BRANDS' ECO Argo renova imagem e estratégia ao fim de 5 anos

  • BRANDS' ECO
  • 23 Março 2023

A Argo decidiu fazer um "rebranding" da sua marca, com uma nova imagem e estratégia, depois de cinco anos. Em entrevista ao ECO, os sócios revelam como veem o futuro da marca.

Depois de cinco anos de existência, a Argo está a fazer um rebranding que tem como principal objetivo atualizar a marca, de forma a melhor refletir os seus verdadeiros propósitos. Assim, a estratégia passa por consolidar uma nova marca que mantenha o ADN que a empresa traz da Jason Associates.

Apesar do potencial do país em capital humano, a empresa admite que ainda há um caminho de evolução a percorrer e é nesse sentido que a Argo pretende atualizar-se, de forma a poder continuar a desenvolver estratégias de identificação e gestão de talento para que os seus clientes tenham equipas com diversidade, na plenitude do seu potencial e alinhadas em torno do mesmo propósito.

Em entrevista ao ECO, os sócios da Argo partilham o motivo deste rebranding, bem como a sua visão de mercado e, ainda, as perspetivas que têm para o futuro. Veja a entrevista abaixo.

Sendo a Argo uma empresa de consultoria de recursos humanos, quais têm sido os principais desafios que têm vindo a enfrentar e que incentivaram a atualização da marca?

Após cinco anos de criação da Argo, sentimos que era o momento de renovar a imagem para melhor refletir quem somos e projetar o futuro.

Neste período atingimos os objetivos que a que nos tínhamos proposto: Consolidar uma nova marca, mantendo o ADN que trazíamos da Jason Associates. Para além do crescimento progressivo a nível financeiro e em número de clientes, as métricas de sucesso que mais nos orgulham são o crescimento e estabilidade da equipa e a longevidade que se verifica nas relações com os nossos clientes.

Temos tido a possibilidade de trabalhar com empresas de referência em diferentes setores de atividade – termos escritório em Lisboa e Porto ajuda-nos a cobrir todo o território – e de perceber que o capital humano que temos no país é muito rico, mas existe ainda um caminho de evolução do mercado de trabalho, para o qual queremos continuar a contribuir.

Susana Leitão, Argo

Como definiriam o posicionamento da Argo no mercado?

Atravessamos uma época de mudanças extraordinárias que têm mudado profundamente a forma como lidamos com o trabalho, os nossos hábitos diários e a forma como colaboradores e empresas se relacionam.

Temos uma oportunidade grande à nossa frente de aprender com a experiência coletiva e com isso as lideranças das empresas darem um passo em frente para melhorarem as organizações. No fundo, de mudarem o paradigma para que o trabalho seja parte da jornada de realização pessoal de cada um. Temos bons exemplos de que é possível de conciliar resultados financeiros com uma estratégia sustentável de gestão de pessoas.

Uma das áreas principais onde atuamos é o Executive Search, mas hoje em dia, mais do que procurar as pessoas certas, é fundamental ajudar a fazer escolhas certas. Interessa-nos muito ajudar as empresas a prepararem-se para os empregos do futuro. Mas interessa-nos ainda mais ajudar que se tomem boas decisões no presente.

Assim, para além da área de Executive Search e Leadership Assessment, onde queremos continuar a ser uma referência, fomos alargando o nosso âmbito de atuação a outras áreas relacionadas com a gestão estratégica de pessoas:

  • Market Intelligence: através de análises de benchmarking comparativas, ajudamos empresas a adequarem os seus modelos organizacionais às necessidades do negócio e a planearem melhor a sua entrada em novos mercados;
  • Evolution Journey: preparação da continuidade do negócio através de planeamento de sucessão, identificação de potencial interno através de Assessment & Development Centers, projetos de reskilling/upskilling e de Workforce Planning;
  • Candidate/Employee Experience: mapeamento da jornada de colaborador; definição dos workflows de recrutamento e onboarding; formação a hiring managers e equipas de RH em entrevista de seleção, tomada de decisão e boas práticas na área de Diversidade, Equidade e Inclusão.

Pedro Hipólito, Argo

De que forma a Argo consegue ajudar organizações a construírem equipas executivas diversificadas e inclusivas?

Queremos ajudar em escolhas que são críticas para o bem-estar das pessoas e por extensão, para a performance das empresas. Estamos empenhados em ajudar organizações líderes a construir equipas executivas mais diversificadas e inclusivas, dando o mote para que a mudança aconteça a partir do topo.

