Martifer desiste de distribuir reservas de 4 milhões antes da OPA por recomendação da CMVM
Assembleia Geral (AG) extraordinária para aprovar a distribuição estava marcada para esta sexta-feira, a pedido dos principais acionistas, os irmãos Martins e a Mota-Engil, mas foi cancelada.
A aguardar o registo da oferta pública de aquisição (OPA) da Visabeira, a Martifer já não vai avançar com a distribuição de quatro milhões de reservas. A Assembleia Geral (AG) extraordinária que tinha sido convocada para esta sexta-feira foi cancelada, após os principais acionistas — a I’M (irmãos Martins) e a Mota-Engil — terem retirado a proposta para aprovar esta distribuição. O ECO sabe que a decisão foi tomada por recomendação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Na presente data, foi enviada pelas acionistas acima indicadas comunicação à mesa da Assembleia Geral solicitando a retirada da proposta apresentada quanto ao ponto único, dando-se a convocatória sem efeito, com fundamento no facto de, terem sido mantidos contactos com a entidade supervisora CMVM e, estar ainda, à data de hoje [9 de outubro], o registo da Oferta Pública de Aquisição Obrigatória preliminarmente anunciada pela Visabeira S.G.P.S., S.A. sobre a MARTIFER – S.G.P.S., S.A., pendente de condições“, revela a empresa, num comunicado enviado à CMVM.
O ECO sabe que os dois maiores acionistas da empresa deixaram cair a proposta por recomendação do regulador, que ainda não avançou com o registo da operação.
A proposta de distribuição de reservas foi apresentada no passado dia 11 de setembro, num momento em que a Martifer já aguardava que avance a OPA anunciada pela Visabeira, com base num acordo tripartido com os outros dois acionistas da empresa, a I’M e a Mota-Engil, sobre o capital que não controlam.
A contrapartida oferecida na operação é de 2,057 euros, um preço que tem sido contestado pelos investidores, que consideram que o preço oferecido não reflete o valor dos ativos, nem eventuais sinergias criadas pelo negócio. Apesar da oposição dos investidores, a administração da companhia deu luz verde ao preço da OPA, argumentando que a oferta é “suscetível de ser aceite” pelos acionistas e as condições apresentadas “são adequadas”.
Perante a retirada desta proposta para distribuir quatro milhões em reservas pelos acionistas, no valor ilíquido de quatro cêntimos por ação, e uma vez que não existiam outras propostas para serem levadas a votação na AG, a Martifer cancelou o encontro.
“Com a retirada da proposta apresentada, passa a não existir, na presente data, qualquer proposta ao ponto único da Ordem de Trabalhos, e nessa medida, pelos motivos explanados pelas acionistas, determina-se que seja dada sem efeito e, por isso, desconvocada a Assembleia Geral Extraordinária designada para o dia 10 de outubro de 2025, às 15:00 horas”, acrescenta o mesmo comunicado.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Martifer desiste de distribuir reservas de 4 milhões antes da OPA por recomendação da CMVM
{{ noCommentsLabel }}