Suspensão de greve na TAP à espera de Medina

Os pilotos da TAP negociaram um acordo com a administração que está à espera de aprovação do Governo. As infraestruturas já aprovaram, mas falta ainda a decisão das Finanças.

Os pilotos da TAP aprovaram uma greve na Páscoa, para os dias 7 a 10 de abril, uma decisão tomada em assembleia geral porque o Governo não ratificou o acordo que foi celebrado com a administração da companhia. O Ministério das Infraestruturas, liderado por João Galamba, já aprovou o acordo há duas semanas, mas falta ainda uma decisão do ministro das Finanças, Fernando Medina, apurou o ECO junto de fontes governamentais.

A greve foi aprovada na noite de quinta-feira numa assembleia de pilotos, uma vez que “a tutela não está a comprometer-se a assegurar este acordo com a nova gestão” da TAP, disse à Lusa fonte do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), referindo-se à saída da atual CEO da TAP, no final deste mês, e a entrada do novo presidente executivo, Luís Rodrigues, depois de meados de abril. “Até o Governo ratificar a proposta, mantemos a greve“, precisou fonte da direção do SPAC. A TAP tem uma tutela conjunta, das Infraestruturas e das Finanças, mas o acordo estará agora apenas à espera de uma decisão de Medina.

Oficialmente, nenhum dos ministérios esclarece qual será a posição do Governo, mas os efeitos da marcação da greve já estão a fazer-se sentir no negócio da TAP, porque os potenciais passageiros não querem arriscar a marcação de uma viagem na companhia aérea para os dias da greve.

O sindicato dos pilotos anunciou no passado dia 20, em comunicado interno, que tinha chegado a um “pré-acordo possível com a TAP” depois de meses de negociação. Nessa comunicação, o SPAC Ainda que considere as medidas acordadas “insuficientes”, o sindicato avançava, então, que queria dar um voto de confiança” ao novo CEO, Luís Rodrigues.

Nesse acordo, os pilotos destacaram várias medidas, entre as quais a “cessação da intenção do despedimento coletivo”, “o pagamento aos OPTs com funções de comando em cruzeiro” e “o pagamento da assistência geral no aeroporto e simuladores”. O pré-acordo prevê também uma nova tabela de ajudas de custo a partir de abril e a reavaliação e a compensação em abril e maio das “rubricas com os códigos 2009 e 2089, com retroatividade a março no caso de não se chegar a acordo de novo AE [Acordo Empresa] no final de maio”.

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Marcelo antevê “meses decisivos” antes de períodos eleitorais nos EUA e na Europa

  • Lusa
  • 24 Março 2023

O Presidente da República expressou o desejo de que em breve se chegue à paz na Ucrânia e até de que esta pudesse já ser "a cimeira do pós-guerra".

O Presidente da República considerou esta sexta-feira que se vive “uma mudança de ciclo geopolítico e económico” e que vêm aí “quatro ou cinco meses decisivos” antes de períodos eleitorais nos Estados Unidos da América e na Europa.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na sessão de encerramento de um encontro empresarial ibero-americano, na região leste de Santo Domingo, em que também participaram os chefes de Estado da República Dominicana, de Espanha, Paraguai, Equador e Uruguai. Este encontro realizou-se antes da abertura da 28.ª Cimeira Ibero-Americana, que decorrerá entre até sábado na capital da República Dominicana.

Na sua intervenção, em castelhano, Marcelo Rebelo de Sousa expressou o desejo de que em breve se chegue à paz na Ucrânia e até de que esta pudesse já ser “a cimeira do pós-guerra”, para além de ser a primeira “pós-pandémica”, e declarou: “Já é uma cimeira histórica”.

O seu discurso centrou-se na crise económica e social vivida nestes “anos tão difíceis” e na resposta da União Europeia aos efeitos da pandemia e da guerra, “com planos pós-pandémicos de recuperação e resiliência (PRR), com ajudas, políticas públicas de ajuda à produção” e “diversificação energética, rápida, muito rápida”. O chefe de Estado referiu que “a inflação continua muito alta” e que “na Europa o crescimento está muito lento”.

“Então agora é essencial pensar neste período de quatro ou cinco meses decisivos. Decisivos para a guerra, antes das eleições americanas – as primárias começam em fevereiro [de 2024] – e das eleições europeias – há muitíssimas [eleições] nacionais e para o Parlamento Europeu [também em 2024]”, acrescentou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “isso cria uma impressibilidade” e são necessárias “políticas públicas importantes, rápidas, para que o desenvolvimento sustentável, o tema desta cimeira, seja possível no pós-guerra, com paz e com o controlo da inflação”.

Nesta intervenção, o Presidente da República deixou um elogio à “capacidade de adaptação ilimitada” dos empresários em geral perante a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia e identificou “grandes oportunidades” para as empresas na atual conjuntura.

“Para os empresários as mudanças de ciclo são oportunidades únicas. Estamos a viver uma mudança de ciclo geopolítico e económico, com a China dominando progressivamente economicamente a Rússia”, disse. “Em período de mudança são as grandes oportunidades para os empresários. Estamos a viver uma mudança de ciclo em 2023, 2024, 2025. Então, no meio de tantos problemas, eu sou otimista”, concluiu.

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EUA classificam TikTok como uma ameaça de segurança. Porque?

  • Lusa
  • 24 Março 2023

O diretor-executivo da rede social chinesa TikTok, Shou Zi Chew, respondeu às fortes críticas dos congressistas norte-americanos. Afinal, por que receiam os EUA o Tiktok?

Os congressistas norte-americanos questionaram o diretor-executivo da rede social chinesa TikTok, Shou Zi Chew, sobre segurança de dados e conteúdo nocivo, tendo alguns deles defendido a proibição da popular plataforma digital de vídeos curtos nos Estados Unidos.

Chew, natural de Singapura, disse ao Congresso norte-americano que a TikTok tem como prioridade a segurança dos utilizadores, tentando evitar uma proibição da rede social nos Estados Unidos ao desvalorizar as ligações desta à China.

Tanto os representantes Republicanos como os Democratas questionaram agressivamente Chew sobre temas como as práticas de controlo de conteúdos da TikTok, os seus planos para uma eficaz segurança de dados e o seu historial de espionagem de jornalistas. Eis algumas das preocupações expressas acerca da Tiktok e da sua proprietária chinesa:

Por que é que Washington considera a TikTok uma ameaça?

