Sumol+Compal vai investir três milhões numa central fotovoltaica em Almeirim

  • Lusa
  • 14 Setembro 2022

A primeira fase do projeto já está concluída com a instalação de 1.850 painéis fotovoltaicos, numa área de 11.000 metros quadrados (m2) e numa potência instalada de MWp.

A Sumol+Compal prevê investir três milhões de euros numa central fotovoltaica na sua unidade de produção e distribuição em Almeirim, Santarém, que deverá atingir a potência instalada de três megawatts-pico (MWp).

“A Sumol+Compal estima investir três milhões de euros numa central fotovoltaica para tornar a sua unidade de produção e distribuição em Almeirim mais sustentável do ponto de vista energético, com a produção de energia renovável para autoconsumo”, anunciou, em comunicado, o grupo.

O projeto vai ser realizado em várias fases, sendo que a primeira já está concluída com a instalação de 1.850 painéis fotovoltaicos, numa área de 11.000 metros quadrados (m2) e numa potência instalada de 1 MWp.

A primeira fase corresponde a 15% das necessidades energéticas daquela fábrica, percentagem que deverá aumentar para 25% com o início da produção de energia da segunda fase, que se espera que fique concluída no início do próximo ano.

No total, o projeto deverá atingir a potência instalada de três MWp, evitando a emissão de cerca de 984 toneladas de dióxido de carbono (CO2).

O grupo disse ainda que esta central abre a oportunidade de, em conjunto com a Câmara Municipal de Almeirim, avaliar formas de disponibilizar os excedentes de energia à comunidade.

“Vivemos um importante momento de decisão sobre as nossas opções de transformação tecnológica e energética, para garantir maior racionalização e eficiência, escolher fontes de energia que reduzam a enorme volatilidade dos custos atuais e cumprindo as nossas metas ambientais”, referiu, em comunicado, o administrador da Sumol+Compal, Jaime Alves Cardoso.

Este responsável sublinhou ainda que uma das prioridades do grupo passa por aumentar a capacidade de produção de energias renováveis, pelo que esta central representa “mais um passo rumo à descarbonização” da atividade produtiva da empresa.

A Sumol+Compal conta com quatro unidades de produção em Portugal e uma em Moçambique e exporta para mais de 70 países.

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Novo juiz do BES vai ouvir testemunhas sem ter ainda lido o processo

Próximas sessões da instrução do BES estão marcadas entre 26 a 30 de setembro e mantêm-se, apesar do juiz Pedro Correia admitir que ainda nem leu o processo.

O novo juiz de instrução, responsável pela instrução do caso BES desde o dia 5 de setembro, vai manter as sessões agendadas para 26 a 30 de setembro – a inquirição de 33 testemunhas – apesar de ainda não ter lido o processo. Ou seja: o magistrado assume que ainda não teve tempo suficiente para analisar o maior processo da Justiça portuguesa (que conta com 186 volumes) mas que, mesmo perante este estado das coisas, não vai deixar de realizar a diligências marcadas para finais de setembro. Assumindo que, depois de ler o mega processo e caso se justifique, possa voltar a reinquirir essas mesmas testemunhas.

“Nos presentes autos, mostram-se agendadas diligências de instrução para os próximos dias 26 a 30 de Setembro e 24 a 28 de Outubro de 2022, encontrando-se agendadas as inquirições de 33 pessoas do número total que importa ainda ouvir”, segundo explicou o juiz Pedro dos Santos Correia, num despacho enviado às partes, a que o ECO teve acesso.

Nesse mesmo despacho – enviado esta quarta-feira – Pedro Correia faz, inclusive, um desabafo, relativo à dimensão e complexidade do processo. “Mantenha-se em mente que os autos são compostos por 186 volumes, tendo ainda apensos nove procedimentos cautelares de arresto; que a acusação deduzida pelo Ministério Público tem 3654 páginas, versando uma multiplicidade de factos de grande complexidade, quer atento o seu volume, quer atenta a matéria que deles emerge”, escreve o magistrado colocado no conhecido Ticão a 5 de setembro. “O mesmo acontecendo, mutatis mutandis, com os diversos requerimentos de abertura de instrução deduzidos nos autos”. ;

Assumindo assim que “não se mostra possível realizar a análise integral dos autos no espaço de tempo que medeia entre a mencionada tomada de posse e a data de realização das diligências atrás indicadas, importa, por ora, diligenciar pela continuação da tramitação dos autos, mantendo-se as aludidas diligências”, concluiu o magistrado.

No passado dia 5 de setembro, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) transferiu o processo do caso Universo BES/GES das mãos de Ivo Rosa ara Pedro dos Santos Correia, juiz auxiliar com apenas dois anos de experiência e que recentemente foi colocado no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, em substituição do recém juiz presidente da comarca de Lisboa.

A saída de Ivo Rosa deve-se assim ao movimento de juízes, embora Ivo Rosa não possa ainda ser colocado na Relação, já que tem um processo disciplinar contra si pendente.

Assumindo que a “transferência de um Juiz para outro juízo por via do movimento não viola o princípio do juiz natural. O processo permanece no mesmo juízo para onde foi feita a distribuição, efetuada aleatoriamente”. Ou seja: o CSM sublinha que não foi feita uma nova distribuição/sorteio, porque o que mudou não foi o juiz mas o juízo.

Ivo Rosa ficará afeto ao Tribunal Central de Instrução Criminal, dando continuidade à instrução do processo Octopharma cujo debate instrutório já começou e cuja próxima sessão está marcada para dia 3 de outubro.

