Apoios aos combustíveis em Portugal aumentam 4,5%, para 270 milhões de euros em 2022

  • ECO
  • 5 Setembro 2022

Ministério das Finanças estima gastar quase 270 milhões de euros em apoios aos combustíveis, contra a recomendação de instituições como o FMI ou a OCDE. Tendência não é exclusivamente portuguesa.

O Ministério das Finanças estima gastar quase 270 milhões de euros em benefícios fiscais associados ao Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) este ano, o que representa um aumento de 4,5% face ao registado em 2021, avança a edição desta segunda-feira do Jornal de Negócios (acesso pago).

Instituições como o FMI ou a OCDE já alertam contra este tipo de apoios, que promovem o consumo de produtos petrolíferos, e sublinham, por sua vez, a necessidade de trabalhar para a neutralidade carbónica, bem como para a segurança e acessibilidade energética, segundo o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.

No entanto, esta tendência não é exclusiva de Portugal. Segundo o relatório da OCDE e da Agência Internacional de Energia, os apoios aos combustíveis fósseis quase duplicou. Enquanto em 2020, 51 países concederam apoios aos combustíveis fosseis no valor de 362,4 mil milhões de euros, em 2021 este valor ascendeu aos 700 mil milhões de euros.

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Preços do petróleo sobem mais de 2% antes da reunião da OPEP+

OPEP+ vai reunir-se esta segunda-feira e os investidores esperam um corte na produção de matéria-prima.

Os preços do petróleo estão a subir mais de 2% esta segunda-feira, no dia em que há reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), com os investidores a esperarem um corte na produção de matéria-prima.

Às 8h26 de Lisboa, o barril de Brent, cotado em Londres e que serve de referências às importações nacionais, está a subir 2,49% para 95,34 dólares, enquanto o WTI, cotado em Nova Iorque, valoriza 2,29% para 88,86 dólares.

Esta segunda-feira há reunião da OPEP, em que poderá ser decidida uma manutenção dos níveis atuais de oferta ou então um corte na produção de ouro negro de forma a aumentar os preços, apesar de a oferta continuar apertada, explica a Reuters.

“A OPEP+ provavelmente manterá a produção controlada o suficiente para manter o preço do petróleo numa altura de interrupções na procura provocadas pelos novos confinamentos em algumas partes da China”, diz Tina Teng, analista da CMC Markets, citada pela agência de notícias.

A Rússia, o segundo maior produtor de petróleo do mundo e membro importante da OPEP+, não apoia um corte na produção neste momento. “Embora esperemos que a OPEP+ mantenha os níveis de produção inalterados, a retórica pode ser otimista, pois parece conter a recente queda nos preços”, escreveram analistas do ANZ, citados numa nota.

Tina Teng, da CMC, nota que os riscos de um corte na produção continuam, justificando isso com as potenciais exportações do Irão numa altura de negociações do acordo nuclear e temores de uma recessão.

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Euro abaixo dos 0,99 dólares pela primeira vez em duas décadas

A moeda única europeia continua a ser penalizada pelo interrupção no fornecimento de gás natural pela Rússia, que ameaça travar ainda mais a atividade económica.

A divisa da Zona Euro desceu hoje até aos 0,9888 dólares durante a negociação na Ásia. É a primeira vez desde 2002 que o euro baixa a fasquia dos 0,99 dólares. A descida está a ser atribuída ao receios de que a interrupção no fornecimento de gás russo através da gasoduto Nord Stream 1 leve a uma travagem mais brusca da atividade económica e empurre o bloco para uma recessão.

Moscovo anunciou na sexta-feira que iria suspender por tempo indefinido a entrega de gás, alegando uma falha técnica. O anúncio surgiu depois de os países do G7 terem acordado avançar com um teto ao preço do petróleo russo, de forma a diminuir o encaixe russo com a venda da matéria-prima.

O euro seguia à pouco a desvalorizar 0,41% contra a moeda norte-americana para os 0,9906 dólares, recuperando do mínimo da sessão.

