TAP lança rotas entre Lisboa e Los Angeles e do Porto para Boston

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

Os voos entre Lisboa e Los Angeles arrancam a 16 de maio de 2025 e irão operar às terças, sextas e domingos. Os voos entre Porto e Boston têm início a 14 de maio.

A TAP anunciou esta terça-feira duas novas rotas diretas para os EUA, entre Lisboa e Los Angeles e entre o Porto e Boston, a partir de maio do próximo ano, segundo um comunicado divulgado pela transportadora.

A transportadora indicou que “os voos entre Lisboa e Los Angeles arrancam a 16 de maio de 2025 e irão operar às terças, sextas e domingos até 26 de maio, data a partir da qual é adicionada uma quarta frequência semanal aos sábados e até 25 de outubro”, referiu, sendo que “o voo tem uma duração de 11 horas e 20 minutos”.

Esta rota será operada com “aeronaves Airbus A330-900, com capacidade para 298 passageiros”, destacou. Por sua vez, “os voos entre o Porto e Boston têm início a 14 de maio do próximo ano e são realizados às segundas, quartas, sábados e domingos até ao dia 25 de outubro”, destacou, e terão duração de “6 horas e 35 minutos”, destacou.

A rota irá ser servida por Airbus A321-Long Range, com capacidade para 168 passageiros, disse a empresa. A TAP anunciou ainda que, “a partir de 03 de junho de 2025, um dos voos semanais da TAP entre Lisboa e São Francisco, à terça-feira, passa a fazer uma escala na Terceira, permitindo assim uma nova oferta da companhia, um voo direto entre a ilha dos Açores e a Califórnia, de forma a servir a numerosa comunidade açoriana ali residente”.

Neste momento, a companhia aérea voa de Lisboa para sete aeroportos dos EUA: Nova Iorque, Newark, Boston, Miami, Washington DC, São Francisco e Chicago. Do Porto voa para Newark.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Sem cumprir desígnio”, Banco de Fomento falha preços atrativos para as empresas

Empresários e concorrência bancária criticam as condições de financiamento oferecidas pelo Banco de Fomento às empresas. Administrador do Novobanco pede que se deixe de "demonizar" os lucros no setor.

Criado para atuar em áreas em que há falhas de mercado por parte da banca comercial, o Banco Português de Fomento (BPF) “até à data não conseguiu cumprir esse desígnio”. “Gostaríamos de encontrar um parceiro no apoio ao investimento precisamente em áreas em que a banca comercial precisa de outras condições. Devia lançar produtos de forma mais consistente e é evidente que as condições de preço do BPF não são atrativas para as empresas. Tem de ter uma melhoria evidente nos processos”, diagnosticou Luís Ribeiro, administrador executivo do Novobanco, na 7º Edição da conferência Fábrica 2030, organizada pelo ECO.

Enquanto se aguarda a aceitação do fit and proper da nova administração do BPF por parte do Banco de Portugal, o administrador do Novobanco sublinhou, no entanto, que “qualquer linha de garantia mútua ou de apoio no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não deve servir para apoiar investimentos que não são rentáveis e que não criam valor”. “O BPF deve ter o seu papel. Felizmente, temos uma excelente banca comercial”, salientou Luís Ribeiro.

Luís Ribeiro, board member do Novobanco

Durante a 7.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Alfândega do Porto, José Teixeira, CEO da gigante têxtil Riopele, sediada em Vila Nova de Famalicão e que lidera o Projeto Lusitano no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, atestou que “qualquer banco oferece melhor condições do que o Banco de Fomento, quando [estão em causa] empresas com rácios saudáveis”.

“Aquilo que as empresas têm de pagar ao Banco de Fomento é mais duas ou três vezes de diferença [face à banca comercial]. Isto com uma maturidade a oito anos é inviabilizar qualquer contrato que se queira fazer, a não ser que a empresa não tenha outra alternativa”, realça o gestor. Ora, quem acaba por recorrer a estas linhas de financiamento são “startups que não têm acesso a outras fontes de financiamento” ou, em alternativa, “empresas que estão mal”.

Tendemos a demonizar os lucros dos bancos, mas sem bancos rentáveis não há investidores disponíveis para dar crédito. Haja bons projetos, que há boa capacidade para os financiar.