Qual a dimensão do processo BES?

O processo BES/GES conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes. Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

A figura central desta investigação é Ricardo Salgado, ex-líder do Banco Espírito Santo (BES), acusado de 65 crimes: associação criminosa (um), burla qualificada (29), corrupção ativa (12), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (nove), infidelidade (cinco) e manipulação de mercado (dois).

É composto por 767 volumes, entre autos principais, arrestos, incidentes de oposição e apensos bancários e 186 volumes de autos principais, processados até à data da distribuição em 687.398 folhas. Mais todos os apensos bancários, de buscas e diversos (mais de duas centenas) e equipamentos informáticos apreendidos. A acusação conta com 3.552 folhas, assinadas por sete procuradores.

O prazo será ou não alargado pelo CSM?

O prazo que tinha sido dado pelo Conselho Superior da Magistratura (CSM) para Ivo Rosa terminar a fase da instrução do caso BES de oito meses (que terminaria em fevereiro de 2023) pode agora vir a ser alargado. Segundo o que fonte do CSM explicou ao ECO, esse prazo pode agora vir a ser “reavaliado”. Porém, até a data, ainda não aconteceu.

O CSM deu, a 1 de junho deste ano, ao juiz Ivo Rosa um prazo de oito meses para terminar a fase de instrução do processo BES/GES. “Este é o prazo considerado adequado [oito meses], porquanto o prazo legal de quatro meses é manifestamente insuficiente atenta a complexidade e dimensão do processo”, referiu, na altura, o CSM.

Na resposta, a mesma fonte afirma que “o pedido de aceleração processual do processo [BES/GES] foi parcialmente deferido, tendo o CSM fixado um prazo de oito meses a partir da notificação da deliberação para que seja terminada a fase de instrução”.

Logo quinze dias depois, um grupo de 27 advogados — todos eles de arguidos ou assistentes no caso BES — tomaram uma posição pública face a este prazo.

O grupo de advogados — onde se incluem nomes sonantes como Paulo Saragoça da Matta, Raul Soares da Veiga, João Medeiros, Francisco Proença de Carvalho — advogado de Ricardo Salgado — Tiago Rodrigues Bastos e Rui Patrício, entre outros — “a decisão do CSM que está em causa, isto é, a fixação de um prazo para a instrução, é ilegal, e é-o por várias razões, sendo certo que acarreta uma interferência inadmissível por parte do CSM na função jurisdicional – por definição, soberana e independente – dos Juízes”, pode ler-se na carta.

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Câmara do Porto “preocupada” que descentralização obrigue a tutelar Circunvalação

A Câmara do Porto está preocupada que a descentralização imponha a municipalização da Circunvalação que une os concelhos do Porto, Maia, Matosinhos e Gondomar. Em causa estão os custos inerentes.

“Dizem-nos que vai ser imposta a sua municipalização no âmbito da descentralização. Coisa que muito nos preocupa, porque a Estrada da Circunvalação, [no Porto], não devia ser uma estrada, mas sim, uma avenida circular que une os quatro municípios quando dantes os separava”, afirmou o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, à margem da conferência da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes sobre “Os desafios da mobilidade na Área Metropolitana do Porto”.

Segundo Pedro Baganha, “há cinco anos, essa transformação da EN12 custava perto de 60 milhões de euros quando o programa foi feito” e já na época o envelope financeiro do Estado não chegava para cobrir as despesas. “Só ao Porto caberiam 33 milhões“, frisou. Por isso mesmo, esclareceu o vereador, “a Câmara Municipal não aceitou, até à data, a transferência da tutela daquela estrada sem o correspondente envelope financeiro para a sua transformação”. No contexto atual, avizinham-se mais dificuldades orçamentais, sustentando que se “prevê que os valores tenham subido ainda mais“.

O problema, clarificou Pedro Baganha, “é que o preço da transformação da EN 12, que ainda é uma estrada nacional, e ainda não é tutela dos municípios, à exceção de dois quilómetros que são tutela da Maia, chegou a um valor de investimento necessário que não é compaginável com as disponibilidades financeiras dos quatro municípios“. Em causa estão os concelhos do Porto, Matosinhos, Maia e Gondomar.

Dizem-nos que vai ser imposta a sua municipalização no âmbito da descentralização, coisa que muito nos preocupa porque a Estrada da Circunvalação não devia ser uma estrada, devia ser uma avenida circular que une municípios quando dantes separava.

Pedro Baganha

Vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto

O vereador lamentou ainda que “a Infraestruturas de Portugal (IP), que tem a propriedade e tutela daquela estrada, tenha proposto, assim, um envelope financeiro para a transferência daquela estrada para os municípios que não é, nem de longe nem de perto, compaginável com o investimento necessário para a transformação da Circunvalação”.

Por tudo isto, essa negociação caiu, na época, por terra e “está suspensa”, assegurou o vereador da autarquia liderada pelo independente Rui Moreira, acrescentando que “esse programa metropolitano ia permitir a coordenação dos quatro municípios que marginam com a Circunvalação relativamente ao futuro que se pretende para aquela via”.

Câmara do Porto quer pedonalizar centro histórico

Já o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, abordou, na sua intervenção, as iniciativas para otimizar a mobilidade na cidade, nomeadamente o plano de pedonalização do centro histórico do Porto. O vereador do Urbanismo da Câmara do Porto acabou depois por clarificar tratar-se de “um plano integrado” relacionado com as já implementadas Zonas de Acesso Automóvel Condicionado (ZAAC) e que também engloba “a criação de uma rede coerente de percursos pedonais“.

