Porto volta a ser “sábio”. Pedro Duarte sucede a Rui Moreira, mas está obrigado a negociar com PS ou Chega

PSD volta a liderar a segunda principal cidade do país, mas tem de governar com o mesmo número de vereadores do PS e um do Chega. Pedro Duarte promete “levantar a voz contra o centralismo exacerbado".

Terminado o ciclo de três mandatos do independente Rui Moreira, que há 12 anos ficou com o lugar de Rui Rio, mas estava agora também impedido de se recandidatar por ter atingido o limite legal de três mandatos, o PSD vai voltar a ocupar a cadeira do poder na segunda principal cidade do país.

A coligação liderada por Pedro Duarte e que integrou PSD, CDS e Iniciativa Liberal obteve 37,29% dos votos no Porto. Manuel Pizarro (PS) ficou a 2.008 votos de distância com 35,54% e Miguel Corte-Real (Chega) ficou-se pelos 8,23% e será o único vereador do Chega. CDU e BE perdem representação que tinham no Executivo e ficam atrás do independente Filipe Araújo (5,08%), que era vice de Rui Moreira.

Certo é que o homem que largou uma pasta ministerial para tentar a “cadeira de sonho” no Porto vai ser obrigado a negociar com a oposição nos próximos quatro anos. É que a vitória em quatro das sete freguesias da cidade permitiu aos socialistas duplicar o número de vereadores e ficar com os mesmos seis da força vencedora. A alternativa ao diálogo com o PS é um acordo com o Chega, se Pedro Duarte quiser seguir o conselho de Passos Coelho na campanha e quebrar as famosas “linhas vermelhas”.

O Porto elegeu um novo líder para o Norte de Portugal, uma voz que se vai levantar contra o centralismo exacerbado, por um país coeso.

Pedro Duarte

Futuro presidente da Câmara do Porto

No discurso de vitória, Pedro Duarte começou por salientar que a cidade “voltou a dar mais uma prova de grandiosidade e a mostrar que é sábio a decidir nos momentos-chave aquilo que quer para o seu futuro”. Elegeu “um novo líder para o Norte de Portugal e uma voz que se vai levantar contra o centralismo exacerbado”, garantiu.

Deixando uma palavra de elogio a Manuel Pizarro, que falhou a terceira tentativa de eleição na Invicta, o novo autarca portuense falou de uma “candidatura especial e difícil”, que teve “muitos adversários e fortes” e que optou por fazer uma “campanha diferente, sempre pela positiva”.

Perante uma sala repleta de entusiasmo em plena Avenida dos Aliados, salientou ainda como “rejeitou o politicamente correto e ir atrás dos analistas políticos que davam conselhos”, numa referência às críticas por abraçar bandeiras do Chega, como a imigração e a sensação de insegurança na cidade.

Já Pizarro, que irá assumir o lugar de vereador, prometeu continuar a “defender as ideias” do PS – está afastado do poder na cidade desde que Fernando Gomes perdeu para Rui Rio em 2002 – e lembrou que “os cidadãos do Porto escolheram uma equipa para governar e escolheram outra para trabalhar a partir da oposição”. “A partir da oposição, pode-se ajudar o Porto a ser melhor”, frisou o ex-ministro da Saúde.

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