O gás natural está hoje novamente a disparar nos mercados. O contrato de referência para a Europa, o Dutch TTF, dispara 30% para 272 euros por MW/h, segundo o Financial Times.

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Lisboa arranca semana no vermelho com BCP a cair 3%

PSI está a cair quase 1%, em linha com as perdas do resto da Europa. Galp Energia trava queda mais acentuada, mas BCP penaliza ao cair 3%.

A bolsa de Lisboa iniciou a semana pintada de vermelho, acompanhando a tendência do resto da Europa. A penalizar especialmente o desempenho do índice estão as ações do BCP, que caem 3%, enquanto a Galp Energia trava uma descida mais acentuada.

O PSI está a recuar 0,89% para 5.951,08 pontos, ao mesmo tempo que o índice de referência europeu, Stoxx-600, desvaloriza 1,54% para 409,58 pontos.

A contribuir para este desempenho do índice nacional estão as ações do BCP, que caem 3,18% para 0,1431 euros, enquanto a Navigator desvaloriza 1,68% para 3,866 euros. Ainda no setor do papel, a Altri perde 1,77% para 5,445 euros.

No setor energético, a GreenVolt desliza 1,2% para 9,02 euros, a EDP cai 0,38% para 4,74 euros e a EDP Renováveis recua 0,88% para 23,6 euros.

Ainda a penalizar o índice, destaque para a Jerónimo Martins, que recua 1,09% para 21,84 euros, e para a Sonae, que perde 1,63% para 0,9935 euros.

Em sentido oposto, a impedir uma descida mais acentuada do PSI, estão as ações da Galp Energia, que somam 1,48% para 11,285 euros, no dia em que os preços do barril de petróleo estão a valorizar nos mercados internacionais. O Brent avança 2,37% para 95,22 dólares.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 5 Setembro 2022

Governo aprova hoje novas medidas de apoio às famílias para responder à inflação. Novo primeiro-ministro do Reino Unido será hoje conhecido e a OPEP+ vai avaliar corte na produção.

O arranque desta semana será marcado pelo anúncio do novo primeiro-ministro do Reino Unido, sendo que a escolha se divide entre Elizabeth Truss e Rishi Sunak. A OPEP+ irá reunir para avaliar a possibilidade de um corte na produção de petróleo, enquanto o Eurostat divulgará um conjunto de dados relativos ao comércio na Zona Euro e União Europeia. O pacote de apoio ao rendimento das famílias contra a inflação também será aprovado, e irá ter início a conferência do setor automóvel, “Global Mobility 2022”, organizada promovida pela MOBINOV – Automotive Cluster Portugal.

Sucessor de Boris Johnson é conhecido esta segunda-feira

No arranque desta semana será divulgado o novo líder do partido conservador e novo primeiro-ministro do Reino Unido. Na reta final está o antigo chanceler do Tesouro britânico, Rishi Sunak, e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Elizabeth Truss. As votações encerraram na passada sexta-feira, com as sondagens a apontar para uma vitória da antiga ministra.

OPEP+ avalia corte na produção de petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) vai reunir esta segunda-feira para avaliar se irá avançar com um corte na produção do “ouro negro”. A reunião surge após uma revisão em baixa na cotação do petróleo e a de um acordo nuclear com o Irão. Se se confirmar, o Irão poderá produzir um milhão de barris de petróleo por dia.

Eurostat mede o pulso ao comércio europeu

O gabinete de estatísticas da União Europeia, Eurostat, irá divulgar um conjunto de dados relacionados com o comércio na Zona Euro e União Europeia, nomeadamente os dados do comércio a retalho do mês de julho, o volume de serviços no segundo trimestre do ano e a produção de serviços para o mês de junho.

Pacote de apoio ao rendimento das famílias é aprovado

O primeiro-ministro António Costa convocou para esta segunda-feira um Conselho de Ministros extraordinário para aprovar novas medidas para ajudar as famílias, numa altura em que a inflação atingiu os 9%. Para as empresas, as medidas de apoios só deverão chegar depois do dia 9 de setembro.