Pedro Baganha afirmou que o plano de pedonalização do centro histórico já “está, em larga medida, elaborado e será apresentado até ao final do ano à cidade“. O objetivo é, a médio e longo prazo, avançar com a progressiva retirada do automóvel do centro histórico da cidade. O vereador garante que, na prática, este plano “já está, em certa medida, a ser implementado, com as chamadas ZAAC“.

O centro medieval da cidade não foi feito para o automóvel, que é o intruso neste território.

Pedro Baganha

Vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto

Aliás, o vereador foi perentório em afirmar que “o centro medieval da cidade não foi feito para o automóvel, que é o intruso neste território“. Contudo, advertiu, “haverá dois ou três arruamentos que são estruturantes e que terão de continuar a ter trânsito automóvel“, como é o caso da Rua de Mouzinho da Silveira, a marginal e o túnel da Ribeira. “Esta adaptação tem de ser gradual com um período de adaptação”, clarificou, acrescentando que os moradores vão ter bolsas de estacionamento. “Mas quem vier de fora terá de utilizar os transportes coletivos“, garantiu Pedro Baganha.

O vereador avisou, contudo, que, por ser um “plano de ação”, não vai a aprovação da reunião do executivo nem da Assembleia Municipal.

Na sua intervenção, Rui Moreira avisou, contudo: “Não é nossa intenção transformar o Porto numa ilha, impenetrável a quem vem de fora. Pelo contrário, a cidade tem toda a vantagem em ser bem servida de transportes rodoviários interurbanos e regionais”. Mas defendeu que são “precisas regras claras, rigorosas e exequíveis que permitam conciliar todos os modos de transporte rodoviário com os desafios que a cidade enfrenta em termos de mobilidade e sustentabilidade”.

O autarca independente fez, por isso, questão eme realçar que “a estratégia de mobilidade do município do Porto tem por base uma rede de transportes públicos estruturada e com elevada capacidade, cujo principal operador é a STCP.” Mais, sustentou o edil, “enquanto acionista maioritário da STCP, o município do Porto participa ativamente na definição e gestão da oferta de transporte público rodoviário da cidade”.

Rui Moreira realçou que “até 2030, o município do Porto tem como objetivo descarbonizar 40% da frota da STCP”. Uma meta que, afirmou, “representa um passo significativo no cumprimento do Pacto do Porto para o Clima, que traduz a ambição de tornar a cidade neutra em carbono até 2050″.

O presidente da Câmara do Porto abordou ainda o desenvolvimento do sistema de transportes rodoviários intraurbano que “exigiu a criação de equipamentos e infraestruturas de apoio à transferência modal de passageiros”. Para Rui Moreia, “um desses equipamentos, e seguramente o mais importante, é o Terminal Intermodal de Campanhã” que foi inaugurado em julho deste ano. Este espaço acolhe “os autocarros da STCP e de operadores privados, os comboios urbanos e de longo curso, o metro do Porto e os táxis da cidade”. O que, defendeu, “promove a intermodalidade urbana, com tudo o que isso significa em termos de mobilidade eficiente, acessível e sustentável”.

Rui Moreira acredita que, com todas estas estratégias, “o município está efetivamente a mudar o paradigma do transporte público na cidade”, acrescentando o contributo da “expansão da rede de metro do Porto, na qual se inclui, para além das linhas Rosa e Rubi, o projeto do metrobus”.

O autarca terminou a intervenção com um repto: “Alertar para as disfunções que o sistema de transportes rodoviários apresenta e que colocam em risco, no caso do Porto, os esforços do município para uma mobilidade eficiente, acessível e sustentável“.

“Descomplexificar” o sistema de transporte público

O secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, considerou, por sua vez, que “é necessário descomplexificar a utilização do transporte público, tornar as redes mais legíveis, informar melhor e permitir um acesso mais fácil“. Para isso, defendeu, é preciso “ter mais ambição na digitalização do setor, sendo certo que a eficácia de medidas desta natureza será tanto maior quanto maior for a sua uniformização no país e abrangência territorial“.

Para o governante, a mobilidade eficiente e sustentável é um “direito fundamental”, e um “desafio difícil, virtuoso e económico”, realçando a importância da coesão territorial e do contributo para cumprir metas climáticas e consequente a pegada ambiental. Neste ponto, a presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), Ana Paula Vitorino, abordou “objetivo europeu de reduzir em 55 % as emissões de gases com efeito de estufa na
União Europeia e de conseguir um impacto neutro no clima até 2050″. O que defendeu a presidente da AMT, “representa um desafio de imensa magnitude de mudança de comportamentos e de organização da sociedade e da economia.”

Jorge Delgado avisou, contudo, que é preciso “evitar viagens desnecessárias, transferir as deslocações para os transportes públicos” e “melhorar a eficiência tecnológica e energética“.

O secretário de Estado da Mobilidade Urbana referiu ainda a necessidade do “apoio imprescindível” dos municípios na criação de redes de carregamento de veículos elétricos, exortando-os à criação de “procedimentos que facilitem” a instalação de postos públicos nos territórios, assim como “regulamentos e taxas mais adequados” aos modelos de negócio dos operadores.