A TikTok, que tem mais de 150 milhões de utilizadores norte-americanos, é uma subsidiária que é propriedade integral da empresa de tecnologia chinesa ByteDance Ltd., que nomeia os seus diretores. A ByteDance está sediada em Pequim, mas registada nas Ilhas Caimão, como é comum em companhias privadas chinesas.

A sua sede fica no distrito de Haidian, no noroeste da capital chinesa, onde se situam também as principais universidades e um centro para startups tecnológicas, mas tem outras duas sedes: em Singapura e Los Angeles, no Estado norte-americano da Califórnia.

Fundada pelo empresário chinês Zhang Yiming em 2012, estima-se que a ByteDance valha cerca de 220 mil milhões de dólares (cerca de 204 mil milhões de euros) – quase metade da sua avaliação em 2021: 400 mil milhões de dólares (372 mil milhões de euros).

As empresas tecnológicas chinesas de capital público e as de capital privado, como a ByteDance, sofreram uma desvalorização acentuada desde que o Partido Comunista Chinês (PCC), no poder, apertou o controlo do setor, com medidas repressivas antimonopolistas e relativas à segurança de dados. Os Governos ocidentais receiam que as autoridades chinesas possam obrigar a ByteDance a fornecer-lhes dados sobre os utilizadores norte-americanos da Tiktok, divulgando informações confidenciais.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, afirmou esta sexta-feira que o Governo chinês nunca pediu nem pedirá a empresas para “recolherem ou fornecerem dados, informações ou informações confidenciais” de países estrangeiros, acrescentando que os Estados Unidos “não apresentaram, até agora, quaisquer provas de que a TikTok constitua uma ameaça para a segurança nacional norte-americana”.

Vários Estados europeus e instituições comunitárias também estão a banir o Tiktok.Pixabay

 

A ByteDance afirma que 60% das suas ações são propriedade de investidores não-chineses, tal como as empresas de investimentos norte-americanas Grupo Carlyle e Kohlberg Kravis Roberts e o grupo japonês SoftBank. Os trabalhadores são proprietários de 20% e os seus fundadores dos restantes 20%. Mas alguns pormenores sobre a relação entre a TikTok e a ByteDance permanecem pouco claros, vistos de fora.

Que legislação chinesa preocupa os governos ocidentais?

A Lei Nacional de Informações Secretas chinesa de 2017 estipula que “qualquer organização” deve ajudar ou cooperar com o trabalho dos serviços secretos do Estado, ao passo que uma outra, a Lei de Contraespionagem de 2014, estatui que “organizações relevantes (…) não podem recusar-se” a recolher provas para uma investigação.

Uma vez que a ByteDance, que é proprietária da Tiktok, é uma empresa chinesa, é provável que tenha de cumprir estas leis se as autoridades chinesas lhe pedirem para entregar os dados na sua posse. Leis e regulamentos são apenas um dos aspetos do abrangente controlo do PCC, para cujos poderes não existem limites legais.

As autoridades também podem ameaçar cancelar licenças, realizar inspeções operacionais ou fiscais e usar outras penalizações para obrigar ao cumprimento das normas pelas empresas chinesas ou estrangeiras a operar na China.

O partido transmite, por vezes, ordens usando “instruções de orientação” ou comunicação informal em privado e tem recorrido a medidas de repressão para aumentar o controlo sobre as empresas de tecnologia e obrigá-las a alinhar-se com os seus objetivos, além de obter um controlo mais direto colocando membros seus em conselhos de administração.

A TikTok tem de entregar dados confidenciais se o governo chinês o exigir, mesmo com o ‘Projeto Texas’?

A TikTok comprometeu-se a proteger os dados dos utilizadores norte-americanos armazenando-os em servidores operados por uma empresa externa, a Oracle Corp., naquilo que ficou conhecido como “Projeto Texas”.

Chew, o diretor-executivo da Tiktok, afirmou que todos os dados dos novos utilizadores norte-americanos são armazenados nos Estados Unidos e que a empresa deverá acabar de apagar este ano dados norte-americanos mais antigos de servidores que não a Oracle.

O receio é que a ByteDance possa ter de entregar informação que obteve da Tiktok se receber ordens para o fazer das autoridades chinesas, mas Chew disse que o Projeto Texas colocará os dados norte-americanos fora do alcance da China.

A ByteDance revelou em dezembro que quatro funcionários acederam aos dados sobre jornalistas e pessoas com eles relacionadas enquanto tentavam perceber como informação sobre a empresa tinha sido divulgada.

Chew disse aos congressistas norte-americanos que os trabalhadores da ByteDance sediados na China podem ainda ter acesso a alguns dados norte-americanos, mas que esse deixará de ser o caso assim que o Projeto Texas estiver concluído.

Em novembro, o diretor de privacidade da TikTok para a Europa indicou que alguns funcionários na China tinham acesso a informação sobre utilizadores no Reino Unido e na União Europeia.

O PCC tem alguma influência na Bytedance?

Na audiência, os congressistas tentaram repetidamente que Chew falasse sobre se existe alguma relação entre a ByteDance e os governantes comunistas chineses, mas ele deu sempre respostas evasivas sobre se os trabalhadores e os diretores da empresa são membros do PCC.

“Sei que o próprio fundador não é membro do Partido Comunista, mas desconhecemos a orientação política dos nossos empregados, porque isso não é coisa que lhes perguntemos”, declarou Chew. Quando questionado sobre se a ByteDance é, na prática, controlada pelo PCC, Chew disse discordar. Depois de um congressista afirmar que o PCC detém uma “percentagem das ações” (uma golden share) da ByteDance, que lhe permite ter um assento no conselho de administração da empresa, Chew respondeu: “Isso não está correto”.

Na China, as chamadas golden shares propriedade de fundos de investimento oficiais são uma forma de Pequim obter maior controlo sobre os negócios, concedendo-lhe 1% das ações das empresas. Quando os congressistas sustentaram que o PCC detém ações da ByteDance, o que lhe dá direito de voto quanto à forma como a empresa é gerida, Chew respondeu: “O Partido Comunista não tem direito de voto na ByteDance”.