Arranca a conferência “Global Mobility 2022”

Terá início a conferência do setor automóvel, “Global Mobility 2022”, organizada em conjunto com a ACAP, MOBINOV e AFIA, na ala Almada Negreiros do Centro Cultural de Belém. Entre os temas a abordar estão a mudança de paradigma na mobilidade e no automóvel, bem como o impacto da inteligência artificial e “big data” na indústria. A conferência irá contar com oradores como o secretário de Estado da Economia, João Neves, e o presidente da MOBI.E, Luís Barroso.

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Liz Truss deverá ser nomeada primeira-ministra do Reino Unido esta segunda-feira

  • ECO
  • 5 Setembro 2022

Liz Truss deverá ser nomeada primeira-ministra do Reino Unido esta segunda-feira, num período em que a inflação no país atingiu os 10,1% em julho.

A ministra dos Negócios Estrangeiros, Elizabeth Truss, deverá ser nomeada para a sucessão de Boris Johnson enquanto líder do Partido Conservador e, por inerência, a nova primeira-ministra do Reino Unido, esta segunda-feira, avança a Reuters. Na próxima terça-feira, o vencedor das eleições gerais irá dirigir-se à Escócia para se encontrar com a rainha Elizabeth, que irá pedir ao novo líder para formar Governo.

A nomeação surge num período do Reino Unido marcado por uma crise do custo de vida, agitação na indústria, e recessão. Os resultados das eleições no Partido Conservador serão conhecidos às 12:30 em Lisboa. Liz Truss concorre contra o antigo ministro das Finanças do Reino Unido, Rishi Sunak, após Boris Johnson ser forçado a renunciar ao cargo de primeiro-ministro, em julho.

A nomeação fará do vencedor o quarto primeiro-ministro dos conservadores desde 2015, sendo que atualmente o Reino Unido atravessa um período onde a inflação atingiu os 10,1% em julho. Liz Truss prometeu agir rapidamente contra o aumento do custo de vida e avançou que no espaço de uma semana irá apresentar um plano de apoio face ao aumento das contas de eletricidade, bem como assegurar o futuro abastecimento energético.

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Pacote de combate à inflação dá mais de 300 milhões a reformados

  • ECO e Lusa
  • 5 Setembro 2022

Pacote global de medidas será dirigido às famílias e terá um valor total de cerca de dois mil milhões de euros e poderá incluir reduções de IVA e IRS.

O pacote que o Governo vai apresentar esta segunda-feira com medidas ao combate à inflação vai incluir mais de 300 milhões de euros em apoios para os reformados, avança o Correio da Manhã (acesso pago). No total, serão cerca de dois mil milhões de euros em apoios.

Os reformados com pensões até 1.108 euros poderão ser os principais beneficiados, num universo de cerca de 2,3 milhões de pessoas que recebeu este ano o aumento extraordinário de dez euros nas pensões. O objetivo destas medidas é permitir que as famílias possam recuperar uma parte do poder de compra perdido ao longo deste ano devido ao aumento da taxa de inflação.

O Governo este reunido no fim de semana para ultimar este pacote de medidas, que será apresentado esta segunda-feira em Conselho de Ministros. Entre as medidas que deverão ser aprovadas hoje contam-se ainda a atribuição de um cheque de 100 euros às famílias e reduções nas taxas do IRS e no IVA de alguns produtos, como o gás, diz a Lusa.

Além dos beneficiários das prestações sociais mínimas e da tarifa social de energia — a quem este ano foi atribuído um apoio ao cabaz alimentar de 60 euros — também os agregados de escalões de rendimento da classe média poderão vir a ser abrangidos por este cheque de 100 euros.

