Crédito à habitação do Abanca em Portugal duplicou para 264 milhões de euros

Cerca de um quarto do crédito à habitação concedido em 2022 pelo banco galego foi gerado em Portugal. A aposta do Abanca no mercado nacional é para continuar e novas aquisições podem estar a caminho.

O negócio do Abanca cresceu de forma significativa em 2022, alcançando lucros de 217 milhões de euros, mais 41% que em 2021 em termos recorrentes, e registou um rácio de capital de 16,4%, que representa uma almofada de 1.400 milhões de euros face aos requisitos regulamentares.

Parte deste resultado deve-se ao desempenho da operação do banco galego em Portugal, sobretudo ao nível da concessão de crédito a empresas e particulares.

De acordo com Juan Carlos Rodríguez, presidente do Abanca, o crédito à habitação a famílias portuguesas foi de 264 milhões de euros, 97,1% face a 2021, e o crédito concedido a empresas foi de quase 340,8 milhões de euros, um aumento de 12,9% face ao ano anterior.

“[Os números relativos a Portugal] cumpriram com o objetivo que tínhamos definido e acreditamos que 2023 será também um ano igualmente bom, porque as projeções macroeconómicos são melhores que em Espanha”, referiu Juan Carlos Rodríguez no decorrer da apresentação de resultados anuais do banco esta sexta-feira.

Os números do banco revelam que o crédito à habitação em Portugal representa já cerca de um quarto do volume total dos 1.079 milhões de euros concedidos pelo banco para a compra de casa.

Novas aquisições no horizonte

As contas desde ano do Abanca revelam também a total integração da operação do Novo Banco em Espanha, que foi comprada no final de 2021, mas ainda deixam de fora o impacto da operação do TargoBank, cujo o negócio foi fechado recentemente.

O crescimento do Abanca tem sido construído de forma orgânica, mas muito através de aquisições. Desde 2017, o banco espanhol conta já com seis aquisições e não deverá ficar por aqui.

Juan Carlos Rodríguez anunciou que o Abanca reduzirá em 2023 o payout ratio (percentagem do lucro líquido distribuído sobre a forma de dividendos) de 40% para 25% para “fortalecer a nossa capacidade de enfrentar operações de elevado valor”.

Questionado sobre que operações estão a ser estudadas, o líder do Abanca referiu que “não temos nada no radar no curto prazo, mas no médio prazo acreditamos que haverá oportunidades.”

Sem querer dar nomes e tão pouco referir-se ao EuroBic, Juan Carlos Rodríguez referiu apenas que Portugal “é um mercado estratégico” e que o banco tem “apetite por crescer em Portugal”, mas sublinha que “não temos nenhuma operação em carteira”.

No entanto, é sabido que os responsáveis do Abanca reuniram-se este mês com o Banco de Portugal com vista a sinalizarem a continuação no interesse na concretização do negócio, como noticiou o Jornal Económico.

Este encontro aconteceu após recentemente ter sido concretizado a regularização societária da Finisantoro Holding Limited e da Santoro Financial Holding, as duas empresas associadas a Isabel dos Santos que permitiam a empresária angolana controlar 42,5% do capital do EuroBic, uma situação que estava a bloquear o negócio.

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