“Vejo de forma muito positiva um grupo desta dimensão ver potencial em Portugal”. Mário Ferreira aplaude negócio da Impresa
"O setor fica mais forte e, ficando mais forte, tudo funcionará melhor", antecipa o presidente da Media Capital, sobre o grupo italiano que está prestes a controlar a Impresa.

Mário Ferreira, chairman da Media Capital, aplaude a entrada da Media For Europe (MFE) no mercado. “É a lei do mercado a funcionar. Vejo de forma muito positiva um grupo desta dimensão ver potencial em Portugal“, diz em resposta ao ECO/+M o acionista principal do grupo dono da TVI e da CNN Portugal.
“Uma concorrência saudável só pode ser bom, para todos. Se a Mediaset investir o que vai investir na dívida do grupo, espera ter retorno. Para ter retorno, tem que estar no mercado com uma postura correta e competitiva”, antecipa Mário Ferreira.
O dono da Douro Azul, que entrou na Media Capital em 2020, acredita que o [futuro] novo acionista da Impresa vai olhar para o mercado publicitário com “mais força económica”, o que terá vantagens para os restantes players. Ou seja, e até em teoria, quando existe maior debilidade económica, o meio está mais permeável a baixar preço. Ora, o inverso também é verdade. “A Mediaset terá outra força negocial“, efeito que se arrastará para os restantes canais. “O setor fica mais forte e, ficando mais forte, tudo funcionará melhor”, resume.
A entrada de um grupo com a dimensão da Mediaset no mercado significa também que o mercado aparenta ser mais interessante do que vulgarmente se diz. “Em Portugal há margem para fazer mais. A qualidade da nossa televisão está muito para além do que tem faturado“, defende o dono da TVI. Ora, “o grupo Impresa tem muita qualidade, mas não tem conseguido capitalizar os seus ativos“, aponta.
“Vendemos os nossos produtos muito baratos“, resume o presidente da Media Capital, referindo-se à publicidade, mas também à venda de conteúdos e relações com as operadoras. Neste último ponto, a sua posição foi conhecida em março, num debate organizado pelo ECO. “Temos intransigência e até uma certa prepotência por parte desses grandes operadores [Meo, Nos e Vodafone], que acham que controlam a distribuição e que podem obrigar-nos a dar umas míseras migalhas por uma quantidade de produtos que custam imenso dinheiro a produzir”, aponta, ressalvando que a RTP é uma exceção, porque “esse produto já está pago por todos nós”, afirmava na altura.
“A concorrência é saudável, se for justa e o propósito for o mesmo”, responde quando questionado sobre o impacto do futuro concorrente dos seus canais. “A Mediaset vê isto como um negócio, tal como nós. Ficamos muito contentes”, remata.
Também as agências de meios, recorde-se, aplaudem a entrada do gigante italiano em Portugal.
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