Ativistas da flotilha transferidos para prisão no sul de Israel antes de serem deportados
Os 473 tripulantes das embarcações detidos pelas forças navais israelitas foram levados para a prisão de Saharonim, de onde serão provavelmente deportados para os países de origem.
A equipa jurídica que apoia a Flotilha Global Sumud disse esta sexta-feira que os 473 tripulantes das embarcações detidos pelas forças navais israelitas foram transferidos para uma prisão no deserto de Negev, no sul de Israel.
Loubna Yuma, advogada da Adalah, a equipa jurídica da flotilha, disse à agência de notícias EFE que os ativistas foram levados para a prisão de Saharonim, de onde serão provavelmente deportados para os países de origem.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália disse que o Governo israelita pretende repatriar todos os tripulantes da flotilha “através de uma única medida de expulsão forçada”.
Antonio Tajani explicou que os ativistas deverão ser deportados “a bordo de dois voos fretados, na segunda-feira, 6 de outubro, e terça-feira, 7 de outubro, em duas capitais europeias diferentes”, que deverão ser Londres e Madrid.
Fontes da diplomacia de Itália confirmaram que um total de 46 italianos — incluindo quatro deputados e três jornalistas — foram detidos entre os ativistas da flotilha, e que estavam “bem”.
Os quatro deputados já foram transferidos para o aeroporto de Telavive e vão embarcar num voo regular para Roma, referiu o ministério.
Tajani explicou que, assim que os procedimentos de identificação estivessem concluídos, os restantes ativistas seriam transferidos de autocarro para o centro de detenção de Ketziot, no sul de Israel, perto da cidade de Bersheva, onde receberiam visitas consulares hoje.
Mais de 400 militantes pró-palestinianos a bordo de 41 navios de uma flotilha de ajuda à Faixa de Gaza foram detidos pelas forças navais israelitas, declarou na quinta-feira um responsável israelita.
“Durante uma operação, que durou cerca de 12 horas, o pessoal da marinha israelita conseguiu impedir uma tentativa de incursão em grande escala, realizada por centenas de pessoas a bordo de 41 navios que tinham declarado a sua intenção de violar o bloqueio marítimo legal sobre a Faixa de Gaza”, explicou o mesmo responsável.
Entre os detidos estão quatro portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse na quinta-feira esperar que os cidadãos portugueses possam regressar ao país “sem nenhum incidente”, considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
Também foram detidos 30 espanhóis, 21 turcos, 12 malaios, 11 tunisinos, 15 brasileiros e 10 franceses, bem como cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, México e Colômbia. Os organizadores denunciaram a falta de informação sobre o paradeiro de 443 participantes da missão humanitária.
Último navio já foi intercetado
Entretanto, o último navio da flotilha ‘Global Sumud’, que ainda viajava para Gaza — o ‘Marinette’ —, foi intercetado esta manhã em águas internacionais, anunciaram os organizadores da iniciativa, que publicaram um vídeo da interceção. Desde a noite de quarta-feira, Israel intercetou os mais de 40 navios da flotilha e deteve um total de 473 pessoas.
O vídeo divulgado em direto e interrompido logo a seguir à interceção mostrou um grupo de soldados israelitas armados a abordar o ‘Marinette’, que estava atrasado em relação aos restantes navios da flotilha por ter sofrido problemas técnicos durante a viagem.
Entretanto, uma outra embarcação não identificada, que fazia parte da ‘Global Sumud’, chegou ao porto de Chipre, segundo as autoridades cipriotas, que afirmaram que a tripulação solicitou a atracagem em Larnaca “alegando a necessidade de reabastecimento e razões humanitárias”.
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