Governo critica “promessas vãs” e “ruinosas” no hidrogénio e afirma que biometano teria sido melhor aposta

"Perdemos demasiado tempo com promessas vãs sobre o hidrogénio" e uma aposta equivalente no biometano traria resultados mais importantes para o país, afirmou o secretário de Estado da Energia.

O secretário de Estado da Energia, Jean Barroca, teceu duras críticas à abordagem seguida em relação ao hidrogénio verde pelo anterior Governo. “Perdemos demasiado tempo e esforço com promessas vãs sobre o hidrogénio e, se tivéssemos colocado, na altura, o mesmo esforço no biometano, teríamos resultados mais importantes para o país”, considerou, perante a Comissão de Energia e Ambiente, em resposta a questões colocadas pelos deputados.

O secretário de Estado esteve na comissão parlamentar para discutir o último plano de investimento nas redes de distribuição de gás, o PDIRD-G. Jean Barroca entende que foi “por força da especulação”, mas também por “uma vontade de agradar à Europa”, que Portugal se começou por posicionar como potencial produtor de hidrogénio verde “para depois exportar para outros países”.

Isso não é nada menos, na nossa perspetiva, do que ruinoso para o país. Seria passar ao lado da possibilidade da reindustrialização verde, passar ao lado da captação de valor para o país”, indicou.

Depois de uma duplicação das metas nacionais em relação ao hidrogénio, de 2,5 para 5,5 gigawatts (GW), avançada pelo Governo socialista, a versão final do Plano Nacional da Energia e Clima, submetida em meados de 2024 e assinado pela ministra atual, Maria da Graça Carvalho, voltou a reduzir esta meta para 3 GW.

O ex-secretário de Estado da Energia João Galamba, que foi um dos grandes impulsionadores da aposta no hidrogénio verde, reconheceu no ano passado, numa conferência organizada pelo ECO/Capital Verde, que, nos dias de hoje, é “menos entusiasta” em relação a esta solução, considerando que a utilização deste gás estará reservada sobretudo para o transporte, nomeadamente o marítimo. “Tenho hoje uma visão em que atribuo uma relevância muito menor ao hidrogénio”, disse.

Em relação ao Plano de Ação para o Biometano, como forma de promover o desenvolvimento deste gás no país, o secretário de Estado Jean Barroca afirmou, na audição, que o Governo fez investimentos no âmbito Plano de Recuperação e Resiliência, quer seja no CAPEX, ou seja, na criação de novas unidades, quer no OPEX, através do leilão próprio.

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