Exclusivo Core investe 8,5 milhões para criar rede de clínicas de reabilitação
A Core Capital entrou no capital da Moveclinics, mas manteve a gestão. O passo seguinte foi comprar o Grupo Costa Maia. Operação de consolidação cria rede de 13 clínicas.
A Core Capital investiu 8,5 milhões de euros na Moveclinics para comprar em seguida o Grupo Costa Maia. Em causa está uma operação de consolidação de duas empresas regionais de clínicas de reabilitação, para criar um grupo nacional com ambição de crescer.
A Moveclinics tem nove clínicas de medicina física e reabilitação na Grande Lisboa e o Grupo Costa Maia tem quatro similares (três no Norte e uma na Grande Lisboa).
A operação é a oitava que a Core Capital faz, no âmbito do Programa Consolidar do Banco de Fomento, e a segunda na área da saúde. As regras deste programa financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) determinam que as capitais de risco assegurem a subscrição de fundos com uma dotação mínima de 40 milhões de euros cada um, sendo que 30% desse valor tem de ser assegurado por privados. A comparticipação do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), financiada pelo PRR pode oscilar entre dez e 50 milhões de euros.
“Transformámos dois grupos regionais num grupo nacional, mantivemos os sócios, Paulo Marques e Luís Cumbrera Tavares, que mais sabem do negócio, somos sócios em partes iguais, mas eles mantêm a gestão, porque continuamos a acreditar que quem sabe fazer deve continuar a fazer”, explicou ao ECO Martim Avillez Figueiredo, um dos sócios da Core Capital, acrescentando que Pedro Soares David, que é senior partner da Core Capital, vai integrar a administração da Moveclinics.
A operação passou por um “aumento de capital na empresa mais pequena que adquire a seguir a outra com um conjunto muito significativo de clínicas de fisioterapia para se transformar isso num grupo nacional”, explicou Martim Avillez Figueiredo, sublinhado que este é “um investimento significativo”.
As regras do Consolidar não permitem que a compra de empresas seja financiada pelo FdCR, por isso, as capitais de risco entram no capital de uma empresa, que por sua vez compra outra. Assim, já há criação de capacidade produtiva e não transferência de verbas para os sócios.
Com esta operação de consolidação, a Moveclinics passa a ter 13 clínicas — três a Norte e dez na Grande Lisboa — com mais de 300 trabalhadores e “a ambição de se tornar um dos maiores e mais eficientes grupos nacionais no setor”.
O objetivo da Core é continuar a investir na Moveclinics otimizando a operação e expandindo-a no território nacional, seja “por aquisição ou organicamente”, frisou Martim Avillez Figueiredo, sem querer revelar quais são as metas que pretendem alcançar, por “não ser ainda o momento indicado”.
“O plano que definimos assentará agora numa combinação de crescimento orgânico, pela expansão e ganhos de eficiência na gestão das clínicas em operação, e crescimento através de aquisições adicionais”, sublinhou por seu turno Paulo Marques, da Moveclinics, em comunicado divulgado posteriormente à publicação da notícia do ECO.
“Este investimento responde à crescente procura de cuidados de medicina física e reabilitação, resultante do envelhecimento da população e da procura de cuidados especializados para recuperação pós-operatória e desportiva”, contextualizou, por seu vez, Pedro Soares David, no mesmo comunicado.
Com este novo investimento, a Core já investiu 57,7% dos 60 milhões de euros que tem no âmbito do Consolidar. Até 31 de dezembro, a capital de risco vai ter de investir os restantes 25,34 milhões de euros. Martim Avillez Figueiredo revela que a Core tem “quatro deals em duedilligence”. “Vai ser dinheiro nosso que é superior ao montante que temos para investir” de PRR no âmbito do Consolidar, revelou o responsável admitindo a possibilidade de recorrer a investidores caso seja necessário. “Vamos cumprir as metas e talvez até superá-las”, assegurou.

O programa Consolidar, que tem uma dotação de 529,68 milhões de euros (um valor revisto em alta face aos 500 milhões iniciais) tem 99,4% deste valor comprometido junto das capitais de risco e estão já 64,3% pagos às 52 empresas que são beneficiários finais (342,71 milhões de euros, a 10 de outubro).
Nesta operação, os sócios do Grupo Costa Maia tiveram a assessoria financeira da Expand Capital, que liderou o processo de venda, e a assessoria legal da Telles Advogados. Do lado da compra, o Fundo CoRe Consolida teve a assessoria da CS Advogados e da EY – Ernst & Young, revela o mesmo comunicado.
(Notícia atualizada com comunicado divulgado posteriormente à publicação da notícia do ECO)
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