Seguros Não Vida em Portugal vão atingir 9,3 mil milhões de euros em 2026

  • ECO Seguros
  • 15 Janeiro 2023

Consultor da Globaldata prevê forte crescimento em prémios para os ramos de seguros Não Vida em Portugal até 2026, mas a inflação vai penalizar as seguradoras levando-as a perder rentabilidade.

Em prémios brutos emitidos, a indústria de seguros Não Vida em Portugal deve crescer nos próximos cinco anos a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 5,9%, de 5,6 mil milhões em 2021 para 7,6 mil milhões em 2026 , prevê a GlobalData, uma consultora que produz dados e análises, em informação agora divulgada.

De acordo com a Base de Dados de Seguros da GlobalData, a indústria seguradora portuguesa deverá crescer nominalmente 7,9% em 2022 (a Associação Portuguesa de Seguradores indica apenas 6,7% de janeiro a novembro) e 4,6% em 2023.

A razão, segundo a Globaldata, é uma forte adesão aos seguros de acidentes e de saúde, em que este último deverá registar o maior crescimento de todos os ramos, prevendo a Globaldata uma subida de 12,2% em 2022 (a APS indica 11,3% até novembro).

Segundo Sutirtha Dutta, analista de Seguros da GlobalData,“ o crescimento do segmento de seguros Não Vida em Portugal será impulsionado pelo aumento da procura de seguros privados de saúde e pelo aumento nos seguros de acidentes de trabalho. Além disso, o analista espera que os prémios de seguro saúde cresçam mais de 10% em 2023 devido à pressão inflacionista que leva a maiores indemnizações por sinistros” e, logo, do preço dos prémios.

Dutta vê os ramos Acidentes e Saúde como a maior linha de seguros gerais de Portugal, representando uma participação de 37% do dos prémios totais em 2022. Prevê ainda que este segmento registe um CAGR de 6,7% entre 2021-2026, suportado pelo envelhecimento da população do país. Além disso, refere “a cobertura insuficiente e os períodos de espera mais longos da saúde pública também apoiarão a procura por seguro de saúde privado”.

O consultor nota que o governo português introduziu uma nova lei em janeiro de 2022 (direito ao esquecimento), que permite que pessoas que superaram doenças graves recebam cobertura de seguro sem qualquer discriminação ou aumento de prémios. Segundo Dutta, esta medida apoiará o crescimento na cobertura de seguro saúde.

Elevando o ramo automóvel ao segundo maior segmento, respondendo por 26,2% dos prémios em 2022, Dutta assinala registou um crescimento mais lento, 2,2%, em 2021 devido à escassez global de chips semicondutores e uma recuperação mais lenta nas vendas de automóveis. Espera que isso continue em 2022, com previsão de crescimento do seguro automóvel a um CAGR de 3,6% entre 2021-2026.

Os seguros de responsabilidade civil são o terceiro ramo de seguros gerais em Portugal, representando uma quota de 17,8% em termos de prémios emitidos em 2022. O segmento é impulsionado pelos seguros de acidentes de trabalho, que representaram mais de 85% dos prémios de seguros desta linha em 2022, refere Dutta.

Segundo o consultor “em Portugal, o seguro de acidentes de trabalho é obrigatório devido ao grande número de acidentes de trabalho”.

Propriedade, linhas financeiras e seguros marítimos, de aviação e de trânsito respondem pelos 19% restantes em 2022, seguindo a segmentação do consultor.

Sutirtha Dutta conclui que “apoiado por ramos de seguros obrigatórios e pela procura de seguros de saúde privados voluntários, a indústria portuguesa de seguros Não Vida irá manter um forte crescimento nos próximos anos. No entanto, a inflação, que atualmente está em alta, afetará a lucratividade.

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