Participada espanhola da Mota-Engil afunda 30% após Tribunal negar nova prorrogação do processo
Após três prorrogações do processo de proteção contra credores, a Duro Felguera terá de apresentar até ao final do mês um plano de reestruturação e evitar o pedido de falência.
A espanhola Duro Felguera, participada da Mota-Engil, sofreu um revés no seu processo de proteção contra credores que forçará a empresa a acelerar a elaboração final de um plano de reestruturação até ao final do mês, para evitar o pedido de falência, depois de o Tribunal ter negado o pedido da empresa para mais uma prorrogação do processo. As ações reagiram em forte queda, com os títulos a tombarem mais de 30%.
Desde que apresentou um pedido de proteção contra credores, em dezembro passado, a Duro Felguera já pediu – e conseguiu – três prolongamentos do prazo do processo para ganhar tempo na negociação com os credores. Mas, uma decisão judicial decretou que não há mais extensões. A última prorrogação terminou a 30 de setembro e a empresa dispõe de um mês, ou seja, até 31 de outubro, para apresentar um plano de reestruturação ou avançar com o pedido de insolvência, adiantou em comunicado ao regulador do mercado espanhol.
Este ultimato judicial precipitou a queda em bolsa, com as ações a fecharem a desvalorizar 30,15%.
Entretanto, a Duro Felguera assegurou, num segundo comunicado, que a sua intenção é “apresentar o pedido de homologação judicial do plano de reestruturação assim que se obtenham as maiorias necessárias, com o objetivo de evitar a declaração de insolvência. O processo para a aprovação do plano de reestruturação, que concluirá com a sua homologação judicial, continua em andamento”, garante.
“É mais do que provável que o motivo da recusa tenha sido a notícia do acordo [do plano de reestruturação]. Mas também pode ter acontecido que o juiz já não tenha querido conceder mais prorrogações porque, em teoria, a lei apenas permite uma. No entanto, há tribunais que têm sido favoráveis a conceder mais prorrogações em casos muito excecionais”, indicam fontes judiciais citadas pelo Cínco Días.
Segundo o mesmo jornal, o plano aprovado pela administração foi acompanhado de um princípio de acordo com a Mota-Engil e a Prodi, os maiores acionistas, e com a Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI), que é o maior credor da empresa, com os 120 milhões de euros que salvaram a empresa em 2021. A portuguesa Mota-Engil, através da sua participada mexicana, e o grupo mexicano Prodi completaram no final de 2023 a injeção de 90 milhões de euros na Duro Felguera, o primeiro passo para a entrada como novos acionistas da cotada espanhola.
Entre as medidas adotadas pela Duro Felguera para reestruturar a empresa estão a venda da sua fábrica de El Tallerón à Indra por 3,65 milhões de euros, onde a tecnológica terá o seu principal centro de produção de veículos terrestres militares; e a aprovação de um despedimento coletivo para dispensar 180 trabalhadores. A isto juntar-se-á a venda da sua sede corporativa em Gijón, ainda por concluir, e a saída do Parque Científico e Tecnológico da cidade, o que implicará transferir toda a sua estrutura corporativa para La Felguera, no concelho de Langreo, onde o grupo foi fundado em 1858.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Participada espanhola da Mota-Engil afunda 30% após Tribunal negar nova prorrogação do processo
{{ noCommentsLabel }}