Luís Ribeiro

Administrador do Novobanco

Por outro lado, numa fase em que o Novobanco “anda em roadshow permanente, em contacto com investidores internacionais”, Luís Ribeiro assegurou que “Portugal é hoje olhado de forma positiva” e que “esse é um aspeto que influencia o custo do financiamento às empresas portuguesas”. “Os mercados externos têm uma visão muito mais positiva da economia portuguesa do que aquela que temos nós próprios”, acrescentou o administrador do banco.

Lembrando que “sem bancos fortes também não vamos ter capacidade de dar crédito e apoiar os investimentos” no país, Luís Ribeiro salientou que a banca portuguesa “compara muito bem” com as concorrentes de outros países no que toca aos indicadores de solvabilidade, em termos de eficiência entre custos e receitas e em termos de rentabilidade. “Tendemos a demonizar os lucros dos bancos, mas sem bancos rentáveis não há investidores disponíveis para dar crédito. Haja bons projetos, que há boa capacidade para os financiar”, atestou o administrador do Novobanco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Barnier avisa que moção de censura tornará tudo mais difícil

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O primeiro-ministro francês alertou ainda que a dívida francesa "é mais grave" e "todos terão de a pagar um dia".

O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, advertiu esta terça-feira que uma moção de censura ao governo “tornará tudo mais difícil e mais grave”, na véspera da votação das iniciativas da esquerda e da extrema-direita que poderá derrubar o executivo.

“Há uma coisa de que tenho a certeza, e quero que se lembrem do que vos estou a dizer hoje, é que a censura, que é o tema do debate de amanhã [quarta-feira], tornará tudo mais difícil e mais grave”, disse Michel Barnier (centro-direita), durante o período de perguntas ao Governo na Assembleia Nacional francesa.

O chefe do executivo, em funções há três meses, acrescentou que “a situação é difícil em termos do plano orçamental e do plano financeiro” e “muito difícil no plano económico e social”. O primeiro-ministro francês insistiu ainda que “todos sabem que a situação é difícil”, alertando ainda que a dívida francesa “é mais grave” e “todos terão de a pagar um dia”.

Mais tarde, durante uma entrevista televisiva em direto de Matignon, Barnier disse que é “possível que haja um reflexo de responsabilidade” dos deputados para evitar derrubar o seu Governo. “Depende dos deputados, cada um dos quais tem uma responsabilidade perante o povo francês”, acrescentou.

O chefe do executivo advertiu que “os interesses do país estão em jogo”, admitindo uma “situação frágil e efémera” do seu governo minoritário. Sem o suporte necessário na Assembleia Nacional francesa, Barnier aprovou na segunda-feira o orçamento da Segurança Social através do artigo 49.3, que permite a aprovação sem votação, o que originou as duas moções de censura por parte da oposição.

Para que o país recupere a estabilidade política, talvez seja necessário “que [o Governo] continue”, disse o primeiro-ministro de centro-direita e antigo comissário europeu, apelando ao “respeito entre a classe política”.

Não houve qualquer falha” nas negociações com as diferentes forças políticas, a extrema-direita União Nacional (RN) e a coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), para a elaboração do orçamento de 2025, garantiu. A moção de censura “não é um voto a favor ou contra Barnier”, referiu, defendendo que “é um voto sobre um texto”, neste caso sobre o orçamento da Segurança Social, um projeto de lei para 2025 que “foi objeto de semanas e semanas de trabalho”.

“Os dourados que nos rodeiam, os veículos oficiais, os dourados da República, não me interessam, não é isso que está em causa, não sou eu que estou em causa. O que está a acontecer agora transcende-me”, afirmou. Os franceses “sentem que não deve haver caos” e “quase 18 milhões de franceses verão o seu imposto sobre o rendimento aumentar” se o projeto de lei for censurado, acrescentou.

“Não é por prazer que estou a apresentar um orçamento tão difícil”, sublinhou. Nomeado a 5 de setembro pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro de 73 anos, reconheceu que a situação é “sem precedentes” nos últimos 60 anos, devido à fragmentação da Assembleia Nacional (esquerda, centro-direita e extrema-direita).

“Quando cheguei aqui [ao gabinete no Matignon], há três meses, sabia que podia sair na manhã seguinte, porque é uma questão política muito complicada”, disse Barnier, acrescentando que “o momento é grave, é difícil, mas o desafio não é impossível”. Sobre a sua relação com Emmanuel Macron, com quem fala “todos os dias”, o chefe de Governo discordou dos apelos da oposição à demissão do Presidente francês, que “foi escolhido [em 2022] para servir” durante mais cinco anos.

