NeoGreen Portugal investe mil milhões em fábrica de hidrogénio verde em Sines

  • Lusa
  • 11 Novembro 2022

A unidade de produção de hidrogénio 'verde' e combustíveis derivados ficará instalada num terreno de 10,5 hectares da Zona Industrial e Logística de Sines.

A joint venture NeoGreen Portugal vai investir mais de mil milhões de euros na instalação de uma fábrica para a produção de hidrogénio ‘verde’ e combustíveis derivados, no concelho de Sines (Setúbal), foi divulgado esta sexta-feira. De acordo com a aicep Global Parques, em comunicado, o investimento superior a mil milhões de euros resulta de uma colaboração empresarial entre a NeoGreen Hydrogen Corp (Canadá) e a portuguesa Frequent Summer S. A., para a instalação de um complexo “eletrolisador de mais de 500MW [megawatts]”.

A unidade de produção de hidrogénio ‘verde’ e combustíveis derivados ficará instalada num terreno de 10,5 hectares da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) e o contrato de reserva de direito de superfície é assinado, na segunda-feira, em Lisboa, na presença do secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz.

Para o governante, citado no comunicado, o projeto vai “corporizar a Estratégia Nacional para o Hidrogénio na constituição de um ‘Sines Hydrogen Valley’, concretizando a aposta do Governo em desenvolver a economia portuguesa com base numa dupla transição energética e digital”.

Sines está neste momento a consolidar, instalar ou atrair investimentos em Logística, Indústria & Energia e Telecomunicações das mais diversas geografias: Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Holanda, Dinamarca, Polónia, Suécia, Reino Unido, Irlanda, Tailândia, Singapura, Malásia, China, Austrália, Brasil, EUA, e claro, Canadá”, sublinhou.

Por sua vez, o presidente executivo da NeoGreen Hydrogen Corp., Chris Corson, referiu que a empresa, detentora de “um portfólio de projetos de hidrogénio verde em todo o mundo”, está “particularmente entusiasmada” com esta aliança. “Ter um projeto no coração da UE [União Europeia], que será um dos principais centros de procura de hidrogénio nos próximos anos, é estratégico para nós como empresa e esperamos construir essa oportunidade ao lado dos nossos parceiros da Frequent Summer”, sublinhou o responsável citado no mesmo comunicado.

Já o vogal do Conselho de Administração da Frequent Summer, empresa que desenvolve parques fotovoltaicos há mais de 20 anos em diversos países, Rogério Ponte, explicou que este projeto “é a continuação da aposta na inovação e no futuro de energias renováveis” e realçou “a sustentabilidade que este enorme projeto de H2V representa para a região de Sines e para Portugal”.

Por sua vez, o diretor executivo da aicep Global Parques, entidade gestora da ZILS, Filipe Costa, afirmou que “este prospetivo investimento de mil milhões de euros pela NeoGreen no Complexo Portuário, Logístico e Industrial de Sines insere-se num pipeline de projetos que somam cerca de 20 mil milhões de euros de investimento no horizonte de 2030”.

Segundo o responsável, estão previstos “2.500 milhões de euros em logística marítima e terrestre, 12.500 milhões de euros em projetos industriais descarbonizados e circulares e 5.000 milhões de euros em telecomunicações, estações de amarração de cabos submarinos e centros de dados”.

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Deputados batem novo recorde e apresentam mais de 1.800 propostas de alteração ao Orçamento

O Chega é o partido que apresenta o maior número de propostas de alteração com 505, seguido do PCP, tradicionalmente o campeão neste ranking, que apresentou 425. No total há 1.853 propostas.

Os partidos com assento parlamentar entregaram, até esta sexta-feira, data limite para o fazerem, mais de 1.800 propostas de alteração à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2023 (OE2022). Este é um novo máximo, depois das 1.516 entregues na discussão do OE2021.