A principal subsidiária chinesa da ByteDance é detentora das licenças de algumas das suas plataformas de vídeo e informação que apenas se destinam ao mercado chinês.

O que é a Douyin e qual é a relação da TikTok com ela?

A Douyin é a plataforma de vídeos curtos da ByteDance para o mercado chinês; é semelhante à Tiktok, mas o seu conteúdo é restringido pelas normas de censura chinesas, que proíbem material considerado subversivo ou pornográfico – um ponto enfatizado pelos congressistas norte-americanos preocupados com conteúdos nocivos vistos por jovens.

Os extensos filtros de internet do PCC impedem que a maioria dos utilizadores na China vejam a TikTok, e a ByteDance disse que a TikTok “não tem vinculação” à Beijing ByteDance Technology Co., a subsidiária que opera a Douyin, a Toutiao, uma plataforma de notícias e pequenos vídeos, e outros serviços.

Como reagiu a China ao testemunho do diretor-executivo da TikTok em Washington?

A maior parte das reações nas redes sociais na China foram de empatia com Chew, elogiando-o pela forma como lidou com as perguntas hostis com que foi confrontado.

Comentários na Douyin e na plataforma de ‘microblogging’ Weibo criticaram os membros do Congresso norte-americano por fazerem a Chew perguntas capciosas ou “rasteira”, e muitos comentadores usaram um provérbio chinês que significa “Se queres acusar alguém, há sempre uma maneira de o fazer”.

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Concurso de inovação produtiva para PME do PT2030 vai abrir com 400 milhões

Concurso, que vai ser lançado este mês ou início de abril, visa responder às mais de 900 intenções com um potencial de investimento de 2.000 milhões apresentadas no pré-registo de candidaturas.

O primeiro concurso para inovação produtiva nas Pequenas e Médias Empresas (PME), do Portugal 2030, vai mobilizar 400 milhões de euros e será lançado entre o final de março e o princípio de abril. A decisão foi anunciada esta sexta-feira pelo Ministério da Economia, depois da realização esta tarde de uma reunião da comissão de acompanhamento que tinha a agenda a aprovação dos regulamentos dos programas regionais e do programa de Inovação e Transição Digital, ou seja, o sucessor do Compete no novo quadro comunitário de apoio.

O concurso vai “responder às mais de 900 intenções com um potencial de investimento na ordem dos 2.000 milhões de euros apresentadas no pré-registo de candidaturas”, explicou o ministério tutelado por António Costa e Silva. Até agora, apesar de não haver concurso, o Governo socorreu-se do Mecanismo Extraordinário de Antecipação – prorrogado até 31 de março – que tem como objetivo manter o financiamento “até que os novos programas disponham de condições administrativas, técnicas, humanas e regulamentares, que lhes permitam proceder à aprovação de operações no âmbito do Portugal 2030”.

O concurso terá quatro fases de candidatura “até ao final deste ano e vai mobilizar 400 milhões de euros” que serão financiados pelo Programa de Inovação e Transição Digital e pelos Programas Regionais do Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve.

“Este primeiro programa tem como destino projetos inovadores suportados em novos produtos ou novos processos e conta com uma dotação que representa um acréscimo de 25% face ao último concurso da Inovação Produtiva do Portugal 2020”, sublinha o comunicado do Ministério da Economia.

A ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva, que tem a tutela dos fundos europeus, tinha prometido que os primeiros concursos do Portugal 2030 seriam lançados até ao final de março, mas para isso foi fundamental a publicação esta quarta-feira do regime geral de aplicação dos fundos europeus do Portugal 2030. “A proposta final de regulamento específico está em consulta com os parceiros sociais, estando a decorrer a aprovação dos critérios de seleção pelos Comités de Acompanhamento dos Programas”, precisou o Ministério da economia no mesmo comunicado.

A tutela recordou que os programas operacionais do PT 2030 foram aprovados pela Comissão Europeia em dezembro, indicando que foram “já constituídas as Autoridades de Gestão e designados os organismos intermédios desta medida”.

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WARC Effective 100: Arena Media Portugal conquista a 15ª posição, a primeira do país e também da multinacional Havas

Ainda de Portugal, no ranking de eficácia da WARC surge, na 23 posição, a Initiative, do grupo IPG Mediabrands.

A Arena Media Portugal foi considerada a 15ª agência de meios mais eficaz do mundo no ranking global de eficácia do WARC. A agência liderada por Rodrigo Albuquerque é ainda a melhor agência a nível global dentro da rede Havas Media Group, à qual pertence.

É um resultado incrível. Esta distinção, por ser tão competitiva e ter uma amplitude mundial, torna-se ainda mais relevante“, diz Rodrigo Albuquerque, managing partner da Arena Portugal, citado em comunicado. “Os principais fatores de sucesso para atingir uma campanha eficaz começam na nossa metodologia MX do grupo Havas, à qual adicionamos um grande foco em resultados e uma ambição natural, mas a eficácia é acima de tudo uma questão de cultura, que está desde sempre no nosso ADN e que trabalhamos diariamente”, prossegue.

Continente, NOS, Worten, Wells, Maxmat, Zippy, Sport Zone, Grupo Ageas, Pescanova e Laboratórios Bene são os principais clientes da Arena Media.

Ainda de Portugal, no ranking de eficácia da WARC surge, na 23 posição, a Initiative, do grupo IPG Mediabrands.

A Wavemaker India, a Mindshare USA – ambas do grupo WPP – e a Zenith Colômbia são consideradas as agências mais eficazes no ranking de 2023.

 

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Conselho da Europa alarmado com “uso excessivo da força” em protestos em França

  • Lusa
  • 24 Março 2023

"A ausência de comunicação de uma manifestação não é suficiente, em si, para justificar um atentado ao direito à liberdade de reunião pacífica", disse responsável do Conselho da Europa.

A comissária para os direitos humanos do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic, declarou-se esta sexta-feira alarmada com “o uso excessivo da força” sobre os manifestantes contra a nova lei das pensões, instando França a respeitar o direito à manifestação.

Ocorreram incidentes violentos, entre os quais alguns que tiveram como alvo as forças da ordem, mas os atos de violência esporádicos de alguns manifestantes ou outros atos repreensíveis cometidos por outras pessoas durante uma manifestação não podem justificar o uso excessivo da força pelos agentes do Estado”, sustentou a comissária num comunicado.