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Governo apresenta hoje “pacotão” contra inflação. O que já se sabe e o que falta saber

António Costa vai revelar hoje todas as medidas do novo pacote de 2 mil milhões de euros de apoio ao rendimento das famílias. Haverá novidades nos apoios sociais, para os pensionistas e contribuintes.

“Vai ser um pacote muito robusto, um pacote tanto quanto sei impactante, com muita despesa pública. Não conheço as medidas, pode até ultrapassar a proposta já de si ousada e robusta de Luís Montenegro. O pacote do Governo pode ser um pacotão“. As palavras são do antigo líder social-democrata Luís Marques Mendes, numa “aula” na semana passada na 18.ª edição da Universidade de Verão do PSD.

O PSD já tinha apresentado, em meados de agosto, um pacote de medidas “alternativo” de mil milhões de euros para ajudar as famílias, e na sexta-feira o líder da bancada do partido Joaquim Miranda Sarmento acrescentou-lhe novas medidas (como a proposta para baixar o IVA na energia), aumentando o valor do pacote para 1,5 mil milhões de euros.

Já o Governo prepara-se para apresentar hoje um pacote que, segundo o jornal i, vai chegar aos 2 mil milhões de euros. O primeiro-ministro António Costa convocou para esta segunda-feira um Conselho de Ministros extraordinário para aprovar estas novas medidas para ajudar as famílias, numa altura em que a inflação atingiu os 9%.

Mais gás para as empresas

Para as empresas, segundo António Costa, as medidas de apoios só deverão chegar depois do dia 9 de setembro, altura em que se realiza um Conselho da União Europeia para discutir formas de travar a escalada do preço da eletricidade.

Entretanto, o jornal Público, citando fonte oficial do Ministério da Economia e do Mar, já noticiou que “Programa Apoiar as Indústrias Intensivas em Gás” vai ser reforçado, com um aumento do teto máximo de 400 para 500 mil euros.

E para as famílias?

Para as famílias, uma fatia do “pacotão” dos 2 mil milhões de euros deverá ir para reforçar os apoios sociais.

O Governo tem em marcha o chamado ‘Apoio Extraordinário para as Famílias mais Vulneráveis’, que é um programa que dá um cheque de 60 euros às famílias mais vulneráveis que beneficiam da tarifa social de eletricidade ou que recebem prestações sociais mínimas como o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção ou o subsídio social de desemprego.

Quer o Fundo Monetário Internacional (FMI), quer a Comissão Europeia já pediram ao Governo que direcione os apoios para as famílias mais vulneráveis, ao invés de dar apoios transversais a toda a população. Assim, é provável que o Governo venha a prolongar e a reforçar este apoio de 60 euros que serve para ajudar as famílias mais vulneráveis a fazer face ao aumento do preço dos bens alimentares de primeira necessidade.

O PSD também já veio propor um vale alimentar para os reformados no valor de 40 euros/mês e um vale alimentar para trabalhadores no ativo que tenham um rendimento inferior a 1.100 euros. Mas João Torres, secretário-geral adjunto do PS, já veio criticar o partido social-democrata por causa destas propostas que disse serem de “caridadezinha e não da justiça social”.

Pensionistas vão ter mais um extra este ano?

Para os pensionistas, segundo antecipou Luís Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC, o Governo deverá anunciar “um aumento extraordinário ou antecipado das pensões de reforma”. A ideia seria aproveitar a folga orçamental deste ano para antecipar parte do aumento das pensões previsto para 2023. O jornal Novo e o Jornal de Negócios também já avançaram com esta possibilidade.

Pela via da lei, quase todas as pensões vão ter aumentos no próximo ano, sendo que no caso das pensões mais baixas os aumentos serão de cerca de 7%. O próprio Presidente da República já fez as contas e chegou à conclusão que “é muito dinheiro, pode ser mais de dois mil milhões de euros”.

Recorde-se que os pensionistas já tiveram este ano um aumento extra para garantir que as pensões mais baixas recebiam um aumento mínimo de 10 euros.

Gasóleo e gasolina prolongados. E o gás e eletricidade?

