Taxa de inflação nos EUA mantém-se em 2,6% em dezembro

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2024

A chamada inflação subjacente, que exclui os preços da alimentação e da energia por serem mais voláteis, desacelerou para 2,9%, o menor aumento em quase três anos.

A taxa de inflação homóloga nos Estados Unidos permaneceu estável em 2,6% em dezembro, mas a inflação subjacente caiu para o nível mais baixo desde março de 2021, indicou esta sexta-feira o Departamento do Comércio. Segundo o índice PCE, que é o privilegiado pela Reserva Federal (Fed), a chamada inflação subjacente, que exclui os preços da alimentação e da energia por serem mais voláteis, desacelerou para 2,9%, o menor aumento em quase três anos.

Na comparação mensal, os preços subiram 0,2% em relação a novembro, como era esperado, depois de terem recuado 0,1% entre outubro e novembro. “A inflação está agora sob controlo”, declarou na quinta-feira a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen.

Os norte-americanos “veem a sua situação financeira melhorar”, acrescentou, considerando que “se a inflação continuar fraca, vão começar a recuperar a confiança na economia”. A administração liderada por Joe Biden tem considerado que a evolução dos preços é uma questão-chave nas presidenciais de novembro.

O ex-Presidente Donald Trump, bem colocado para ser o candidato presidencial republicano, tem acusado regularmente os democratas de terem uma política inflacionista. Segundo o Departamento do Comércio, o rendimento das famílias aumentou mais lentamente em dezembro do que em novembro, 0,3% em comparação com 0,4%. Mas os seus gastos aumentaram mais rapidamente, impulsionados pelas compras de Natal e Ano Novo, (0,7% em comparação com 0,4%).

O índice PCE é particularmente seguido pelo banco central norte-americano (Fed), que tem como objetivo uma taxa de inflação de 2%. A Fed terá na próxima semana a sua primeira reunião de política monetária deste ano e não deve mexer nas taxas de juro, que estão entre 5,25% e 5,50% desde julho passado.

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Business Insider vai despedir 8% dos seus trabalhadores

A medida deve afetar cerca de meia centena de trabalhadores. Esta semana o jornal Los Angeles Times também anunciou o despedimento de mais de um quinto da sua redação.

Numa nova vaga de despedimentos entre os órgãos de comunicação norte-americanos, o Business Insider anunciou que vai despedir 8% dos seus trabalhadores. A medida deve assim afetar cerca de 50 colaboradores.

A notícia foi avançada esta quinta-feira pela CEO, Barbara Peng, num comunicado aos funcionários. “Já começámos a reorientar as equipas e a investir em áreas que geram valor para o nosso público-alvo. Infelizmente, isto também significa que temos de fazer cortes em algumas áreas da nossa organização“, escreveu a CEO do meio norte-americano, citada pelo Financial Times.

“Estamos a despedir-nos de colegas maravilhosos que ajudaram a transformar o Business Insider naquilo que ele é hoje. Estamos profundamente agradecidos pela sua paixão, energia e trabalho de equipa”, refere Barba Peng na mesma nota, acrescentando que os funcionários demitidos vão receber um mínimo de 13 semanas de pagamento.

Em abril do ano passado a Business Insider já tinha comunicado aos trabalhadores que iria dispensar cerca de 10% dos funcionários.

Fundada em 2007 por Henry Blodget, a Business Insider foi depois comprada em 2015 por 343 milhões de dólares (cerca de 316,5 milhões de euros) pela Axel Springer, uma das maiores editoras digitais europeias.

Esta terça-feira o jornal Los Angeles Times (LAT) também anunciou o despedimento de mais de um quinto da sua redação. Pelo menos, 115 jornalistas do LAT vão assim ser despedidos, depois de perdas anuais situadas entre os 30 e os 40 milhões de dólares.

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Iniciativa Liberal aproveitou anúncio da Ikea para comunicar

  • + M
  • 26 Janeiro 2024

A Iniciativa Liberal aproveitou o anúncio da Ikea para também comunicar. Depois de dezenas de marcas, a estante “Boa para guardar livros. Ou 75.800€" chegou aos post do partido.

Com todo o buzz criado à volta do recente outdoor da Ikea, muitas foram as marcas que aproveitaram para também comunicar nas redes sociais. Mas a onda parece também ter sido apanhada junto do quadrante político, com a Iniciativa Liberal (IL) a usar o assunto de marketing do momento nas suas publicações.

O anúncio da Ikea, que se tornou viral ao promover uma estante “Boa para guardar livros. Ou 75.800€“ – montante em dinheiro apreendido ao chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária -, foi assim aproveitado pelo partido conhecido pela sua comunicação irreverente nas redes sociais.

Numa publicação, a Iniciativa Liberal usou três estantes com nomes inspirados em modelos da marca sueca e chamou à campanha o PS, Chega e PSD.

A uma estante “dedicada” ao caso que levou à demissão de António Costa (e que foi aproveitada pela Ikea), o partido acrescentou outra que alude à polémica que envolve António Maló de Abreu – anunciado como candidato do Chega – por este ter alegadamente recebido cerca de 75 mil euros em subsídios e ajudas de custo por ter declarado residência em Luanda, quando na verdade viveria maioritariamente em Portugal.

Numa outra estante, a Iniciativa Liberal “ataca” o PSD com a recente constituição de Miguel Albuquerque, chefe do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), como arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção.

O partido “atualizou” depois o post, publicando a mesma imagem mas acrescentando ainda outra estante, referente ao facto caso de José Sócrates, que vai a julgamento por três crimes de corrupção, 13 de branqueamento e seis de fraude fiscal.

Antes, em outra publicação, a Iniciativa Liberal também parodiou o caso. “Se não tens 75.800€ em dinheiro vivo para guardar na nova estante, como se fosses chefe de gabinete de António Costa, podes sempre visitar o Largo dos 75.800€”, escreveu o partido no post, onde acrescentou um link com uma localização no Google Maps, que indica o Largo do Rato – sede do Partido Socialista.

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Cork Supply investe 11 milhões para ter à “rolha perfeita”

“Obcecado pela rolha perfeita", o fundador do segundo maior grupo corticeiro português, o alemão Jochen Michalski, investiu 11 milhões de euros na última década.

A Cork Supply, empresa portuguesa especialista em rolhas naturais e técnicas para vinhos e espumantes, investiu 1,2 milhões de euros em tecnologia patenteada para chegar à Legacy, a autoproclamada “rolha de cortiça mais consistente do mundo“. Mas, ao longo da última década, o grupo corticeiro já investiu 11 milhões de euros para eliminar o ácido TCA (molécula responsável pelo aroma a mofo) e controlar o oxigénio que passa através da rolha para o vinho.

“Somos obcecados pela rolha de cortiça perfeita desde que lançámos a Cork Supply na década de 80. Temos vindo a investir em tecnologias desde sempre, criando patentes e soluções que nos permitem chegar hoje ao mercado premium com a rolha de cortiça natural mais perto da perfeição do mercado”, afirma Jochen Michalski, presidente e fundador da Cork Supply. O gestor realça ainda que a Rolha Legacy “é o resultado de mais de uma década de investimentos na procura da rolha perfeita e a única no mundo com garantia de recompra de garrafa devolvida”.

 

O fundador da Cork Supply, o segundo maior grupo corticeiro português que emprega 650 pessoas, realça que esta nova tecnologia “é o corolário de uma década de investigação e vem elevar o estatuto da rolha de cortiça portuguesa e a posição da Cork Supply como líder de inovação nesta área”.

Jochen Michalski, fundador e presidente da Cork Supply

A Rolha Legacy resulta da utilização de várias inovações da Cork Supply, entre elas a nova e patenteada tecnologia X100, desenvolvida em conjunto com um parceiro tecnológico, num investimento de 1,2 milhões de euros.

“Esta tecnologia, patenteada e certificada, permite analisar individualmente 100% das rolhas naturais de um lote para remover os casos anómalos de entrada de oxigénio que não podem ser detetados e removidos por outros métodos físicos existentes. A X100 analisa a estrutura interna das rolhas naturais e deteta os casos anómalos que podem permitir a entrada de dez vezes mais oxigénio do que outras rolhas, ‘características’ que não são visíveis a olho nu no exterior da rolha”, explica a Cork Supply, em comunicado.

Com quatro unidades de produção em Portugal (Montijo, São Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira e Rio Meão) e cinco nos principais mercados de vinho (EUA, Austrália, África do Sul, Argentina e China), a Cork Supply produz as rolhas em Portugal, que depois são enviadas para o mercado global do setor vitícola.

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Área Metropolitana vai financiar obras do Coliseu do Porto em 2,5 milhões

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2024

Autarquia do Porto é quem assume a maior fatia (350 mil euros), seguindo-se Gaia, Matosinhos, Maia, Trofa, Santo Tirso, Gondomar, Vila do Conde e Póvoa do Varzim com comparticipação de 175 mil euros.

Os municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) aprovaram esta sexta-feira por unanimidade comparticipar em 2,5 milhões de euros as obras de requalificação do Coliseu do Porto, cabendo à Câmara Municipal do Porto pagar 350 mil euros.

Dos 17 municípios que compõem a AMP, a autarquia do Porto, liderada pelo independente Rui Moreira, é quem assume a maior fatia (350 mil euros), seguindo-se Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Trofa, Santo Tirso, Gondomar, Vila do Conde e Póvoa de Varzim — classificados como municípios da primeira coroa metropolitana — com uma comparticipação cada de 175 mil euros, segundo a proposta aprovada esta sexta-feira no Conselho Metropolitano do Porto e a que a Lusa teve acesso.

Aos municípios da segunda coroa metropolitana — Arouca, Paredes, São João da Madeira, Vale de Cambra, Espinho, Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira e onde Valongo se quis incluir, cabe-lhes uma comparticipação de 5.000 euros.

A aprovação deste apoio financeiro surge depois de, em dezembro de 2023, sete dos 17 municípios da AMP votarem contra a proposta de comparticipação para as obras de reabilitação do Coliseu do Porto, cujo apoio tinha sido aprovado por unanimidade das autarquias presentes na reunião de trabalho do Conselho Metropolitano do Porto realizada em 20 de outubro.

À época a decisão foi contestada pela Câmara Municipal de Valongo que, ausente da respetiva reunião de trabalho, defendeu que a mesma não era válida porque o encontro não tinha poder deliberativo, dado exigir a presença de todos os municípios da AMP.

Ainda nessa ocasião, o presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto pediu consenso na AMP sobre a comparticipação das obras, garantindo assim a candidatura a fundos europeus.

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“Há casos de sucesso na indústria e espaço para continuarmos a ter players de media nacionais fortes”

Rui Freire, managing director da Initiative, aponta dos desafios de agências, meios e anunciantes para 2024.

Rui Freire, Managing Director da Initiative Portugal, em entrevista ao ECO - 30NOV22“O diagnóstico está mais que feito, resta renascer deste estado de exaustão e encontrar soluções para o futuro, de forma a continuarmos a ter um jornalismo livre num país que comemora este ano os 50 anos do 25 de Abril.” A expectativa é de Rui Freire, managing director da Initiative, a quinta maior agência de meios do país de acordo com o MediaMonitor e, pelo segundo ano consecutivo, a Agência de Meios do Ano nos Prémios à Eficácia, organizados pela Associação Portuguesa de Anunciantes.

“Vivemos numa era que mais do que nunca necessitamos de ter um jornalismo sério, imparcial e democrático e o que estamos a assistir é a uma degradação desta nobre arte”, reforça o responsável. Sobre a situação na Global Media, Rui Freire lembra que se trata de “um parceiro importante para as agências e marcas“. “Quero acreditar que ainda há empresários apaixonados pelos media e que podem ter um papel importante na recuperação da empresa”, prossegue.

No extremo oposto, a dona do Correio de Manhã, CMTV, Record, Sábado ou Jornal de Negócios, é apontada como um caso de sucesso. “A Medialivre surge como um projeto de continuidade com pessoas apaixonadas pelo que fazem, o que no dia-a-dia se reflete numa abordagem de renovação e inovação constantes”, justifica.

Crescimento das áreas digitais, foco na sustentabilidade e personalização das campanhas são alguns dos principais desafios para agências, marcas e meios neste ano. Ainda nos media, Rui Freire aponta potencial de crescimento para os meios que consigam incorporar novas tecnologias e a criar alguma “disrupção” nos seus modelos tradicionais de negócio.

Quais são os grandes desafios das agências de meios para este ano?

Continuaremos a assistir ao crescimento contínuo das áreas digitais e uma maior integração de tecnologias emergentes, nomeadamente inteligência artificial (IA) generativa, que já estamos a integrar no nosso dia-a-dia e com impacto direto em termos de produtividade e serviço.

IA, realidade aumentada e soluções mais avançadas de análise de dados potenciadas através de machine learning serão algumas das tendências que claramente já estão a ter impacto positivo.

Teremos de igual modo um maior foco na sustentabilidade. Esta irá ganhar uma importância mais significativa, estando a Initiative já a incorporar práticas sustentáveis nas suas estratégias e planeamento, de forma a fazer o walk the talk para minimizarmos a pegada de carbono.

A personalização de campanhas pode atingir novos patamares com tecnologias mais avançadas, proporcionando experiências mais individualizadas para os consumidores. Segurança dos dados será de igual forma uma preocupação crescente nomeadamente a privacidade dos mesmos. Espera-se um aumento nas práticas de segurança de dados e uma maior ênfase na transparência nas práticas de recolha e uso dos mesmos.

As agências devem focar-se em estratégias que integram perfeitamente diferentes canais, proporcionando uma experiência unificada ao consumidor. A dinâmica do trabalho remoto pode continuar a evoluir, impactando a colaboração e a cultura dentro das agências.

À medida que as necessidades do mercado mudam, espera-se que as agências invistam na formação de talentos com skills multifuncionais e adaptáveis. Vai ser mais um ano desafiante e que com toda a certeza saberemos ser ágeis e flexíveis o suficiente para desta forma continuarmos a ser a referência no setor e uma verdadeira extensão das equipas de marketing dos nossos clientes.

E dos anunciantes e também dos meios?

Os desafios são transversais a toda a indústria, sejam anunciantes meios ou agências. Tanto os anunciantes como os meios devem estar atentos e reagirem de forma incorporá-los nas suas estratégias.

Como antecipa o investimento publicitário em 2024?

Nas nossas previsões em linha com o que já foi 2023 e com um crescimento similar o que demonstra que o setor está numa trajetória positiva.

Vivemos numa era que mais do que nunca necessitamos de ter um jornalismo sério, imparcial e democrático e o que estamos a assistir é a uma degradação desta nobre arte. É com muita pena que assistimos ao que está a acontecer no setor.

Quais são os meios com maior potencial de crescimento e de quebra? Porquê?

Todos os meios que estão a incorporar novas tecnologias e a criar alguma “disrupção” nos seus modelos tradicionais de negócio têm capitalizado mais que os restantes. Um exemplo positivo é o meio outdoor com o seu processo de transformação e digitalização de posições tem vindo a trazer uma lufada de ar fresco e as marcas têm apostado no meio. Um exemplo menos positivo tem sido a imprensa que se tem mantido estagnada em termos de modelo de negócio e com consequências graves em termos de sustentabilidade das próprias empresas que dela dependem.

Estamos a assistir a uma situação muito delicada no grupo Global Media. O último ano marcou, por outro lado, o fim do impasse sobre a venda da Cofina, agora Medialivre. Como analisa o setor dos media?

Vivemos numa era que mais do que nunca necessitamos de ter um jornalismo sério, imparcial e democrático e o que estamos a assistir é a uma degradação desta nobre arte. É com muita pena que assistimos ao que está a acontecer no setor. A Global Media é um parceiro importante para as agências e marcas e quero acreditar que ainda há empresários apaixonados pelos media e que podem ter um papel importante na recuperação da empresa. O diagnóstico está mais que feito, resta renascer deste estado de exaustão e encontrar soluções para o futuro, de forma a continuarmos a ter um jornalismo livre num país que comemora este ano os 50 anos do 25 de Abril.

A Medialivre surge como um projeto de continuidade com pessoas apaixonadas pelo que fazem, o que no dia-a-dia se reflete numa abordagem de renovação e inovação constantes. Há casos de sucesso na indústria e espaço para continuarmos a ter players de media nacionais fortes.

Recuando a 2023, que pontos destaca como os mais positivos e negativos do último ano?

2023 foi um ano de consolidação de crescimento do nosso negócio. Após a pandemia e da recuperação em 2021, os anos de 2022 e 2023 foram anos de reforço do serviço que prestamos aos nossos clientes, seja através de novas competências em termos de RH, seja através de desenvolvimentos complementar de serviços adicionais que acrescentam valor ao que já fazíamos.

Este nível de serviço e o nosso foco em sermos muito eficazes em todos os investimentos que fazemos das nossas marcas e em obtermos o máximo ROI [retorno sobre o investimento], proporcionou-nos pelo segundo ano consecutivo ser a Agência do Ano nos Prémios Eficácia, os prémios mais importantes de todo o setor.

Este é um motivo de orgulho e que nos traz uma sensação de dever cumprido para com as marcas que trabalhamos e às quais estamos gratos por continuarem a confiar em nós e nesta equipa que veste a camisola todos os dias.

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Processo de suspeitas de corrupção na Madeira vai ser conduzido pelo juiz Jorge Melo

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2024

O caso que envolve o presidente da Câmara do Funchal e dois empresários, detidos numa operação em que são investigadas suspeitas de corrupção na Madeira, vai ser conduzido pelo juiz Jorge Melo.

O processo que envolve o presidente da Câmara do Funchal e dois empresários, detidos numa operação policial em que são investigadas suspeitas de corrupção na Madeira, vai ser conduzido pelo juiz Jorge Melo, segundo fonte judicial.

Os três detidos passaram a noite nas instalações da Polícia Judiciária em Lisboa e pelas 12h00 já se encontravam no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, no Parque das Nações, onde será feito o interrogatório, de acordo com fonte judicial.

A mesma fonte disse que o juiz Jorge Melo iria começar a identificação dos suspeitos.

Cerca das 11h00, à entrada do tribunal, Paulo Sá e Cunha, advogado do presidente da Câmara do Funchal, explicou que “em diligências urgentes de arguidos”, os detidos tem um prazo legal para ser identificados que deve ser cumprido, “senão a detenção tem de cessar”, acrescentando que o prazo é de 48 horas.

De acordo com o comunicado divulgado na quarta pela Polícia Judiciária, as detenções ocorreram nesse dia às 14h15.

O processo está a cargo do juiz Jorge Melo, após ter sido sorteado, uma vez que o juiz a quem pertencia está de baixa, informou fonte judicial.

Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas.

No âmbito deste processo, foi ainda constituído arguido o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), tendo a sua residência particular e a Quinta Vigia, sede da presidência do Governo Regional (PSD/CDS-PP), sido alvo de buscas.

De acordo com a Polícia Judiciária, nesta operação estão em causa suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

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Suspeitos de corrupção na Madeira detidos começam a ser ouvidos no sábado de manhã

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2024

O interrogatório aos três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira vai começar no sábado às 10h00, em Lisboa, depois de terem sido identificados esta sexta-feira.

