Liberais pedem “explicações aprofundadas” sobre demissão da líder da ANI

Presidente demissionária da Agência Nacional de Inovação e ministros da Economia e da Ciência e Tecnologia vão ser chamados ao Parlamento. Ex-secretário de Estado “preocupado” com impacto na inovação.

A Iniciativa Liberal entregou esta terça-feira no Parlamento um pedido para a audição, “com carácter de urgência”, da presidente demissionária da Agência Nacional de Inovação (ANI), “independentemente da sua manutenção no cargo ou da sua substituição, à data da audição”.

Num requerimento dirigido ao presidente da comissão parlamentar de Economia, os liberais pedem igualmente para serem ouvidos a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, que Joana Mendonça acusa, na carta de demissão, de falta de apoio político.

“Na carta, tornada pública pela própria, são feitas acusações graves às tutelas da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Economia e do Mar, nomeadamente a falta de orientações em ‘matérias de crucial importância para a Agência’. (…) O que é dito na carta é grave e, para a Iniciativa Liberal, carece de explicações aprofundadas”, lê-se no documento que deu entrada esta manhã nos serviços da Assembleia da República.

Joana Mendonça, professora de Gestão e Inovação do Instituto Superior Técnico, foi a primeira mulher presidente da ANI, organismo que faz a ligação entre empresas, a academia e centros tecnológicos. Assumiu estas funções em maio de 2021, para um mandato de três anos, mas acaba por sair ao fim de pouco mais de ano e meio em funções.

Num espaço de poucos dias, esta é a segunda demissão de um alto dirigente do Estado que tem funções de gestão na aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e dos fundos comunitários. A 26 de janeiro, também o presidente do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, Francisco Sá, resolveu bater com a porta. Em regime de substituição desde fevereiro de 2021, será, para já, substituído por Luís Filipe Pratas Guerreiro, que era até agora adjunto no Ministério da Economia.

Ex-governante “preocupado” com efeito da demissão

João Neves, que António Costa Silva demitiu do cargo de secretário de Estado da Economia, no final de novembro, já reagiu numa publicação no LinkedIn, falando de notícias “preocupantes” e esperando “sinceramente que elas não signifiquem voltar atrás na história e que o ecossistema afirme a importância de uma ANI ao serviço do país e de empresas que inovam e querem um futuro melhor”.

Para o agora conselheiro sénior da equipa portuguesa da consultora britânica Clearwater International, o mandato de Joana Mendonça foi de “recuperação do papel central da ANI como instrumento de uma política que aposta num país moderno, que cria riqueza a partir do conhecimento e de empresas que investem em I&D”.

“Foi possível reforçar finalmente os seus meios humanos, recuperar atrasos nos pagamentos de incentivos, cumprir metas, ter capacidade de iniciativa e de mobilização”, resume o antigo governante, na publicação feita nesta rede social.

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