Já a presidente AMT defendeu, por sua vez, que a mobilidade nas zonas urbanas, em particular nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, deve “ocupar um lugar central” na agenda de prioridades, tanto das autoridades locais como do Estado”. No caso do Porto, sustentou Paula Vitorino, “estão em causa dinâmicas urbanas e territoriais comuns a cidades e regiões de dimensão semelhante, como sejam, a deficiente repartição modal, o envelhecimento dos centros urbanos e a alteração das suas funções tradicionais, bem como o reforço populacional nas periferias”.

A presidente AMT é, por isso, apologista de “políticas concretas”, como a inovação e investigação, a implementação de infraestruturas, a obtenção de dados e a supervisão do sistema.

“Tornar a mobilidade mais ecológica deve constituir a nova prioridade que permita a este mercado crescer, apostando num sistema multimodal eficiente e interligado, com redes otimizadas, devidamente suportadas em infraestruturas de abastecimento com emissões nulas ou muito reduzidas”, concluiu Paula Vitorino.

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Lisboa prolonga suspensão de novos alojamentos locais

  • ECO
  • 14 Setembro 2022

Esta medida prevê que não sejam aceites novas licenças nas freguesias onde o número de fogos afetos ao alojamento local seja igual ou superior a 2,5% do parque habitacional.

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou esta quarta-feira um prolongamento da suspensão de novos registos de alojamento local em 11 freguesias da capital, avança o Expresso (acesso pago). A medida vigora durante mais seis meses e foi aprovada com os votos a favor do PS, Bloco, Livre, PCP e vereadora independente Paula Marques e teve votos contra do PSD e CDS.

Esta medida prevê que não sejam aceites novas licenças nas freguesias onde o número de fogos afetos ao alojamento local seja igual ou superior a 2,5% do parque habitacional. Em causa estão 11 freguesias, de acordo com o mesmo jornal. Há mais quatro freguesias acima deste rácio, mas onde a proibição já existia antes desta medida.

Esta proposta foi subscrita pelos vereadores do PS, Bloco e Livre, sendo que com esta decisão apenas nove freguesias da capital escapam ao travão. De acordo com o Expresso, a proposta explica ainda que esta proibição se estende até à entrada em vigor da alteração ao regulamento municipal desta atividade em Lisboa.

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MNE considera que banco europeu para investimentos no hidrogénio é “uma excelente ideia”

  • Lusa
  • 14 Setembro 2022

João Gomes Cravinho considerou “uma excelente ideia” para a autonomia energética a criação de um banco europeu para projetos de hidrogénio anunciada pela Comissão Europeia.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, considerou hoje “uma excelente ideia” para a autonomia energética a criação de um banco europeu para projetos de hidrogénio anunciada pela Comissão Europeia, o que reforça a necessidade de interconexões.

Referindo-se ao anúncio feito no Parlamento Europeu pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, Cravinho disse que “parece uma excelente ideia e que aponta claramente para uma autonomia europeia” na área da energia.

O desenvolvimento desses projetos “por sua vez implica interconexões para que seja possível falar de uma Europa unida em matéria de energética e em matéria de distribuição de hidrogénio”, lembrou ainda o chefe da diplomacia portuguesa, que falava no final de reunião ministerial entre Portugal e Espanha no formato 2+2, dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje a criação de um banco europeu na União Europeia (UE) para fomentar investimentos em projetos de hidrogénio, orçado em três mil milhões de euros.

Intervindo no seu terceiro discurso sobre o Estado da União, na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, a líder do executivo comunitário argumentou que “o hidrogénio pode mudar completamente a inovação na Europa”, razão pela qual é necessário “passar de um mercado de nicho para um mercado de massas para o hidrogénio”.

O ministro do Negócios Estrangeiros português disse que “a questão energética é uma questão fundamental e, portanto, foi uma parte da conversa” dos ministros portugueses com os seus homólogos de Espanha.

A questão das conexões energéticas da Península Ibérica com França e o resto da Europa foi abordada, com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, a insistindo na necessidade de completar as ligações entre Espanha e França e sublinhando que com isto a Península Ibérica, que tem menos problemas de abastecimento, “está a ser solidária” com países mais dependentes.

“As propostas que Portugal e Espanha têm defendido estão a ganhar terreno”, disse ainda o ministro português, com o seu homologo espanhol a completar que “são propostas construtivas” para enfrentar a chantagem da Rússia de cortar o abastecimento energético à Europa.

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França vai limitar aumentos no preço da eletricidade e do gás em 15% no próximo ano

Face à volatilidade dos preços da energia, o Governo francês avançou com um teto de 15% aos aumentos da eletricidade e do gás em 2023 e atribuição de um cheque a 12 milhões de famílias.

O governo francês vai limitar o aumento do preço do gás e eletricidade em 15%, no próximo ano. O mecanismo, que servirá para amenizar o aumento dos custos para os consumidores e pequenas e médias empresas, irá custar 16 mil milhões de euros ao Estado francês.

A primeira-ministra Elisabeth Borne anunciou esta quarta-feira a decisão em conferência de imprensa, explicando que além desta medida serão atribuídos cheques de até 200 euros a 12 milhões de famílias com menores rendimentos para ajudar a enfrentar o aumento de custos energéticos que se avizinham com a chegada do inverno. Este subsídio custará ao Estado 1,8 milhões de euros.

Assim, a chefe do Governo francês garantiu que, em 2023, os preços do gás e da eletricidade vão sofrer aumentos, mas que se limitarão em “15% em vez de 100%”. “Este é o compromisso que assumimos”, cita o canal televisivo françês TF1, as declarações da governante.