Apesar de o Executivo ter maioria absoluta, os partidos não se coibiram de apresentar centenas de propostas de alteração, superando largamente as 1.486 que foram entregues aquando da discussão da proposta de OE2022, em maio deste ano.

De acordo com a página da Assembleia da República, às 20h00 de domingo, estavam registadas no sistema 1.853 propostas de alteração. O número foi aumentando desde sexta-feira, à hora em que terminou o prazo de entrega, já que as propostas levam algum tempo a ser carregadas no sistema. E se a sexta-feira começaram por estar 1584 propostas, o número rapidamente superou as 1.600 (19h15), atingindo as 1.748 ainda nessa noite. Ao almoço de sábado já eram mais de 1.800 — um recorde absoluto.

Em maio, por exemplo, no dia em que terminou o prazo para a entrega de propostas, havia 1.373 no sistema, como avançou a Lusa, mas no dia seguinte à tarde já somavam 1.486 propostas de alteração.

Este ano, o Chega é o partido que apresenta a maior fatia, com 505, seguido pelo Partido Comunista (425), que era tradicionalmente o que mais propostas de alteração costumava apresentar. As propostas do PCP representam “uma opção de rutura que se confronta quer com a maioria absoluta do PS, quer com as opções e propostas de PSD, Chega e IL”, além de responderem “a muitos dos problemas” do país, disse a deputada Paula Santos, citada pela Lusa.

No ranking dos partidos que apresentaram mais propostas segue-se o PSD com 264, seguido de muito perto pelo PAN com 262 — que sinalizou a “abertura” do Governo para dialogar em torno de algumas propostas –, o Bloco de Esquerda com 152, o Livre com 137 e o PS com 70.

No extremo oposto está a Iniciativa Liberal que apresentou apenas 34 propostas de alteração. Uma intervenção “cirúrgica e parcimoniosa”, porque o partido recusa entrar “no campeonato da fita métrica”, explicou esta sexta-feira a deputada Carla Castro.

(Notícia atualizada às 20h11 de 13/11/2022 com atualização dos dados)

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Renegociação do crédito da casa isenta de imposto do selo com efeitos a 1 de novembro

Grupo parlamentar do PS avança com proposta para isentar de imposto do selo as operações de reestruturação de crédito. Medida terá efeitos a 1 de novembro.

A reestruturação dos empréstimos à habitação, que as famílias em dificuldades com a subida das taxas de juro negociarem com os bancos, vai estar isenta de imposto do selo, com a isenção a abranger operações realizadas a partir de 1 de novembro, de acordo com uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2023 do grupo parlamentar do PS.

“Propõe-se uma isenção de imposto do selo para as operações de reestruturação do crédito em regime legal de crédito habitação, em concreto para as prorrogações de prazo e refinanciamento da dívida, considerando que as operações de mudança de instituição de crédito já estão atualmente isentas nos termos da alínea j) do n.º 1 do artigo 7.º do Código do Imposto do Selo”, lê-se na proposta subscrita pela bancada parlamentar socialista.

O Governo apresentou na semana passada medidas que visam apoiar as famílias que nos últimos meses sofreram um agravamento significativo da sua taxa de esforço, permitindo a renegociação do crédito à habitação (até 300 mil euros) sem qualquer penalização e comissões. Mas não ficou claro se estas operações estavam isentas de imposto do selo.

Agora, os socialistas apresentam uma proposta para clarificar essa situação e, tendo em conta que o Orçamento do Estado para 2023 só entrará em vigor a 1 de janeiro do próximo ano, fazem a ressalva de que estas isenções se aplicam “aos factos tributários ocorridos entre 1 de novembro de 2022 e 31 de dezembro de 2023”.

Esta clarificação havia sido pedida pela Associação Portuguesa de Bancos (APB) no comentário que enviou ao Parlamento esta semana, com os bancos a proporem mais duas medidas: suspender ou anular o englobamento obrigatório das mais-valias mobiliárias para alguns casos e que se passasse a considerar subsídios sociais atribuídos aos trabalhadores como “realizações de utilidade social” para efeitos de IRC.

