Parque Marconi à venda para pagar dívidas de 85 milhões ao Novobanco e Montepio

Administrador de insolvência do Invesfundo II mandatou a JLL para vender os mais de 80 lotes de terreno na Amadora. Venda vai reembolsar Novobanco e Montepio, que tinham financiamentos de 85 milhões.

O Parque Marconi, na Amadora, foi colocado à venda no âmbito do processo de liquidação do Invesfundo II, o fundo que juntou o BES, o Banco Montepio e o construtor José Guilherme, conhecido pela “liberalidade” de 14 milhões de euros que ofereceu a Ricardo Salgado, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Neste processo, o Novobanco (que herdou o ativo por via falência do BES em 2014) e o Banco Montepio tentam recuperar dívidas que ascenderão a 85 milhões de euros, sendo que as últimas contas do fundo, relativas a 2020, avaliavam os ativos imobiliários em cerca de 81,5 milhões.

O Invesfundo II entrou em liquidação no início do ano passado e, agora, o administrador de insolvência David Duque mandatou a consultora JLL para proceder à venda dos terrenos no Marconi Parque, comprados em 2005 – ano de constituição do fundo – ao Fundo de Pensões da Companhia Portuguesa Rádio Marconi.

São mais de 80 lotes de terreno, cujo processo de venda irá permitir reembolsar sobretudo os dois bancos, que são os principais credores entre as cerca de duas dezenas que reclamam créditos ao fundo, incluindo ainda o Estado, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e o próprio José Guilherme.

O relatório e contas do fundo apontava para a existência de financiamentos junto do Novobanco e do Banco Montepio de 66 milhões de euros no final de 2020, 33 milhões por cada banco, isto já considerando o perdão de dívida de quase 25% que as instituições financeiras aceitaram no Processo Especial de Revitalização (PER) acordado em 2018.

O acordo para o haircut da dívida contemplou a possibilidade de os credores receberem o montante dos créditos perdoados se a venda de ativos do fundo assim permitir – era o que o PER, que não chegou a bom porto, previa e até haveria lugar a uma mais-valia de um milhão de euros.

O Invesfundo II faz parte de uma “família” de fundos criados na década de 2000 no seio do Grupo Espírito Santo (GES) para diversas apostas no setor imobiliário. Eram nove os Invesfundos ao todo, quatro dos quais já foram fechados, e outros dois estão em processo de insolvência, incluindo este fundo.

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