Barnier, que no caso de ser derrubado pela Assembleia Nacional será o primeiro-ministro mais breve da V República desde 1958, afirmou que continuou a querer ouvir as propostas dos deputados para um “orçamento [do Estado] que não é perfeito”.

“Sempre disse que este texto podia ser melhorado, que o era, que não era definitivo e que o melhorámos. Ouvimos todos e fizemos progressos em muitos pontos”, afirmou o primeiro-ministro francês, apelando por “um pequeno esforço a todos”.

O Presidente francês afirmou esta terça que “não pode acreditar num voto de censura” do Governo, acrescentando que tem “confiança na coerência das pessoas” e que a sua prioridade é a estabilidade.

Na quarta-feira, a Assembleia Nacional vai debater e votar as moções de censura apresentadas pela NFP e pelo RN contra o Governo Barnier, que tem todas as hipóteses de ser aprovada, com a votação necessária de 288 deputados, ao alcance de uma aliança de circunstância entre a esquerda e a extrema-direita.

(Notícia atualizada às 21h05 com novas declarações de Barnier)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ex-MAI, Rui Pereira, é o novo provedor dos destinatários dos serviços da Ordem dos Advogados

O ex-ministro da Administração Interna, Rui Carlos Pereira, é o novo provedor dos destinatários dos serviços da Ordem dos Advogados. A tomada de posse decorrerá no dia 13 de dezembro.

O ex-ministro da Administração Interna, Rui Carlos Pereira, é o novo provedor dos destinatários dos serviços da Ordem dos Advogados. A tomada de posse decorrerá no próximo dia 13 de dezembro, pelas 17h30.

“Após proposta do Conselho de Supervisão, a bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro decidiu designar Rui Carlos Pereira como provedor dos Destinatários dos Serviços da Ordem dos Advogados”, lê-se no site oficial da Ordem dos Advogados.

Neste cargo compete-lhe analisar as queixas apresentadas pelos destinatários dos serviços prestados pelos advogados e emitir recomendações para a sua resolução e para o aperfeiçoamento do desempenho da Ordem dos Advogados.

Licenciado em Direito e mestre em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de Lisboa, Rui Carlos Pereira pertenceu ao Conselho Pedagógico e ao Conselho de Redação da Revista Jurídica desta Faculdade. Foi Professor Convidado na Universidade Lusíada e na Faculdade de Direito da Universidade Nova.

Foi ainda membro da Sociedade Portuguesa de Filosofia, advogado e coordenador do departamento de Contencioso do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa. Entre 1997 e 2000, foi diretor-Geral do Serviço de Informações de Segurança e secretário de Estado da Administração Interna entre 2000 e 2002.

Entre 2003 e 2006, foi membro do Conselho Superior do Ministério Público e membro fundador e o primeiro presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo. O seu percurso conta ainda com a passagem pelo Tribunal Constitucional, onde foi assessor e juiz, e pelos XVII e XVIII Governos Constitucionais, onde foi ministro da Administração Interna.

Foi condecorado, em Portugal, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique, a Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, do Concelho de Oeiras, a Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, do Concelho de Chaves, e a Medalha de Honra da Cidade de Setúbal, na classe de Paz e Liberdade.

No estrangeiro, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Real da Estrela Polar do Reino da Suécia, a Grã-Cruz da Ordem do Grão-Duque Gediminas da República da Lituânia, a Ordem do Mérito da República da Eslovénia, a Ordem do Mérito da República da Malta e a Ordem de Mérito da República da Polónia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dominguinhos dramatiza reprogramação do PRR. “Seis meses adicionais são fundamentais para concretizar investimentos”

Pedro Dominguinhos diz que execução no terreno das Agendas está “10 a 15 pontos acima” do reporte financeiro. Riopele “não se meteu em aventuras” e escolheu parceiros capazes de cumprir as metas.

Da esquerda para a direita: Jorge Nadais (partner da Deloitte), José Teixeira (CEO da Riopele), Luís Ribeiro ( board member do Novobanco) e Pedro Dominguinhos (presidente da CNA do PRR)

O presidente da comissão nacional de acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já avisou o Governo que “face aos constrangimentos burocráticos, ao atraso inicial e ao impacto das Agendas Mobilizadoras para a economia portuguesa, era desejável aproveitar o tempo todo que [há] ao dispor no PRR, ou seja, até junho de 2026, para concretizar” esses projetos.

