BRANDS' Local Online Coruche recebe dois galardões no Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros
O Município de Coruche foi distinguido nas categorias Economia e Cultura e Património do Prémio Autarquia do Ano, com projetos que unem empreendedorismo, tradição e sustentabilidade.
O Município de Coruche foi distinguido com dois galardões na 6.ª edição do Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros, nas categorias Economia e Cultura e Património. O reconhecimento destaca uma estratégia municipal que alia inovação e tradição, através de projetos que impulsionam o desenvolvimento económico e preservam a identidade cultural do concelho. Entre os premiados estão o Coruche Empreende – Núcleo de Inovação e Empreendedorismo, que reforça o ecossistema local de empreendedorismo, e o ciclo gastronómico Sabores do Montado e da Lezíria, que valoriza a herança ribatejana e os produtos endógenos do território.

O que representa para a vossa autarquia ter sido distinguida no Prémio Autarquia do Ano 2025 – Grupo Mosqueteiros?
Ser distinguido com dois galardões na 6.ª edição do Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros constitui, para o Município de Coruche, um reconhecimento nacional de enorme significado, que valoriza simultaneamente a dimensão económica e a identidade cultural do Concelho. Num território vasto e de baixa densidade populacional, onde os desafios demográficos se fazem sentir de forma acentuada, estas distinções confirmam a capacidade da Autarquia em articular tradição e inovação, transformando recursos endógenos em motores de desenvolvimento sustentável.
A atribuição do prémio na categoria Economia, com o projeto Coruche Empreende – Núcleo de Inovação e Empreendedorismo, sublinha a aposta na criação de um ecossistema empreendedor robusto, capaz de atrair investimento, modernizar o tecido empresarial, gerar emprego e fixar população. Já a distinção na categoria Cultura e Património / Gastronomia Local, com o ciclo Sabores do Montado e da Lezíria, valoriza a riqueza imaterial do território, preservando práticas e saberes gastronómicos ligados ao montado, à lezíria e às tradições ribatejanas, enquanto reforça a atratividade turística e a notoriedade nacional de Coruche como destino gastronómico.
Estas duas distinções, em áreas distintas mas tão complementares, traduzem a coerência de uma estratégia que aposta na coesão social e na valorização do património, ao mesmo tempo que promove inovação, competitividade e sustentabilidade. Representam, em suma, a afirmação de Coruche como concelho que sabe preservar a memória e projetar o futuro, sendo cada vez mais um território de excelência para viver, investir e visitar.
Quais foram as razões e necessidades que estiveram na origem do(s) projeto(s) distinguidos?
A génese dos dois projetos distinguidos assenta em necessidades concretas e estruturantes do concelho de Coruche. No plano económico, o Coruche Empreende – Núcleo de Inovação e Empreendedorismo surgiu da consciência de que era imperioso estimular a capacidade empreendedora local, apoiar a criação de novas empresas e modernizar o tecido empresarial existente, num território sujeito a fenómenos de desertificação demográfica. A necessidade de atrair investimento, fixar população ativa e criar emprego levou a Autarquia a conceber uma incubadora de empresas com infraestruturas adequadas, programas de capacitação e um quadro de incentivos municipais ao investimento e ao comércio de proximidade.
No plano cultural e identitário, o projeto Sabores do Montado e da Lezíria, que integra um ciclo anual de três eventos gastronómicos – Jornadas de Gastronomia Tradicional, Sabores do Toiro Bravo e Comer de Carne: Sopas de Coruche –, nasceu da urgência de preservar e valorizar tradições gastronómicas em risco de erosão. O ciclo de eventos procurou dar resposta à necessidade de reforço da ligação entre gastronomia, cultura e turismo, promovendo os produtos endógenos do montado e da lezíria, incentivando a restauração local, mobilizando produtores e envolvendo a comunidade. Este esforço foi também motivado pela oportunidade de afirmar Coruche como destino gastronómico de referência, projetando nacionalmente a singularidade da sua herança cultural.
As razões que estiveram na origem dos projetos distinguem-se, mas convergem no mesmo objetivo: responder a desafios locais com soluções inovadoras que reforçam a coesão social, dinamizam a economia e valorizam o património cultural e gastronómico, colocando Coruche no mapa nacional como território que investe no futuro sem perder de vista as suas raízes.
Que principais desafios enfrentaram no desenvolvimento e concretização do(s) projeto(s) — e de que forma foram superados?
O desenvolvimento dos projetos distinguidos colocou à Autarquia desafios de natureza distinta, mas igualmente exigentes. No domínio económico, o Coruche Empreende – Núcleo de Inovação e Empreendedorismo enfrentou a dificuldade de afirmar um ecossistema de inovação num território de baixa densidade, onde a dispersão geográfica, a escassez de massa crítica e o envelhecimento populacional limitam as dinâmicas empresariais. A superação de obstáculos passa pela criação de condições objetivas de atratividade como a disponibilização de uma incubadora equipada com gabinetes e espaços de formação, a instituição de programas de capacitação técnica, a concessão de incentivos fiscais e financeiros (isenções de IMT, IMI e taxas municipais) e o reforço de parcerias estratégicas com entidades regionais e nacionais ligadas ao empreendedorismo e à investigação.
