Israel garante que detidos da flotilha de Gaza estão “seguros e de boa saúde”. Vão começar a ser deportados
Mariana Mortágua, Sofia Aparício e Miguel Duarte, os três portugueses que seguiam na flotilha humanitária para a Faixa de Gaza, já foram detidos por Israel. Montenegro garante "todo o apoio consular”.
Israel assegurou esta quinta-feira que os ativistas da flotilha humanitária que foram detidos, incluindo os três portugueses que seguiam a caminho da Faixa de Gaza, estão “seguros e em bom estado de saúde”, estando alguns deles já a ser transferidos para território israelita.
Sem identificar os primeiros detidos, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel referiu que alguns dos ativistas da flotilha Sumud Global, presos nas últimas horas, vão ser transferidos para território israelita.
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No mesmo comunicado, publicado nas redes sociais, a diplomacia israelita relata que vai iniciar os procedimentos de deportação para a Europa depois de os detidos serem transferidos para território israelita.
Esta madrugada, a organização da flotilha confirmou também a detenção por Israel do ativista português Miguel Duarte, após a interceção da embarcação onde seguia. “As transmissões em direto e as comunicações foram cortadas. O estado dos participantes e da tripulação permanece sem confirmação”, alertou a organização, na plataforma de mensagens Telegram.
“Trata-se de um ataque ilegal contra trabalhadores humanitários desarmados. Apelamos aos governos e às instituições internacionais para que exijam a sua segurança e libertação imediatas”, acrescenta a Flotilha Sumud Global.

Menos de quatro horas antes, às 01:35 de hoje, o perfil Palestina em Português, na rede social Instagram, tinha divulgado um curto vídeo de Miguel Duarte. “Se estás a ver este vídeo, é porque eu fui ilegalmente capturado pelas forças israelitas e levado para Israel contra a minha vontade”, disse o ativista.
Pelo menos 13 embarcações integradas na flotilha foram intercetadas pela Marinha de Israel e uma destas foi abalroada em águas internacionais, adiantou a Flotilha Sumud Global. A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e a atriz portuguesa Sofia Aparício, também foram detidas por Israel, após a interceção da embarcação onde seguiam.
Questionado esta manhã pelos jornalistas, Luís Montenegro disse que está em “contacto permanente” com Paulo Rangel que está “a gerir o acompanhamento da situação”. E diz que o Governo está em contacto com as autoridades israelitas para “prestar todo o apoio consular”. “Não é de desprezar que uma destas pessoas é titular de um órgão de soberania”, acrescentou.
A partir de Copenhaga, o primeiro-ministro disse ter a “expectativa de que tudo se vá processar com grande normalidade e que o retorno destes portugueses possa acontecer sem nenhum tipo de incidente”. “Se fosse eu a querer emitir uma mensagem política, eu não o faria daquela maneira, mas tenho respeito por aqueles que pensam de maneira diferente”, referiu ainda.
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"Temos a expectativa de que tudo se vá processar com grande normalidade e que o retorno destes portugueses possa acontecer sem nenhum tipo de incidente.”
Entretanto, também o Governo do Brasil afirmou num comunicado que há vários brasileiros entre os ativistas detidos por Israel durante a interceção das embarcações que compõem a flotilha.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro confirmou que entre os detidos está Luizianne Lins, deputada do Partido dos Trabalhadores, liderado pelo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O Governo brasileiro afirmou que está a acompanhar “com preocupação” a interceção por Israel de embarcações da flotilha. “O Brasil recorda o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e enfatiza o caráter pacífico da flotilha”, afirmou a diplomacia do Brasil.
Apesar das interceções, a organização garantiu, numa mensagem divulgada às 01:20, que 30 embarcações da flotilha continuam em direção a Gaza e estavam a 46 milhas náuticas (85 quilómetros) da costa do enclave palestiniano
Anteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel tinha informado que vários navios da Flotilha Global Sumud tinham sido “detidos sem incidentes” e que os passageiros estavam a ser transferidos para um porto israelita.
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