Galp admite só voltar a considerar nova venda de ativos em 2025

Depois da venda dos ativos de produção e exploração em Angola, Galp garante que só voltará a revisitar opção em 2025, consoante os resultados dos projetos de upstream na Namíbia e São Tomé e Príncipe.

A Galp garante não ter, para já, intenções de avançar com a venda de mais ativos, depois de ter anunciado a venda do negócio de produção de petróleo em Angola, decisão que, segundo o CEO, “ajudará” a Galp a concretizar o caminho para a descarbonização da atividade, até 2050.

Segundo o CEO, Filipe Silva, a estratégia de venda de projetos de upstream (exploração e produção de petróleo) só será novamente considerada em 2025 depois de serem analisados os resultados dos projetos de exploração na Namíbia e São Tomé e Príncipe, localizações que a Galp considera serem “dois diamantes” com “grande potencial”.

Durante uma chamada com analistas, esta segunda-feira, na sequência da divulgação dos resultados históricos referentes a 2022, Filipe Silva quis “deixar claro” que a extração petrolífera no campo brasileiro de Bacalhau, que está prevista para arrancar em meados de 2025 (atraso motivado por dificuldades relacionadas com a pandemia de covid-19), “não vai ser considerada como um candidato a desinvestimento”.

“Vamos analisar o ritmo de investimento e desinvestimento do grupo com base na despesa de capital. Desta forma, podemos jogar com ambos os números e perceber quanto podemos investir e quanto podemos desinvestir”, explicou o responsável, durante a chamada.

Questionado sobre se está em cima da mesa a venda de novos ativos, Filipe Silva garantiu que isso só será possível saber depois de 2025, conforme os resultados dos dois negócios. “Depois de 2025, será possível saber muito sobre a Namíbia e São Tomé e Príncipe. Tudo pode mudar se houver descobertas ou não”, admite.

Enquanto na Namíbia, a Galp obteve duas licenças de exploração petrolífera localizadas offshore, em 2016, em São Tomé e Principe a petrolífera irá explorar, juntamente com a Shell, três blocos de upstream, país onde está presente desde 2015.

Esta segunda-feira, a Galp anunciou que vai desinvestir nos ativos upstream em Angola. A empresa informa ter assinado um acordo com a Sociedade Petrolífera Angolana (SOMOIL) para a venda dos mesmos e espera receber cerca de 830 milhões de euros pela venda, líquidos de impostos. A transação deverá ficar fechada no segundo semestre de 2023.

Com a venda do negócio, a Galp espera que a produção petrolífera, excluindo a venda do ativo angolano, se mantenha estável acima dos 110 mil barris de petróleo equivalente por dia em 2023 e 2024 — valor que deverá crescer 30%, em 2026, assim que a extração petrolífera de Bacalhau atingir o nível de maturidade.

As perspetivas de crescimento surgem depois de a Galp ter anunciado que praticamente duplicou os lucros em 2022, ano que ficou marcado pela crise energética e pelo início da guerra na Ucrânia. O resultado líquido da petrolífera foi positivo em 881 milhões de euros, o maior da sua história e um crescimento de 93% face ao ano anterior. Observando só o desempenho do quarto trimestre, os lucros da Galp cresceram 143% em termos homólogos, para 273 milhões de euros.

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