“O que os consórcios têm de saber é se podem executar os investimentos no primeiro semestre de 2026. Esses seis meses adicionais são fundamentais para concretizar o investimento”, advertiu Pedro Dominguinhos, notando que as empresas não querem “correr o risco” se isso não for, entretanto, garantido.

A bem do interesse nacional – e não das agendas particulares -, sustentou, “como há motivos para estender o prazo, era desejável [as empresas] terem os seis meses adicionais e um processo de reprogramação do PRR” que depende do Executivo liderado por Luís Montenegro, frisou o responsável, durante a 7.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Alfândega do Porto.

Após seis meses iniciais para “assinar papéis”, Dominguinhos atesta que houve uma aceleração dos investimentos por parte das Agendas Mobilizadoras do PRR e que ela será sentida com “maior intensidade” no próximo ano. No entanto, assegura que “o que é reportado é inferior à execução física neste momento”, uma vez que os relatórios são trimestrais e há reportes que são deixados para mais tarde. “No terreno estamos com um investimento superior, entre 10 a 15 pontos percentuais acima. Face aos 33% de execução financeira, a execução [real] anda entre os 42% e os 45%”, contabilizou.

José Teixeira, CEO da Riopele

No caso da Riopele, o CEO assegurou na mesma conferência que o Projeto Lusitano, que nasceu em Vila Nova de Famalicão e que envolve um total de 17 parceiros numa aposta em soluções sustentáveis e energéticas para revolucionar a fileira têxtil está perto da execução dos 70%. “Não nos metemos em aventuras e só nos rodeámos de parceiros que consigam cumprir as mesmas metas”, notou José Teixeira, destacando que a empresa “não utiliza os fundos se eles não casarem com a estratégia”.

“Em dois a três anos, 100% do valor da nossa produção que era feita com gás natural passou a biomassa e vamos conseguir atingir valores superiores a 35% em energia elétrica que a Riopele gera com parques fotovoltaicos”, assegurou ainda o líder da gigante têxtil minhota, que espera atingir a neutralidade carbónica em 2027. José Teixeira não tem dúvidas de que o “PRR acelerou este investimento, mas salvaguarda que isso “é algo que vem da fundação da empresa”.

Não nos metemos em aventuras e só nos rodeámos de parceiros que consigam cumprir as mesmas metas.

José Teixeira

CEO da Riopele

Ora, a comissão de acompanhamento já visitou mais de 40 Agendas Mobilizadoras e ouviu os empresários envolvidos dizerem que aproveitaram os fundos da bazuca europeia para fazerem “investimentos que de outra forma não fariam”. No entanto, Pedro Dominguinhos avisou que “nem toda a investigação e desenvolvimento (I&D) dá o resultado esperado no imediato” e que esses são “processos particularmente exigentes”. Outra vantagem apontada por Dominguinhos foi o reforço da capacidade de contratação de recursos humanos altamente qualificados, incluindo provenientes do estrangeiro, que “pretende-se que fiquem para futuro” ao serviço das empresas nacionais.

Jorge Nadais partner da Deloitte

Presente no mesmo painel com o tema “As Agendas Mobilizadoras Transformam a Economia?”, Jorge Nadais recordou que as agendas no âmbito da energia estão a ter dificuldades de execução. O partner da Deloitte justificou que estes constrangimentos estão relacionados com o facto de “os produtos na área de energia obrigarem a legislação que nem sequer existia, como é o caso do hidrogénio verde”. No entanto, apesar das dificuldades enumeradas, o responsável da consultora recordou que “apostar em projetos inovadores era a grande ambição do PRR”.

Questionado sobre os projetos que não serão concluídos dentro do prazo previsto, o partner da Deloitte sublinhou que as empresas ainda têm ano e meio para concluir as agendas do PPR. “Haverá certamente projetos que vão ficar concluídos, mas alguns não vão ficar concluídos. Porém, isso não depende de Portugal e será a Comissão Europeia a avaliar esse assunto”, completou.

Luís Ribeiro, administrador do Novobanco, está habituado a ouvir os empresários portugueses a comentar a falta de recursos humanos, sejam eles mais ou menos qualificados, mas também de “toda a burocracia na máquina do Estado” e de um “enquadramento fiscal adverso, seja no IRC, no IRS ou nas contribuições para a Segurança Social”. Por outro lado, lembrou que “os fundos que podem transformar a economia portuguesa não se esgotam no PRR”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Concluída contratação de 570 Oficiais de Justiça

Os 507 Oficiais de Justiça vão ser distribuídos pelas diversas comarcas do país. A entrada em funções está prevista para 13 de janeiro de 2025.

