IP está a fazer “análise técnica e jurídica” à nova proposta para TGV em Gaia

Infraestruturas de Portugal confirma ainda que está a decorrer a verificação da conformidade ambiental do projeto de execução pela Agência Portuguesa do Ambiente.

A Infraestruturas de Portugal (IP) confirmou esta sexta-feira ao ECO que está a fazer uma análise técnica e jurídica à nova proposta que desloca a estação do TGV de Santo Ovídio para Vilar do Paraíso.

Paralelamente à análise técnica e jurídica dos elementos enviados pela Concessionária Avan Norte, em desenvolvimento pela IP, está a decorrer a Verificação da Conformidade Ambiental do Projeto de Execução pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, refere a IP ao ECO.

A proposta foi entregue formalmente à Infraestruturas de Portugal (IP) no dia 29 de setembro, cabendo agora à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) pronunciar-se até dia 11 de dezembro 2025, avançou ao ECO a Associação das Empresas da Zona Industrial de São Caetano, que juntaram-se para contestar plano B da linha de alta velocidade.

A empresa responsável pela gestão da infraestrutura rodoviária e ferroviária nacional adiantou ainda que os “elementos recebidos incluem o anteprojeto da Estação de alta velocidade em Vila Nova de Gaia numa localização mais a sul do que a solução estudada pela IP em Santo Ovídio“.

O consórcio AVAN Norte, que integra as construtoras Mota-Engil, Teixeira Duarte, Casais, Alves Ribeiro, Conduril e Gabriel Couto, esteve reunido com a associação no dia 24 de setembro e 2 de outubro, e disse aos empresários “que este é o único plano existente atualmente, e que, pela pressão de calendário associada aos fundos europeus, ou se avança com esta solução ou o projeto da linha de alta velocidade poderá ficar comprometido”.

O consórcio justificou que o “plano inicial não era exequível, principalmente por questões técnicas e financeiras relacionadas com os 13 quilómetros de túnel previstos em Gaia e questões de segurança relacionadas com a estação em Santo Ovídio, sendo o plano de túneis considerado inseguro e excessivamente oneroso”, avançou o CEO da Arcádia, e porta-voz da associação.

No encontro com a associação, a AVAN Norte, acrescentou ainda que, “seria difícil a Proteção Civil aprovar um plano de segurança contra incêndios para uma estação subterrânea a 60 metros de profundidade, tornando a solução de Santo Ovídio inoperável”.

O consórcio adiantou ainda à comunidade empresarial e social de São Caetano que “em Vilar do Paraíso existe terreno plano e amplo para a construção de uma estação à superfície de maior dimensão e com acessos facilitados, sendo necessário criar intermodalidade de transportes através da extensão da Linha Amarela do Metro do Porto”. Nesta solução em vez de uma linha para cada sentido, passam a existir quatro linhas.

Ao ECO a associação detalhou que o “plano alternativo, que desloca a estação para Vilar do Paraíso/São Caetano trazendo-a para a superfície, prevê a construção de duas pontes, solução que implicaria um número substancialmente superior de expropriações (cerca de 135, contra 40 no plano oficial), afetando de forma crítica o tecido económico, habitacional e comunitário da região”. As 135 expropriações incluem cerca de 100 habitações e 35 empresas.

A solução alternativa para TGV está a provocar descontentamento por parte de grupos empresariais instalados em Vilar do Paraíso, que sublinham que um “projeto desta dimensão nacional exige transparência, clareza e diálogo público”, apesar de ter ficado acordado entre a Associação e o consórcio que será constituído um grupo de trabalho para serem aprofundados detalhes do traçado e procuradas eventuais soluções de relocação para as empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

IP está a fazer “análise técnica e jurídica” à nova proposta para TGV em Gaia

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião