Portugal é dos países da UE onde mais trabalhadores fazem no mínimo 49 horas por semana

Portugal é o quarto país da União Europeia onde mais trabalhadores despendem 49 ou mais horas no emprego por semana. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat, só a Grécia, Chipre e França têm piores registos.

“Em 2024, 6,6% das pessoas empregadas com 20 a 64 anos na União Europeia trabalharam longas horas, isto é, gastaram 49 horas ou mais por semana no seu trabalho principal“, começa por sublinhar o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã.

Segundo o Eurostat, no conjunto do bloco comunitário, a percentagem de trabalhadores que estão nessa situação tem diminuído ao longo do tempo. Por exemplo, em 2014, 9,8% dos trabalhadores da UE trabalhavam, no mínimo, 49 horas por semana. E em 2019, 8,4% estavam nessa situação.

Há, no entanto, variações significativas entre os vários Estados-membros. Por exemplo, na Grécia, 12,4% dos trabalhadores cumprem, pelo menos, 49 horas por semana. No Chipre, 10% dos trabalhadores estão nessa situação. E em França 9,9%.

Portugal aparece logo a seguir, na tabela europeia (ou seja, está em quarto lugar). Por cá, 9,2% dos trabalhadores cumprem acima de 49 horas por semana no seu emprego principal. Ou seja, Portugal está bem acima da média comunitária. Em comparação, na vizinha Espanha, “só”, 6,4% dos trabalhadores estão nessa situação.

O Eurostat dá nota, além disso, que na Bulgária apenas 0,4% dos trabalhadores trabalham 49 horas ou mais por semana. Na base da tabela, estão ainda a Letónia (1,0%) e a Lituânia (1,4%).

Longas horas são mais comuns entre recibos verdes

Na nota divulgada esta quinta-feira, o Eurostat salienta também que as 49 horas semanais de trabalho são mais frequente entre os trabalhadores por conta própria do que entre os trabalhadores por conta de outrem.

“A fatia de trabalhadores por conta própria que trabalharam longa horas (27,5%) foi mais elevada do que a dos trabalhadores por conta de outrem (3,4%)”, indica o gabinete de estatísticas.

Por outro lado, no que diz respeito às diferenças entre setores, há a realçar que as longas horas foram mais comuns na agricultura, floresta e pescas (26,2% dos trabalhadores), seguindo-se os gerentes (21,1%).

(Notícia atualizada às 11h48)