A escalada dos preços na energia é a que tem provocado mais estragos nos orçamentos familiares.

Em relação aos combustíveis, o Governo já veio dizer que vai prolongar até ao final de setembro as medidas para amenizar a subida dos preços. Atualmente, devido à baixa do temporária do ISP e do congelamento do aumento da taxa de carbono, o gasóleo beneficia de um alívio de 28,2 cêntimos e a gasolina de 32,1 cêntimos.

Em relação ao gás, o Governo também já anunciou que vai mudar a lei para permitir que os consumidores que estão no mercado liberalizado possam regressar ao mercado regulado onde as tarifas são mais baixas.

Não é certo é que possa haver mexidas no IVA da eletricidade e do gás no pacote que vai ser apresentado esta segunda-feira. Quer Espanha, quer a Alemanha já anunciaram que vão baixar o IVA do gás para a taxa mínima e, por cá, o próprio PSD apresentou na sexta-feira uma proposta para descer o IVA da energia para 6% durante um período de seis meses (quatro meses este ano e mais dois em 2023).

Novo alívio do IRS à vista

Segundo o jornal i, a carga fiscal poderá ser a grande surpresa do pacote que será apresentado esta segunda-feira, nomeadamente uma baixa do IRS.

No Orçamento do Estado deste ano, o Governo já tinha avançado com o desdobramento dos 3.º e 6.º escalões, passando assim a existir nove escalões de IRS, em vez dos anteriores sete.

O PSD também veio já propor uma medida avaliada em 200 milhões de euros com vista à redução do IRS para o quarto, quinto e sexto escalões, para as pessoas que têm rendimento entre 1.100 e 2.500 euros. A medida, se avançasse, poderia abranger 1,3 milhões de pessoas segundo as contas dos social-democratas.

Governo “analisa” ajuda às rendas

As rendas são outra das vítimas da inflação. Com base nos dados publicados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística, as rendas vão ter um aumento de 5,43% a partir de janeiro e os inquilinos pedem ao Governo que avance com uma medida semelhante à de Espanha onde Pedro Sánchez impôs um teto administrativo de 2% para os aumentos das rendas em 2023.

Por cá, o Governo garantiu na semana passada à Lusa estar “a acompanhar as preocupações” dos inquilinos, encontrando-se “em análise” eventuais medidas para mitigar os impactos desta subida. Não é claro se as medidas, a existirem, vão ser anunciadas já nesta segunda-feira ou apenas em outubro quando o Governo apresentar o Orçamento do Estado para 2023.

O ECO vai estar a acompanhar em direto o anúncio de todas as medidas, logo a seguir ao Conselho de Ministros extraordinário.

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Gasóleo cai 6,5 cêntimos e gasolina desce 7 esta semana

Gasóleo interromperá série de subidas sucessivas e voltará a descer esta semana, alinhado com o preço da gasolina.

O preço dos combustíveis vai voltar a aliviar esta semana, depois de sucessivos aumentos. Se for atestar o depósito esta semana, então saiba que o preço do litro do gasóleo estará 6,5 cêntimos mais barato, enquanto o preço da gasolina recuará sete cêntimos, disse ao ECO fonte do setor.

Feitas as contas, entre 5 e 11 de setembro, os consumidores deverão contar pagar 1,827 euros por litro de gasóleo simples – uma redução de 6,5 cêntimos – e 1,71 euros por litro de gasolina simples 95 – menos sete cêntimos –, de acordo com os valores médios praticados nas bombas na semana passada, publicados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Depois de duas semanas de fortes aumentos no gasóleo, este combustível volta esta semana a descer, mantendo-se, no entanto, mais caro que a gasolina 95.

Esta queda vai em linha com os valores das cotações de petróleo negociada na semana passada, altura em que o índice do brent (contrato de referência para a Europa) acumulou perdas de 8%.