Já está concluída a contratação dos 570 Oficiais de Justiça que vão reforçar as secretarias judiciais de todo o país. A informação foi avançada esta terça-feira pelo Ministério da Justiça. A entrada em funções está prevista para 13 de janeiro de 2025.

Os Oficiais de Justiça foram colocados nas vagas disponíveis combinando dois critérios: a classificação obtida no concurso e a preferência indicada sobre as vagas disponíveis, fixadas de acordo com as necessidades prioritárias de cada comarca.

As 507 vagas vão distribuídas pelas diversas comarcas do país: 302 para a região norte e centro, 204 para a região da grande Lisboa, 51 para o sul e 13 para as ilhas.

“Hoje é um dia de dupla celebração para a Justiça: não só se dá início à tramitação eletrónica do inquérito no processo penal – o que muito vai contribuir para dar celeridade aos processos-crime – como ficou concluída a contratação de quase 600 Oficiais de Justiça, preenchendo-se todas as vagas. Os funcionários Judiciais são essenciais ao funcionamento da Justiça. Estou muito contente por termos fechado esta contratação massiva“, sublinhou a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice.

A diretora-Geral da Administração da Justiça, Ana Cláudia Cáceres, considerou que estes novos funcionários vão “reforçar as secretarias Judiciais e do Ministério Público, permitindo que a Justiça preste um melhor serviço”. “Os funcionários judiciais são essenciais para que trabalho dos magistrados e dos advogados seja consequente e eficiente. É com especial satisfação que damos por concluído o processo, preenchendo todas as 570 vagas”, acrescenta.

O processo de contratação foi autorizado pelo Ministério das Finanças em agosto, tendo o procedimento começado, formalmente, a 10 de setembro, com a publicação do aviso. No total, o concurso recebeu mais de duas mil candidaturas. Dos 2.029 candidatos, foram admitidos a concurso 1.647 interessados.

“Entretanto, o Ministério da Justiça prossegue, conjuntamente com a Secretaria de Estado da Administração Pública, os trabalhos de revisão do “Estatuto dos Oficiais de Justiça”, para que possa entrar em vigor em data a definir em 2025”, refere o Executivo em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministro da Agricultura diz que “há decréscimo no consumo e um ataque ao vinho”

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

"O vinho não é inimigo do ambiente, bem pelo contrário, é amigo da economia, da competitividade, da coesão territorial, das nossas diferenças e daquilo que é o nosso território", disse o ministro.

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, disse esta terça-feira, no Porto, que “há um decréscimo no consumo global e um ataque ao vinho que não faz sentido”.

“É preciso que o vinho seja consumido com moderação, como eu tenho insistido, mas também tenho dito, por exemplo, que o vinho faz parte da nossa dieta mediterrânica, assim como o azeite, e portanto, é algo que é essencial também para a nossa economia”, sublinhou.

O ministro da Agricultura presidiu à abertura do Simpósio Internacional de Viticultura e Clima, organizado pela Embaixada dos EUA em Portugal, juntamente com a rede de Centros de Clima do Departamento de Agricultura dos EUA, a decorrer na Universidade Católica, no Porto.

“O vinho não é inimigo do ambiente, bem pelo contrário, é amigo da economia, da competitividade, da coesão territorial, das nossas diferenças e daquilo que é o nosso território”, afirmou José Manuel Fernandes. Na sua intervenção, José Manuel Fernandes salientou que “o combate às alterações climáticas não tem fronteiras” e que, portanto, todos têm de cooperar.

“É importantíssimo que as democracias reforcem os acordos de cooperação. Para combatermos os efeitos das alterações climáticas, há que reforçar a investigação e a inovação”, acrescentou.

“Cada um tem de fazer a sua parte. A União Europeia está a fazê-la, temos o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal), que é uma lei vinculativa em que estamos todos empenhados. Aliás, 30% do montante do quadro financeiro plurianual é para manter o combate às alterações climáticas, mas é evidente que é necessário o esforço de todos, só os nossos esforços, ainda que importantes, não têm o efeito que nós pretendemos”, sublinhou o ministro da Agricultura.

Apelou para que “as democracias, pelo menos elas, se unam na defesa de valores e princípios como a solidariedade”, defendendo que “combater as alterações climáticas é uma questão de solidariedade, já para com as gerações atuais, mas sobretudo para com as gerações futuras”.