O interrogatório aos três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira, entre os quais o presidente da Câmara do Funchal, vai começar no sábado às 10h00, em Lisboa, depois de terem sido identificados esta sexta-feira, segundo um advogado.

Em declarações aos jornalistas à saída do tribunal, Raul Soares da Viega, advogado de Avelino Farinha, um dos empresários detido, disse que o seu cliente “foi apanhado de surpresa”, mas irá responder a tudo.

“Vai responder. Deixar tudo claríssimo, para não haver nenhum equívoco. Vai-se ver que aquilo que parece não é”, disse Raul Soares da Veiga à saída do Tribunal Central de Investigação e Ação Penal, no Campus de Justiça, no Parque das Nações, em Lisboa.

O advogado disse ainda que a identificação dos três suspeitos decorreu esta sexta-feira de manhã e que os interrogatórios iniciam-se no sábado, às 10h00.

Raul Soares da Veiga acrescentou que só conhece parte do processo que foi entregue na altura das buscas, mas que esta sexta-feira à tarde a defesa poderá consultar a apresentação do Ministério Público.

Os advogados dos suspeitos saíram ao mesmo tempo do tribunal, mas apenas Raul Soares da Veiga prestou declarações aos jornalistas.

Paulo Sá e Cunha, advogado do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e André Navarro de Noronha, que defende o empresário Custódio Correia, não quiseram falar à saída do tribunal.

Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em vários zonas do continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo disse à Lusa fonte da investigação.

No âmbito deste processo, foi ainda constituído arguido o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD).

De acordo com a Polícia Judiciária, nesta operação estão em causa suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

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Lino Tranquada Gomes será o nome escolhido para suceder a Albuquerque

  • Ana Petronilho
  • 26 Janeiro 2024

PSD Madeira tem em cima da mesa cinco nomes para suceder a Albuquerque, que vai renunciar ao cargo, sabe o ECO. Lino Tranquada Gomes, ex-presidente da Assembleia Legislativa, é o nome consensual.

O PSD Madeira já chegou a um consenso para um novo presidente do governo regional. Miguel Albuquerque vai renunciar ao cargo esta tarde e deverá ser substituído por Lino Tranquada Gomes. O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira entre 2015 e 2019 saiu do cargo por imposição do CDS Madeira no acordo com o PSD Madeira para formar o último governo, sabe o ECO.

Em cima da mesa estavam pelo menos cinco nomes para suceder a Miguel Albuquerque que, sabe ainda o ECO, vai renunciar ao cargo depois de ter sido pressionado pelo PSD e após o PAN ter feito saber que rompia com o acordo firmado, que permitiu ao PSD formar um executivo com maioria absoluta, em coligação com o CDS, na Assembleia Legislativa da Madeira. Lino Tranquada Gomes será o nome mais consensual no partido.

Advogado e atual presidente da mesa da assembleia geral do Marítimo, com 65 anos, Tranquada Gomes tinha sido excluído das listas candidatas à Comissão Política e ao Secretariado do PSD/M nas últimas eleições diretas em 2020. Foi ainda líder do grupo parlamentar (após eleições internas do PSD/M) e vice-presidente da direção do grupo parlamentar do PSD/M.

No entanto, Tranquada Gomes está envolvido em algumas polémicas. Em 2016, o nome do então presidente da Assembleia da República foi envolvido no caso Panama Papers, ao aparecer nos registos da Mossack Fonseca. De acordo com as notícias publicadas à data, pelo Expresso e TVI, Tranquada Gomes terá tido procurações passadas em seu nome, e em nome de outras pessoas, por diferentes offshores, incorporadas na Mossack Fonseca, sendo apontado como tendo tido ligações entre 1994 e 2005 com procurações passadas pela Oliveira Inc, Sudotel SA (registadas no Panamá) e Dorcal International Ltd. (Ilhas Virgens Britânicas).

Mais tarde, em 2019, foi um dos ex-membros do Conselho Fiscal do Banif que foi condenado pelo Tribunal da Concorrência a pagar uma multa de 20 mil euros aplicada pelo Banco de Portugal por incumprimento do limite de 10% dos fundos próprios do banco na concessão de crédito a entidades dependentes, direta ou indiretamente, da Herança Indivisa de Horácio Roque. O tribunal condenou os ex-membros do Conselho Fiscal do Banif por causa da “gravidade e culpa elevadas” e do “comportamento doloso”, escreveu na altura o DN Madeira. Tranquada Gomes foi vogal do Conselho Fiscal do Banif entre Julho de 2007 e Março de 2012

Outro dos nomes em cima da mesa será Pedro Coelho, atual presidente da autarquia de Câmara de Lobos, escreve o DN Madeira que sublinha que fora de campo está José Manuel Rodrigues, presidente do CDS Madeira e presidente da Assembleia Legislativa, substituindo Tranquada Gomes.

