Israel garante que detidos da flotilha de Gaza estão “seguros e de boa saúde”. Vão começar a ser deportados

  • ECO e Lusa
  • 2 Outubro 2025

Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte, os três portugueses que seguiam na flotilha humanitária para a Faixa de Gaza, já foram detidos por Israel. Montenegro garante "todo o apoio consular”.

Israel assegurou esta quinta-feira que os ativistas da flotilha humanitária que foram detidos, incluindo os três portugueses que seguiam a caminho da Faixa de Gaza, estão “seguros e em bom estado de saúde”, estando alguns deles já a ser transferidos para território israelita.

Sem identificar os primeiros detidos, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel referiu que alguns dos ativistas da flotilha Sumud Global, presos nas últimas horas, vão ser transferidos para território israelita.

No mesmo comunicado, publicado nas redes sociais, a diplomacia israelita relata que vai iniciar os procedimentos de deportação para a Europa depois de os detidos serem transferidos para território israelita.

Esta madrugada, a organização da flotilha confirmou também a detenção por Israel do ativista português Miguel Duarte, após a interceção da embarcação onde seguia. “As transmissões em direto e as comunicações foram cortadas. O estado dos participantes e da tripulação permanece sem confirmação”, alertou a organização, na plataforma de mensagens Telegram.

“Trata-se de um ataque ilegal contra trabalhadores humanitários desarmados. Apelamos aos governos e às instituições internacionais para que exijam a sua segurança e libertação imediatas”, acrescenta a Flotilha Sumud Global.

Menos de quatro horas antes, às 01:35 de hoje, o perfil Palestina em Português, na rede social Instagram, tinha divulgado um curto vídeo de Miguel Duarte. “Se estás a ver este vídeo, é porque eu fui ilegalmente capturado pelas forças israelitas e levado para Israel contra a minha vontade”, disse o ativista.

Pelo menos 13 embarcações integradas na flotilha foram intercetadas pela Marinha de Israel e uma destas foi abalroada em águas internacionais, adiantou a Flotilha Sumud Global. A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e a atriz portuguesa Sofia Aparício, também foram detidas por Israel, após a interceção da embarcação onde seguiam.

Questionado esta manhã pelos jornalistas, Luís Montenegro disse que está em “contacto permanente” com Paulo Rangel que está “a gerir o acompanhamento da situação”. E diz que o Governo está em contacto com as autoridades israelitas para “prestar todo o apoio consular”. “Não é de desprezar que uma destas pessoas é titular de um órgão de soberania”, acrescentou.

A partir de Copenhaga, o primeiro-ministro disse ter a “expectativa de que tudo se vá processar com grande normalidade e que o retorno destes portugueses possa acontecer sem nenhum tipo de incidente”. “Se fosse eu a querer emitir uma mensagem política, eu não o faria daquela maneira, mas tenho respeito por aqueles que pensam de maneira diferente”, referiu ainda.

Entretanto, também o Governo do Brasil afirmou num comunicado que há vários brasileiros entre os ativistas detidos por Israel durante a interceção das embarcações que compõem a flotilha.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro confirmou que entre os detidos está Luizianne Lins, deputada do Partido dos Trabalhadores, liderado pelo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O Governo brasileiro afirmou que está a acompanhar “com preocupação” a interceção por Israel de embarcações da flotilha. “O Brasil recorda o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e enfatiza o caráter pacífico da flotilha”, afirmou a diplomacia do Brasil.

Apesar das interceções, a organização garantiu, numa mensagem divulgada às 01:20, que 30 embarcações da flotilha continuam em direção a Gaza e estavam a 46 milhas náuticas (85 quilómetros) da costa do enclave palestiniano

Anteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel tinha informado que vários navios da Flotilha Global Sumud tinham sido “detidos sem incidentes” e que os passageiros estavam a ser transferidos para um porto israelita.

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