“Claro que o caminho tem de se fazer sem fundamentalismos, caso contrário, nunca atingimos os objetivos”, frisou. O ministro referiu ainda que em janeiro de 2025 será apresentado o cronograma de investimentos no âmbito do “Água que Une”, a nova estratégia nacional para a gestão da água.

“Serão milhares de milhões de euros que têm como objetivo armazenar a água para distribuí-la para a agricultura, para consumo humano, mas também para darmos aos rios o caudal ecológico que eles necessitam. Este ‘Água que Une’ tem o objetivo de ajudar também a combater as alterações climáticas, mantendo a produção que temos e até podendo reforçá-la”, disse à Lusa José Manuel Fernandes.

O simpósio reúne mais de 70 investigadores, produtores, representantes do Governo e associações de Portugal, França, Espanha e Estados Unidos para debater os desafios climáticos comuns enfrentados pela indústria da viticultura, particularmente em climas mediterrânicos.

Os especialistas presentes identificarão lacunas no conhecimento na qual a colaboração internacional e a partilha de informação possam produzir melhores e mais rápidos resultados para os produtores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Presidente sul-coreano declara “lei marcial de emergência”

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O presidente sul-coreano justifica a medida para "erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional".

O Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, declarou esta terça-feira “lei marcial de emergência” para proteger a “ordem democrática constitucional”, acusando a oposição de controlar o parlamento e simpatizar com a Coreia do Norte.

Durante uma comunicação transmitida pela televisão, Yoon prometeu “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional”.

Desconhece-se ainda como as medidas vão afetar a governação e a democracia, porém, o Ministério da Defesa convocou uma reunião dos “principais comandantes e apelou a uma vigilância reforçada”, segundo a agência noticiosa local Yonhap. “O ministro ordenou igualmente que as forças armadas se mantivessem em guarda de emergência”, segundo a curta notícia divulgada depois de o Presidente ter decretado a lei marcial.

Enfrentando uma diminuição na sua aprovação, Yoon tem-se esforçado por implementar a sua agenda desde que assumiu o cargo em 2022, contra um parlamento controlado pela oposição. O partido conservador Poder Popular de Yoon regista um impasse com o Partido Democrático, da oposição liberal, sobre o projeto de lei orçamental para 2025.

Yoon tem também rejeitado os apelos a investigações independentes sobre os escândalos que envolvem a sua mulher e altos funcionários, o que tem levado a fortes críticas dos seus rivais políticos. Também o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, convocará uma reunião de emergência com os principais responsáveis económicos, segundo a Yonhap.

Esta reunião incluirá os diretores do Banco da Coreia, da Comissão de Serviços Financeiros e do Serviço de Supervisão Financeira, informou o Ministério das Finanças, acrescentando que a reunião será seguida de uma sessão separada com altos funcionários do Ministério das Finanças.

O Partido Democrático terá convocado uma reunião de emergência dos seus deputados depois do anúncio de Yoon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PAF Advogados assessora Unik Capital Solutions em investimento imobiliário de 70 milhões de euros

A PAF Advogados assessorou a Unik Capital Solutions na aquisição de três ativos na área da saúde, até agora detidos pela Orpea Portugal IMMO. O investimento foi de 70 milhões de euros.

A PAF Advogados assessorou a Unik Capital Solutions, empresa sediada no Luxemburgo que oferece soluções de investimento imobiliário, na aquisição de três ativos na área da saúde, até agora detidos pela Orpea Portugal IMMO. O investimento foi de 70 milhões de euros.

Os três imóveis adquiridos são um lar de idosos no Porto e dois terrenos destinado à construção de lares de idosos em Gaia e Setúbal. Foi ainda realizada a assinatura de um contrato de arrendamento de 20 anos com operadoras de saúde.

“Com esta operação, a Unik Capital Solutions reforça o seu posicionamento no setor da saúde e marca um passo significativo na sua expansão na Península Ibérica. A PAF representou a Unik Capital Solutions, tendo realizado a due diligence aos três ativos, desenvolvendo e liderando a parte contratual e negociação para a aquisição”, explica o escritório em comunicado.

Segundo Cristina Alves de Freitas, sócia fundadora da PAF Advogados, a firma tem vindo a desenvolver um “vasto” trabalho no mercado de fusões, aquisições e operações de investimento imobiliário. “Esta operação resulta de uma especialização adequada ao perfil dos clientes e de um acompanhamento muito próximo dos mesmos”, acrescenta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comissão Executiva da Global Media muda no final do mês. Diogo Queiroz de Andrade e Mafalda Campos Forte deixam funções

Os administradores com o pelouro editorial, de inovação e comercial deixam a comissão executiva do grupo dono do Diário de Notícias no final do ano.

