Caixa paga dividendo recorde de mil milhões ao Estado em 2026
Banco público deverá entregar um dividendo recorde de mil milhões de euros ao Estado no próximo ano. Já o Banco de Portugal liderado por Álvaro Santos Pereira não terá nada para dar, mais uma vez.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) irá pagar um dividendo recorde de mil milhões de euros ao Estado no próximo ano, confirmou o ECO junto de fonte governamental.
Embora se trate do valor bruto, dado que o dividendo tem uma retenção na fonte de 21%, no final, o Estado irá arrecadar os mil milhões de euros acrescidos do IRC pago sobre os lucros antes de impostos que o banco público irá obter este ano, observou a mesma fonte.
Ao contrário de propostas de orçamento de anos anteriores, desta vez o Ministério das Finanças não revelou as estimativas de dividendos com que está a contar no próximo ano no relatório que acompanha o documento. Porém, um dos mapas orçamentais dá conta de dividendos do setor financeiro de mil milhões de euros e que correspondem na totalidade ao dividendo da Caixa, segundo o Jornal de Negócios. Além da Caixa, há outro banco que integra o setor empresarial do Estado: o Banco Português de Fomento, do qual não se espera dividendos, por conseguinte.
Confirmando-se o dividendo de mil milhões de euros, isso elevará para 4,35 mil milhões de euros o dividendo total distribuído pelo banco liderado por Paulo Macedo desde 2017, ano da injeção pública.
No primeiro semestre do ano, a Caixa registou lucros de 893 milhões de euros, praticamente em linha com o resultado obtido no mesmo período do ano passado, e numa altura em que a baixa das taxas de juro – apesar de se manterem em níveis mais elevados em relação à última década — está a condicionar o desempenho do setor.

Santos Pereira sem dividendo para dar
Pelo terceiro ano seguido, o Banco de Portugal — liderado por Álvaro Santos Pereira desde o início desta semana — não irá distribuir lucros pelo seu acionista. Esta situação deve-se ao ambiente de taxas de juro elevadas, que está a pressionar os balanços dos bancos centrais na Zona Euro desde 2023, incluindo o português.
Mário Centeno, o anterior governador, tinha avisado em maio para não esperar dividendos “tão cedo”, depois de o banco ter registado um prejuízo operacional de 1,14 mil milhões de euros. E por conta do qual teve de usar provisões da mesma ordem de grandeza para cobrir das perdas e registar um lucro líquido de dois milhões.
O Banco de Portugal revelou que dispõe de uma almofada financeira para continuar a absorver perdas no futuro. E sinalizou que pode regressar os lucros no próximo ano, mas que serão usados para reforçar as provisões.
Novobanco com dividendo de 20 milhões
O relatório do Orçamento do Estado para 2026 revela ainda que recebeu do Novobanco um dividendo de 20,3 milhões de euros – o segundo maior depois do dividendo da Caixa.
O Novobanco acabou de ser vendido ao grupo francês BPCE por 6,4 mil milhões de euros. O negócio ainda não está fechado. O Estado irá receber cerca de 730 milhões de euros por via da posição de 11,46% detida pela Entidade do Tesouro e Finanças. O Fundo de Resolução, que detém 13,56%, receberá mais de 860 milhões.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Caixa paga dividendo recorde de mil milhões ao Estado em 2026
{{ noCommentsLabel }}