Antiga dona brasileira da Cimpor declara falência
A Intercement avançou para um pedido de recuperação judicial, após falhar a venda da empresa à Companhia Siderúrgica Nacional, a segunda maior cimenteira do Brasil.
A Intercement Brasil, que chegou a ser dona da portuguesa Cimpor, entregou esta terça-feira um pedido de recuperação judicial num tribunal de São Paulo. A decisão foi tomada depois da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ter desistido de adquirir a empresa.
“Não obstante os esforços envidados, o prosseguimento das negociações em torno do equacionamento do endividamento e da readequação da estrutura de capital da Companhia e das demais sociedades de seu grupo econômico passou a exigir o ajuizamento do pedido de Recuperação Judicial”, afirma a Intercement num comunicado divulgado ao mercado.
Este desfecho ocorre após terem falhado as negociações com os credores e ter caído por terra a aquisição da Intercement pela segunda maior cimenteira brasileira, a CSN. “Em razão do pedido de Recuperação Judicial, o acordo de exclusividade para a potencial venda de ações representativas de 100% (cem por cento) do capital social da ICP, não se encontra mais vigente”, informa a Intercement.
A Intercement, então pertencente ao grupo Camargo Corrêa (agora Mover), adquiriu a Cimpor em 2012 à Votorantim, CGD, fundo de pensões do BCP e Investifino. Já com o novo dono, os problemas no mercado sul-americano, em particular no Brasil, deixaram a empresa fortemente endividada e com capitais próprios negativos, desfazendo-se de vários ativos. Em janeiro de 2019, vendeu a operação em Portugal e Cabo Verde ao Grupo Oyak, da Turquia.
O grupo turco alienou este ano a Cimpor à Taiwan Cement Corporation (TCC). Além de Portugal e Cabo Verde, a Cimpor também opera na Costa do Marfim, Camarões e Gana.
A Intercement tem dez unidades industriais, 21 centros de distribuição e 18 áreas de mineração, segundo o site da empresa.
“A companhia mantém e reafirma a confiança na sua solidez operacional, sendo certo que a Recuperação Judicial auxiliará na construção de uma solução definitiva para o restabelecimento do seu equilíbrio económico-financeiro, permitindo, assim, a manutenção do seu bom desempenho operacional e retomada do crescimento das suas atividades”, diz a cimenteira brasileira no comunicado.
Segundo a Bloomberg, a Intercement tem uma dívida total de 29,2 mil milhões de reais, o equivalente a 4,6 mil milhões de euros.
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