Os banqueiros defenderam as medidas propostas pelo Governo, apesar de levantarem algumas dúvidas e de estarem à espera do diploma final, e asseguraram que vão disponibilizar todas as soluções ao seu alcance para apoiar os clientes. No caso da Caixa Geral de Depósitos, o banco público disse estar em negociações com 500 famílias em situação de maior dificuldade em cumprir o pagamento das prestações.

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“Liderança é sobre o nós e não sobre o eu”, diz Ken Blanchard

O guru da "servant leadership" esteve presente remotamente no Encontro Nacional da APG para falar sobre a liderança e os seus desafios.

“A liderança é sobre o nós e não sobre o eu”, defendeu Ken Blanchard, autor best-seller de “Um nível superior de Liderança”, durante o 53.º Encontro Nacional da APG, no painel “Taking People and Business to the Next Level”, a decorrer esta sexta-feira na Alfândega do Porto.

Criador do conceito “servant leadership“, Ken Blanchard refere que não se trata de uma liderança servil, mas sim de ajudar as pessoas a atingir o seu potencial. E para isso, para que haja uma liderança eficaz, há que construir confiança com os colaboradores. “Sem confiança, não há lealdade”, disse Blanchard, que se juntou remotamente ao encontro através de uma videochamada.

Ouvir mais do que falar, questionar mais do que ordenar são algumas das estratégias que a liderança deverá levar a cabo, de modo a “revelar o melhor das pessoas” e a implementar uma “filosofia do nós”.

A liderança, argumenta, deve também ajustar o seu estilo às diferentes pessoas e aos objetivos que estas têm na organização. E, claro está, construir confiança com o outro.

“A confiança tem de ser construída de forma intencional”, disse Randy Conley, vice-presidente da Ken Blanchard Companies, que participou também no encontro. “A confiança é, aliás, uma skill que pode ser aprendida”, argumenta.

ABCD da confiança

Conley fala até de um “abecedário da confiança”: A, para able (capaz, ser reconhecido pela competência); B para believable (executar o que preconiza); C para connectivity (realmente preocupar-se com as suas pessoas) e, por fim, D para dependable (concretizar os seus compromissos).

“A, B, C, D é a linguagem da confiança”, diz Randy Conley, e a forma de aumenta-la, junto dos colaboradores e dentro da organização.

Mas há que ‘abandonar’ o controlo. “Os líderes bem sucedidos têm de estar dispostos a abandonar o controlo e confiar nas suas pessoas”, argumenta.

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PSD preocupado com perda de fundos europeus na linha do Algarve. Governo desdramatiza

Relatório sobre monitorização da execução dos investimentos ferroviários diz que há um atraso de dois anos e um trimestre entre a calendarização base e a atual na eletrificação do troço Tunes-Lagos.

O Relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes alerta para o risco de algumas obras derraparem para 2024 pondo em causa o acesso a fundos europeus. Os deputados do PSD eleitos pelo Algarve estão preocupados que seja esse o caso da empreitada de eletrificação do troço da Linha do Algarve entre Tunes e Lagos, financiada com verbas do Compete 2020.

“A eletrificação da Linha do Algarve no troço Tunes-Lagos é fundamental para o desenvolvimento da região. Não podemos correr o risco de perder uma parte considerável da verba apenas porque os trabalhos estão atrasados”, alerta o deputado social-democrata Rui Cristina. “É necessário um compromisso do Governo para garantir que esta obra não fica, uma vez mais, parada por falta de verbas”, acrescenta.

Mas o Executivo rejeita que existam atrasos e que haja risco de se perder o acesso a parte dos fundos provenientes de Bruxelas.