Desta forma, a crise política na Madeira resulta num novo governo regional sem uma ida às urnas. O Presidente da República fez saber que está aberto à possibilidade de aceitar um novo governo regional sem convocar eleições, desde que seja liderado por uma pessoa do PSD que não tenha tido funções executivas nos últimos anos. Isto porque, escreve o Expresso (acesso pago), “grande parte das decisões que estão sob investigação foram tomadas em conselho de governo”, implicando direta ou indiretamente todos os secretários regionais. Também não podem ter qualquer ligação às empresas que foram visadas nas buscas que decorreram esta quarta-feira.

E é neste contexto que o PSD Madeira vai reunir esta sexta-feira a Comissão Política para discutir os últimos acontecimentos políticos, depois de Miguel Albuquerque ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes. A reunião dos 17 membros do órgão máximo regional do partido está marcada para as 17 horas e no fim não haverá declarações à comunicação social, escreve o DN Madeira.

Antes da reunião do partido, o ainda presidente do Governo Regional e líder do PSD-M vai reunir-se, a partir das 15 horas, na Quinta Vigia, com Rui Barreto, secretário regional da Economia, Mar e Pescas e líder regional do CDS. Durante o encontro, escreve o DN Madeira, Albuquerque vai acertar com o parceiro de coligação os próximos passos, antes da reunião da Comissão Política do PSD.

Nos últimos dias, o presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, garantiu várias vezes que não apresentava a demissão, o que levou Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, a vincar que só continuava a apoiar a coligação PSD/CDS com outro presidente no governo regional.

Perante este cenário, durante esta manhã Miguel Albuquerque reuniu, na Quinta Vigia, com o líder da bancada parlamentar do PSD Madeira, Jaime Filipe Ramos.

Entre os partidos da oposição, o Chega e PS decidiram avançar com moções de censura ao executivo liderado por Miguel Albuquerque, com os diplomas a dar entrada esta sexta-feira na Assembleia Legislativa Regional, que com a saída do presidente do governo regional perdem o efeito.

(Notícia atualizada às 19h31 com mais informação)

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Worten aposta em novo visual nas redes sociais

  • + M
  • 26 Janeiro 2024

A nova identidade visual, desenvolvida em parceria com a Fuel, já está a ser aplicada em todas as redes sociais da marca: Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, YouTube, Twitch e Pinterest.

A Worten apostou numa reformulação do seu visual nas redes sociais, com uma imagem “mais arrojada e alinhada com o look & feel da marca”. Esta nova identidade visual foi desenvolvida em parceria com a Fuel.

“Desde 2018 que as redes sociais da Worten tinham um visual próprio, com uma paleta cromática muito próxima da marca. No entanto, com o passar do tempo, sentimos que o design, os elementos gráficos e os grafismos estavam muito datados. O grande desafio foi encontrar uma nova expressão gráfica mais moderna e enquadrada no meio digital“, começa por explicar António Fuzeta da Ponte, head of brand and communication da Worten, citado em comunicado.

“Com a ajuda da Fuel, que também é responsável pelos trabalhos de direção de arte dentro de diversas áreas da Worten, definimos uma nova linha social mais fresca e alinhada com as tendências que identificámos. O resultado é uma imagem mais arrojada, mas que continua a respeitar a identidade da marca e que contribui para nos aproximar do nosso target nas redes sociais”, acrescenta.

Esta nova linha visual já está a ser aplicada em todas as redes sociais da marca (Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, YouTube, Twitch e Pinterest).

O objetivo passa por proporcionar um design “mais moderno, versátil e que continue a refletir a marca e a sua identidade visual”, algo que foi conseguido através de uma “paleta cromática que contribui para tornar a linha gráfica mais identitária, e com recurso a molduras, caixas de texto, stickers e grafismos que captam a atenção, representam modernidade e ajudam a criar dinamismo nas publicações“, refere-se em nota de imprensa.

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Taxa Euribor desce em todos os prazos após decisão do BCE

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2024

Esta sexta-feira, a Euribor a três meses caiu para 3,887% e a seis meses baixou para 3,873%. No prazo mais longo, a 12 de meses, a taxa caiu para 3,597%, longe do máximo de 4,228% atingido em 2023.

A taxa Euribor desceu a três, a seis meses e a 12 meses face a quarta-feira, mantendo-se abaixo de 4% nos três prazos. Com as alterações desta sexta-feira, a Euribor a três meses, que recuou para 3,887%, ficou acima da taxa a seis meses (3,873%) e da taxa a 12 meses (3,597%).

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, desceu esta sexta-feira para 3,597%, menos 0,065 pontos que na quinta-feira, depois de ter avançado em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a novembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,4% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 36,1% e 23,9%, respetivamente.
  • No mesmo sentido, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, baixou esta sexta-feira, para 3,873%, menos 0,038 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • A Euribor a três meses também caiu esta sexta-feira face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,887%, menos 0,038 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

O Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de juro inalteradas na quinta-feira. A presidente da instituição, Christine Lagarde, disse que existem riscos no que toca ao crescimento económico, que a inflação continua numa tendência descendente e que a pressão dos aumentos salariais está a decrescer.