Recorde-se também que, na semana passada, o Governo anunciou o prolongamento das medidas de para mitigar os efeitos do aumento dos combustíveis, entre elas, os descontos aplicados no Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) dos combustíveis, a suspensão da atualização da taxa de carbono e também os descontos para o gasóleo agrícola.

Assim, o desconto no ISP equivalente a uma descida da taxa do IVA dos 23% para 13% –medida introduzida em maio –vai manter-se durante o mês setembro. Segundo as contas do Ministério das Finanças, a diminuição da carga fiscal é de 28,2 cêntimos por litro de gasóleo e 32,1 cêntimos por litro de gasolina.

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Regresso ao gás regulado ameaça empresas do mercado livre

A solução encontrada pelo Governo para aliviar os consumidores dos aumentos na fatura do gás pode ditar a saída de empresas do mercado liberalizado.

Face aos preços elevados do gás natural na Europa e aos anúncios de vários comercializadores de que vão aumentar os preços desta energia em outubro – EDP, Goldenergy e Galp confirmaram esses planos –, o Governo decidiu abrir de novo a porta do mercado regulado de gás natural aos consumidores finais em baixa pressão, que até ao momento estava fechada por lei. Esta iniciativa, com o objetivo de aliviar a carteira dos consumidores, tem um reverso: pode levar a que as empresas do mercado livre não tenham condições para continuar a atividade, concordam os especialistas consultados pelo ECO/Capital Verde.

“Este tipo de medidas tende a provocar efeitos indesejáveis. Pode levar, desde logo, a que os comercializadores do mercado livre, caso não consigam aproximar-se do preço do mercado regulado, percam um número significativo de clientes, o que, no limite, poderia desencadear a saída de empresas do mercado livre e desincentivar a entrada de novos operadores”, indica Sara Estima Martins, Sócia da SRS Advogados, no Departamento de Concorrência e União Europeia.

A sócia contratada da Abreu Advogados, Sónia Gemas Donário, atesta que o regresso ao mercado regulado põe “em perigo a manutenção da presença no mercado de alguns comercializadores de energia” e sublinha que o risco recai sobretudo sobre os operadores de menor dimensão. João Confraria, professor auxiliar da Universidade Católica Portuguesa, reforça que pode verificar-se um “impacto imediato nalguns concorrentes” já que estes “podem, ou não, adaptar-se às medidas anunciadas”.

A diminuição de empresas a competirem no mercado regulado e o desincentivo a que novos operadores entrem neste mercado, “no médio/longo prazo, podem acabar por ser contraproducentes e prejudicar a concorrência e os consumidores”, alerta ainda a sócia da SRS Advogados. Confrontadas as empresas energéticas que atuam no setor do gás, apenas a Iberdrola se pronunciou, realçando a mesma desvantagem: “As medidas de controlo dos preços tendem a atuar no curto prazo, muito embora criando desequilíbrios e distorções de médio e longo prazos, com prejuízo frequente para os consumidores”.

A ACEMEL- Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado foi contactada, mas não comentou a medida lançada pelo Governo até ao momento do fecho deste artigo.

Apoios e descida do IVA como alternativas

Um auxílio direto aos consumidores, financiado pelo Orçamento de Estado, seria uma alternativa ao regresso ao mercado regulado, aponta João Confraria. No entanto, o professor diz ter dúvidas se os custos que daqui resultassem seriam compensados pelo “dinamismo do mercado e da livre concorrência” nos mercados da energia. “É uma questão em aberto”, assume, alertando que “em qualquer caso, para haver um impacto visível nas famílias, teria consequências significativas na despesa pública, e, provavelmente, sobretudo na dívida pública”. Confraria coloca num plano paralelo os apoios às famílias carenciadas, para os quais defende que deve haver uma adequação das medidas já existentes às atuais condições de mercado.

