Lloyd’s e ONU querem segurar os países mais vulneráveis a alterações climáticas

A Lloyd’s of London associou-se ao Fundo de Desenvolvimento de Capital das Nações Unidas (UNCDF) para tentar melhorar o acesso ao seguro por parte dos países vulneráveis às alterações climáticas, com foco inicial nas Ilhas Fiji e nos países insulares do Pacífico. De acordo com a agência Reuters, catástrofes decorrentes das alterações do clima estão a ocorrer mais rapidamente e a causar mais danos do que previsto, acelerando a necessidade de ajuda para amortecer golpes financeiros. Está a ser gasto muito pouco na proteção das populações e muitas têm um acesso limitado ao apoio, escreve a Reuters.

O Fundo das Nações Unidas e o Grupo de Trabalho para os Seguros da Iniciativa para os Mercados Sustentáveis, que a Lloyd’s preside, afirmaram nesta quarta-feira que vão trabalhar em conjunto para criar produtos de seguros para a resiliência financeira contra os choques climáticos nas pequenas nações insulares em desenvolvimento e nos países menos desenvolvidos. A iniciativa “Mercados Sustentáveis” envolve uma rede de diretores executivos de todos os setores para ajudar a criar economias sustentáveis.

“Os seguros podem ser uma ferramenta poderosa, não só para apoiar a resistência às alterações climáticas, mas também para garantir a realização da Agenda de Desenvolvimento Sustentável nos países mais vulneráveis do mundo. Para cumprir esta promessa, precisamos de inovação e colaboração”, afirmou Mourad Wahba, responsável da UNCDF, num comunicado que anunciava o memorando de entendimento. A Lloyd’s e o UNCDF irão também promover parcerias público-privadas para colmatar “o défice de proteção” e enfrentar os desafios políticos que dificultam os seguros contra os riscos climáticos.

Após a concentração inicial no Pacífico, a parceria prevê alargar o modelo à Ásia e a partes de África. John Neal, diretor executivo da Lloyd’s, afirmou que a colaboração com a ONU ajudaria a “desenvolver um esforço global coordenado para atenuar os riscos climáticos e de catástrofes naturais”.

A UNCDF já anunciou anteriormente parcerias para desenvolver seguros “paramétricos”, que garantem pagamentos fixos quando ocorre um evento específico, nos países do Pacífico.