“Tais atos também não são suficientes para privar os manifestantes pacíficos do usufruto do direito à liberdade de reunião e manifestação”, prosseguiu. Segundo a responsável, “cabe às autoridades permitir o exercício dessas liberdades, protegendo os manifestantes pacíficos e os jornalistas que cobrem essas manifestações da violência policial e dos indivíduos violentos que atuam à margem das marchas” de protesto.

Nos últimos dias, associações de advogados e de magistrados e políticos de esquerda condenaram a violência policial nas manifestações contra a revisão da lei das aposentações, que aumenta de 62 para 64 anos a idade de reforma sem penalizações financeiras em França e desencadeou a 19 de janeiro uma onda de protestos e greves em todo o país.

A organização não-governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apelou esta sexta ao ministro do Interior, Gérald Darmanin, para “pôr termo à violência policial contra os jornalistas”. Dunja Mijatovic expressou também preocupação com a detenção e a colocação sob custódia de alguns manifestantes e de pessoas que se encontravam nas imediações das manifestações, interrogando-se sobre “a necessidade e a proporcionalidade das medidas de que estas foram alvo”.

A ausência de comunicação de uma manifestação não é suficiente, em si, para justificar um atentado ao direito à liberdade de reunião pacífica dos manifestantes, nem a imposição de uma sanção criminal aos participantes em tal manifestação”, argumentou, referindo-se às afirmações de Gérald Darmanin.

O ministro francês tinha declarado na terça-feira que a participação numa “manifestação não-comunicada” às autoridades constituía um “crime” que “merece uma detenção”. Já hoje, Gérald Darmanin anunciou também a abertura de 11 inquéritos judiciais sobre presumíveis atos de violência policial cometidos na última semana, no âmbito da mobilização popular contra a revisão da lei das pensões em todo o país.

O Conselho da Europa foi criado em 1949 para defender os Direitos Humanos, a Democracia e o Estado de direito e integra atualmente 46 Estados-membros, incluindo todos os países que compõem a União Europeia (UE).

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Sánchez vê “pontos de interesse” na proposta da China para o cessar-fogo na Ucrânia

  • Lusa
  • 24 Março 2023

"A China é um ator global e evidentemente a sua voz deve ser ouvida para vermos se entre todos podemos pôr fim a esta guerra e a Ucrânia recupera a sua integridade territorial", diz Sánchez.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, disse esta sexta-feira que a proposta da China para o cessar-fogo na Ucrânia tem “pontos de interesse”, mas insistiu que apoia o plano do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Espanha e a Europa apoiam o plano de paz proposto pelo Presidente Zelensky porque entendemos que é o plano que pode garantir uma paz duradoura e justa”, disse Sánchez, numa conferência de imprensa em Bruxelas, após a reunião de dois dias do Conselho Europeu, que terminou esta sexta na capital belga.

O líder do Governo espanhol, que na próxima semana visitará Pequim e irá reunir-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que “o que a China propôs não é um plano de paz” para a Ucrânia, mas “um documento de posicionamento, daquilo que considera que é necessário para se conseguir alcançar a paz”.

Sánchez considerou que a proposta chinesa tem “alguns pontos de interesse”, dois deles fundamentais, como o compromisso de não utilização de armas nucleares no conflito e um “apelo ao respeito da integridade territorial”, o que disse interpretar como um pedido de respeito pela Carta das Nações Unidas. “É importante conhecer em primeira mão, por parte do Presidente Xi Jinping, os significados que estão por trás destes pontos”, acrescentou, na mesma conferência de imprensa, transmitida nas redes sociais do Governo espanhol.

“A China é um ator global e evidentemente a sua voz deve ser ouvida para vermos se entre todos podemos pôr fim a esta guerra e a Ucrânia recupera a sua integridade territorial”, violada pela Rússia com a ofensiva iniciada em 24 de fevereiro de 2022, defendeu.

O líder do Governo de Espanha, que assume a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE) em 1 de julho, afirmou que vai à China a convite de Xi Jinping, e disse dar a “máxima importância” a esta visita, que se enquadra também na celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

Sánchez já havia falado do encontro com Xi Jinping na quinta-feira, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, quando garantiu que dirá ao Presidente da China que terá de ser Kiev a definir as bases de um processo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia. Pedro Sánchez defendeu na ocasião que “é importante conhecer em primeira mão” a posição de Xi Jinping “sobre a paz na Ucrânia e dizer-lhe que serão os próprios ucranianos a estabelecer as condições para o início desse diálogo de paz”.

“E em segundo lugar, que o mais importante, o fundamental, é preservar uma ordem internacional baseada em regras e isso passa por respeitar a Carta das Nações Unidas e, fundamentalmente, um dos seus principais pilares, que é o respeito da integridade territorial, neste caso, da Ucrânia, que está a ser violada” pelo Presidente da Rússia, acrescentou.

Pedro Sánchez estará na China nos dias 30 e 31 de março, para participar num fórum económico e de líderes da Ásia-Pacífico na ilha de Hainan e para uma visita oficial a Pequim. No encontro, será abordada a “mediação que a China está a fazer na guerra da Ucrânia, entre a Ucrânia e a Rússia”, disse o ministro da Presidência espanhol, Félix Bolaños, numa entrevista na quinta-feira na televisão RTVE.

A China apresentou um plano para a paz na Ucrânia, no final de fevereiro, e o Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu esta semana, num encontro com Xi Jinping em Moscovo, poder servir de base para uma resolução do conflito quando o Ocidente estiver preparado para isso.

Sobre a iniciativa chinesa, Kiev exigiu a retirada das tropas russas do território ucraniano antes de qualquer negociação e observou que o plano de Pequim não aborda a anexação ilegal das regiões ucranianas anexadas pela Rússia. Sánchez foi um dos chefes de Estado e de Governo que esteve em Kiev na semana em que passou um ano do início da guerra na Ucrânia, no final de fevereiro

O primeiro-ministro espanhol defendeu em Kiev, como tem feito no último ano, que é preciso continuar a apoiar a Ucrânia e disse que Espanha está disponível para reforçar a ajuda militar, incluindo com o envio de meios aéreos, se houver acordo a nível da UE nesse sentido. Em paralelo, Sánchez tem também falado na necessidade de se começar a “articular um discurso” que coloque mais a paz na Ucrânia no horizonte.