“A modernização e eletrificação do troço Tunes-Lagos da Linha do Algarve foi consignada a 24 de junho deste ano. Os trabalhos estão a decorrer e serão realizados, na sua maioria, até ao final de 2023, pelo que serão elegíveis no âmbito da candidatura da Linha do Algarve ao COMPETE 2020, não estando em risco o valor da comparticipação aprovado nesta candidatura”, garantiu ao ECO fonte oficial do Ministério das Infraestruturas.

De acordo com o relatório divulgado no início de novembro sobre a monitorização da execução dos investimentos previstos e do estado de conservação da infraestrutura ferroviária existe um atraso de dois anos e um trimestre entre a calendarização base, definida no âmbito do lançamento do Plano de Investimentos “Ferrovia 2020” em fevereiro de 2016, e a calendarização apresentada pela IP, S.A. em março de 2022.

De acordo com o mesmo documento, no que diz respeito aos “principais riscos, condicionantes e incertezas na execução física”, a IP salienta “dificuldades dos projetistas e empreiteiros” e uma “eventual degradação do quadro macroeconómico e risco de trabalhos depois de 2023 no troço Tunes-Lagos”. Mas a empresa garante que, “nesta fase, não existem riscos assinalados” relativamente aos principais riscos, condicionantes e incertezas na execução dos fundos comunitários.

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Ocupação na hotelaria no Algarve cresce 12% em outubro face a 2021

  • Lusa
  • 11 Novembro 2022

Os mercados que registaram as maiores descidas foram o alemão, com menos 3,7 pontos percentuais, seguido do britânico, menos 0,8 p.p.

A hotelaria do Algarve registou em outubro uma taxa global de ocupação média por quarto de 69,5%, um aumento de 12% em relação ao mesmo período de 2021, anunciou esta sexta-feira a maior associação hoteleira da região.

De acordo com os dados avançados pela Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) no resumo da evolução mensal da atividade no setor, o registo está acima do valor médio para o mês, mas 2,9% abaixo da ocupação de 2019 (ano anterior à pandemia).

Segundo a associação empresarial, os mercados que registaram as maiores descidas foram o alemão, com menos 3,7 (pontos percentuais – p.p.), seguido do britânico, menos 0,8 (p.p.).

O mercado irlandês (+1,2p.p.) e o mercado nacional (+0,5p.p.) foram os que apresentaram as maiores subidas comparativamente com outubro de 2019, naquele que é considerado, até hoje, pelos hoteleiros algarvios como o melhor ano para o turismo português.

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IGCP cancela leilão de dívida da próxima semana

  • ECO
  • 11 Novembro 2022

Agência cancelou operação de financiamento até 1.000 milhões que ia fazer na quarta devido ao "nível atual de disponibilidades de caixa e à previsão de fluxos de tesouraria até ao final do ano".

O Tesouro português cancelou o leilão de dívida de curto prazo que estava previsto para a próxima semana. “O IGCP não irá realizar, no próximo dia 16 de novembro, o leilão de Bilhetes do Tesouro referente às linhas a 6 e 12 meses”, indica a agência liderada por Miguel Martín num comunicado partilhado esta sexta-feira no seu site.

“A decisão de cancelamento do leilão de Bilhetes do Tesouro programado para 16 de novembro prende-se com nível atual de disponibilidades de caixa e a previsão de fluxos de tesouraria até ao final do ano“, justifica a agência que gere a dívida pública. Com aquela operação, o IGCP pretendia obter um financiamento entre 750 milhões e 1.000 milhões de euros. Seria o último leilão de curto prazo do ano para Portugal.

O IGCP realizou oito leilões de curto prazo este ano, tendo obtido 9,7 mil milhões de euros.

As operações deste ano têm sido marcadas por um agravamento expressivo das taxas de juro exigidas pelos investidores para comprarem títulos portugueses, refletindo a escalada da inflação e a subida das taxas de referência do Banco Central Europeu (BCE).