Diogo Queiroz de Andrade e Mafalda Campos Forte vão deixar a comissão executiva da Global Media no final do mês. O mandato da atual administração termina no dia 31 de dezembro e os dois administradores terão renunciado às funções, em meados de novembro. Vítor Coutinho mantém-se na comissão executiva do grupo.

Liderada por Vítor Coutinho, que acumula os pelouros financeiro e recursos humanos, património, serviços gerais e Direção de Documentação e Informação, a comissão executiva da Global Media era ainda formada desde abril por Mafalda Campos Forte, com o pelouro comercial, e por Diogo Queiroz de Andrade, com os pelouros editorial, digital e inovação, DTSI — Direção de Tecnologias e Sistemas de Informação, Global Imagens e comunicação institucional.

A administração da Global Media foi indicada em fevereiro e a comissão executiva entrou em funções no início de março, ainda antes da venda de parte dos títulos à Notícias Ilimitadas, a nova dona do Jornal de Notícias. Entretanto, recentemente, também José Pedro Soeiro deixou de integrar o conselho de administração, agora composto por Kevin Ho, António Manuel Mendes Ferreira e Victor Menezes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Miguel Albuquerque será recandidato em cenário de novas eleições na Madeira

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O presidente do Governo Regional da Madeira reafirmou hoje que o PSD/Madeira está preparado para ir a eleições se a oposição "deitar o governo abaixo" e garantiu que será novamente o cabeça de lista.

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, reafirmou hoje que o PSD/Madeira está preparado para ir a eleições se a oposição “deitar o governo abaixo” e garantiu que será novamente o cabeça de lista do partido.

“Nós não podemos transformar as questões simples em questões complexas. Nós temos um governo que foi eleito na região há menos de sete meses, esse governo foi eleito pelo povo madeirense”, declarou, aludindo ao ato eleitoral de 26 de maio.

“Se a oposição, por motivos fúteis, quer deitar o governo abaixo, só há uma solução e essa solução, nós assumimos integralmente, é devolver a voz ao povo madeirense e irmos outra vez a votos”.

Miguel Albuquerque, que falava à margem de uma visita a uma empresa, no Funchal, reagiu assim à recusa dos dois maiores partidos da oposição — PS e JPP — em negociarem alterações à proposta de Orçamento da região para 2025 apresentada pelo executivo social-democrata minoritário.

O repto foi lançado na segunda-feira pelo secretário regional da Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho, após uma reunião da conferência dos partidos com assento no parlamento insular.

“Estamos a fazer um esforço, com toda a humildade, no sentido de auscultar os partidos no quadro parlamentar para assegurar a aprovação do Orçamento”, explicou Miguel Albuquerque, sublinhando que se o documento não for aprovado, “toda a gente, sem exceção, será prejudicada na Madeira”.

Como exemplos positivos da proposta de Orçamento, o chefe do executivo salientou a inscrição de 56 milhões de euros para atualizações salariais na função pública, o aumento do valor do subsídio de insularidade, a redução fiscal de 30% no 6.º escalão e de 15% no 7.º escalão do IRS, que implica uma devolução de 19 milhões de euros, e o lançamento da terceira fase da obra do novo hospital.

“Ninguém ganha em bloquear uma situação que diz respeito à vida de toda a gente”, afirmou, reforçando que o PSD tem “disponibilidade para o diálogo”.

No entanto, reiterou que, caso a oposição derrube o executivo, o PSD está disponível para ir novamente para eleições e recordou que nas antecipadas de 26 de maio o partido venceu em 45 das 54 freguesias e em nove dos 11 concelhos da região autónoma.

“Se há sete meses foi assim, nós não temos qualquer problema de devolver a voz ao povo madeirense, porque não é o senhor A, nem o senhor B, nem os partidos que vão decidir qual o Governo da Madeira”, disse, vincando que “quem decide o Governo da Madeira é o povo madeirense”.

Miguel Albuquerque disse ainda que a liderança do partido na região ficou resolvida com as eleições internas em março e, por isso, reúne todas as condições para ser outra vez o cabeça de lista do PSD.

“Claro! Quem é que vai ser?”, enfatizou.

A discussão das propostas de Orçamento e Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração da RAM (PIDDAR) para 2025 está agendada no parlamento madeirense para os dias 09, 10 e 11 de dezembro.

