Empresas portuguesas estão mais capitalizadas, mas são menos rentáveis
Volume de negócios das empresas nacionais aumentou 3,3% no ano passado. Construção e atividades imobiliárias lideraram o crescimento.
A saúde financeira das empresas portuguesas melhorou no segundo trimestre com o reforço dos seus capitais próprios, mantendo a tendência dos últimos anos. Já a rendibilidade caiu pelo segundo ano consecutivo.
A autonomia financeira das empresas portuguesas (a percentagem do ativo que é financiada pelos capitais próprios) subiu para 45,4% entre abril e junho, subindo uma décima face ao final de dezembro de 2024, revelam os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal. Uma evolução que “decorreu, essencialmente, da incorporação dos resultados do ano corrente nos capitais próprios das empresas”, informa o banco central.
O balanço é mais robusto nas empresas privadas (45,7% de autonomia financeira) do que nas públicas (36,8%). Dentro das privadas, a autonomia financeira é mais elevada nas PME (45,6%) do que nas grandes empresas, onde desceu para 40,2%, uma diminuição explicada pelo aumento do total do ativo.

Outra boa notícia para as empresas é a redução dos custos de financiamento, que baixaram de 4,9% no final de 2024 para 4,7% no segundo trimestre de 2025.
Rentabilidade diminuiu
Os dados publicados pelo Banco de Portugal indicam ainda que o volume de negócios das empresas aumentou 3,3% no ano passado, acelerando face aos 2,4% registados em 2023. “Os aumentos mais expressivos observaram-se nos setores da construção e atividades imobiliárias e do alojamento e restauração: 8,5% e 8,4% respetivamente”, indica o supervisor.
Já o ritmo de crescimento dos resultados antes de despesas com juros, impostos, amortizações e depreciações (EBITDA) teve uma forte travagem, passando de 12,2% em 2023 para apenas 2,5% em 2024. As margens EBITDA caíram uma décima para 13,4%.
Aquela evolução contribui para uma menor rendibilidade das empresas. A rendibilidade do ativo (relação entre o EBITDA e o total do ativo) diminuiu de 9,5% em 2023 para 9,3% em 2024. Percentagem que se manteve no segundo trimestre de 2025.

A rendibilidade dos capitais próprios (relação entre o resultado líquido e o capital próprio) caiu pelo segundo ano consecutivo, descendo de 10,5% em 2022 para para 9,4% em 2024. “Esta redução foi justificada pela contração do resultado líquido, a par do aumento dos capitais próprios”, explica o Banco de Portugal.
A construção e atividades imobiliárias voltou a destacar-se, sendo o único setor onde a rendibilidade aumentou, embora de forma muito ligeira. A indústria teve o pior desempenho, com uma queda de dois pontos percentuais na rendibilidade dos capitais próprios.
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