Elisabeth Borne explicou que o aumento destes preços para as famílias será de “25 euros por mês” para os que recorrem ao aquecimento domiciliar a gás, em vez de 200 euros, e de “20 euros em vez de 180 para os que aquecem com eletricidade”. Segundo o ministro da Economia francês Bruno Le Maire, este mecanismo vai custar ao Estado 16 mil milhões de euros, em 2023 – 11 mil milhões para limitar o preço do gás e cinco mil milhões para limitar a eletricidade.

A decisão do governo de Borne chega numa altura em que se assiste a uma grande volatilidade nos preços do gás e da eletricidade em toda a Europa, obrigando à Comissão Europeia a adotar, também, um conjunto de medidas para minimizar os impactos, entre elas reduzir o consumo de eletricidade, um teto nas receitas das empresas que produzem eletricidade a baixo custo e a cobrança de uma taxa solidária às petrolíferas.

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As promessas de von der Leyen no discurso do Estado da União

  • Joana Abrantes Gomes
  • 14 Setembro 2022

Um teto às receitas das empresas que produzem eletricidade a baixo custo e a criação de um banco de hidrogénio estão entre os anúncios feitos pela presidente da Comissão Europeia.

O mercado do gás e da eletricidade ocupou boa parte do discurso sobre o Estado da União Europeia (UE), proferido esta quarta-feira pela presidente do Executivo comunitário em Estrasburgo, destacando-se os 140 mil milhões de euros que Bruxelas espera angariar com a proposta de um teto máximo às receitas das energéticas que produzem eletricidade a baixo custo. Para as pequenas e médias empresas, Ursula von der Leyen garantiu um pacote de medidas “salva-vidas”, enquanto aos Estados-membros foi prometida “flexibilidade” relativamente à dívida. A Ucrânia receberá mais 100 milhões de euros para a reconstrução de escolas.

Sob o mote de que a invasão russa da Ucrânia “é uma guerra à nossa energia, à nossa economia, aos nossos valores e uma guerra ao nosso futuro”, e com a primeira dama ucraniana sentada na plateia como convidada de honra, von der Leyen enumerou uma série de promessas para os próximos 12 meses.

De fora ficaram quaisquer anúncios sobre mais armamento para a Ucrânia — algo que Kiev havia pedido — ou novas sanções ao Kremlin, bem como a escassez de alimentos, que tem atingido sobretudo o continente africano.

  • Tributação de lucros extraordinários das energéticas. Propondo estabelecer um teto nas receitas das empresas que produzem eletricidade a baixo custo, a Comissão Europeia espera angariar mais de 140 mil milhões de euros “para os Estados-membros amortecerem diretamente o golpe (da crise energética)”.
  • Reforma do mercado da eletricidade. Ursula von der Leyen anunciou uma “reforma profunda e abrangente” do mercado da eletricidade da UE em 2023, que visará “dissociar a influência dominante do gás” no preço da luz. Está também a ser estudada uma nova referência para o mercado do gás natural, tendo sido acordada, com o Governo norueguês, a criação de uma task force para redesenhar o aprovisionamento de gás na Europa.
  • “Contribuição” paga por gigantes do petróleo, gás e carvão. Face à crise de combustíveis fósseis, Bruxelas quer que as grandes empresas de petróleo, gás e carvão também paguem “uma parte justa”, visto que também estão a obter “enormes lucros”. Por isso, “têm de dar uma contribuição para a crise”, afirmou von der Leyen.
  • Redução do colateral dos comercializadores de energia. A Comissão Europeia vai baixar o colateral que os traders do setor energético precisam de apresentar quando participam em operações com futuros, uma questão que tem causado problemas de liquidez a algumas empresas de energia. Ursula von der Leyen prometeu “trabalhar com os reguladores do mercado para aliviar estes problemas, alterando as regras sobre garantias estatais e tomando medidas para limitar a volatilidade intradiária dos preços”.
  • Banco Europeu de Hidrogénio. Von der Leyen anunciou a criação de um banco europeu para fomentar investimentos em projetos de hidrogénio na UE, com um orçamento de três mil milhões de euros, para concretizar a meta de produção de dez milhões de toneladas de hidrogénio renovável até 2030.
  • Reservas de lítio e terras-raras. Bruxelas vai criar reservas estratégicas para evitar ruturas no abastecimento de matérias-primas fundamentais para a indústria, como terras-raras e lítio, que no futuro próximo “tornar-se-ão mais importantes do que o petróleo e o gás”. Além disso, nos próximos meses será construída a primeira “megafábrica” de semicondutores na UE. Ambas as iniciativas fazem parte da Lei das matérias-primas essenciais, de modo a “evitar ficar presos ao tipo de dependência que vemos agora com o petróleo e o gás”, notou von der Leyen.
  • Pacote “salva-vidas” para Pequenas e Médias Empresas (PME). O Executivo comunitário vai apresentar um pacote de medidas para as PME, sob as quais a inflação e a incerteza estão “a pesar especialmente”. Entre as medidas, inclui-se uma proposta de regras fiscais para fazer negócios, conhecida como BEFIT. Von der Leyen propôs ainda a revisão das regras de pagamento em atraso.
  • Reforma das regras orçamentais em outubro. No seu discurso, von der Leyen prometeu “mais flexibilidade nas trajetórias de redução da dívida” dos Estados-membros, comprometendo-se a apresentar as propostas de regras orçamentais em outubro. Ao mesmo tempo, a responsável sublinhou que será necessário “haver mais responsabilidade” na concretização do acordado com Bruxelas.
  • Mais meios de combate a incêndios. Depois de um verão marcado por uma grande extensão de área ardida, a UE vai comprar dez aviões e três helicópteros de combate a fogos florestais, duplicando a sua capacidade, segundo anunciou a líder do Executivo comunitário. “Nenhum país pode lutar sozinho contra estes fenómenos meteorológicos extremos e a sua força devastadora”, disse.
  • Combate à escassez de mão-de-obra na Europa. Apesar de uma taxa de desemprego baixa (6%), o número de vagas por preencher na UE está “em níveis recorde”, disse von der Leyen. Nesse sentido, propõe que seja facilitado o reconhecimento das qualificações obtidas por trabalhadores estrangeiros, bem como uma maior aposta na formação contínua e no ensino superior.
  • Apoio de 100 milhões de euros para reconstruir escolas bombardeadas na Ucrânia. “Vamos trabalhar convosco para apoiar a reabilitação das escolas ucranianas (…), porque o futuro da Ucrânia começa nas suas escolas”, assinalou a líder do Executivo comunitário. Este novo apoio junta-se aos 19 mil milhões de euros de ajuda financeira prestada até agora pela UE à Ucrânia.
  • Acesso da Ucrânia ao mercado único. Para a presidente da Comissão Europeia, o mercado único da UE é “uma das maiores histórias de sucesso da Europa” e agora é altura de assegurar à Ucrânia um acesso ao mesmo “sem entraves”. “Hoje, vou a Kiev para discutir tudo isto em detalhe com o Presidente Zelensky”, acrescentou.
  • Roaming gratuito na Ucrânia. “Vamos trazer a Ucrânia para a nossa área europeia de roaming grátis”, urgiu Von der Leyen. Atualmente, o serviço que permite não pagar taxas adicionais para usar o telemóvel numa viagem é gratuito na UE, Islândia, Liechtenstein, Noruega e Reino Unido.
  • Comunidade política europeia. Von der Leyen disse que apoia a criação desta comunidade, uma sugestão que partiu do Presidente francês, Emmanuel Macron, e que acolheria Estados candidatos à adesão à UE e países que deixaram o bloco — como o Reino Unido. A ideia será apresentada e discutida no Conselho Europeu.
  • Reforma dos tratados fundadores da UE. A responsável apelou à realização de uma convenção europeia, por considerar que “é tempo de consagrar a solidariedade entre gerações” nos tratados. “É tempo de renovar a promessa europeia e também precisamos de melhorar a forma como fazemos e decidimos as coisas”, apontou.
  • Lei de defesa da democracia. “Precisamos de nos proteger melhor de interferências malignas e é por isso que vamos apresentar uma Lei de defesa da democracia”, anunciou a presidente da Comissão Europeia. O plano visa combater a corrupção, o tráfico de influência e o enriquecimento ilícito.
  • Mais apoio à saúde mental. A Comissão Europeia está a trabalhar numa nova iniciativa sobre saúde mental, apontando que, “para muitos que estão sobrecarregados com ansiedade e que estão perdidos, um apoio apropriado, acessível pode salvar vidas”. “Sabemos que este apoio não existe hoje”, assinalou von der Leyen.

