edição da iniciativa lançada pela Fundação EDP, projeto que já contou com a participação de o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e a artista plástica, Joana Vasconcelos. Esta segunda edição decorre na Central Tejo, no âmbito da exposição Retroactivar, uma coprodução do Maat e da Trienal de Arquitetura de Lisboa 2022, patrocinada também pela ERP Portugal e pela Novo Verde.

Os oradores das próximas sessões serão Ricardo Neto, presidente da ERP Portugal e da Novo Verde; Vera Pinto Pereira, presidente da Fundação EDP; e Bernardo Corrêa de Barros, presidente do Turismo de Cascais e presidente da Sailors for the Sea, associação sem fins lucrativos dedicada à sustentabilidade dos oceanos e mares.

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