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Que agricultura temos um ano depois da guerra na Ucrânia?

  • ECO
  • 24 Março 2023

A agricultura é o tema central da conferência organizada pela CAP e pelo ECO e que terá lugar no dia 5 de abril no CCB, com início às 10h, com transmissão live no site do ECO.

A guerra na Ucrânia tem sido nefasta e com consequências imprevisíveis que afetam setores fundamentais como o agrícola, levando-nos a questionar que agricultura temos agora, um ano após o início da invasão da Ucrânia.

A conferência que conta com a presença de Álvaro Beleza, presidente da SEDES como keynote speaker, vai debater, num primeiro painel, as razões que afetaram a agricultura e os preços dos alimentos. Este primeiro painel contará com a presença de João Duque, economista; Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, e Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED. A moderação será da responsabilidade de António Costa, Diretor do ECO.

Seguir-se-á, depois, um segundo painel de debate em que se discutirá a produtividade do setor, a autonomia estratégica do país e a relevância de matérias-primas como os fertilizantes e herbicidas. O painel de debate será constituído por Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal; Felisbela Torres de Campos, presidente da ANIPLA; Jorge Neves, presidente da ANPROMIS e Gabriela Cruz, presidente da APOSOLO. A moderação estará a cargo de Mónica Silvares, editora do ECO.

A conferência será encerrada por Pedro do Carmo, presidente da Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas.

Assista aqui

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+M

O patrão dos media cor-de-rosa que se escondia dos holofotes

Dono de revistas cor-de-rosa, Jacques Rodrigues sempre fugiu dos holofotes. Quem é o patrão da Impala, detido por corrupção e burla agravada?

Na manhã desta quinta-feira o país acordou com a notícia da detenção Jacques Rodrigues. O dono do grupo Impala, editora da Nova Gente, TV7 Dias e Maria, foi detido pela PJ por suspeitas de fraude.

Mas quem é afinal o dono do grupo que detém muitas das publicações cor-de-rosa como a TV 7 Dias, Nova Gente e Maria, e ainda outros negócios que vão desde campos de minigolfe a hotéis?

Natural de Pombal e atualmente com 82 anos de idade (faz 83 no dia 2 de abril), Jacques Conceição Rodrigues é um dos mais antigos patrões dos media do país e também aquele sobre o qual menos se sabe. Dono das revistas “cor-de-rosa”, não concede entrevistas e são raríssimas as vezes em que urge em eventos públicos. À margem dos profissionais do meio, poucos devem conhecer a ‘fama’ Jacques Rodrigues. Nos últimos anos foi notícia pelos processos e ações judiciais em que esteve envolvido.

Os primeiros passos nos media foram dados na década de 70, em Angola, país para o qual emigrou depois de ter estudado até à quarta classe na Casa Pia e de ter começado uma carreira como tipógrafo em Lisboa. Começou por editar revistas eróticas e de cowboys, encerradas se não obtivessem sucesso imediato, conforme refere um artigo do Expresso de 1992.

A caminhada do grupo Impala começou a ser desenhada através da revista Nova Gente, cuja data de registo na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) é de agosto de 1976. Foi a 22 de setembro daquele ano que a primeira edição da revista chegou às bancas. Seguiram-se outros títulos como a Maria (1978) ou a TV 7 Dias (1987), todos líderes de circulação. Para se ter uma ideia, a Maria chegou a vender cerca de 300 mil exemplares por semana e tanto a Nova Gente como a TV7 Dias andaram nos 100 mil.

Em 1999 foi lançada a newsmagazine Focus, com um perfil distinto, era a entrada no segmento da grande informação. A revista durou 13 anos. Jacques Rodrigues terá ainda tentado lançar revistas no Brasil e a Maria em Espanha, mas sem sucesso.

No início dos anos 90, o grupo Impala parecia um caso de sucesso, Jacques Rodrigues foi inclusive um dos fundadores da SIC, detendo uma percentagem minoritária no canal.

A crise começou a bater à porta em 2008, também motivada pela quebra do investimento publicitário. A esta juntaram-se os problemas com a Electroliber, distribuidora com a qual trabalhava e que tentou comprar. Não conseguindo, retirou-lhe o negócio, o que acabou por decretar o encerramento da distribuidora, com a massa insolvente a processar a empresa de Jacques Rodrigues. A Impala ficou então obrigada a pagar cerca de 20 milhões de euros, revela a investigação da Sábado.

“Foi muito complicado” e foi nessa altura que Jacques Rodrigues começou a ficar pior – revela uma trabalhadora que fez parte dos quadros da empresa por mais de quatro décadas – porque até essa altura “as coisas corriam bem, não havia ordenados em atraso, havia dinheiro, foi a época áurea… Aí até 2009, depois começou tudo a descambar”, disse ao +M, preferindo manter o anonimato.

Havia choques de opiniões, personalidades. Como não faziam o que ele queria, havia sempre choques. Se tivessem uma opinião diferente, eram logo penalizados, as relações nunca foram muito boas.

Lurdes Matos, ex-jornalista do grupo que entrou em 2003 e saiu a 3 de novembro de 2020 no despedimento coletivo, corrobora que as “coisas começaram a ficar mal” por essa altura, sendo que em dezembro de 2011 Jacques Rodrigues e outros elementos da administração desceram à redação para informar que os trabalhadores não iriam receber o subsídio de Natal. “E a partir daí começou o descalabro“, relata a ex-jornalista, referindo que a partir daí ocorreram despedimentos em massa, ficando várias compensações por pagar.

No despedimento coletivo em que fui incluída em 2020 – era redatora principal da Nova Gente – ficaram a dever-nos meio ordenado, férias, folgas, horas e respetiva indemnização a todos os trabalhadores. É de frisar que, de 2011 até agora, a vários trabalhadores que foram despedidos e foram saindo, foram feitos acordos de pagamento e grande parte deles não foram concretizados porque as dívidas iam sendo incluídas em PER’s“. A situação foi-se arrastando PER após PER até a DescrobirPress entrar em insolvência em 4 de outubro de 2022.

É muito triste. Para mim é para esquecer. Só queria que ele me pagasse o que me deve que eu dei lá 40 e tal anos da minha vida. É muita tristeza“, diz outra fonte que deixou a empresa no mesmo despedimento coletivo.

A DescobrirPress, do grupo Impala, esteve envolvida em vários Planos de Revitalização Especial (PER), nomeadamente com do seu maior credor individual, a Electroliber, distribuidora que reclamava em 2015 perto de 20 milhões, segundo noticiou o Expresso. No segundo PER o mesmo valor era reclamado por outra empresa, a Sogapal, e no terceiro PER, em 2020, era a Impala Multimédia a credora, empresa esta que era do mesmo dono que a DescobrirPress, ou seja, Jacques Rodrigues, conta a Sábado. Em outubro de 2022, a agência Lusa, através de uma notícia também partilhada no ECO, deu a conhecer a insolvência da Descobrirpress.

Todas estas operações, prossegue o título da Cofina, passaram pelo revisor oficial de contas (ROC) destas empresas, José Rito, o mesmo que fez o EVEF (Estudo da Viabilidade Económico-Financeira) e empolou a viabilidade do Galaxy City, um parque temático a ser implementado num amplo terreno no concelho de Vila Nova da Barquinha (Santarém), num investimento superior a 100 milhões de euros que seria feito recorrendo a empréstimos bancários. O projeto nunca foi para a frente.

Para além do envolvimento nestes negócios pouco mais se falava sobre Jacques Rodrigues, além do seu suposto temperamento explosivo, nomeadamente para com os funcionários.

Lurdes Matos confirma que era difícil de lidar com Jacques Rodrigues “como é difícil de lidar com qualquer pessoa que não tem escrúpulos, que tem falta de educação, de bom senso e que não respeita os trabalhadores que com ele tinham de trabalhar, e que foi graças a esses trabalhadores que ele conseguiu o império que tem. As revistas não se fazem sem jornalistas”.

Segundo a ex-jornalista do grupo, eram várias as ofensas de Jacques Rodrigues, tanto presencialmente como por email. Mas estas situações eram extensíveis à família, sendo que “por diversas vezes” e “à frente de todos os trabalhadores” o dono do grupo Impala “mandava calar e chamava os familiares de incompetentes e de burros”, situação que aconteciam “quando lhe dava na cabeça e descia do terceiro piso para as redações a desancar mesmo todas as pessoas. Eram coisas mesmo inenarráveis”.

As quezílias com os familiares eram frequentes. Paula Rodrigues, que chegou a ser administradora, foi afastada por não concordar com tudo aquilo que o pai fazia, tendo sido incluída num despedimento há cerca de um ano e meio. Os filhos Cláudio Rodrigues e Hugo Rodrigues foram outros dois filhos que saíram da empresa depois de entrarem em confronto com o pai, revela a fonte contactada pelo +M.

“Eu acho que ele é um visionário. Só que depois não tinha as pessoas certas à frente das coisas. Não confiava nas pessoas. Punha os familiares e os familiares não tinham competência para o negócio. Ele tinha visão das coisas, estava muito à frente dos negócios, mas pronto era uma empresa familiar”.

Havia choques de opiniões, personalidades. Como não faziam o que ele queria, havia sempre choques. Se tivessem uma opinião diferente, eram logo penalizados, as relações nunca foram muito boas“, adianta outra fonte.

“Era uma pessoa complicada de lidar. Tinha coisas boas e coisas más, só que as más às vezes superavam as boas“, diz fonte próxima da administração, referindo que quando teve um problema familiar pessoal, Jacques Rodrigues foi “muito carinhoso”, chamou-a e demonstrou preocupação.

“Mas o maltratar as pessoas e os funcionários… Acaba por ficar o lado mau das coisas. Era educado, cumprimentava as pessoas, mas depois o lado mau dele superava o resto”. “Ele teve uma infância, por aquilo que eu percebi, difícil. Teve de trabalhar cedo”, revela a mesma fonte que pertenceu ao grupo perto de 30 anos, que considera que o patrão dos media é um visionário:

Eu acho que ele é um visionário. Só que depois não tinha as pessoas certas à frente das coisas. Não confiava nas pessoas. Punha os familiares e os familiares não tinham competência para o negócio. Ele tinha visão das coisas, estava muito à frente dos negócios, mas pronto era uma empresa familiar. Ele não confiava nas pessoas no trabalho. A empresa estava baseada nos filhos, as mulheres, as ex-mulheres”.

No seguinte vídeo, a partir dos 31:32 é notório o temperamento de Jacques Rodrigues. O vídeo é da sua intervenção na Comissão de Trabalho e Segurança Social, onde foi questionado por cinco deputados acerca dos problemas laborais do Grupo Impala. A partir dos 32:44, Jacques Rodrigues torna-se particularmente agressivo ao ser interrompido.

Em fevereiro de 2021, durante uma sessão deste grupo de trabalho, o credor Luís Monteiro Pereira afirmou que a Impala, dona das revistas Nova Gente e Maria, mantinha “ordenados em atraso” desde 2011 e contava, na altura, com 174 ex-trabalhadores à espera de receber créditos salariais, num valor acumulado de 2,85 milhões de euros.

Não obstante os pagamentos em atraso e os alegados constrangimentos e despedimentos na empresa, primeiro devido à crise do papel, depois porque as revistas não vendiam ou por causa do Covid, os sinais exteriores de riqueza por parte de Jacques Rodrigues foram-se mantendo, relata Lurdes Matos.

Outro evidente sinal da vida de luxo de Jacques Rodrigues passa pela mansão num condomínio de Cascais que tinha à venda por 7,5 milhões de euros, arrestada pela Justiça nas recentes detenções, revela a CNN, adiantando que o imóvel possuía mais de 1.200 metros quadrados de área, três andares, sete quartos e dez casas de banho.

Ao universo Impala revistas, livros e uma loja online com diversos artigos diferentes disponíveis. O grupo é ainda detentor, em Albufeira, de um parque de minigolfe e do hotel Ondamar – propriedade da Actitur, outra empresa de Jacques Rodrigues e cujo site se encontra “em atualização”.

Segundo o Portal da Transparência da ERC, atualmente Jacques Rodrigues é detentor direto de dez publicações: Nova Gente, Maria, TV 7 Dias, A Próxima Viagem, Soluções Casa, VIP Interiores – ideias e tendências, VIP Gourmet, VIP Anuário de Decoração, VIP Beleza, VIP.

