Novobanco agrava comissões. Isto é o que vai aumentar em 2023

Manutenção da conta, serviços mínimos, operações de leasing e cartão vão ficar mais caros no Novobanco a partir de abril do próximo ano. Banco assegura que 75% dos clientes não vão ser afetados.

É cliente do Novobanco? O próximo ano traz alguns aumentos nas comissões que paga ao banco. A manutenção da conta vai ficar mais cara, com os critérios de bonificação a apertarem-se: vai ter de gastar mais com o cartão para beneficiar de uma comissão mais baixa. A conta de serviços mínimos também vai encarecer. Há mais alguns serviços que vão aumentar de preço a partir de abril, como o leasing e o cartão de crédito ou débito. Apenas 25% dos clientes vão ser afetados, assegura a instituição liderada por Mark Bourke, que considera que a “revisão do preçário é bastante limitada e pontual”.

O Novobanco já tinha preanunciado que ia fazer uma atualização do seu preçário em 2023, mas assegurava – na altura, por via do administrador Luís Ribeiro – que os aumentos iam ficar abaixo da taxa de inflação, que deverá situar-se nos 5,8% no próximo ano. Agora, está a comunicar aos clientes subidas que, em muitos casos, vão ficar acima disso. Ainda assim, o banco garante ao ECO que “o aumento de comissões resultante desta revisão representa um valor claramente inferior à inflação prevista para 2023” e que estas mudanças visam “premiar a relação com os seus clientes mais fidelizados”.

Entre os grandes bancos, apenas a Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse que ia congelar o preçário no próximo ano, segundo revelou o presidente, Paulo Macedo, na apresentação das contas dos primeiros nove meses do ano. Já o BCP já anunciou agravamentos muito pontuais no seu preçário, nomeadamente na taxa de juro da facilidade a descoberto.

No Novobanco, haverá uma subida quase generalizada das comissões nas contas pacote a partir de 11 de abril, com a instituição a sublinhar que, “mesmo apesar do ajuste, se considerarmos os cinco maiores bancos em Portugal, continua a ter as contas pacote mais competitivas no mercado na maioria dos segmentos”.

Na Conta 100% — a mais comercializada pelo banco – a comissão de manutenção (sem bonificação sobe dos 5,90 euros para os 6,90 euros por mês (mais imposto de selo), um aumento de quase 17%. Se bonificar (e a grande maioria consegue essa bonificação, diz o banco), a comissão mantém-se nos 3,5 euros mensais como está estabelecido atualmente. Contudo, o banco apertou o critério de bonificação: em vez de gastar 100 euros por mês em compras com cartão, o cliente terá de gastar 250 euros para bonificar e pagar menos de comissão de manutenção (as condições de bonificação incluem ainda a domiciliação do ordenado ou dois ou mais débitos diretos para despesas mensais da casa, como a luz, televisão ou água, por exemplo).

O mesmo se aplica à comissão de manutenção da conta NB Seleção, Conta Benfica, NB100% 55+, Conta Vencimento Empresa e Empresa: sem bonificação, a comissão sobe dos 5,90 euros para 6,90 euros por mês (mais imposto de selo); com bonificação (cujos critérios vão apertar-se), a comissão de 3,5 euros não mexe.

A Conta 100% Parceiro +, para clientes residentes e não residentes, que são trabalhadores de empresas com protocolos com o Novobanco e já descontinuada, segue a mesma lógica de premiar os clientes mais fidelizados: sem bonificação, a comissão de manutenção sobe 45 cêntimos para 5,95 euros por mês (mais imposto selo), subindo 8,1%; com bonificação, a comissão mantém-se nos 2,75 euros, mas (uma vez mais) o banco obrigará a gastar 250 euros em compras com cartão por mês, em vez de 100 euros.

Estas contas também vão sofrer agravamentos na comissão de manutenção: Conta NB Boas Vindas, Dupla Vantagem, 100% Dupla Vantagem, 360º Dupla Vantagem, 18.31 vão ter aumentos entre 6% e 95%.

A comissão da conta de serviços mínimos bancários vai subir 36 cêntimos para um valor anual de 4,54 euros. Pode confirmar no site do banco todas as alterações (link para documento em formato .pdf).

Apesar destas subidas, o Novobanco assegura que as contas de menores e até aos 25 anos continuam totalmente isentas e que não houve alterações nas contas de jovens adultos (26 a 31 anos), “em que mais de 80% dos clientes estão totalmente isentos de comissões de manutenção de conta pelo envolvimento que têm com o banco”.

Leasing e cartões também aumentam

Nas operações de crédito, o banco também revê em alta algumas comissões que aplica no crédito leasing (locação financeira), abrangendo os segmentos da habitação, pessoal e automóvel.

No leasing imobiliário, os atos administrativos passam a custar 2,99 euros em vez dos 2,80; as comissões por opção de compra sobem dos 1.350 euros para os 1.400 euros.

No leasing mobiliário (crédito pessoal), a comissão de montagem aumenta 50 euros para 450 euros. No leasing automóvel, para operações de financiamento de viaturas novas, a comissão de montagem de contrato sobe dos 185 euros para os 195 euros, as comissões de reembolso antecipado aumentam 15 euros para 400 euros.

No que diz respeito ao preçário dos cartões, também há aumentos que entram em vigor em abril. A disponibilização do cartão Débito na Hora passa dos 17 euros para os 19,50 euros e do cartão Débito Jovem e outros cartões Tipo Débito Jovem encarecem três euros para 18 euros. A substituição do cartão passa a custar 18 euros (mais três euros) no caso do Débito Jovem, UP outros cartões Tipo Débito Jovem e 24 euros (mais quatro euros) no caso do @Work, Débito e outros cartões Tipo Débito.

Nas operações com cartões também há agravamentos nas taxas cobradas pelo Novobanco, nomeadamente no Espaço Económico Europeu com euros, coroa sueca e leu romeno, abrangendo operações de cash advance, compras, compras em postos de abastecimento de combustíveis e comissão de serviço de moeda estrangeira (caso dos cartões de crédito) e operações de levantamentos de numerário, compras, compras em postos de abastecimento de combustíveis e comissão de serviço de moeda estrangeira (caso dos cartões de débito).

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