No último leilão, Portugal pagou mais de 2% por 750 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a 11 meses, que compara com a taxa de -0,555% registada numa operação de 958 milhões de euros no mesmo prazo realizada em fevereiro.

(Notícia atualizada às 18h51 com declaração do IGCP)

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Governo deverá aprovar proposta do PAN para aplicar taxa de carbono aos jatos privados

Medida foi apresentada pelo PAN, como proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), e deverá ser acolhida pelo Governo.

Os jatos privados deverão passar a pagar taxa de carbono a partir de 2023, tal como já acontece com os aviões. A medida foi apresentada pelo PAN, como proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), e deverá ser acolhida pelo Governo, adiantou o ministro das Finanças.

“É uma boa política que seguiremos”, disse Fernando Medina esta sexta-feira, durante uma audição no Parlamento, referindo, contudo, que o Governo tem ainda de ver a proposta “na sua relação concreta”.

Ainda assim, disse tratar-se de uma “boa medida, que colmata uma falha” que existe “no sistema” e “que tem uma importância em regular uma parte, que se sabe hoje, que tem responsabilidade significativa nas emissões e aquecimento global”.

Esta taxa de carbono tem um valor de dois euros por passageiro e já se aplica atualmente nos voos comerciais. A ideia do PAN é que passe também a ser aplicada aos aviões privados. “É importante corrigir a aplicação desta taxa à aviação executiva, que é geradora de injustiça ambiental, social e económica”, refere a proposta do partido.

O objetivo é que esta taxa de carbono se aplique a “cada voo comercial e não comercial, com partida dos aeroportos e aeródromos situados em território português em aeronaves com capacidade máxima para passageiros de até 19 lugares, inclusive”.

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EUA promete 11 mil milhões para o financiamento climático, mas verbas dependem do resultado das eleições

Depois das críticas, Joe Biden assegurou que o país está comprometido com as metas climáticas de 2030 e prometeu que, até 2024, seriam pagos 11,4 mil milhões para o financiamento climático.

Joe Biden reconheceu a importância da liderança norte-americana no combate às alterações climáticas e respondeu às críticas dos líderes mundiais que acusaram os Estados Unidos de falta de cooperação. Durante o discurso na cimeira do clima, o presidente norte-americano prometeu novas verbas para ajudar os países mais pobres na mitigação e adaptação, e um reforço nos esforços para diminuir a emissão de gases poluentes. “Estamos comprometidos com as metas climáticas”, garantiu.

A ação é uma “responsabilidade da liderança global”, afirmou o presidente norte-americano, esta sexta-feira, durante o sexto dia da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP 27), em Sharm el-Sheikh, no Egito. “Os países que estão numa posição de ajudar, devem apoiar os países em desenvolvimento para que possam tomar decisões climáticas importantes, facilitando a transição energética e construindo um caminho para a prosperidade compatível com os objetivos climáticos”, disse durante o seu discurso.

Nesta sequência, Biden prometeu aos líderes mundiais que os 11,4 mil milhões de dólares anuais, destinados ao financiamento climático e que deveriam estar a ser entregues desde 2020, chegariam até 2024. Em 2009, os países mais ricos, e que beneficiam financeiramente do investimento nos combustíveis fósseis que contribuíram para a crise climática, comprometeram-se a alocar 100 mil milhões de dólares anualmente para ajudar os países mais vulneráveis a adaptar e mitigar os riscos das alterações climáticas, e a investir na transição energética e na redução de emissões de dióxido de carbono (CO2), sendo que os EUA deviam contribuir com 11,4 mil milhões para este bolo. Mas esse valor nunca foi atingido. Os países em desenvolvimento receberam 29 mil milhões de dólares em 2020, 4% acima dos níveis de 2019.

Essa verba poderá, contudo, estar dependente dos resultados das eleições intercalares. O enviado especial para o clima John Kerry já tinha alertado aos homólogos na COP27 que se os resultados das eleições não forem favoráveis a Joe Biden, o contributo norte-americano ao fundo climático ficaria comprometido — “não vão ver esse dinheiro”, citou a Bloomberg as declarações do antigo secretário de Estado, numa altura em que ainda está em incerto que irá liderar a Casa dos Representantes e o Senado.

