Trabalhadores da RTP ameaçam avançar para a greve

  • Lusa
  • 4 Abril 2023

Os sindicatos apresentaram uma contraproposta de 6,5% de aumento da tabela salarial, com um mínimo de 80 euros e o Conselho de Administração da RTP não apresentou qualquer valor para negociação.

Os sindicatos da rádio e televisão de Portugal acusam a administração da RTP de “declamar poesia” na negociação salarial e ameaçam avançar com ações de luta, entre elas a greve, se as suas reivindicações não forem atendidas. “Os sindicatos estão prontos para levar até às últimas consequências esta negociação”, afirmam as dez estruturas sindicais representantes dos trabalhadores da RTP, num comunicado conjunto.

Iremos onde for necessário, ao ministro da Cultura, ao ministro das Finanças, para novas vigílias, se necessário para a greve, até que prevaleça a razão de todos nós”, avisam as estruturas sindicais.

Segundo contam, em 23 de março, os sindicatos apresentaram uma contraproposta de 6,5% de aumento da tabela salarial, com um mínimo de 80 euros e, no dia 30, o Conselho de Administração (CA) da RTP não apresentou qualquer valor para negociação, “limitando-se a afirmar que os sindicatos diminuíram a sua contraproposta, em relação à proposta inicial, em 2,6 milhões de euros”.

“Ou seja, o CA identificou o esforço negocial e a responsabilidade sindical, admitindo a sua incapacidade em alterar a proposta de 45 euros de aumento na tabela salarial, enfatizando a inexequibilidade das propostas sindicais, atitude pouco consentânea para quem quer chegar a um acordo”, defendem os sindicatos. Segundo referem, “após árdua discussão”, o CA informou que enviará uma nova proposta, mas afirmou que “não há acordo visível”, sinalizando assim que a nova proposta, à partida, não será aceite.

Em 13 anos o aumento “foi a fortuna de 35,50 euros, quando a inflação acumulada só nos últimos dois anos é de 15%”, indicam os sindicatos. “A desculpa é sempre a mesma: o subfinanciamento da empresa, os custos com pessoal e com as “progressões” (entenda-se, o subsídio de senioridade) e reenquadramentos, em suma uma lengalenga que já ninguém suporta”, acrescentam.

Para os sindicatos, “os trabalhadores não podem continuar a alimentar as suas famílias com a poesia dos subalimentados do sonho – aqueles que gerem a empresa sem rasgo e são serventes da folha de Excel”. Os sindicatos exigem que em 2023 “as contas certas dos trabalhadores sejam uma realidade e que tutelas comuns não discriminem, negativamente, trabalhadores do Setor Empresarial do Estado, do mesmo setor, onde as negociações decorrem já acima dos 70 euros”. A próxima reunião negocial está agendada para 20 de abril.

 

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