Direita critica CEO da TAP por ter omitido valor do bónus no Parlamento. “É grave” e “bastante preocupante”

PSD, Chega e Iniciativa Liberal fizeram este domingo críticas à CEO da TAP por ter omitido o valor do bónus que poderá receber no final do plano de reestruturação quando esteve no Parlamento.

Os partidos da direita criticaram este domingo a presidente executiva da TAP por ter omitido o montante do bónus que poderá receber receber quando foi questionada na comissão de Economia e Obras Públicas do Parlamento, a 18 de janeiro. O Correio da Manhã noticiou hoje que Christine Ourmières-Widener poderá receber um prémio de cerca de dois milhões de euros após o fim do plano de reestruturação da companhia aérea, no final de 2025.

Quando se omite isso ao Parlamento, então ainda é mais grave”, reagiu Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, à margem da V Convenção do partido, em declarações transmitidas pela CNN Portugal. “Tendo já sido perguntado diretamente à CEO da TAP este valor, ao não querer dizer no momento certo e no fórum adequado é bastante preocupante e alguém tem de assumir responsabilidades”, afirmou Rodrigo Saraiva, líder da banca parlamentar da Iniciativa Liberal. Também Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD, defendeu que a presidente executiva da companhia aérea deveria ter dito o valor: “naturalmente que sim”.

A CEO da TAP tem direito a um bónus no final do contrato, caso cumpra os objetivos do plano de reestruturação. A compensação extraordinária prevista no contrato de cinco anos de Christine Ourmières-Widener equivale a cerca de 80% do salário bruto anual, de acordo com o Correio da Manhã. Segundo o relatório de governo societário da TAP, a CEO da companhia recebe 504 mil euros por ano, pelo que o bónus a receber após o fim do plano de reestruturação poderá rondar os dois milhões de euros.

Christine Ourmières-Widener foi questionada há duas semanas numa audição parlamentar sobre o bónus a que terá direito, não revelando o valor. “Eu tenho um bónus se o plano de reestruturação for cumprido, plenamente cumprido. Estamos a falar de um horizonte até 2025, é a estrutura do meu contrato, mas ainda falta muito tempo”, disse a CEO aos deputados.
Miguel Pinto Luz sublinhou que a notícia do bónus vem demonstrar a importância da comissão parlamentar de inquérito à TAP, proposta pelo Bloco de Esquerda e que já tem a anuência do PS e do PSD. “Temos de escalpelizar ao máximo e encontrar a verdade sobre o que aconteceu na TAP nos últimos sete anos”, afirmou, acrescentado que “o Governo gere esta verdade de forma compartimentada e aos pedaços e é essa verdade que o PSD quer que chegue rapidamente aos portugueses, que têm o direito e saber o que foi feito aos 3,2 mil milhões que foram injetados”.

“Mostra a pertinência não só da proposta que a Iniciativa Liberal debateu a semana passada no Parlamento de uma auditoria sobre a nacionalização da TAP, como da pertinência da comissão parlamentar de inquérito que irá ser aprovada na Assembleia da República”, disse também Rodrigo Saraiva. “É preciso escrutinar com bastante cuidado e acutilância todos os cêntimos dos contribuintes que foram colocados na TAP. Estamos a falar de 3,2 mil milhões de euros, não é uma verba de somenos. Dois milhões não é de somenos também“.

Pedro Pinto pede a intervenção de João Galamba. “Definitivamente o novo ministro das Infraestruturas terá de tomar uma posição concreta em relação a isto. Isto é pornografia”, disse o líder parlamentar do Chega. “Quando vemos que Portugal tem quatro milhões de portugueses no limiar da pobreza, quando vemos os professores na rua, os polícias na rua, quando há uma série de manifestações de pessoas que estão a sentir na pele a crise e vemos um prémio para fazer aquilo que ela está a ser paga para fazer”, acrescentou.

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