A Abreu Advogados acrescenta que outros países europeus, como a Áustria, Bélgica, Chipre, República Checa, Itália ou Alemanha, introduziram pacotes energéticos com medidas que incluíram, por exemplo, o aumento dos subsídios de energia para compensar o aumento dos preços do gás e tarifas sociais alargadas, mas também o corte ou redução temporária de impostos, incluindo o IVA. “Em Portugal, também várias entidades têm apelado à redução de impostos nos serviços públicos essenciais de energia e outras medidas, por exemplo, de concessão de subsídios, que tenham menos impacto nos mercados grossista e retalhista da energia”, observa Sónia Gemas Donário.

A extinção do mercado regulado foi decidida por diretiva europeia, que obriga os Estados-membros a fazê-lo até 2025. Portugal criou um regime transitório que permite aos consumidores manterem-se neste mercado, sem possibilitar o seu regresso. Essas restrições são agora levantadas através de uma alteração ao decreto-lei 74 de 2012, que define os regimes de extinção das tarifas reguladas, explicou o Governo, na passada quinta-feira. Esta medida vigorará pelo prazo máximo de 12 meses, a partir de 1 de outubro, e pode abranger até cerca de 1,5 milhões de clientes.

O Governo apresentou a medida depois de a EDP ter anunciado as respetivas faturas do gás natural vão encarecer, em média, 30 euros, durante o último trimestre do ano, e a Galp ter afirmado que também iria aumentar os seus preços – uma intenção que só concretizou esta terça-feira, ao anunciar uma subida média de 8 euros para o escalão mais representativo de clientes. Na segunda-feira desta semana, foi a vez da Goldenergy avisar que vai subir as mesmas faturas, em média, 10 euros – considerando clientes residenciais e pequenos negócios –, uma subida que desce para uma média de seis euros considerados apenas os clientes residenciais.

A diferença de preços entre o mercado regulado e o mercado livre existe, uma vez que neste momento o operador do mercado regulado – a Galp Gás Natural – tem dois contratos de aprovisionamento de longo prazo (take or pay) com a Nigéria, celebrados antes de 2006 e, “no âmbito destes contratos, o custo de fornecimento é mais estável e por conseguinte, no contexto atual, os preços correspondentes são inferiores aos praticados nos mercados de curto prazo, sujeitos às cotações diárias do gás natural nos mercados internacionais”, indica a Entidade Reguladora do Setor Energético, em declarações ao ECO/Capital Verde.

Os preços do mercado regulado também devem subir em outubro, mas numa percentagem de 3,9%, que, nas contas do Governo, compara com o aumento de 150% da EDP, e permite aos consumidores que regressarem ao mercado regulado poupanças na ordem dos 65%.

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Novobanco está a perder 29 milhões com dívida russa

Banco tinha uma exposição de 43 milhões a empresas russas no final de 2021. Guerra obrigou a desvalorizar os títulos de dívida para 14,1 milhões, traduzindo-se numa perda potencial de 29 milhões.

O Novobanco registou uma desvalorização de 29 milhões de euros com a sua exposição à dívida de empresas russas, na sequência da guerra na Ucrânia iniciada há seis meses, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

A instituição tinha uma exposição de 48 milhões à Rússia no final de 2021, dos quais 43 milhões relativos a obrigações de empresas russas (incluindo da companhia de gás estatal Gazprom) e cinco milhões de crédito a clientes. Entretanto, com o início da guerra na Ucrânia, os títulos de dívida passaram a valer 14,1 milhões de euros, segundo informa no relatório e contas do primeiro semestre.

O ECO sabe que o banco não se desfez de qualquer título russo neste período e que a desvalorização daquela exposição em 28,9 milhões de euros foi registada, em parte, por via da constituição de imparidades, sendo que outra parte foi já contabilizada nos resultados de mercado semestrais. O ECO questionou o Novobanco sobre a redução da exposição à Rússia, mas não quis comentar.

O Observador (acesso pago) contou em fevereiro que o banco tentou vender a dívida da Gazprom, mas acabou por não encontrar um comprador, pelo menos em condições que considerasse satisfatórias.

Além da Rússia, o Novobanco também tem exposições pequenas à Bielorrússia (crédito de 148 mil euros) e Ucrânia (978 mil euros), tudo somando cerca de 20,74 milhões de euros (eram 49,3 milhões no final do ano passado.

Grupo Montepio assume perda de 15,6 milhões

O Novobanco não é a única instituição a registar impactos da guerra. Como o ECO avançou, também o grupo Montepio registou uma perda de cerca de 15,6 milhões de euros com a exposição a duas empresas russas, uma de gás e outra metalomecânica, através da área seguradora. A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) disse esperar recuperar pelo menos uma parte daqueles prejuízos. Também o Banco Montepio tinha uma exposição de 40 mil euros no final do ano passado.

Já a Caixa Geral de Depósitos (CGD) está exposta à Rússia em cerca de quatro milhões de euros e à Ucrânia em um milhão de euros. O banco público adianta que “estes valores dizem respeito, na sua maioria, a crédito hipotecário concedido pela Caixa a cidadãos russos e ucranianos a residir em Portugal e cujo colateral se situa igualmente em Portugal”. Revela ainda que tem uma exposição a empresas não financeiras que se refere “a uma transação de factoring numa exportação de um cliente português e encontra-se parcialmente coberta por seguro”.

Quanto ao BCP, sem revelar valores, o CEO Miguel Maya afirmou que a instituição tinha “uma exposição absolutamente imaterial quer a partir de Portugal quer a partir das operações estrangeiras”, incluindo o polaco Bank Millennium, em dívida de empresas russas, pelo que, “do ponto de vista de risco de crédito, não há qualquer motivo para preocupação”.

Apesar da reduzida exposição direta à Rússia, o regulador da banca alertou para os impactos de segunda e terceira ordem do conflito no leste da Europa no setor bancário, como o aumento dos preços e a travagem da economia a colocarem as empresas e famílias sob maior pressão.

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Seguros sustentáveis: RTS obrigatórias a partir de 2023

  • ECO Seguros
  • 4 Setembro 2022

As normas técnicas regulamentares (RTS) aprovadas pela UE para a divulgação dos indicadores ambientais das empresas entraram em vigor no domingo. Serão obrigatórias a partir de 1 de janeiro de 2023.

O Ato Delegado que engloba as RTS (Regulatory Technical Standards) passado e entrará em vigor em 1 de janeiro de 2023. As empresas europeias são encorajadas a adotar as diretrizes e a aplicá-las aos seus relatórios de sustentabilidade imediatamente.

As normas foram publicadas no Jornal Oficial da União Europeia (JO) em 25 de julho deste ano como Ato Delegado (UE) 2022/1288, com o objetivo de “determinar em que condições uma atividade económica é qualificada como contribuindo substancialmente para a mitigação das alterações climáticas ou para a adaptação a estas, e analisar se essa atividade económica prejudica, ou não, o cumprimento de outros objetivos ambientais”. As diretrizes orientam os conteúdos, as metodologias e a forma como as informações a partilhar devem ser apresentadas.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) recomendou, em abril, em comunicado, “a divulgação de uma quantificação explícita através de percentagem da medida em que os investimentos subjacentes ao produto financeiro financiam atividades económicas que são qualificadas como sustentáveis do ponto de vista ambiental”.

A regulamentação não está finalizada. A Comissão Europeia pretende melhorar a transparência na questão da sustentabilidade nos mercados financeiros. Em abril de 2022, apelou às Autoridades Europeias de Supervisão (AES) para que apresentassem propostas à Comissão Europeia sobre a forma como o RTS pode ser revisto.
No prazo de doze meses após a emissão do mandato, ou seja, até abril de 2023, as AES deverão rever os principais indicadores de Impacto Adverso (PAI) e os requisitos de divulgação relacionados com os produtos.
O histórico de regulamentação UE e atos delegados (da Comissão) relacionados com o Regulamento da Taxonomia e finanças sustentáveis está acessível aqui.

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