Lagarde mencionou ainda que “as decisões do BCE estão dependentes de dados económicos e os dados em que se focam apontam para um corte de taxas de juro nos próximos meses, potencialmente abril” e indicou também que “o verão poderá chegar mais cedo este ano”. O BCE está a marcar uma pausa no ciclo sem precedentes de aperto monetário que o levou a aumentar as taxas dez vezes desde meados de 2022.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Operação Marquês. Sócrates pode recorrer para Constitucional, mas não muda o desfecho

Sócrates não pode recorrer da substância da decisão do Tribunal da Relação. Mas pode recorrer de questões de lei para o Constitucional. Recurso interposto "não terá efeito suspensivo".

Mais uma reviravolta na Justiça portuguesa. Afinal José Sócrates vai a julgamento por mais 22 crimes na Operação Marquês, para além dos seis que tinha sido pronunciado anteriormente pelo juiz Ivo Rosa. O antigo primeiro-ministro já reconheceu a “derrota jurídica” e assumiu que vai recorrer da decisão. Mas será que pode?

Não e sim. Sócrates não pode recorrer da substância da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa. Ou seja, não pode recorrer sobre as matérias de facto, mas pode recorrer relativamente a questões de lei.

Segundo explicou ao ECO/Advocatus o advogado Pedro Marinho Falcão, “esta decisão não admite recurso ordinário”, apenas para o Tribunal Constitucional (TC) onde se discutem unicamente questões de interpretação da lei e não questões de substância. “Esta decisão não resulta na culpabilidade dos arguidos, determina apenas a ida dos mesmos a julgamento. Desta decisão não resulta imputação de responsabilidade, resulta apenas uma outra interpretação jurídica dos factos”, referiu o advogado.

Assim, o antigo primeiro-ministro pode recorrer, mas só sobre o conteúdo do acórdão. Ou seja, pode recorrer se considerar que foram violadas normas da Constituição da República Portuguesa.

Rui Costa Pereira, advogado da MFA Legal, explicou ao ECO/Advocatus que o regime de recursos para o TC tem “diversas nuances” e “especificidades” relativamente ao regime de recursos comum.

“Relativamente às situações – como a que está em causa – em que a decisão que motiva o recurso para o Tribunal Constitucional é, ela própria, proferida no contexto de um recurso anterior (no caso, do recurso que foi interposto da decisão instrutória, tomada pelo Tribunal Central de Instrução Criminal), o que a Lei do Processo do Tribunal Constitucional prevê é que o recurso interposto de decisão proferida já em fase de recurso mantém os efeitos e o regime de subida do recurso anterior“, explicou.

Sobre o recurso da decisão instrutória de não pronúncia, Rui Costa Pereira referiu que o Código de Processo Penal prevê que esse recurso “apesar de ser conhecido imediatamente”, “não tem efeito suspensivo na marcha do processo“. Logo, o advogado considera que sendo interposto recurso desta decisão, o “mesmo não terá efeito suspensivo”.

Também para Paulo Saragoça da Matta o recurso nunca teria efeito suspensivo. “Não vejo como possa recorrer para o Supremo, e podendo recorrer, para o STJ ou para o TC, nunca teria efeito suspensivo”, disse.

Ainda assim, Rui Costa Pereira diz que pode haver um “twist” devido a um pormenor: “É que antes estava-se a recorrer de uma decisão instrutória de não pronúncia; agora, diferentemente, é de uma decisão de pronúncia de que se estará a recorrer. Ora, o recurso da decisão de pronúncia, quando é admissível, tem efeito suspensivo do processo. A questão que se coloca, é se esta alteração substancial, implica, ou não, uma alteração do regime e dos efeitos de recurso que vigoraram até à decisão da Relação. Qualquer uma das duas soluções tem bons argumentos a seu favor”, disse.

Pedro Marinho Falcão considera ainda que existem questões controversas do ponto de vista constitucional, “de tal forma que a Relação invoca um acórdão do TC de junho de 2023”.

“Entenderam que o crime de corrupção está mal qualificado. Estava qualificado como corrupção sem determinação concreta do ato praticado, que tem pena de três anos e prescrevia ao fim de cinco anos. A Relação qualificou como corrupção de titular de cargo político para ato ilícito, em que a pena é de oito anos e o prazo de prescrição é de dez anos”, sublinhou.

José Sócrates vai assim a julgamento por mais 22 crimes: três crimes de corrupção, 13 de branqueamento e seis de fraude fiscal. “Esta decisão da Relação deixa-me com uma grande sensação de desapontamento”, adiantou.

