Macron volta a nomear Sébastien Lecornu como primeiro-ministro
O presidente francês anunciou que Sébastien Lecornu vai voltar ao Matignon, depois de se ter demitido no início da semana.
Sébastien Lecornu está de volta ao cargo de primeiro-ministro francês, anunciou esta sexta-feira o Eliseu. O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao chefe do executivo que forme, de novo, um governo.
“Aceito – por dever – a missão que me foi confiada“, escreveu Lecornu na rede social X, afirmando que o novo Governo “deve encarnar a renovação” e que “todas as questões levantadas” durante as consultas com os partidos políticos nos últimos dias serão “abertas ao debate parlamentar”.
Tweet from @SebLecornu
Sébastien Lecornu assegurou que a “recuperação das finanças públicas continua a ser uma prioridade”, poucos dias antes do seu orçamento dar entrada na Assembleia Nacional – está previsto para a segunda-feira. “Devemos pôr fim a esta crise política e instabilidade que prejudica a imagem de França e dos seus interesses”, afirma o antigo ministro da Defesa.
A agência France-Presse (AFP) avançou que o anúncio da presidência francesa foi feito sem mais pormenores, após longas negociações para quebrar o impasse político francês. Lecornu tinha apresentado a demissão na segunda-feira, horas depois da tomada de posse do seu governo. Alegou que “não estavam reunidas as condições” para aprovar o Orçamento do Estado para o próximo ano e, consequentemente, para governar.
Apesar de aceitar o pedido de demissão, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu a Lecornu para conduzir negociações de última hora com os partidos políticos, uma tentativa de encontrar uma solução de estabilidade para o país.
Na ala mais à direita, minutos depois da nomeação, Jordan Bardella, do Rassemblement National, classificou a escolha de “uma piada de mau gosto” e anunciou que iria “censurar imediatamente” este “governo sem futuro”.
Tweet from @J_Bardella
Do lado contrário do espetro político, Jean-Luc Mélenchon optou pela ironia num post nas redes sociais. “Cada vez que o carrossel gira, o pompom permanece no mesmo lugar”, escreveu no X.
Tweet from @JLMelenchon
Lecornu foi o quinto primeiro-ministro do presidente Emmanuel Macron desde 2022 e o terceiro desde as eleições parlamentares antecipadas do verão passado.
As últimas eleições legislativas deixaram a França com um parlamento sem maioria, dividido em três blocos: a aliança centrista do presidente, uma coligação de esquerda e a extrema-direita do Rassemblement National.
À crise política junta-se uma financeira. O défice da França está próximo dos 6% do Produto Interno Bruto (PIB) — o dobro do limite da UE — e a sua dívida entre as mais elevadas do bloco.
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