Certo, é que mesmo que Biden assegure o apoio dos democratas no Congresso, os 11 mil milhões prometidos continuam aquém dos quase 40 mil milhões de dólares que os Estados Unidos deviam pagar e que se traduzem ao peso da sua responsabilidade climática, de acordo com a estimativa da consultora especializada em em ciência e política de alterações climáticas, Carbon Brief. Em 2020, o Executivo norte-americano dispôs apenas de 8 mil milhões de dólares destinados ao financiamento climático.

“No ano passado, comprometi-me em trabalhar com o Congresso para quadruplicar o apoio dos Estados Unidos para o financiamento climático (…), incluindo três mil milhões de dólares para a adaptação”, referiu Joe Biden. “Vou lutar para que estes e outros objetivos climáticos sejam completamente financiados”, prometeu.

O presidente garantiu que os EUA estão “prontos para agir”, e anunciou ainda uma duplicação do investimento no Fundo americano de Adaptação Climática, para 100 milhões de dólares, e mais 150 milhões para o Plano de Emergência do Presidente para Adaptação e Resiliência (PREPARE), destinado a ajudar o continente africano. Este montante acresce aos 20 milhões de dólares já previstos no PREPARE, que estão destinados aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimentos.

Mas as promessas não se traduziram apenas em dólares. Joe Biden assegurou que os Estados Unidos estão “de forma implacável” comprometidos em reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, sendo esta “a melhor forma” de o país continuar “alinhado com a meta de limitar o aquecimento em 1,5 graus Celsius”. Para tal, anunciou, serão criadas novas regulamentações para o setor dos combustíveis fósseis que permitam reduzir as emissões em 87% até à próxima década, quando comparado com os níveis de 2005.

“Hoje, graças às ações que tomámos, posso, finalmente dizer, enquanto presidente, que os Estados Unidos vão atingir as metas de redução de emissões até 2030”, disse.

De fora ficou a referência ao fundo de Perdas e Danos. De acordo com o The New York Times, o conselheiro ambiental da Casa Branca foi questionado, em conferência de imprensa, sobre de que forma os Estados Unidos iriam contribuir para o fundo destinado a cobrir mais diretamente os prejuízos imediatos de catástrofes agravadas pelas alterações climáticas, como ciclones, cheias, ondas de calor ou vagas de frio. Mas ao invés de responder, Ali Zaidi apenas assegurou que o país está “comprometido em trabalhar em parceria e solidariedade com os países mais vulneráveis”.

O país com mais emissões históricas fica assim em silêncio quanto ao valor que irá atribuir a este fundo, apesar dos apelos dos países mais vulneráveis. Desde o arranque da cimeira, vários países europeus já se chegaram à frente para reiterar que estão comprometidos em ajudar as nações mais vulneráveis.

A Alemanha prometeu 170 milhões de euros destinados a ajudar 58 países em desenvolvimento; Áustria anunciou contribuir com cerca 50 milhões de euros para o fundo de Perdas e Danos, logo depois de a Escócia ter prometido alocar mais cerca 5 milhões de euros para apoiar os países em desenvolvimento, elevando o compromisso total para 8 milhões.

Já a Dinamarca, comprometeu-se a ceder quase 14 milhões de euros e a Bélgica 2,5 milhões. Do outro lado do globo, a Nova Zelândia prometeu contribuir para o fundo com 20 milhões de euros, do qual a maior parte será distribuída pelos países do Pacífico.

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“Vamos devolver às famílias o acréscimo de receita que o Estado teve”, promete Medina

Ministro das Finanças diz que Governo vai "atingir a meta do défice" com que se comprometeu, mas que não vai "trabalhar para um superávite orçamental".

O ministro das Finanças disse esta sexta-feira no Parlamento que o Governo vai “devolver” às famílias de classe média e “mais vulneráveis” o acréscimo de receita que o Estado teve em 2021. Isso porque o Executivo não vai “trabalhar para um superávite orçamental”.

“Vamos devolver às famílias o acréscimo de receita que o Estado teve”, disse Fernando Medina, durante uma audição de discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), em resposta ao deputado do Livre, Rui Tavares.

“Vamos atingir a meta do défice com que nos comprometemos, mas não vamos trabalhar para um superávite orçamental durante este ano“, continuou o ministro, notando que foi isso que o Governo fez com os pacotes “Famílias Primeiro”, em que devolveu “toda a receita estimada adicional de IVA”.

Medina disse ainda que “o choque de preços continuará a marcar a vida de todos”, uma vez que, apesar de se prever uma redução no próximo ano, a inflação continuará elevada. “A inflação é uma das variáveis mais difíceis de antecipar, mas é seguro afirmar que o choque de preços continuará a marcar a vida de todos”, disse o ministro.

O responsável pela pasta das Finanças assinalou que as últimas previsões antecipam uma descida da inflação em 2023, colocando-a em níveis ainda elevados, entre os 4% e os 5,8%. “Vários indicadores apontam para reduções de preços de transportes e matérias-primas nos mercados internacionais, que terão certamente impactos estruturais na formação dos níveis de preços, sendo ainda cedo a avaliação dos seus impactos”, apontou.

Fernando Medina destacou ainda que os bancos centrais deverão prosseguir a subida das taxas de juros. “Nas previsões disponíveis de mercado, poderão subi-las [as taxas de juro] ainda em 2023, colocando-as no valor mais elevado em vários anos. Este é um desafio que convoca Estado, bancos, famílias e empresas a um novo contexto da política monetária no qual teremos que viver”, vincou.

Ainda assim, o ministro da tutela, perante os dados disponíveis, acredita que Portugal “está em condições de voltar a ter em 2023 uma economia com melhor desempenho entre as economias europeias”.

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Federação Nacional dos Professores vai convocar greve para o próximo dia 18

  • Lusa
  • 11 Novembro 2022

Mário Nogueira critica o que diz ser o “início de um processo de municipalização das colocações de professores” e de “acabar com a mobilidade interna”.

A Federação Nacional dos Professores vai emitir um pré-aviso de greve para o próximo dia 18, data da greve geral dos trabalhadores da administração pública, anunciou esta sexta-feira o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

Em conferência de imprensa, Mário Nogueira disse que o protesto dos professores contra as recentes propostas do Ministério da Educação (ME) inclui a participação na concentração frente à Assembleia da República no dia 25, data da votação final global do Orçamento de Estado para 2023, estando ainda previstos plenários presenciais em todos os distritos, para discutir carreiras, salários e a questão dos concursos, entre os dias 14 e 24 de novembro.

Esta semana decorreram no Ministério da Educação (ME) reuniões negociais com vários sindicatos sobre o modelo de recrutamento e mobilidade do pessoal docente. A Fenprof foi ouvida na terça-feira. O sindicalista declarou que o ME pretende avançar com “uma grande revisão do Estatuto da Carreira Docente disfarçada”, já que as suas propostas acabam por “revogar dois capítulos do estatuto, o 5.º e o 6.º, relativos aos quadros e à vinculação dos docentes”.

“Esta é uma revisão efetiva do Estatuto da Carreira Docente não assumida pelo governo”, assinalou, adiantando que a Fenprof está “completamente em desacordo” com a mesma “porque significa uma forte machadada na carreira especial dos docentes, educadores e professores do ensino básico e secundário”.

O Governo pretende o “fim dos quadros de escola, agrupamento e de zona pedagógica e a (sua) substituição por mapas de pessoal”, disse o secretário-geral da Fenprof, acrescentando que é proposta a criação de “quadros interconcelhios” para os quais deixa de haver o concurso realizado atualmente e a escolha passa a ser feita “por um conselho local de diretores”.

Trata-se do “início de um processo de municipalização das colocações de professores” e de “acabar com a mobilidade interna”, mecanismo que permite que se possa aproximar de casa quem trabalha a centenas de quilómetros. Mário Nogueira disse que naquele caso a solução do ministro da Educação, com base em declarações de João Costa, não é aproximar o trabalho de casa, mas mudar a casa para onde se tem trabalho.

Isto é absolutamente reprovável e inaceitável como declaração do sr. ministro da Educação”, salientou. O sindicalista referiu ainda que “a transformação dos quadros em mapas de pessoal cria uma insegurança (…) para os professores e trabalhadores que pertencem aos mapas”, porque estes são “atualizados anualmente”.

Deu ainda conta da insatisfação dos professores quanto à atualização salarial (um aumento de “pouco mais de de 2%”, face a uma inflação que é atualmente “de 10%”), lamentando que o Governo não olhe para os problemas da profissão, como por exemplo o envelhecimento. “A Fenprof não vai calar-se”, garantiu.

Além das já referidas, Mário Nogueira disse estarem a ser analisadas outras ações de protesto, “que poderão passar por concentrações regionais, vigílias, acampamentos à frente do ministério, greves prolongadas parcelares ou outra grande manifestação de professores”.

Adiantou que a Federação Nacional dos Professores deverá reunir-se com organizações com quem convergiu na greve do passado dia 2 para “traçar um plano de luta comum, forte e prolongado” e que “faça recuar o governo” nas suas intenções.

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Lucro da Glintt sobe quase 78% para 2,3 milhões até setembro

  • Lusa
  • 11 Novembro 2022

A Glintt não perspetiva, para os últimos meses do ano, “impactos diretos negativos” na sua atividade.

A portuguesa Glintt somou 2,3 milhões de euros de lucro, entre janeiro e setembro, mais 77,8% do que no mesmo período de 2021, foi comunicado ao mercado esta sexta-feira. “Nos primeiros nove meses de 2022, os resultados líquidos da Glintt ascenderam a 2.289 mil euros, representando um crescimento de 77,8% face a igual período de 2021”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Por sua vez, o volume de negócios da tecnológica fixou-se em 83,5 milhões de euros, mais 10,1% do que em igual período do ano passado.

No mercado nacional, o crescimento do volume de negócios foi de 5%, enquanto no internacional verificou-se um ganho de 24%, justificado pelo “crescimento orgânico nas áreas de farmácia e da Nexllence”, bem como pela contribuição das empresas Concep e Farmatools, compradas em 2021, em Espanha.

Destaca-se ainda, no que diz respeito à composição da faturação, um ganho homólogo de 24,7% nas vendas. Entre janeiro e setembro, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) progrediu 20,9%, em comparação com o mesmo período de 2021, para cerca de 13,4 milhões de euros.

“O crescimento do EBITDA resulta não só do aumento do volume de negócios verificado, mas também da melhoria da margem EBITDA (de 14,6% para 16,1%) fruto do melhor empenho da Glintt na obtenção de maior eficiência operacional e da melhor adequação da oferta comercial aos clientes”, detalhou.

Em 30 de setembro, a dívida líquida do grupo estava em 40,6 milhões de euros, uma redução de 2,1 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2021. A Glintt não perspetiva, para os últimos meses do ano, “impactos diretos negativos” na sua atividade, ressalvando que pode ser expectável uma “diminuição do crescimento económico face às expectativas do início do ano”.

O grupo espera ainda terminar o ano com “um crescimento sustentado” em termos de lucro, faturação e EBITDA. “A sólida posição de tesouraria e um nível de endividamento moderado sustentam um equilíbrio financeiro que permitirá aproveitar oportunidades de investimento, caso surjam”, apontou.

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