Surto de covid esvazia ruas e paralisa negócios na China

  • ECO
  • 18 Dezembro 2022

A vaga de covid-19 que se espalha pelas principais cidades chinesas está a parar fábricas e a criar constrangimentos nas cadeias de abastecimento. Situação poderá prolongar-se até março.

A crescente vaga de covid-19 nas principais cidades chinesas está a afetar a atividade económica, com constrangimentos na produção e nas cadeias de abastecimento. País espera três vagas consecutivas da pandemia, que poderão prolongar-se até meados de março.

O aumento exponencial de casos da variante Ómicron está a criar fortes constrangimentos na atividade económica, segundo o Financial Times. Muitos empregados de escritório passaram a trabalhar a partir de casa, mas nas fábricas a falta de pessoal está a criar dificuldades de produção. Os problemas nas cadeias de abastecimento estão também regressar.

O jornal britânico dá o exemplo de uma fábrica de circuitos integrados em Shandong, em que apenas 20% dos trabalhadores vieram trabalhar na sexta-feira, com os restantes a faltarem por doença. Sem indicações claras das autoridades, algumas fábricas estão a voltar ao sistema em que os trabalhadores ficam a viver na fábrica em períodos de surto, uma prática que motivou protestos. Já na maior unidade de fabrico de Iphones do mundo, a fábrica da Foxconn em Zhengzhou, que esteve recentemente sob um confinamento severo, a produção estava a aumentar.

A Reuters noticia que as ruas das principais cidades chinesas estavam estranhamente silenciosas este domingo, com as pessoas a optarem por ficar ficar em casa para se protegerem do um aumento nos casos de COVID-19. De acordo com o epidemiologista-chefe do país, Wu Zunyou, a China está na primeira de três vagas esperadas neste inverno. Outras se seguirão à medida que cerca de 290 milhões de migrantes cumprem a tradição de voltar às suas localidades de origem para o feriado do Ano Novo Lunar, a 21 de janeiro, regressando depois às cidades onde trabalham. A previsão aponta para que as vagas se prolonguem até meados de março.

De acordo com o Financial Times, a falta de trabalhadores poderá prolongar-se até fevereiro. O aumento do número de casos em profissões como os condutores de camiões irá criar constrangimentos nas cadeias de abastecimento. O que por sua vez provocará atrasos na entrega de componentes, dificultando a produção nas fábricas.

O país reportou 2.097 casos sintomáticos (os assintomáticos não são contabilizados) no sábado. Um número que pecará largamente por defeito, uma vez que o alívio nas regras da política covid-zero puseram fim aos testes massivos da população. O Governo deixou também de divulgar informação sobre o número de mortes a partir de dia 7.

Segundo a Reuters, a vaga de casos está já a provocar falhas nos serviços de entrega de comida e encomendas em Pequim. Funerárias e crematórios estão também a ter dificuldade em responder à procura. Publicações nas redes sociais mostram estações de metro vazias na cidade de Xian e o movimento em Xangai é também mais reduzido. O Financial Times relata ainda a falta de medicamentos para a febre e testes para a covid-19. Para responder ao aumento de casos, em Xangai as aulas nas escolas terão de ser dadas online a partir de segunda-feira. Outras cidades já tomaram também essa opção.

Depois dos surtos, poderá existir uma retoma rápida. “Se o vírus continuar a espalhar-se ao ritmo atual, a maioria das cidades terá ultrapassado o pico em meados de janeiro. A retomada da atividade será bastante rápida em fevereiro”, afirmou Chen Long, sócio da empresa de research Plenum, sedeada em Pequim, ao jornal britânico.

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