“Não ficou apenas provado que não havia indícios. Pelo contrário. Foram recolhidos contra-indícios que mostraram que essas alegações, nomeadamente as que diziam respeito ao TGV ou à OPA da Sonae, todas essas alegações ficaram provadas que são falsas e agora dizem que estão indiciadas. Não estão, isso não é verdade, e eu vou recorrer dessa decisão”, argumentou.

Quem vai a julgamento?

Na quinta-feira, a acusação do Ministério Público foi quase toda reposta na íntegra pelas juízas desembargadoras do Tribunal da Relação de Lisboa. Do total de 189 crimes que estavam na acusação do DCIAP, agora são 118 crimes que levam os arguidos a julgamento, ao invés dos 17 decididos pelo juiz de instrução Ivo Rosa.

“Atento aos indícios existentes relativamente à prática, dos factos, pelos arguidos, parece-nos que, pese embora a acusação não ser uma peça sem mácula, os factos alegados, ainda que alguns sejam factos instrumentais, cujo relevo não decorre diretamente, permitem um enquadramento dos ilícitos. Deste modo, entendemos que os factos expurgados devem regressar à acusação e, consequentemente, à pronúncia”, disse o coletivo de juízas.

As juízas acabam por voltar a pronunciar quase todos os arguidos de um dos processos mais mediáticos da justiça portuguesa: José Sócrates, Armando Vara, Ricardo Salgado, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, Carlos Santos Silva, Joaquim Barroca, Helder Bataglia, Luís da Silva Marques, Diogo Gaspar Ferreira, Rui Horta e Costa, José Paulo Pinto de Sousa, Rui Mão de Ferro, João Perna, Sofia Fava, Gonçalo Trindade Ferreira e Inês do Rosário.

Do lado das pessoas coletivas, voltam também ao estatuto de arguidas pronunciadas as duas empresas do Grupo Lena e a RMF. De fora ficou Bárbara Vara, pelos crimes de branqueamento, e a sociedade Pepelan.

“A prova indiciária de que Ricardo Salgado terá corrompido Henrique Granadeiro (ex-chairman da PT) e Zeinal Bava (ex-CEO da PT) com cerca de 50 milhões de euros, para favorecer a compra de títulos de dívida do GES, é suficientemente forte”, referiram as juízas.

Ricardo Salgado estava acusado por 21 crimes – de corrupção ativa de titular de cargo político, de corrupção ativa, de branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada. Foi pronunciado por três crimes de abuso de confiança e condenado, em março de 2022, a uma pena de seis anos por esses três crimes que saíram da Operação Marquês.

Agora, a Relação decidiu acrescentar os crimes de corrupção e de branqueamento de capitais. O coletivo de juízas decidiu pronunciar o antigo presidente do BES por um crime de corrupção ativa de titular de cargo político, para atos ilícitos, relativo a negócios entre o grupo Portugal Telecom (PT) e o Grupo Espírito Santo (GES) “no que concerne aos pagamentos efetuados ao arguido José Sócrates”.

A decisão pronuncia também Salgado por outros dois crimes de corrupção ativa, para atos ilícitos, relativos a negócios entre a PT e o GES, por pagamentos efetuados aos antigos administradores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro.

Armando VaraLusa

No caso de Armando Vara, também volta a ser pronunciado por um crime de corrupção e um de branqueamento de capitais.

Carlos Santos Silva, o empresário e amigo de Sócrates, que ficou conhecido como testa de ferro do ex-primeiro-ministro, vai ser julgado por um crime de corrupção passiva de titular de cargo político para atos ilícitos, em coautoria com José Sócrates, e por um crime de corrupção ativa para atos ilícitos, desta vez em coautoria com os arguidos Joaquim Barroca, José Ribeiro dos Santos e as sociedades LEC SA, LEC SGPS e LENA SGPS relativamente ao arguido Luís Marques. No total, vai ser julgado por 23 crimes, dois de corrupção, 14 de branqueamento de capitais e sete de fraude fiscal.

Na decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, em abril de 2021, não foi validada grande parte da acusação da Operação Marquês e decidiu pelo arquivamento na decisão instrutória de 172 dos 189 crimes que constavam da acusação original, restando apenas 17 crimes, e com a acusação mais grave, de corrupção, a cair com a decisão do juiz Ivo Rosa.

O juiz decidiu pela não pronúncia de José Sócrates no que toca aos crimes de corrupção de que estava acusado. José Sócrates, Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro, Carlos Santos Silva, Zeinal Bava, Armando Vara — e mais 20 arguidos — conheceram em abril de 2021 a decisão do debate instrutório.

No recurso, os procuradores pediam à Relação de Lisboa que reponha a acusação original da Operação Marquês, de outubro de 2017, e pediam o julgamento de José Sócrates três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 13 crimes de branqueamento de capitais e três crimes de fraude fiscal. Os seis crimes de falsificação de documento imputados na acusação que estarão sob perigo de prescrição.

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