Portugal quer reforçar cooperação e Hotel Escola em Moçambique

O secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços disse esta segunda-feira, em Maputo, que Portugal quer reforçar a cooperação com Moçambique no turismo, prometendo esforços de Lisboa na materialização do projeto Hotel Escola naquele país africano.

Em declarações à Lusa na abertura da 60.ª edição da Feira Internacional de Maputo (Facim), a maior exposição de bens e serviços de Moçambique, que vai decorrer até 31 de agosto, Pedro Machado disse que nesta visita a Moçambique tem na agenda debater o projeto Hotel Escola, que “tem décadas e ainda não foi concretizado”.

“Esse é sempre o nosso objetivo, estreitar cada vez mais as relações económicas, reforçar as condições para que mais empresas portuguesas possam vir para Moçambique (…). Portugal é hoje o 12.º país mais competitivo em matéria de turismo, queremos reforçar estes laços, queremos ter cada vez mais uma participação do próprio turismo em Moçambique”, disse o governante.

Segundo Pedro Machado, Portugal quer avançar em Moçambique com projetos de formação em matérias de hotelaria e turismo, capacitação e estágios profissionais, incluindo a concretização da iniciativa Hotel Escola. “Portugal é o único país europeu que tem uma rede de escolas públicas em matéria do turismo. Temos, por isso, uma capacitação e temos experiência nacional e internacional que queremos colocar à disposição de Moçambique”, explicou.

“Em segundo lugar – o próprio turismo em Portugal e o Governo português –, estamos disponíveis para investir aqui em Moçambique neste que é o projeto Hotel Escola e tenho a certeza absoluta que empresários portugueses também estão disponíveis para participar nesta parceria público privado”, acrescentou. O responsável disse também que Portugal quer colaborar com Moçambique na internacionalização dos dois países.

“Portugal tem uma experiência forte em matéria de agricultura, quer no vinho, quer no azeite, na indústria, no comércio, e estou certo que, em conjugação com o ministro da Economia, teremos uma vasta agenda para potenciar cada vez mais estas relações bilaterais e a obviamente atingir este objetivo maior que é o crescimento”, disse o secretário de Estado, que tem encontros agendados com membros do Governo de Moçambique.

Machado visitou as exposições das empresas portuguesas presentes na Facim e elogiou os esforços dos empresários em participar ativamente na economia de Moçambique. Na abertura da Facim, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, prometeu políticas para melhorar o ambiente de negócios no país, com aposta no reforço da previsibilidade jurídica e no combate à corrupção no setor público e privado.

Um total de 3.150 expositores moçambicanos e internacionais são esperados na 60.ª edição da Facim, a maior exposição de bens e serviços de Moçambique. O evento decorre sob o lema “Promovendo a diversificação económica rumo ao desenvolvimento sustentável e competitivo de Moçambique”. Segundo o Governo moçambicano, está prevista a participação de 800 expositores estrangeiros e 2.350 expositores nacionais na Facim, de um total de 27 países representados.

De acordo com o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, a 60.ª edição da feira, no espaço de Ricatla, no distrito municipal de Marracuene, na província de Maputo, prevê receber cerca de 70 mil visitantes. A organização definiu a província de Gaza e a vizinha África do Sul como expositores de honra no evento de 2025.

Além de exposições e outras atividades relativas com os negócios, o evento acolhe também um fórum de negócios com a África do Sul.

Anualmente, a maior feira de negócios moçambicana expõe as potencialidades económicas de Moçambique e as oportunidades de negócios e de investimentos no setor empresarial do país e do estrangeiro, contando igualmente com outras atividades, entre as quais seminários, sessões de promoção e bolsas de contacto.