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Benfica disposto a pagar impostos em falta para evitar julgamento

Defesa do Benfica considera que relatório da PJ – terminado em agosto – encerra a tese do "saco azul" e fala apenas em alegada fraude fiscal. Pedem arquivamento ou suspensão provisória do processo.

A SAD do Benfica está disposta a pagar o imposto em falta – do alegado crime de fraude fiscal – caso o Ministério Público (MP) decida pela suspensão provisória do processo. Ou seja: uma figura processual em que os arguidos podem, segundo um acordo, pagar um montante e evitarem ir a julgamento.

Segundo o requerimento assinado pela equipa de advogados – João Medeiros, Rui Patrício e Paulo Saragoça da Matta e entregue a 12 de setembro no DIAP de Lisboa –, o relatório da PJ “não acrescenta nada de novo e útil” à investigação, pelo que se trata de “uma mão cheia de nada”, o que abre caminho ao arquivamento do caso, segundo a equipa jurídica dos encarnados.

Mas, “admitindo-se, contudo, a benefício da ponderação de diverso entendimento do Ministério Público, a suspensão provisória, nomeadamente mediante uma injunção (pagamento) equivalente ao montante do imposto que se determinar como efetivamente devido”, pode ler-se no documento enviado pelo Benfica, a que o ECO teve acesso.

Recorde-se que o processo envolvia suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais, referente a 2017, numa altura em que as águias ainda eram lideradas por Luís Filipe Vieira.

O relatório da PJ diz que a Benfica SAD obteve “uma vantagem patrimonial indevida de 64.768,00 euros em sede de IRC e de 116.380,00 em sede de IVA, respeitante ao ano desportivo de 2016/17″. Ao mesmo tempo, é apontado que a Benfica Estádio obteve “uma vantagem patrimonial indevida de 154.100,00 no ano desportivo de 2016/17 e de 153.180,00 no ano de 2017/18, ambas em sede de IVA”.

A investigação da Polícia Judiciária e do Ministério Público a uma empresa que terá servido de “saco azul” do Benfica encontrou alegados pagamentos de milhares de euros ao árbitro Bruno Paixão. Em causa está a empresa Best for Business, que foi investigada pela forma como recebeu 1,9 milhões de euros do clube encarnado por serviços de consultoria fictícios. Esta sociedade é detida pelo empresário José Bernardes, que já é arguido no processo “Saco Azul”.

Agora, na prática, os advogados João Medeiros, Paulo Saragoça da Matta e Rui Patrício justificam o pedido de arquivamento deste processo – que já tinham solicitado em setembro de 2020 – com o facto de durante os cinco anos que leva a investigação não sido provado que tenha havido um saco azul para pagamento de terceiros. Trata-se por isso, defendem os juristas do Benfica, de “uma mão cheia de nada, por referência àquelas que eram as suspeitas iniciais deste processo”.

No documento enviado ao DIAP é defendido que o relatório da PJ dá “boa conta” de que “apesar da aturada, exaustiva e longa investigação dos factos, nada mais se apurou e nada mais se imputa senão uma (alegada) fraude fiscal”. E foi nesse sentido, defendem, que o processo passou “para a esfera da Autoridade Tributária para coadjuvar o Ministério Público”, pelo menos desde 2020.

Valor esse que poderá ou deverá ser discutida e fixada entre MP e o Fisco para o “pagamento do imposto alegadamente devido pelas Sociedades Arguidas e, eventualmente, a imposição de injunção adicional razoável de pagamento a uma instituição de solidariedade social, segundo o pedido reiterado há dois dias pelos advogado.

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Wall Street recupera após “sell-off”

As bolsas norte-americanas recuperam das fortes perdas da sessão anterior, depois de os dados da inflação nos EUA terem agravado as preocupações quanto a uma postura mais agressiva por parte da Fed.

Os principais índices norte-americanos arrancam com ganhos ligeiros, depois das fortes perdas da última sessão, numa altura em que os investidores ainda digerem os dados da inflação dos EUA, divulgados na terça-feira e que agravaram as preocupações quanto a uma postura mais agressiva por parte da Fed.

O índice de referência S&P 500 avança 0,27%, para 3.943,28 pontos, enquanto o industrial Dow Jones soma 0,17%, para 31.157,86 pontos. Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq valoriza 0,34%, para 11.673.18 pontos.

A recuperação acontece um dia depois de os três principiais índices de Wall Street terem registado a maior queda percentual diária desde 11 de junho de 2020 na sessão prévia, depois de os dados da inflação nos EUA mostrarem um alívio inferior ao que era a expectativa dos analistas.

Os dados aumentam as perspetivas de que a Fed vá manter o posicionamento agressivo na subida dos juros, devendo proceder a um novo aumento das taxas na próxima reunião, marcada para 20 e 21 de setembro. Os analistas apontam que o mais certo é que a Fed volte a aumentar as taxas de juro em 75 pontos base, pela terceira reunião consecutiva, para conter a inflação.

Ainda assim, há analistas que antecipam que há 37% de possibilidade de a Fed aumentar as taxas de juro em 100 pontos base, sendo que esta tese é partilhada pelos economistas do banco japonês Nomura, segundo a Reuters.

Os mercados estão ainda a digerir os dados relativos aos preços no produtor que recuaram 0,1% em agosto, na comparação em cadeia, mas aumentaram 8,7% em agosto face ao período homólogo.

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AIE adverte para agravamento da falta de gasóleo no mercado mundial em 2023

  • Lusa
  • 14 Setembro 2022

Agência Internacional de Energia alerta que o défice de gasóleo no mercado mundial corre o risco de piorar no próximo ano com a entrada em vigor do embargo da União Europeia ao petróleo russo.

A Agência Internacional de Energia (AIE) adverte que o défice de gasóleo no mercado mundial corre o risco de piorar no próximo ano com a entrada em vigor do embargo da União Europeia ao petróleo russo, que irá aumentar a tensão sobre este combustível nos mercados.

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero publicado hoje, a AIE explica que a UE tem mantido até agora as importações de gasóleo da Rússia em 600.000 barris por dia, mas com o embargo europeu a partir do final de 2022 estes volumes terão de ser substituídos por gasóleo de outros países.

É verdade que existem três grandes projetos de refinaria para produzir diesel no Kuwait, Nigéria e México que deverão entrar em funcionamento até ao final de 2023 e que poderão ajudar a alimentar a procura. Mas se a Rússia não conseguir desviar a produção de gasóleo que atualmente vende à Europa para outros compradores fora do mecanismo de preços que pretende impor, a agência receia que os importadores europeus, latino-americanos e africanos concorram por fluxos mais baixos.

Este ano, o mercado do gasóleo já está sob ‘stress’, entre outras razões porque a procura de gasóleo tem sido forte e, ao mesmo tempo, as quotas de exportação da China têm reduzido as suas vendas ao estrangeiro.

A isto juntam-se os impostos recentemente impostos pela Índia, que reduziram a saída de gasóleo deste país, que é o principal fornecedor de gasóleo na Ásia.

Além da situação particular do gasóleo, a AIE reviu hoje as suas previsões de procura global de petróleo para este ano ligeiramente em baixa, concretamente menos 110.000 barris por dia do que há menos de um mês.

Os peritos da AIE estimam que em 2022 o consumo médio será de 100,1 milhões de barris por dia, mais 4,8 milhões do que no ano passado. Em 2023, o aumento será de 1,7 milhões de barris por dia para 101,8 milhões de barris por dia.

A correção em baixa das estimativas para este ano pode ser explicada pelo abrandamento económico nos países da OCDE e pelo efeito das restrições da atividade na China para tentar controlar o ressurgimento da covid-19.

Isto é parcialmente compensado pelo aumento da utilização do petróleo para a produção de energia na Europa e no Médio Oriente, onde o gás está a ser parcialmente substituído porque o preço subiu.