Nesse sentido temos desenvolvido uma rede de colaborações com vários projetos na área da Diversidade, Inclusão, Educação e Responsabilidade Social, nomeadamente: Nova SBE, Inclusive Community Forum, Fórum “Líderes Pela Igualdade”, Associação Salvador, Skoola, Stand4good.

Isto permite-nos perceber de forma próxima as necessidades, quer das empresas, quer dos diferentes segmentos de talento e ajudar a reduzir os gaps e barreiras de entrada que ainda existem.

Por exemplo, ao nível da Inclusão, é importante encarar a contratação de pessoas com algum tipo de handicap como uma decisão de negócio e respeito pelo outro, e não como um ato de caridade. A contratação destes colaboradores permite-lhes obter uma maior autonomia financeira e, assim, desempenhar um papel estruturante à sua personalidade, desenvolvimento e saúde mental. Simultaneamente, a empresa beneficia da sua inclusão, capitalizando os seus skills e pontos de vista únicos, como também fomentando a criação de uma cultura de inclusão, compreensão e cooperação dentro da organização, influenciando fortemente o clima, valor e propósito de todos os seus colaboradores.

Tânia Brito, Argo

Como analisam o mercado de trabalho hoje em dia? Que principais desafios identificam?

Estamos numa era em que na maior parte das áreas, a procura é superior à oferta. Isso permite que as pessoas tenham possibilidade de escolher a causa a que dedicam 30% a 40% do seu tempo semanal. É muito importante ajudar as pessoas a fazerem esta escolha. Tal como é muito importante ajudar as organizações a encontrarem as pessoas que precisam para chegar onde querem.

São escolhas de grande responsabilidade e com grande impacto. Estar num contexto com o qual não nos identificamos tem impacto negativo em todos os campos da nossa vida. E escolher pessoas que contribuem para a criação ou perpetuação de culturas tóxicas tem igualmente um impacto muito grande na cultura das empresas.

Se queremos uma sociedade melhor, temos todos que fazer o nosso papel para ter melhores empresas. Está demonstrado que o contexto de trabalho é uma das principais causas de burnout, ansiedade e outras perturbações associadas e felizmente existe uma preocupação cada vez maior com a prevenção destas doenças. Voltando ao ponto inicial, fazer boas escolhas é fundamental.

Joana Carvalho, Argo

A propósito dos desafios do mercado, o mundo está cada vez mais tecnológico e a aposta em inteligência artificial tem vindo a crescer. Como deverão as empresas acompanhar esta evolução para conseguirem sobreviver no mercado?

Interessa-nos muito pensar nas funções do futuro e no impacto que a inteligência artificial terá no mercado de trabalho. Trabalhamos perto de escolas e empresas que estão na vanguarda destas alterações e vemos a mudança a acontecer.

Se sabemos que as funções existentes atualmente vão ser alteradas em ciclos cada vez mais curtos, cabe às organizações e respetivas Lideranças terem no centro do seu propósito a preocupação com a transferibilidade e relevância das competências dos seus colaboradores, independentemente do tempo em que estão na empresa.

Assim, as organizações melhor preparadas para enfrentar os desafios futuros serão aquelas que invistam na empregabilidade e competitividade dos seus colaboradores, via aquisição de conhecimentos relevantes para o mercado, não só no curto, mas também no médio-longo prazo, o que implicará uma preocupação que irá para além do retorno imediato que o mesmo dê à organização.

Este aspeto é cada vez mais valorizado pelos investidores que têm pressionado as empresas a agirem de forma socialmente responsável, através da valorização crescente das métricas de ESG (environmental, social, and governance).

Ana Silva, Argo

Nos últimos anos temos visto o investimento de várias empresas internacionais em Portugal e algumas movimentações na área de fusões e aquisições. Acreditam que este dinamismo se manterá?

Sim, em vários setores o mercado vai-se manter dinâmico nos próximos tempos. É também por isso que estamos a lançar uma nova área de negócio orientada especificamente às necessidades das Private Equities e de outras empresas de Investimento.

Esta é uma área onde temos vindo a acumular experiência e pela especificidade dos projetos de M&A, faz sentido termos uma oferta dedicada e que permita uma melhor tomada de decisão, no pré e pós concretização dos negócios. Temos um framework próprio que nos permite acrescentar valor no eixo das Pessoas e complementar as due dilligences tradicionais, assim como um modelo de colaboração que reflete o nosso compromisso no sucesso destas operações.

Filipa Leite de Castro, Argo

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Argo renova imagem e estratégia ao fim de 5 anos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião