Governo admite adotar medidas de “equilíbrio de consumo de água” nas regiões em stress hídrico

Numa altura em que 40% do território já se encontra em situação de seca, o ministro do Ambiente admite vir a ser necessário adotar restrições no consumo de água nas regiões mais vulneráveis.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática admite a possibilidade de o Governo adotar restrições no consumo de água em regiões que se encontrem em situação de stress hídrico, numa altura em que 89% do território está em situação de seca e 34% em seca severa e extrema (Alentejo e Algarve).

Em declarações aos jornalistas, após uma reunião no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Duarte Cordeiro referiu que o Algarve, Tejo, as ribeiras do Oeste, Viseu e Trás-os-Montes foram as regiões identificadas pela Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca como estando em situação de stress hídrico, isto é, onde existe uma maior escassez de água.

Nestas regiões, detalha o governante, “têm estado a ser adotadas medidas estruturais do ponto de vista agrícola” e onde estão em curso “investimento estratégicos“.

Ainda assim, perante a perspetiva de agravamento dos níveis de seca e escassez de água em todo o território, o ministro admite a possibilidade de serem adotadas restrições no consumo de água, à semelhança do que aconteceu no Algarve, no ano passado, onde os empreendimentos turísticos foram obrigados a reduzir os consumos de água durante o verão.

“Temos que ter a capacidade de adaptar o território para as alterações climáticas”, alertou, referindo que as reuniões mensais com comissão de acompanhamento de seca servirão para tomar medidas de contingência “sem hesitação”, entre elas, “equilíbrios de consumos de água em regiões de stress hídrico”.

Apesar disto, Duarte Cordeiro salienta que estas situações são oportunidades para serem tomadas “medidas de natureza estrutural que nos permitam ter uma maior resiliência” num contexto de agravamento das alterações climáticas. “É um desafio para todos adaptarmo-nos a um contexto de risco”, alertou.

D

a reunião com o IPMA, foram partilhadas previsões que apontam para um mês de maio mais quente que o normal e sem chuva — após meses já marcados por temperaturas acima do normal e precipitação também abaixo do normal.

Um dos indicadores partilhados é referente à área ardida acumulada em 2023 e que está acima da média dos últimos 16 anos (2006 a 2022), tanto em Portugal como na Áustria, Irlanda ou Espanha.

De acordo com o comunicado divulgado pelo Ministério da Administração Interna, além destas, as previsões avançadas pelo IPMA relativamente aos valores meteorológicos registados em abril, colocam o mês entre os cinco mais quentes desde 1931. Naquele mês registaram-se três ondas de calor, com temperaturas superiores a 30 graus; contabilizou-se o dia mais quente dos últimos 16 anos e o mais severo em termos de risco de incêndio desde 2003.

 

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