No dia 09 acontece a sessão de abertura com a votação na generalidade, sendo a votação final global no dia 11 de dezembro.

Em 22 de novembro o Governo Regional entregou na Assembleia Legislativa as propostas de Orçamento para 2025, no valor de 2.611 milhões de euros (ME), e de Plano de Investimentos, orçamentado em 1.112 ME, os valores “mais elevados de sempre”.

Para 17 de dezembro está, entretanto, agendada a discussão da moção de censura apresentada pelo Chega.

A confirmarem-se as intenções de voto divulgadas, a moção de censura terá aprovação garantida com os votos de PS, JPP, Chega e IL, que juntos têm maioria absoluta. O parlamento conta ainda, além do PSD, com o CDS-PP e o PAN.

A aprovação da moção de censura implica a demissão do Governo Regional e a permanência em funções até à posse de uma nova equipa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Glovo passa a contratar “riders” para garantir paz social

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O diretor-geral da Glovo assegurou em Tribunal que a empresa decidiu contratar os seus motoristas de entregas para evitar discussões com a Justiça e com a Inspeção do Trabalho.

O diretor-geral da Glovo assegurou esta terça-feira em Tribunal que a empresa decidiu contratar os seus motoristas de entregas para evitar discussões com a Justiça e com a Inspeção do Trabalho, apesar de considerar que o modelo atual é legal.

O CEO da Glovo, Oscar Pierre, prestou declarações durante menos de meia hora perante a juíza de Barcelona que investiga a queixa que o Ministério Público apresentou contra si por empregar falsos trabalhadores independentes, um dia depois de a Glovo ter anunciado que vai mudar o seu modelo laboral e que passa a contratar os seus motoristas de entregas, segundo fontes judiciais.

A perguntas do seu advogado, Cristóbal Martell, o arguido insistiu que o anúncio da mudança do modelo laboral da Glovo é uma “coincidência” e justificou que procura “paz social” e evitar conflitos com a Inspeção do Trabalho e os tribunais, após as múltiplas sanções por empregar os “riders” como falsos trabalhadores independentes.

O fundador da Glovo explicou que o compromisso de mudar o modelo foi acordado em reunião de direção da empresa para evitar mais litígios com a Inspeção do Trabalho e os tribunais, apesar de estarem convencidos da legalidade do atual sistema de contratação.

A juíza titular do 31.º Tribunal de Instrução de Barcelona está a investigar Oscar Pierre na sequência de uma queixa apresentada pela Procuradoria de Crimes Económicos contra o CEO da Glovo por ofensa aos direitos dos trabalhadores, por manter os seus motoristas de entregas como trabalhadores independentes, apesar das decisões do Supremo Tribunal e de numerosos tribunais em toda a Espanha que estabelecem que os “riders” são empregados por conta de outrem.

Pierre argumentou perante a juíza que a Glovo tem vindo a modificar o modelo de contratação de motoristas de entregas para o adaptar às decisões judiciais e laborais, bem como à regulamentação em vigor e que, nesta matéria, a empresa tem estado em contacto permanente com a Inspeção do Trabalho.

Por esta razão, defendeu que o atual sistema de condutores de entregas independentes é legal, embora o conselho de administração tenha decidido modificá-lo para garantir a “paz social”.

O patrão da Glovo não detalhou como será implementado o novo modelo de contratação de motoristas de entregas, nem abordou a forma como os ‘riders’ receberam o anúncio, embora uma das suas linhas de defesa neste caso seja a de que é do interesse dos trabalhadores continuarem a trabalhar por conta própria.

Num comunicado divulgado na segunda-feira, a Glovo, propriedade do grupo alemão Delivery Hero, assegurou que tinha dado este passo “no âmbito do seu firme compromisso com Espanha, o seu país de origem e principal mercado”, e que abrirá um diálogo com os parceiros sociais para orientar a mudança de modelo.

Oscar Pierre (Barcelona, 1992) é considerado uma referência no mundo dos “empreendedores” pela criação da Glovo, mas os seus detratores censuram-no por ter fundado a sua empresa com base numa mão-de-obra de entregas que lhe valeu múltiplas sanções.

Sindicatos e grupos que representam os chamados “riders” denunciam que é prática comum alugar as contas dos motoristas de entregas a imigrantes sem documentos, que tentam ganhar dinheiro entregando comida ao domicílio de bicicleta, mota, trotineta elétrica ou mesmo a pé.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.