Google investe 15 mil milhões de dólares em centro de dados na Índia para acelerar IA
A gigante tecnológica vai investir cerca de 13 mil milhões de euros no seu primeiro centro de dados de inteligência artificial no país asiático, num plano que será executado entre 2026 e 2030.
A Google anunciou esta terça-feira que vai construir um centro de dados em Andhra Pradesh, no sul da Índia, num investimento total de 15 mil milhões de dólares (cerca de 13 mil milhões de euros).
Esta infraestrutura, com uma potência de um Gigawatt, permitirá à Google reforçar o ecossistema de inteligência artificial (IA), com o objetivo de acelerar a transformação digital baseada em IA na Índia, reunindo num único local uma importante infraestrutura de IA, capacidade de centro de dados, novas fontes de energia em grande escala e uma rede de fibra ótica expandida, explicou a empresa norte-americana em comunicado.
Thomas Kurian, CEO da Google Cloud, afirmou que este centro de inteligência artificial da Google “representa um marco no investimento no futuro digital da Índia”. Segundo o responsável, ao disponibilizar uma infraestrutura de IA de ponta em larga escala, a empresa pretende acelerar a inovação das empresas e criar oportunidades significativas para um crescimento inclusivo. O CEO da Google Cloud destacou ainda que esta iniciativa reflete o compromisso conjunto com os governos da Índia e dos Estados Unidos “em promover uma utilização responsável da inteligência artificial e gerar um impacto transformador para a sociedade”.
A Google tem vindo a demonstrar interesse na Índia, depois de, há alguns meses, ter sido tornado público que planeia transferir a produção dos smartphones Pixel para o país, devido às tarifas impostas pelos Estado Unidos. A empresa já tinha, anteriormente, deslocado as fábricas de produção de smartphones da China para o Vietname durante o primeiro mandato de Trump.
Este investimento que será realizado entre 2026 e 2030, representa o maior compromisso financeiro da Google na Índia até momento e está alinhado com o programa ViksitBharat 2047 do governo indiano, que visa acelerar a expansão dos serviços baseados em IA. De acordo com uma análise da Access Partnership, encomendada pela Google, o novo centro de IA deverá gerar igualmente cerca de 15 mil milhões de dólares para o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos durante o mesmo período, impulsionado pela nova atividade económica associada ao aumento da adoção de soluções em nuvem e de IA, bem como pelo envolvimento de talento e recursos norte-americanos no desenvolvimento e operação da infraestrutura.
O ministro indiano das Tecnologias de Informação (TI), Shri Ashwini Vaishnaw, agradeceu à Google pelo anúncio do investimento de 15 mil milhões de dólares, destacando que esta infraestrutura digital contribuirá significativamente para os objetivos da “missão Índia IA”. Vaishnaw sublinhou ainda a importância de requalificar e atualizar as competências dos profissionais de TI do país, elogiando o papel da Google nesse esforço, e referiu que os serviços de inteligência artificial estão a emergir como uma nova categoria na economia digital indiana, com a nova instalação a desempenhar um papel crucial na formação dos jovens para estas tecnologias.
A crescente tensão comercial entre a Índia e os Estados Unidos tem levado a apelos ao boicote de produtos norte-americanos no país asiático. A imposição de tarifas de até 50% sobre as importações indianas por parte do presidente Donald Trump gerou um descontentamento, com apoiantes do primeiro-ministro Narendra Modi a incentivar o consumo de produtos “Made in India” e a boicotar marcas como McDonald’s, Pepsi e Apple, de acordo com a agência Reuters.
Apesar das dificuldades, a Índia continua empenhada em manter um ambiente de negócios favorável para as multinacionais norte-americanas. Segundo fontes citadas pela Reuters, altos funcionários indianos têm-se reunido em privado com executivos de empresas dos EUA, assegurando-lhes o compromisso em proporcionar condições favoráveis para os negócios, mesmo face ao descontentamento provocado pelas tarifas.
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