Já no campo cultural e gastronómico, o ciclo Sabores do Montado e da Lezíria enfrentou o desafio de manter vivas tradições culinárias ameaçadas pela globalização e pela alteração dos hábitos de consumo. Foi necessário garantir a adesão da restauração local e mobilizar produtores e instituições, garantindo, ao mesmo tempo, a captação da atenção do público mais jovem, menos familiarizado com a herança gastronómica ribatejana. A resposta passou por estruturar uma programação anual estável, ancorada em eventos complementares, apoiada numa forte comunicação e no envolvimento da comunidade.
A transversalidade dos desafios residiu na necessidade de conciliar inovação e tradição, futuro e memória, num território que se quer competitivo sem abdicar da sua matriz identitária. Ambos os projetos mostraram que, com planeamento, parcerias sólidas e visão estratégica, é possível transformar constrangimentos em oportunidades, projetando Coruche como território empreendedor, culturalmente rico e socialmente coeso.
De que maneira o(s) projeto(s) distinguidos têm impactado a vida da comunidade local? Pode partilhar algum exemplo concreto?
Os dois projetos distinguidos têm produzido impactos tangíveis e relevantes na vida da comunidade coruchense, traduzindo em resultados práticos a estratégia de desenvolvimento definida pelo Município. No plano económico, o Coruche Empreende – Núcleo de Inovação e Empreendedorismo integra e reforça uma estratégia municipal de apoio ao investimento e ao comércio local que, desde 2019, já apoiou 85 candidaturas através do regulamento “Lojas com Gente” (num montante superior a 237 mil euros) e concedeu benefícios fiscais a empresas instaladas no Concelho, num valor global de cerca de 165 mil euros. A inauguração recente da incubadora acrescenta a este percurso uma infraestrutura dedicada ao acolhimento de novas empresas e programas de capacitação, que começam já a ser implementados. Estes resultados concretos demonstram como o projeto tem contribuído para revitalizar a economia local, atrair novos empreendedores e consolidar Coruche como território atrativo para investir.
No campo cultural e identitário, o ciclo Sabores do Montado e da Lezíria tem reforçado a ligação entre a comunidade, os produtores e a restauração, preservando tradições culinárias e projetando a gastronomia coruchense como fator de diferenciação turística. A adesão crescente dos restaurantes locais, a participação ativa de produtores e instituições e o envolvimento da população em geral comprovam o sucesso das iniciativas. Os eventos têm vindo a atrair cada vez mais visitantes, a promover a economia da restauração e a consolidar a imagem de Coruche como destino gastronómico de excelência.
Em ambos os casos, os impactos vão muito além dos números: traduzem-se em maior autoestima coletiva e maior coesão social, bem como na perceção clara de que é possível projetar o futuro sem perder a ligação às raízes. Estes projetos demonstram que a inovação e a tradição podem caminhar lado a lado, gerando benefícios diretos e duradouros para toda a comunidade.
Quais são as perspetivas de futuro em relação a este(s) projeto(s)? Pretendem dar continuidade, expandi-los ou adaptá-los a outras áreas?
As perspetivas de futuro para os dois projetos distinguidos mantêm um horizonte de continuidade, consolidação e expansão, cada qual no seu âmbito, mas sempre numa lógica integrada com o desenvolvimento local. No plano económico, o Coruche Empreende – Núcleo de Inovação e Empreendedorismo assume-se como primeiro passo de uma ambição mais arrojada. Após a inauguração da incubadora, a prioridade será garantir a instalação de novas empresas, impulsionar programas de capacitação e estimular a criação de startups locais. O Município visa também reforçar a rede de parcerias com associações empresariais, entidades de investigação e programas nacionais de empreendedorismo, promovendo a inserção de Coruche em ecossistemas de inovação mais amplos.
Além disso, no âmbito do regulamento Lojas com Gente, está prevista a otimização e o seu alargamento: será realizada a revisão do regulamento para aumentar o apoio ao investimento, estender o prazo de apoio à renda e incluir novas áreas de atividade. A expansão permitirá dar suporte a estabelecimentos que hoje possam estar fora do campo de ação original, bem como consolidar o apoio ao comércio tradicional.
Complementarmente, o Município está a implementar o projeto Coruche Digital – Bairro Comercial Digital “Lojas com Gente”, aprovado no âmbito do PRR com um investimento elegível de cerca de 547 mil euros, cuja missão é levar o comércio local para o espaço digital. A expectativa passa por ligar cerca de 95 estabelecimentos de comércio, serviços e restauração no centro histórico de Coruche, por via de ferramentas digitais como marketplace, aplicação interativa, rede Wi-Fi com 27 antenas, mupis multimédia e vitrinas digitais, fomentando a visibilidade, eficiência, interatividade e competitividade dos negócios locais.
No plano cultural e identitário, o ciclo Sabores do Montado e da Lezíria continuará com regularidade como programa anual estruturado. A perspetiva futura consiste em reforçar a articulação entre gastronomia, turismo e sustentabilidade, aprofundando o envolvimento da restauração, dos produtores e da comunidade educativa. A coordenação entre eventos estratégicos do Concelho visará consolidar a notoriedade de Coruche como destino gastronómico e cultural, reforçando sinergias com os projetos económicos.
Em ambos os casos, o futuro aponta para uma consolidação progressiva: mais empresas apoiadas, mais empregos criados, maior densidade de inovação no Concelho, comércio modernizado e digitalizado, e, paralelamente, uma afirmação contínua das tradições locais como vetor de identidade e atratividade. Ao dar continuidade, expandir e integrar estes projetos, o Município reafirma o seu compromisso: projetar Coruche como território que investe na inovação sem abdicar das suas raízes, construindo um modelo de desenvolvimento sustentável, competitivo e culturalmente rico.
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