Jacques Rodrigues, adiantou a ERC, detém ainda duas participações nas empresas Impala Capital SGPS Lda (10%) – que detém a Impala.Com, SA e a WorldImpalaNet, Lda. – e na Impalagest SGPS SA (99%). A Worldimpala.Net, Lda. detém as publicações periódicas online Impala News Portal de Notícias, Auto Mundo e Para Eles.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social não confirma se as publicações estão todas realmente a ser editadas ou não.

Contactada pelo +M, a ERC revela que a única alteração que registou mais recentemente foi a modificação do diretor da Nova Gente, em setembro de 2022, adiantando ainda que a Descobrirpress não tem registo na ERC como detentora de qualquer título.

Segundo apurou o +M, os recibos dos colaboradores eram passados em nome da Win, ou seja, WorldImpalaNet. Os trabalhadores, ou a sua larga maioria, encontram-se a trabalhar em regime de teletrabalho desde a pandemia, sendo que a administração decidiu transformar o edifício sede da empresa, de forma a rentabilizar o espaço. Os contratos com os trabalhadores definiem aquelas instalações como o local de trabalho, revelou a agência Lusa.

A ideia passava por ter um pequeno parque temático dentro edifício – com uma parte com Legos, sendo que foi construída, uma cafetaria e um restaurante – espaço que não chegou a entrar em funcionamento por não ter as licenças necessárias.

Jacques Rodrigues nunca esteve sob a luz dos holofotes e era bastante reservado quanto à sua vida pessoal e o seu passado. Tanto que os contactos do +M, alguns dos quais ocuparam lugares de ligação diária e direta com Jacques Rodrigues por cerca de 30 e 40 anos, pouco sabem sobre si. O porquê de nunca intervir publicamente também para estas pessoas é um mistério.

“Não sei se tinha algum problema em se exprimir, mas acho que não, que ele era uma pessoa que sempre se exprimiu muito bem e não era parvo nenhum. Apesar de só ter a quarta classe sabia bem e tinha conhecimentos. Era uma pessoa que sabia falar com toda a gente. Não era nenhum ignorante, era muito esperto”, afirmou uma fonte que esteve mais de 40 anos no grupo e que lidou diretamente com o dono do grupo Impala.

Já outra fonte refere que o empresário era uma pessoa “muito reservada” e que talvez não se sentisse muito à vontade para falar em público, referindo que nunca o tinha visto fora do escritório e que portanto só conhecia a sua faceta como sr. Jacques, o patrão. “Talvez por falar das vidas das personalidades, queria esconder a dele, não sei”, arrisca.

Das relações de Jacques Rodrigues com quatro mulheres resultaram nove filhos, o mais novo ainda menor de idade e o mais velho, entretanto falecido, teria hoje mais de 60 anos. A sua primeira companheira, e a única com quem se casou (1959-1981), foi coordenadora da revista Segredos de Cozinha. As outras companheiras também desempenharam papéis dentro do grupo.

Jacques Rodrigues é assim uma figura de que pouco se sabe, além das “cambalhotas” financeiras e de gestão entre grupos, estando agora sob suspeitas “fortemente indiciadoras da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos”, segundo a PJ.

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Centeno responde a Costa e Medina: subida dos juros “está a atuar” na inflação

Primeiro-ministro e ministro das Finanças criticaram subida das taxas do BCE. Mário Centeno diz que não há política mais eficaz no combate à inflação que a política monetária. Afasta receios na banca.

Para o governador do Banco de Portugal, “a política monetária está a atuar” na redução da inflação, contrariamente ao que considerou o primeiro-ministro, António Costa, que não vê a subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) a contribuir para o alívio dos preços.

“Não me parece que haja um ranking de eficácia nessa matéria”, respondeu Mário Centeno confrontado pelos jornalistas sobre as posições de António Costa e também do ministro das Finanças.

Centeno sublinhou que “não é o momento de termos estas discussões de andar a ver quem faz mais pelo quê”. Ainda assim, se há política capaz de contrariar a escalada da inflação é a política monetária, acrescentou o também membro do conselho de governadores do BCE, que é quem decide o rumo das taxas de juro.

Falando à saída do Conselho Europeu, António Costa afirmou que, “até agora, as contribuições da subida significativa das taxas de juro para controlar a inflação não se verificaram e é improvável que se verifiquem devido às causas específicas que esta inflação tem”.

Em conferência de imprensa sobre o Boletim Económico de março, Centeno adiantou que a subida das taxas de juro “ainda não se traduziu na sua totalidade nas suas consequências na atividade economia, na inflação, nas famílias e empresas”. Mas já está a ter efeitos sobretudo nos países com maior predominância de taxa variável no crédito da casa, como Portugal.

O governador do Banco de Portugal destacou ainda que “o risco de sobre-reação da política monetária está identificado” e que ele próprio tem “sido porta-voz” dessa preocupação.

“350 pontos base é o maior aumento das taxas do BCE num tão curto espaço de tempo. Nunca aumentaram tanto em tão pouco tempo. É a grande preocupação com o ciclo da política monetária neste momento e não tanto o nível que me preocupa porque do ponto de vista, porque as taxas não estão muito longe das médias históricas na área do euro”, explicou.

De acordo com as novas projeções do Banco de Portugal, a inflação deverá recuar para 5,5% este ano e chegar a 2025 perto do objetivo do BCE.

Em relação à turbulência no sistema bancário, depois das falências nos EUA e do colapso do Credit Suisse, Mário Centeno não vê sinais de tensões na banca da Zona Euro e, em particular, na portuguesa, destacando que riscos nos balanços dos bancos que não tem comparação com a crise financeira. “Temos de reforçar toda a confiança no sistema bancário e do nosso lado temos de fazer monitorização”, apontou.

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Medidas do Governo deixam de fora classe média e “muitos pensionistas”, critica Montenegro

Líder do PSD diz que as medidas anunciadas pelo Executivo pecam por tardias e deixam de fora a classe média e "muitos pensionistas". Montenegro defende descida de impostas para famílias e empresas.

O presidente do PSD critica as medidas anunciadas pelo Executivo para mitigar o aumento de custo de vida, referindo que pecam por tardias e deixam de fora a classe média e “muitos pensionistas”. Uma política fiscal de “baixa de imposto” sobre o rendimento da famílias e sobre os lucros das empresas “é viável e devia ser adotada”, defende Luís Montenegro.

“Estamos na presença de um Governo que é simultaneamente insensível, inconsistente e incoerente“, afirmou Luís Montenegro, em declarações transmitidas pela RTP3, em reação ao pacote de 2,5 mil milhões de euros de apoio às famílias para mitigar o aumento do custo de vida.

Para o líder dos sociais-democratas as medidas anunciadas, nomeadamente no que toca à alimentação, eram “necessárias”, mas vieram “tarde e a más horas”, deixando de fora muitos portugueses. “A insensibilidade deste Governo também se revela na circunstância de que a grande maioria dos portugueses, a classe média e muitos pensionistas” não são abrangidos por este pacote. “Este pacote de medidas não abrange muito pensionistas que têm reformas baixas”, aponta.

Questionado pelos jornalistas sobre a descida do IVA para 0% num cabaz de produtos de bens essenciais que ainda será definido, Luís Montenegro acusou o primeiro-ministro de ser “inconsciente” por antes ter dito que não tinha a certeza sobre a “eficácia” da medida e lamenta que ainda não seja conhecido quais os produtos em causa e “a forma como se vai operacionalizar”.

Luís Montenegro acusou ainda o Governo de dar “apenas uma pequena parte”, depois de ter tido um desempenho orçamental em 2022 “onde bateu todos os recordes” e de ter acumulado “receitas das famílias e empresas” e defende que a aposta devia ter passado por uma descida dos impostos.

“A política fiscal que defendemos para Portugal de baixa dos impostos sobre o rendimento das pessoas, de baixa dos impostos sobre os lucros das empresas é viável e devia ser adotada como estímulo à criação de riqueza para podermos ter também mais poder de compra e melhores salários”, concluiu.

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Sérgio Monteiro “desconfia” que PS não implementou controlo da privatização da TAP

Acordo com a Atlantic Gateway previa criação de uma comissão paritária para vigiar cumprimento dos compromissos assumidos pelo acionista privado da TAP, entre eles a capitalização.

O acordo de compromissos estratégicos assinado com a Atlantic Gateway, na privatização da TAP em 2015, incluía a criação de uma comissão paritária com poderes para vigiar a capitalização da companhia e impor a reparação de prejuízos, afirmou esta quarta-feira o então secretário de Estado das Infraestruturas. Sérgio Monteiro “desconfia” que o mecanismo de controlo nunca foi implementado pelo Governo PS.

O governante que protagonizou o processo de venda de 61% da companhia à holding de David Neeleman e Humberto Pedrosa revelou esta sexta-feira aos deputados da Comissão de Economia, Obras Públicas que em junho de 2015 foi assinado um acordo de compromissos estratégicos com a Atlantic Gateway, de forma a garantir que não eram violados princípios como a preservação do hub (aeroporto central) em Lisboa, a manutenção das licenças da TAP e a capitalização da companhia, “por um período de 30 anos”.

Para vigiar o cumprimento dos compromissos, o acordo previa a criação de uma “comissão paritária, com dois representantes do Estado, através da Parpública, dois representantes do parceiro privado [a Atlantic Gateway] e um quinto escolhido por ambos mas que era influenciado pelo Estado. A comissão estava construída para o Estado ter a maioria“, explicou aos deputados

Segundo Sérgio Monteiro, a violação da capitalização “dava direito potestativo de recompra” da posição da Atlantic Gateway, que perdia os 13 milhões pagos pelas ações da TAP, e ainda a indemnização de eventuais prejuízos, conforme prevê cláusula 14.ª do acordo de venda ao acionista privado. Um mecanismo que poderia ter sido acionado caso se concluísse que existiu a compra de aviões acima do valor de mercado, sustenta.

O antigo secretário de Estado das Infraestruturas do primeiro Governo de Passos Coelho duvida, no entanto, que esta comissão paritária, que diz ter sido elogiada pela auditoria do Tribunal de Contas à privatização, nunca chegou a ser criada. A venda de 61% da TAP à Atlantic Gateway foi assinada a 12 de novembro, dois dias depois de o Parlamento ter chumbado o segundo Executivo de Passos Coelho. O primeiro Governo de António Costa tomou posse a 26 de novembro. “Desconfio que os mecanismos de controlo não se implementaram”, afirmou Sérgio Monteiro aos deputados.

Uma análise legal da Serra Lopes, Cortes Martins & Associados (SLCM), revelada pelo ECO, concluiu que os 226,75 milhões de dólares em prestações suplementares que o empresário de nacionalidade norte-americana e brasileira colocou na TAP SGPS, e que garantiram a privatização, vieram diretamente da Airbus.

O dinheiro, os chamados fundos Airbus, terá sido entregue em contrapartida de um negócio de compra de 53 aviões ao fabricante europeu, fechado pelo próprio David Neeleman. A companhia aérea portuguesa desistiu também de um contrato para o leasing de 12 aeronaves A350. Segundo uma análise feita pela consultora Airborne para a TAP em agosto de 2022, a substituição de um contrato pelo outro poderá ter lesado a TAP num valor que ascende a 444 milhões de euros, com a companhia portuguesa a pagar mais entre 3% e 38% do que a concorrência para as mesmas aeronaves.

Sérgio Monteiro referiu no Parlamento que a Parpública recebeu a 16 de outubro uma comunicação formal da Airbus com três avaliações do contrato para a compra dos 53 aviões indicando uma poupança e não um sobrecusto face ao valor de mercado. “Toda a informação disponível era não só de que não estavam acima do mercado, mas estavam a desconto. Indicavam um valor abaixo de mercado de 233,4 milhões de dólares, em média“, precisou. “É com estes dados que se toma a decisão de dia 12” de novembro.

A Airborne contestou o cálculo dos valores de mercado que foram apresentados para comparação à altura, desde logo por considerarem a entrega de todas as aeronaves em 2015, quando as primeiras entregas ocorreram entre 2016 e 2018. De acordo com o calendário previsto, a transportadora aérea tem ainda a receber 14 aviões, seis este ano, quatro em 2024 e mais quatro em 2025.

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