A perspetiva descendente do mercado petrolífero já teve um efeito no preço do petróleo, que nos três meses até ao início de setembro caiu 65% em relação ao pico de junho.

A AIE observa que as exportações russas de petróleo aumentaram em agosto em 220.000 barris por dia para 7,6 milhões de barris por dia, o que significa que estão apenas 390.000 barris abaixo dos níveis anteriores à invasão da Ucrânia.

Embora as exportações russas para a UE, EUA, Japão e Coreia do Sul, os países que estão a aplicar sanções contra Moscovo, estejam a ser reduzidas em dois milhões de barris por dia, o Kremlin conseguiu redirecionar grande parte destes carregamentos para a Índia, China e Turquia.

A agência – que reúne essencialmente os países desenvolvidos que estão a sancionar a Rússia – estima que a produção russa irá cair de quase 11 milhões de barris por dia em agosto para 10,2 milhões em dezembro, quando o embargo europeu vigorar em pleno.

Em fevereiro, o declínio deverá ser de 9,5 milhões de barris por dia, o que representa uma descida de 1,9 milhões de barris em relação ao ano anterior, quando ainda não havia medidas de retaliação contra Moscovo por causa da guerra na Ucrânia.

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Costa quer Portugal a crescer na indústria aeroespacial. Já emprega 18 mil pessoas

  • Lusa
  • 14 Setembro 2022

António Costa procura maior crescimento no setor aeroespacial do país, e admite projetos relacionados com a criação de uma constelação de microssatélites, e de sistema de gestão do tráfego.

O primeiro-ministro disse esta quarta-feira que a área da indústria aeroespacial é uma área onde Portugal quer continuar a crescer e que, atualmente, representa já mais de 18.000 postos de trabalho.

“Portugal definiu em 2017 a área do aeroespacial como um novo cluster que nós queremos desenvolver no nosso país”, afirmou António Costa durante a inauguração da Airbus Atlantic Portugal, em Santo Tirso, no distrito do Porto.

Atualmente, Portugal tem cerca de 90 empresas, mais de 18.000 postos de trabalho e um volume de negócios de 1.700 milhões de euros anuais na área da indústria aeroespacial em diferentes polos do país, especificou.

Revelando que o país tem a ambição de crescer nesta área, o governante lembrou a aprovação de uma estratégia nacional para o espaço com a criação da Agência Espacial Portuguesa.

“Nós, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência [PRR], lançámos um grande desafio ao mundo empresarial e ao sistema científico e tecnológico para que se organizassem em consórcios para apresentarem projetos inovadores e duas das agendas mobilizadoras que foram aprovadas centram-se, precisamente, neste setor aeroespacial”, referiu.

Uma está relacionada com a criação de uma constelação de microssatélites e outra com um sistema de gestão do tráfego no espaço, ressalvou. Além disso, António Costa adiantou que tem vindo a verificar-se uma crescente procura a todos os níveis na qualificação dos recursos humanos nesta área.

Este ano, acrescentou, na primeira fase de candidaturas ao ensino superior as áreas das engenharias aeroespaciais foram as que tiveram um maior crescimento. Também no ensino secundário e profissional há cada vez maior desenvolvimento desta área, sublinhou.

A Airbus Atlantic, especializada em componentes de aviões, inaugurou esta quarta-feira uma fábrica em Santo Tirso onde conta atingir 250 trabalhadores para o ano, indicou o presidente executivo da empresa, Cédric Gautier.

O grupo tem atualmente perto de 130 trabalhadores na unidade, que começou a construir em 2020, e espera atingir os 250 no final de 2023, de acordo com o responsável.

Neste momento, a Airbus Atlantic Portugal produz secções de fuselagem frontal da família A320, painéis para a fuselagem frontal da família A350, bem como painéis e molduras para a porta de carga da família A320, sendo que, “à medida que o local se desenvolve para apoiar a construção do corredor único, será levado a produzir todos os componentes para as secções 11,12 e 13/14 da família A320”.

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Honorários dos advogados discutidos por ministra da Justiça e OA

O evento decorrerá nos próximos dias 15 e 16 de setembro e contará com a presença da ministra da Justiça, do bastonário da OA, do presidente do IAD, entre outros.

O Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA) e o Instituto do Acesso ao Direito (IAD) organizaram as Jornadas Europeias do Acesso ao Direito. O evento decorrerá nos próximos dias 15 e 16 de setembro. A ministra da Justiça, Catarina Sarmento, o bastonário da OA, Luís Menezes Leitão, e o presidente do IAD, Silva Cordeiro, discursam na abertura do evento que tem lugar no Salão Nobre da OA, em Lisboa.

A iniciativa conta ainda com a presença, entre outras, do secretário de Estado Adjunto, Jorge Albino Alves Costa, da vice-presidente da Fédération des Barreaux d’Europe (FBE), Izabela Konopacka, e do vice-presidente do Council of Bars and Law Societies of Europe (CCBE), Panagiotis Perakis.

“Durante dois dias, partindo do pressuposto de que importa analisar o funcionamento do Acesso ao Direito e compará-lo com outros modelos, e apontar virtudes e mudanças para a construção de um modelo mais justo e equitativo para todos os intervenientes, em especial, para os cidadãos, o evento vai abordar especificamente três tópicos: “O papel dos Advogados no Acesso à Justiça e aos Tribunais”, “Acesso à Justiça: condições de acesso ao direito – beneficiários” e “Honorários dos Advogados: modelo de retribuição e definição”“, explicou a OA.

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